31 janeiro, 2012

A unção para o desempenho do ministério

Depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória (Ef 1:13 -14)
Mt 4:19, 21; 9:9; Jo 1:1, 14; 14:16-17; At 2:41; 4:4; Ef 1:3-14

Em Seu ministério terrenal, o Senhor Jesus escolheu um grupo de pessoas para cooperar com Ele. Jesus "subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar" (Mc 3:13-14). Como vimos ontem, a estes doze deu também o nome de apóstolos. Eis os nomes dos doze: "Simão, por sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas lscariotes, que foi quem o traiu" (Mt 10:2-4).
É importante perceber que a profissão exercida pelos doze discípulos tinha relação com a função deles no serviço ao Senhor. Pedro e André lançavam suas redes ao mar quando o Senhor os chamou para segui-Lo. Ele lhes disse: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens" (4:19).

Depois o Senhor chamou Tiago e João, "que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes" (v. 21). Quando as redes se rompem, os peixes escapam. O Senhor chamou Tiago e especialmente João para realizar a obra de remendar as redes no campo espiritual a fim de evitar que a vida escapasse. Pedro pregava o evangelho, "lançava as redes" e muitos eram salvos (At 2:41; 4:4). Mas, pouco a pouco, eles se dispersaram devido ao "rompimento das redes". Quando isso aconteceu, Deus chamou João e o usou para "remendar as redes", isto é, restaurá-los com a vida divina.

Os discípulos escolhidos por Jesus, em sua maioria, eram pescadores e não tinham muita instrução. Dentre eles, o Senhor Jesus escolheu Mateus, um cobrador de impostos (Mt 9:9). Mateus tinha instrução administrativa e foi usado por Deus para apresentar-nos as questões relativas ao reino dos céus.

Durante os três anos e meio em que esteve com os discípulos, o Senhor Jesus falou muitas coisas, mas eles não absorveram muito bem Suas palavras. Sobretudo as que se referiam à vida eterna, ao Espírito e à economia neotestamentária de Deus. Mais tarde, Paulo, que não fez parte do primeiro grupo de apóstolos, falou em Efésios sobre o dispensar do Pai, do Filho e do Espírito (Ef 1:3-14).

Em seu evangelho, João também detalhou a economia de Deus. O Pai é Deus, que já estava no princípio (Jo 1:1). O Filho é Deus corporificado; é o Verbo que se fez carne para que Deus viesse estar com o homem (1:14). Ele recebeu o nome de Emanuel, mas, como homem, não poderia estar para sempre conosco. Por isso João 14 mostra que Ele se tornou o Espírito da realidade (vs. 16-17). Desse modo, como o Espírito, o Senhor estará para sempre conosco. Aleluia!

30 janeiro, 2012

Chamados para promover a fé

Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade (Tt 1:1)
Mt 10:1-7; 1 Tm 1:3-4; Hb 3:1

Muitos discípulos seguiam o Senhor Jesus durante Seu ministério. Dentre esses Ele escolheu doze, depois de ter se retirado no monte e passado a noite orando a Deus (Lc 6:12). Deu-lhes também o nome de apóstolos (v. 13) e os enviou para pregar o evangelho do reino dos céus (Mt 10:1-7). A palavra apóstolo vem do grego e quer dizer enviado. Os apóstolos são enviados por Deus para a pregação do evangelho, para promover a Fé¹.
Hoje, a fim de fazer a obra do Senhor com mais efetividade, enviamos irmãos para o CEAPE (Centro de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho), onde têm a oportunidade de ser aperfeiçoados como colportores. Esses irmãos, depois de passarem pelo aperfeiçoamento, pregam o evangelho do reino por meio dos livros. O objetivo principal é levar as pessoas à Fé.

Outro item do mover do Senhor para pregar o evangelho do reino é o espaço que denominamos bookafé, cujo significado é livro que promove a Fé, ou livro que leva a pessoa à Fé.

A palavra "Fé" se refere à economia de Deus no Novo Testamento, como Paulo nos mostra ao longo do capítulo 1 do livro de Efésios. O apóstolo nos apresenta o Deus Triúno e a obra do Pai, a obra do Filho e a obra do Espírito. A obra do Deus Triúno visa infundir Sua própria pessoa em nosso interior até saturar nosso espírito, alma e corpo com Ele mesmo. Juntando essa porção da Palavra com a passagem de 1 Timóteo, fica claro que o objetivo de Deus é infundir Sua economia - a Fé objetiva - em nossa fé subjetiva (1 Tm 1:3-4). Daí a importância do bookafé e da colportagem.

Precisamos de irmãos aperfeiçoados que saibam divulgar os livros. Assim a economia neotestamentária de Deus será apresentada para as pessoas. O colportor pode ser comparado ao sumo sacerdote do Antigo Testamento e ao apóstolo do Novo Testamento, pois ele leva as pessoas até Deus, é um enviado de Deus. O Senhor Jesus é tanto Apóstolo como Sumo Sacerdote (Hb 3:1).

Nossa responsabilidade é cada vez maior. Ultimamente Deus também nos incumbiu de pregar o evangelho do reino na Europa, África e América Central. Ele precisa de mais pessoas para suprir a necessidade de Sua obra nesses países. Por isso mais irmãos devem ingressar no CEAPE para se tornar colportores. Dessa forma, será pregado o "evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim" (Mt 24:14). Louvado seja o Senhor!

¹A Bíblia fala de fé, que é uma disposição que existe dentro de nós para crer em Deus, crer em Suas promessas, e alguns podem ter fé maior que outros, como vemos nestes versículos: "Por que sois tímidos, homens de pequena fé?" (Mt 8:26); "Ajuda-me na minha falta de fé!" (Mc 9:24); e "Admirou-se Jesus dele e [ ... ] disse: Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta" (Lc 7:9). Existe também a Fé, que se refere àquilo em que cremos, que é o aspecto objetivo da fé, ou seja, são todos os itens que compõem os ensinamentos revelados pelos apóstolos e que nos apresentam o plano de Deus e Seu arranjo para se dispensar ao homem. Para facilitar a compreensão do leitor, optamos por escrever fé, com inicial minúscula, quando nos referimos à nossa capacidade subjetiva de crer, e a Fé, com inicial maiúscula, para falar da fé objetiva, que é depositada dentro de nós à medida que cremos na Palavra e a praticamos.

29 janeiro, 2012

Escolhidos, aperfeiçoados e enviados para pregar o evangelho

[Jesus] se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara (Mt 9:37-38)
Mt 24:14; 28:19; 1 Co 1:26-28

Mesmo sendo o Filho de Deus, o Senhor Jesus, por estar limitado na carne humana, não conseguia, sozinho, atender à necessidade de todas as pessoas que careciam do evangelho. Por isso escolheu e aperfeiçoou os doze apóstolos para enviá-los e, assim como Ele, pregar o evangelho do reino. Quando os chamou, não fez exigências sobre formação escolar. Pelo contrário, Ele escolheu galileus, pessoas simples do povo (At 4:13).
Da mesma forma, na igreja, se a pregação do evangelho depender de alguns irmãos apenas, teremos dificuldades, já que a maioria das pessoas tem seu tempo limitado pelo trabalho, família e outros compromissos. Diante desse quadro, o Senhor nos revelou: precisamos aperfeiçoar um grupo de pessoas que se dedique especialmente à pregação do evangelho. Por isso o Senhor nos deu os CEAPEs, a fim de aperfeiçoarmos esses irmãos para uma obra de pregação mais frutífera.

O número de irmãos e irmãs que já foram aperfeiçoados ainda é insuficiente, pois a obra do Senhor já se expandiu para outros lugares. Antes, nossa esfera de ação era apenas o Brasil e alguns países da América do Sul. Até então os cooperadores na obra do Senhor conseguiam atender às necessidades existentes. Entretanto, logo depois, mesmo para a obra da América do Sul, esse número de irmãos se mostrou pequeno. Além disso, o Senhor nos abriu portas para a obra na Europa, Estados Unidos, África, México e América Central.

Há uma necessidade muito grande nesses países, da mesma forma como quando o Senhor Jesus escolheu doze apóstolos para juntamente com Ele pregar o evangelho. Portanto, uma vez que o reino dos céus está próximo, precisamos de mais pessoas que queiram ser colportores, com o encargo pela pregação do evangelho.

Não é necessário ser graduado em universidade para ser aperfeiçoado. Também não há limite de idade; desde que tenha um coração com encargo pela pregação do evangelho, pode se apresentar aos irmãos responsáveis de sua igreja para que eles encaminhem você ao CEAPE, onde será aperfeiçoado para levar a Palavra de Deus às pessoas. Mesmo aqueles que são desprezados na sociedade, como um ex-viciado em drogas ou um morador de rua, podem ser aperfeiçoados e usados por Deus para esse fim (1 Co 1:26-28). Por exemplo, um dos nossos CEAPEs tem trabalhado com essas pessoas. Certa vez um deles testificou: "Eu era viciado e vim para o CEAPE, onde o Senhor me aperfeiçoou. Eu não apenas fui aperfeiçoado para ter um viver correto, mas agora tenho também encargo pelo evangelho".

Precisamos fazer como o Senhor disse a Seus discípulos e rogar a Ele que nos dê mais CEAPEs e muito mais colportores para atender à necessidade atual. Também precisamos encorajar mais irmãos a se consagrar para isso, a fim de que o evangelho do reino alcance o mundo todo. Então o fim virá (Mt 24:14; 28:19). Aleluia!

28 janeiro, 2012

Ruminar a Palavra para extrair mais vida

Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas (Fp 3:1).

Pondera o que acabo de dizer, porque o Senhor te dará compreensão em todas as coisas (2 Tm 2:7)
Ef 6:17-18

O Senhor tem uma necessidade significativa de pessoas para pregar o evangelho, porque a seara é grande. Por isso Ele tem nos despertado a encorajar mais irmãos a fazerem o CEAPE e a se tornarem colportores, promovendo a palavra escrita a fim de que mais pessoas desfrutem o Senhor, ganhem revelação de Sua Palavra e busquem Seu reino.
Os ceapistas têm um papel fundamental ao visitar as pessoas: eles as ensinam a usar os livros, ajudando-as especialmente a ruminar a palavra que leem. E não apenas isso: eles têm a preocupação de revisitá-las e ajudá-las a praticar a palavra que leram.
O livro de Levítico menciona, no capítulo 11, a lei a respeito dos animais, para que se soubesse fazer diferença entre os imundos e os limpos. Os animais limpos são aqueles que ruminam o alimento. Sabemos que o boi e a ovelha, por serem animais ruminantes, absorvem mais nutrientes dos alimentos para seu organismo.
Com respeito ao alimento espiritual, temos de ser como esses animais ruminantes: ter a prática de "ruminar" sempre a Palavra de Deus. Ou seja, não devemos ler a Bíblia rapidamente para ganhar conhecimento de algum assunto, mas sim tomá-Ia com toda oração (Ef 6:17-18). Nunca diga ou pense: "De novo vamos ver este assunto ou porção da Palavra!?", pois somente os animais imundos não conseguem ruminar o alimento. Pelo "ruminar" da Palavra do Senhor, o Espírito sempre tem algo novo a nos revelar! Por isso jamais devemos achar que essa prática é uma coisa enfadonha a ser feita.

A prática da pregação do evangelho

Também os enviou a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos. E disse-lhes: Nada leveis para o caminho: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem deveis ter duas túnicas (Lc 9:2-3)
Mt 9:35; 10:1,7

Vimos ontem que, após o Senhor mostrar as condições necessárias para o viver daqueles que desejam reinar com Ele em Seu reino vindouro, e estando todos maravilhados de Sua doutrina, desceu do monte para pregar o evangelho do reino e curar os enfermos (Mt 9:35). Ao ver as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas 'que não têm pastor (v. 36), e, diante da grande necessidade, dirigiu-se a Seus discípulos, dizendo-lhes para rogar ao Senhor da seara a fim de que Ele enviasse trabalhadores para trabalhar na seara. Logo depois, Ele escolheu doze dentre Seus discípulos e os enviou a pregar o evangelho (10:1, 7).
Ao longo dos anos, temos tido várias experiências com respeito à pregação do evangelho. Sabemos que essa é a grande necessidade do Senhor para toda a terra: salvar pessoas e levá-Ias ao crescimento espiritual. De início saímos a pregar para amigos, de casa em casa, mas, diante da imensidão da América do Sul, sentíamos a necessidade de uma estratégia mais eficaz.
Começamos, então, a encorajar os irmãos a pregar o evangelho vendendo livros de conteúdo bíblico a fim de que as pessoas pudessem compreender mais facilmente a Palavra, e, assim, o Senhor as ganharia mais rapidamente. No começo, contribuíamos para os irmãos que tinham essa disposição, ajudando-os em seu suprimento diário, mas vimos que isso, na prática, não os motivava a depender completamente do Senhor. Contudo, pouco a pouco, o Senhor foi aperfeiçoando nossa maneira de atuação. Foi então que o Senhor nos mostrou que precisávamos dos Centros de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho, os CEAPEs, para formação de colportores!
Pregar ou evangelizar é fluir a vida de Deus de nosso interior. Por isso os CEAPEs não se destinam a ensinar técnicas de evangelização. Pelo contrário, procuramos dar ênfase primeiramente à pessoa, ao ceapista. Se uma pessoa não é adequada, crescida em vida, mesmo que tenha habilidades técnicas para pregar o evangelho, o resultado final não será muito eficaz.
Louvamos ao Senhor por nos revelar maneiras mais produtivas de pregar o evangelho do reino. Em Lucas 9:3, o Senhor Jesus, ao enviar Seus discípulos a pregar o evangelho, disse-lhes: "Nada leveis para o caminho: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem deveis ter duas túnicas". Seguindo esse modelo, encorajamos os ceapistas e colportores a sair para contatar pessoas, dependendo exclusivamente do Senhor. Esse tipo de ajuda é muito importante para o crescimento espiritual de cada um.

26 janeiro, 2012

O Senhor continua chamando cooperadores do evangelho

Depois disto, ouvi a voz do SENHOR, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim (Is 6:8)
Mt 9:35-38; 10:1

Depois de ministrar a Seus discípulos as condições para participar da manifestação do reino dos céus, o Senhor começou a pregar e a praticar o evangelho do reino (Mt 8). A primeira coisa que Ele fez foi purificar um leproso por meio de Sua palavra. Com autoridade, o Senhor Jesus repreendeu o mar e os ventos, acalmando uma tempestade, curou todos os doentes e expulsou demônios dos endemoninhados, para que se cumprisse a profecia que dizia: "Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças" (v. 17). Descreve-se, portanto, neste capítulo que o Rei do reino dos céus passou a praticar a comissão e a incumbência que Deus Lhe entregara.
O Senhor Jesus percorria todas as cidades e povoados pregando o evangelho do reino. Ao ver as multidões "aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor", dirigiu-se a Seus discípulos dizendo: "A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (9:36-38). Jesus sozinho estava fazendo a pregação do evangelho e, por conta disso, Seu trabalho era limitado. Ele queria que o evangelho do reino fosse pregado até os confins da terra, por isso chamou doze discípulos para que cooperassem com Ele. Assim, deu-lhes autoridade para expelir espíritos imundos, curar toda sorte de doenças e enfermidades, bem como instruções ao saírem a pregar (10:1).

O Senhor era o exemplo vivo para Seus discípulos de alguém que se importava com as pessoas e que se dava completamente para a pregação do evangelho do reino. Temos de ser como o Senhor Jesus, que primeiramente saiu a pregar, a fim de poder orientar Seus apóstolos a tomarem o mesmo caminho.

Essa palavra deve ser também de grande advertência e encorajamento para os que cuidam das igrejas, os irmãos responsáveis e presbíteros. Ao ouvirmos uma mensagem sobre pregação do evangelho, devemos ser os primeiros a praticá-Ia, e não apenas repassar aos irmãos. Caso contrário, não seremos um modelo para outros e não encorajaremos com realidade a igreja.

25 janeiro, 2012

Invocar o nome do Senhor nos faz viver no espírito

Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade (Sl 145:18)
Rm 10:12; Mt 7:24-27

A lei foi dada por Deus a Moisés no monte Sinai para que a transmitisse a Seu povo. Agora, visto que estamos em Cristo, estamos libertos do jugo da lei (Rm 7:6), contudo o Senhor estabeleceu exigências superiores para nós vivermos. Se observarmos os capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus, por exemplo, veremos que o padrão de comportamento dos que reinarão com Cristo é bem superior à lei mosaica.
No capítulo 6 lemos: "São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!" (vs. 22-23). Que nossos olhos sejam bons e que a luz que há em nós seja proveniente da vida de Deus em nós. Se, porém, a "luz" que há em nós derivar de nossos conceitos, orgulho ou ambição, só produzirá trevas e confusão. Por termos Cristo, temos o Espírito em nós, temos a verdadeira luz e somos a luz do mundo! Essa luz em nós é para que as pessoas tenham a chance de ser iluminadas e de se arrepender. Portanto esse é um requisito bastante importante para os que querem reinar com o Senhor.

No final do capítulo 7 também temos uma palavra bem forte: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade" (vs. 21-23).

Os versículos acima falam de milagres feitos em nome do Senhor que não foram reconhecidos por Ele. Jamais devemos invocar Seu nome em vão, mas sim como quem reconhece Seu senhorio e precisa de Seu suprimento. Ao invocar o nome do Senhor, devemos fazê-lo com realidade, para que desfrutemos de Suas riquezas, pois Ele é rico para com todos os que o invocam (Rm 10:12).

Por isso devemos invocá-Lo como quem necessita do ar para respirar, certos de que sem Ele não temos como sobreviver. Isso é algo muito espontâneo para permanecermos no espírito. Invocamos o nome do Senhor porque precisamos Dele conosco e queremos Sua presença como nosso Emanuel. Invocamos também para que Ele tenha nossa presença.

Essas são algumas condições necessárias para nós que queremos entrar no reino dos céus. O desejo de Deus é que não somente conheçamos esses versículos mas também que os pratiquemos, como aquele que constrói sua casa sobre a rocha (Mt 7:24-27).

24 janeiro, 2012

Ser o sal que tempera e dá sabor

A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um (Cl 4:6)
Mt 5:3,13-16; Rm 12:8-10; Ef 4:1-2

Como vimos ontem, os capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus trazem as condições dadas pelo Senhor Jesus para aqueles que reinarão com Ele por mil anos na era vindoura. A primeira delas diz respeito a negar a vida da alma (Mt 16:24): "Bem aventurados os humildes em espírito, porque deles é o reino dos céus" (5:3). Ser humilde - ou pobre - em espírito significa ter um espírito esvaziado, o que é resultado de negar a si mesmo. Quem se nega é bem-aventurado, porque dele é o reino dos céus.
As demais oito bem-aventuranças mostram como devemos ser e proceder hoje. Em outras palavras, Deus estabeleceu um padrão para o viver dos que irão reinar com Cristo no reino vindouro.

Nos versículos 13 a 16 lemos: "Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus". Devemos ser o sal da terra e a luz do mundo. Uma das funções do sal é ser bactericida, preservando o alimento por mais tempo. Outra função é temperar os alimentos.

O sal em excesso não é bom. Semelhantemente, ao apascentar as pessoas, jamais devemos exagerar na "quantidade de sal", mas tomar cuidado para não sermos muito duros ao corrigir, exortar ou repreender os irmãos.

Precisamos aprender a "temperar" na medida certa, para "dar sabor" a nosso viver coletivo com outros irmãos e com as pessoas ao redor (CI 4:6). Devemos aprender a ser mansos e pacientes (Rm 12:8-10; Ef 4:1-2). Se não tivermos esse tipo de atitude, nossa vida não terá sabor adequado.

Para que um dia reinemos com o Senhor Jesus na manifestação do reino dos céus, não sejamos como o sal em excesso nos alimentos, mas adequados, agindo na medida certa, dispensando sempre a vida divina no relacionamento com as pessoas. Se você, na igreja, é aquele que sempre aponta os erros dos irmãos, isso não está bem. Você deve aprender a ter "sal" na dose exata, para que os que estão sob sua supervisão desfrutem sempre o sabor da vida de Deus em suas palavras.

23 janeiro, 2012

Governantes no mundo que há de vir

Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações (Ap 2:26)
Mt 24:21; 25:1-10, 14-17, 19-23, 31-46; Ap 3:10; 13:16; 19:20

O Senhor nos salvou com o propósito de que reinemos com Ele no mundo que há de vir. Temos visto nesta série do Alimento Diário que Jesus, ao subir ao monte, passou a ensinar Seus discípulos as condições que eles deveriam ter para entrar em Seu reino (Mt 5-7). Ou seja, Jesus apresentou como deve ser a pessoa e o viver dos que irão governar com Ele no reino milenar, que será a manifestação do reino dos céus na próxima era.
Vimos ainda que os cristãos vencedores, os que cumpriram as condições dadas pelo Senhor, não serão povo ou cidadão comum do reino milenar, mas governantes reinando com Cristo, o Rei do reino dos céus. Já o povo do reino milenar será composto por pessoas boas, as quais suprirão as necessidades dos filhos de Deus que passarem pela grande tribulação, a qual antecederá o reino (25:31-46) .
A grande tribulação diz respeito a um tempo de grande sofrimento para os habitantes da terra, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido nem haverá jamais (24:21). Durante aquele tempo surgirá um falso profeta que, com sinais, seduzirá as nações a receber a marca da besta, que é o anticristo: ''A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, ele fará que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita e sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta e o número do seu nome" (Ap 13:16-17; cf. 19:20). Os cristãos que se negarem a adorar a imagem do anticristo e a receber essa marca serão perseguidos, e muitos serão mortos (13:15).
No final desse período, segundo a profecia de Mateus 25, o Senhor Jesus reunirá as nações em Sua presença e separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. As ovelhas dizem respeito àquelas boas pessoas que ajudarão os filhos de Deus durante a grande tribulação, e os cabritos serão os que não se dispuseram a fazê-lo. Aquelas entrarão na posse do reino do Pai, e estes receberão o castigo eterno (vs. 31-46).
Portanto, amados irmãos, diante disso, devemos buscar crescer na vida divina e ser aperfeiçoados na obra do Senhor, para nos tornarmos vencedores e sermos guardados da hora da tribulação que há de vir (25:1-10, 14-17, 19-23; Ap 3:10). Por isso eu encorajo vocês a tomar em oração a porção de Mateus 5-7 para que sejam iluminados e supridos pelo Senhor para praticar cada palavra. Certamente são exigências muito elevadas, pois foram deixadas para aqueles que pretendem governar com Cristo no reino vindouro.

22 janeiro, 2012

Iluminados e alimentados com a palavra.

Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha (Mt 7:24)
Jr 15:16; Mt 7:24; 1 Co 14:31; Ef 6:16-17.

Não há como ensinar todo o conteúdo de Mateus 5, 6 e 7. Nesta semana, tivemos apenas uma introdução. Cada um de nós deve buscar com oração, na leitura bíblica, ouvir o falar de Deus. Também podemos ruminar essa palavra em nossos grupos familiares ou no final de cada reunião da igreja. É importante que todos tenham espaço para compartilhar o que ouviram (1 Co 14:31). Não usamos a Palavra de Deus para provar que estamos corretos ou para corrigir os outros, mas sim para ouvir Deus e nos alimentar Dele (Jo 6:57).
Quando lemos a Palavra do Senhor, devemos nela meditar (Jr 15:16). Leia a palavra como se estivesse saboreando um alimento. Ao ler a Palavra várias vezes e orar sobre ela, a luz de Deus vai surgindo (Ef 6:16-17). Assim, ao lermos o texto bíblico, buscamos ouvir o Senhor falando diretamente conosco.

Por exemplo, Mateus 5:44-46 e 7:1 nos ensinam, respectivamente, sobre amar até mesmo os inimigos e não julgar os outros. Essas palavras visam a instruir aqueles que irão governar o mundo que há de vir, dando-nos um padrão e modelo, pois a manifestação da vida de Deus é o amor. Mesmo que de início não entendamos muito, precisamos perseverar em ler e reler a Palavra com oração. Por fim o Senhor certamente vai nos trazer luz. As verdades contidas em Mateus 5, 6 e 7 precisam se tornar nossa realidade. Pratiquemos, para que a vida de Deus em nós cresça (Mt 7:24)!

Que sejamos iluminados e alimentados com a Palavra que sai da boca de Deus, assim Ele nos levará ao arrependimento e, por fim, à maturidade, para herdarmos o reino. Se negarmos a nós mesmos, formos aperfeiçoados e praticarmos o que é mostrado nesses três capítulos de Mateus, seremos enchidos com a vida de Deus e estaremos aptos a reinar com Cristo no mundo que há de vir.

A justiça que vem do cumprimento da lei

Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir (Mt 5:17)
Mt 5:20; Ef 1:4-5

Graças ao Senhor, recebemos o encargo de levar a luz da vida, que é o Senhor Jesus, para outras pessoas. Sendo o sal da terra, temos a função principal de temperar, dar sabor à vida delas, apresentando-lhes o Senhor para que sejam salvas. Para governar o mundo que há de vir, precisamos ser aperfeiçoados em nosso falar enquanto vivemos na terra. Esse aperfeiçoamento não nos ensina a usar "muito sal" para corrigir, criticar ou disciplinar os outros, mas nos aprimora para ajudá-los a se sentir bem, a ser acolhidos e cuidados. Quando falamos sobre qualquer assunto, as pessoas devem sentir um sabor adequado. Quando compartilhamos a palavra do Senhor, não somos tão contundentes, nem vacilantes, mas temperamos no ponto certo, como o sal em quantidade adequada. Uma comida temperada na medida certa é muito saborosa e saudável; assim deve ser a palavra que ministramos aos outros (Ef 4:26; CI 4:6).
Mateus 5, 6 e 7 nos trazem palavras que devem ser praticadas por aqueles que desejam governar no mundo que há de vir. Como vimos, os destinatários dessa porção são os que irão governar o mundo vindouro. Fomos escolhidos antes da fundação do mundo (Ef 1:4) e predestinados para a filiação (v. 5). Um dia, teremos negado nossa vida da alma o suficiente, o Senhor nos terá preenchido o bastante com Sua vida, e assim reinaremos com Ele.

Esses capítulos também mostram que as exigências da lei foram elevadas e cumpridas pelo Senhor Jesus e que somente com a vida Dele em nós podemos praticá-Ias. Temos sido gradualmente aperfeiçoados nesse aspecto. Por exemplo, no passado, tínhamos a impressão de que já não era necessário guardar a lei após a primeira vinda do Senhor Jesus, pois a fase da lei havia ficado para trás. Contudo Ele nos fez entender o verdadeiro sentido da lei. Hoje sabemos da necessidade de viver esse padrão elevado por meio do Senhor, que não revogou a lei, mas cumpriu toda ela. Assim nossa justiça irá exceder em muito a dos escribas e fariseus e entraremos na manifestação do reino dos céus (Mt 5:20). Louvado seja o Senhor!

20 janeiro, 2012

A luz que resplandece para todos

A luz que prevalece nas trevas e dá vida aos homens

Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (Ef 5:8)

Mt 4:15-16; 5:14; Jo 1:5; 8:12; 2 Co 4:4-6; Ef 5:8

O quarto requisito para reinarmos com Cristo é ser a luz do mundo (Mt 5:14). As trevas somem quando a luz resplandece (Jo 1:5). O Senhor Jesus resplandeceu como a grande luz e começou Sua obra na região da Galileia. É o que lemos em Mateus 4:15-16: "Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios! O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz".
Por que Jesus iniciou seu ministério na Galileia, uma região tão desprezada? Provavelmente por ser este um lugar onde as pessoas não tinham uma conduta elogiável, mas um viver pecaminoso. E como as pessoas ali estavam em trevas, eram ignorantes quanto aos desígnios de Deus (Lc 5:8). Justamente por isso, quando o Senhor Jesus apareceu, eles viram uma grande luz.

O Senhor Jesus é a luz do mundo; quando cremos Nele, Deus, que é luz, entra em nós, e também passamos a ser a luz do mundo (Jo 8:12; 1 Jo 1:5; Mt 5:14; Fp 2:15). Para expressarmos essa luz, precisamos ser transformados a ponto de transparecer a vida do Senhor, permitindo que ela seja vista em nossas atitudes. Para isso, precisamos negar a nós mesmos, sendo pobres de espírito, e estar no fluir da vida divina seguindo o Senhor.

Levar essa luz aos outros se refere também à nossa pregação do evangelho (2 Co 4:4-6). A pregação do evangelho leva as pessoas a perceber sua condição pecaminosa. Existem pessoas que, por serem boas, têm muita dificuldade de reconhecer sua condição de pecadores. Eu era assim, achava que não tinha pecado, porque nunca fui criminoso, homicida ou ladrão. Graças a Deus, Ele me mostrou que, apesar de eu não ter pecados grosseiros, ainda era um pecador. O Senhor me iluminou, e vi que precisava me arrepender e receber o evangelho.

Todos nós precisamos, ainda hoje, receber a luz de Deus para nos arrepender. Quanto mais nos arrependermos, mais caminho Deus terá para nos dispensar Sua vida. Se estivermos cheios da vida divina, seremos também cheios de luz. Quando somos assim, ao pregar o evangelho, levamos luz para as pessoas, e essa luz será vida para elas. Isso mostra que nossa pessoa precisa ser primeiramente iluminada, para depois iluminar os outros.

18 janeiro, 2012

Sabor, consolo e alento na palavra

A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um (CI 4:6)
Lv 2:13; Mt 5:13-14; Mc 9:50; Lc 14:34; 2 Co 3:17; Cl 4:6

O terceiro requisito para reinarmos com Cristo é ser o sal da terra. Em Mateus, o Senhor disse a Seus discípulos que eles deveriam ser o sal da terra e a luz do mundo (5:13-14). O sal, além de matar os germes, conservando os alimentos, dá sabor. Isso diz respeito ao que os discípulos deveriam praticar, dando um testemunho que preserva as pessoas dos efeitos da corrupção do mundo, trazendo-lhes sabor, consolo e alento por meio do ensinamento saudável da palavra do ministério. Quem age dessa maneira está se preparando para governar com Cristo no mundo que há de vir.
Portanto ser o sal da terra não é apenas atuar como germicida, como quem se utiliza da Palavra de Deus para exortar os outros, corrigindo-lhes os erros. O mais importante efeito do sal é temperar e dar sabor. Isso deve ser feito com moderação, pois sal de mais na comida a deixa com sabor insuportável e prejudica a saúde, mas o alimento insosso também não satisfaz aqueles que são servidos. O sal precisa ser ministrado na medida certa e proporcional à situação com que lidamos (Mc 9:50).

Ao apascentarmos os irmãos, devemos atuar como o sal da terra, não como quem exerce autoridade sobre eles, sendo excessivamente "salgados" ao corrigi-los, nem liberal a ponto de deixar de exortá-Ios nas situações em que isso se fizer necessário. Precisamos agir com bom senso e moderação, para não trazer prejuízo ao Corpo de Cristo com nossas atitudes, nem sermos omissos, mas zelar pela edificação (CI 4:6). Ao alimentar nossos conservos, devemos ministrar-lhes a porção adequada, a seu tempo (Lc 12:42). Devemos apascentar aqueles que o Senhor nos confiou com amor, pregando-lhes o evangelho da vida, ajudando as pessoas não apenas com a salvação mas também lhes mostrando o caminho para crescerem e amadurecerem na vida divina.

Precisamos aprender a dosar o "sal" em nossas palavras, para não prejudicar aqueles de quem cuidamos, ministrando a eles o amor do Senhor e proporcionando um ambiente saudável onde desfrutem da liberdade do Espírito (2 Co 3:17).

17 janeiro, 2012

Ser aperfeiçoado para reinar com Cristo

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo (Ef 4:11-12)
Rm 12:6-8; 2 Co 3:8; 9:8; 13:9; Ef 4:12

Ontem vimos que o primeiro requisito para reinarmos com o Senhor é negar a nós mesmos para segui-Lo. O segundo requisito é ser aperfeiçoado (2 Co 13:9, 11). Não somos aperfeiçoados apenas para entender as verdades bíblicas ou as doutrinas. Nosso aperfeiçoamento é para bem desempenharmos o ministério que o Senhor nos comissionou (Ef 4:11-12; 1 Tm 1:12). Assim seremos preparados para governar com Cristo no mundo que há de vir.
Cada um de nós tem um ministério, e, ao longo das eras, Deus tem chamado várias pessoas para servi-Lo, designando-lhes ministérios. De um modo geral, o ministério tem três aspectos: o ministério da Palavra (At 6:4); o ministério dos serviços (v. 3), e o ministério de ofertas de riquezas materiais (2 Co 8:1-5). Em cada aspecto do ministério precisamos ser aperfeiçoados. Não nos preocupemos somente com o ministério da Palavra, mas também com o dos serviços e, igualmente, com o ministério de ofertas de riquezas materiais.
Hoje em dia os países da Europa e até os Estados Unidos estão passando por várias crises financeiras, porque os governantes e as autoridades dessas nações não souberam administrar bem suas riquezas. De igual modo, no mundo que há de vir, os que irão administrar os povos deverão ter sido aperfeiçoados na questão de administrar riquezas materiais. Tudo isso é muito prático.
Se temos sido aperfeiçoados nesses três aspectos do ministério, estaremos aptos não apenas para a edificação do corpo de Cristo hoje mas também para reinar no mundo que há de vir. Busquemos hoje participar ativamente no ministério de Cristo, e, assim, naquele dia, Ele reinará sobre as nações e nos levará a governá-Ias juntamente Consigo.

15 janeiro, 2012

Negar a vida da alma para reinar com Cristo

Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me (Lc 9:23)
Mt 5:2; 7:24; 16:22-24; Hb 2:5; Ap 2:26-27; 5:10

Como vimos em semanas anteriores, no passado, considerávamos que os capítulos 5, 6 e 7 de Mateus diziam respeito à constituição dos cidadãos do reino dos céus, ou seja, aos requisitos para ser o povo do reino. Mas hoje sabemos que o povo do reino dos céus será formado pelas nações, as ovelhas de Mateus 25. Aqueles que ajudarem os filhos de Deus durante a grande tribulação farão parte das nações.
Para nós, porém, o Senhor reservou uma incumbência maior. No reino milenar, não seremos apenas cidadãos comuns, mas iremos reinar sobre o mundo vindouro (Ap 5:10). É para esse fim que o Senhor está nos conduzindo.

Portanto as palavras contidas em Mateus 5, 6 e 7 se destinam hoje a nós, que estamos nos preparando para governar, administrar o mundo que há de vir. O povo do reino não precisará cumprir esses requisitos, mas nós, sim, precisamos estar claros desse assunto e praticar já essas palavras (Mt 7:24).

Na série anterior do Alimento Diário, vimos que o mundo de outrora foi corrompido por Lúcífer, que se tornou inimigo de Deus, e o mundo presente está sob seu domínio. Deus deseja restaurar Seu reino de justiça e paz sobre a terra. Isso ocorrerá quando se manifestar o mundo que há de vir, o qual Ele submeterá ao governo de Cristo, o Leão da tribo de Judá, com quem cooperarão os homens regenerados e transformados, nesta era, pela vida divina. Foi para isso que Deus nos criou (Hb 2:5).

Todavia nós, que desejamos reinar com Cristo na era vindoura, ainda temos um caminho a percorrer. O primeiro item é negar a vida da alma (Mt 16:24). Todos nós já devemos estar praticando isto: deixar a alma ser controlada e governada pelo Espírito. Sabemos que há coisas aparentemente boas em nossa vida da alma, mas Deus não as quer, pois existe um perigo. Essas coisas, aparentemente boas, em algum momento se opõem à vontade de Deus (vs, 22-23). Diante disso, a primeira bem-aventurança, ou seja, o primeiro requisito para reinar, é ser humilde de espírito (5:2). Esvaziando-nos da vida da alma, estaremos livres daquilo que, mesmo sendo bom, se opõe à vontade de Deus.

O deserto é a américa do sul

Foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente (Ap 12:14)
2 Co 13:11; Hb 2:5

Olhando com atenção o mapa-múndi, veremos que o contorno formado pela América do Norte e América Central se assemelha a uma águia pousando. Quando uma ave se prepara para descer, recolhe parcialmente as asas e coloca as duas patas para frente; assim ela pode pousar de maneira suave. Ainda observando o mapa, podemos perceber que o lugar onde essa "águia" está pousando é a América do Sul.
Amados irmãos, estamos às vésperas da volta do Senhor, e haverá um período de três anos e meio antecedendo Sua vinda. Esse período é chamado de grande tribulação e afetará principalmente a Europa. Todas as pessoas temem a grande tribulação, pois será um tempo de muitas catástrofes mundiais, de guerras, terremotos, fome etc. Os homens ficam atemorizados por causa do sofrimento que virá. Deus, porém, está preparando a América do Sul para sustentar a mulher universal durante esses três anos e meio. Além de celeiro agrícola, a América do Sul possui muitos recursos hídricos e riquezas minerais.

Embora o Senhor esteja preparando a América do Sul para sustentar a mulher universal, esperamos não estar aqui na terra durante a grande tribulação, já que anelamos fazer parte do filho varão, que será arrebatado até o trono de Deus para reger as nações. Devemos cooperar, portanto, com a formação do filho varão em todos os continentes, pregando o evangelho do reino, para sermos arrebatados juntamente com eles.

O tempo está passando; precisamos desfrutar essa palavra do Senhor, ruminá-Ia e praticá-Ia. O Senhor é cheio de graça e nos supre de maneira tão abundante! Ele vai além do que pedimos ou pensamos. Onde quer que o Senhor tenha colocado você, se na Europa, África ou Américas, você precisa agradecer-Lhe e buscar aperfeiçoamento para governar o mundo que há de vir (2 Co 13:11; Hb 2:5). Lembrem-se de que nós não seremos o povo do reino dos céus; seremos reis juntamente com Cristo. Aleluia!

14 janeiro, 2012

A maneira de Deus preservar seu povo durante a grande tribulação

Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos. (Ap 15:3b-4)
Ap 11:2; 12:6, 14

Apocalipse 12:15 diz que "a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio". O dragão arrojou suas águas a fim de elevar o nível do mar Mediterrâneo para inundar toda a Palestina, de onde a mulher universal se originou, a fim de destruí-Ia.
Louvado seja o Senhor, pois "a terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca" (v. 16). Deus é sábio; Ele fez com que a terra abrisse a boca e engolisse o rio. Isso corresponde ao Estreito de Gibraltar, a passagem que foi aberta naturalmente, ligando o mar Mediterrâneo ao oceano Atlântico. Essa passagem abaixou o nível das águas do Mediterrâneo, nivelando-o às águas do oceano.

Recentemente fui à Europa e fiz questão de visitar o Estreito de Gibraltar, que é por onde as águas do mar Mediterrâneo desembocam no oceano Atlântico. A olho nu, é possível ver Marrocos do outro lado, no norte da África. Pude, assim, consolidar a visão de Apocalipse 12 que recebi do Senhor.

Em eras passadas, o mar Mediterrâneo ficou isolado do oceano. Até que, por um tempo, o nível de suas águas subiu inundando vastas áreas, mas "a terra abriu a boca e engoliu o rio". A terra, por causa da erosão, reabriu a passagem do Mediterrâneo para o Atlântico. Esse acontecimento geológico mostra como a Palestina, terra de origem da mulher universal, foi preservada no passado. Semelhantemente, o Senhor a preservará naquele dia.

A Bíblia também registra que "foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto" (v. 14). O irmão Witness Lee afirmava que a visão da águia se referia ao continente norte-americano. Como o símbolo dos Estados Unidos é uma águia, ele interpretou que aquele país seria a águia, e as duas asas seriam os oceanos Atlântico e Pacífico. Segundo sua interpretação, o deserto também estaria no continente norte-americano.

O Senhor, porém, nos revelou algo mais. Se você olhar o mapa-múndi, perceberá que o contorno da América do Norte e da América Central se assemelha a uma águia com duas asas em recolhimento, pousando. A mulher universal recebeu as duas asas "para que voasse até o deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente" (v. 14). Aqui diz que o Senhor protegerá a mulher no deserto, um lugar preparado por Deus para sustentar a mulher durante 1260 dias (12:6), o que equivale a 42 meses (vs. 14; 11:2). Isso significa que ela será guardada pelo período de três anos e meio, o período da grande tribulação.

A grande tribulação alcançará a Europa e durará três anos e meio. Durante esse período, a mulher será sustentada e guardada no deserto. Vemos, assim, que o deserto tem papel fundamental no plano de Deus revelado pela visão de Apocalipse 12.

13 janeiro, 2012

A visão de Apocalipse 12

Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono (Ap 12:5)
Rm 15:24, 28; Ap 12:1-15

Ao longo desses anos o Senhor nos tem dado mais visão sobre a África, com base em Apocalipse 12. Vimos que o continente africano, no mapa-múndi, se assemelha a um feto encurvado, em formação dentro do ventre materno. Isso está relacionado à produção do filho varão e diz respeito aos vencedores (v. 5). Uma vez que a África ainda não produziu esses vencedores, pois o filho varão ainda não está completamente formado, precisamos continuar pregando o evangelho do reino naquele continente e até os confins da terra (Mt 24:14; 28:19; At 1:8). Quando sua formação estiver completa, será um varão perfeito, pois englobará os vencedores não apenas da África, mas também de todos os lugares, de todas as igrejas. Há muitos irmãos na condição de vencedores nos grupos cristãos, mas precisamos gerar mais vencedores pela pregação do evangelho do reino, porque sabemos que os que fizerem parte do filho varão não passarão pela grande tribulação, mas serão arrebatados até o trono de Deus para reger todas as nações.
Apocalipse 12 diz que "o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse. Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono. A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias" (vs. 4-6).

A mulher representa a igreja como um todo, onde os vencedores são produzidos, e o fato de ela ter fugido representa o restante da igreja - aqueles que não forem arrebatados -, que será perseguido pelo grande dragão. A parte da igreja que ficar, sofrerá perseguição, e toda a ira do grande dragão será contra ela.

Perseguidos por causa da justiça

Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós (Mt 5:11-12)
Mt 5:10-12

Devemos viver em justiça e retidão diante de Deus e rejeitar tudo que está vinculado ao pecado. Aqueles que viverem assim serão fartos e se tornarão a justiça de Deus (Mt 5:6). O Senhor diz: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus" (v. 10). Se você faz algo errado e é perseguido por causa de seu erro, isso é devido, mas, se você faz algo justo, algo que está no coração de Deus, e mesmo assim é perseguido em razão da justiça, então o reino dos céus será seu.
No versículo seguinte temos: "Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós" (v. 11). Aqui se pode ver algo ainda mais sério. Quando você tem a vida divina e é chamado filho de Deus, o inimigo faz de tudo para injuriá-lo e caluniá-lo. Você deseja cumprir a justiça de Deus, mas muitos o difamarão e perseguirão por causa do Senhor e, mentindo, dirão todo mal contra você.

Em situações assim devemos permanecer firmes, pois Jesus diz: "Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus" (v. 12). Isso é um grande encorajamento para não desanimarmos diante de perseguições ou injúrias cometidas contra nós por causa da justiça de Deus.

Se não nos deixamos abater, é até provável que surjam situações mais difíceis pela frente. É como se ocorresse uma intensificação progressiva: começa com uma perseguição aqui, depois uma injúria, uma calúnia, uma mentira, todo mal. A maioria dos irmãos não passa por isso, todavia somos injuriados e perseguidos quando nos entregamos ao Senhor por causa da visão do reino e da comissão de suprir com a vida divina todas as pessoas.

Na vida da igreja, vivemos harmoniosamente; procuramos ser misericordiosos, amar as pessoas, fazer de tudo para que o evangelho do reino seja pregado e as pessoas recebam vida. Quando fazemos isso, Satanás levanta pessoas malignas para nos incomodar, injuriando, mentindo e perseguindo. Não precisamos revidar nem entrar em conflito com elas, pois nosso modelo é o Senhor Jesus (Is 53:7). Tudo isso vem mostrar que estamos no caminho do Senhor e que somos bem-aventurados. Louvado seja o Senhor!

A direção na presença de Deus

Não existem bons filhos que tenham vindo de situações aleatórias ou que sejam obra do acaso. Todos sabem que, quando se jogam dados para cima, abre-se uma probabilidade muita pequena de vir o número esperado. Se há poucas chances de cair o número desejado com o dado que tem apenas seis lados, o que dizer da criação de filhos que por natureza são complexos e apresentam uma infinidade de faces?
Os pais devem reconhecer, logo no início de sua carreira como tutores de seus filhos, que não podem sozinhos conseguir, no meio de um tempo conturbado como este em que vivemos, gerar filhos saudáveis e úteis para o propósito de Deus. Em nenhuma geração que já passou, foram encontradas condições tão propícias e fáceis para que os filhos se percam como esta em que estamos vivendo. Muitos filhos são arrastados para a promiscuidade, para a formação de grupos que buscam o perigo, e para “esportes” que promovem a autodestruição por não verem mais sentido em suas vidas. A correnteza é forte demais para os pais ou mesmo os filhos superarem tão íngreme subida sozinhos.
O livro de Êxodo registra a saída dos filhos de Israel do Egito e o percurso desses do deserto rumo à terra da promessa, Canaã. O livro fala que, em um dado momento da travessia, Moisés disse: “Se tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar” (Êxodo 33:14, 15). Essa atitude que revela incapacidade e dependência deve ser a mesma que os pais devem experimentar. Será que você reconhece a dificuldade que é o “deserto” da criação de filhos? Será que confia em sua habilidade e experiência humana para conduzir seus filhos por esse caminho tão perigoso? Moisés disse: “Não nos faças subir”. Ele sabia que colocaria tudo a perder se fizesse tudo sozinho. Sem dúvida, em algum momento do trajeto, ele não saberia se o caminho que devia seguir era pela esquerda, direita, se seguiria em frente, se subiria ou se teria que parar. As possibilidades eram muitas. Fica evidente que não podia avançar sem a presença de Deus. E, nós, pais, que também não sabemos o caminho, deveríamos temer seguir baseados em nosso próprio sentimento e em nosso próprio senso de direção.
A declaração de Moisés parecia ainda querer dizer: “A responsabilidade é grande e não sei como proceder. Não quero arriscar, não quero tentar primeiro para depois descobrir que não sabia e que não podia conduzir o povo; não tenho tempo a perder, não temos outra chance, por isso, não nos faça subir sem Tua presença”.
Se a falta da presença do Senhor podia chocar e paralisar Moisés, a presença Dele, por outro lado, era uma garantia de que eles chegariam a seu destino. Podemos dizer, aplicando essa palavra a nós, pais, que com a presença do Senhor não apenas retiraremos nossos filhos do Egito e os atravessaremos pelo grande e longo deserto, bem como conseguiremos introduzi-los na boa terra que Deus prometeu. Com a presença do Senhor, temos Seu guiar, Sua proteção, Seu conforto e o suprimento de que precisamos para seguir em frente.
Muitos pais têm perdido seus filhos para o mundo porque até agora têm usado seu jeito, sua força e destreza humana para conduzi-los ao Senhor. Moisés reconheceu que, para vencer as investidas do inimigo que certamente se levantaria no caminho, era necessário contar com a orientação viva do Senhor junto dele.
Se a presença do Senhor é tão essencial para os pais, então eles devem esforçar-se para tê-la constantemente. Os pais devem buscar juntos o Senhor e fazer com que seu lar fique cheio da presença de Deus. Por exemplo, buscar o Senhor pela manhã vai resultar na primeira orientação de Deus para os pais de como tirar os filhos do Egito, atravessarem-nos pelo deserto e introduzi-los, por fim, em Canaã, a qual prefigura Cristo, nossa meta e alvo.
É com a presença de Deus e não com tentativas humanas que os pais descobrem o caminho que deve ser aberto para os filhos seguirem.

11 janeiro, 2012

Misericordiosos, puros de coração e pacificadores.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia (Mt 5:7). Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo (Tg 2:13)
Mt 5:7-9; Jo 1:14, 17; 2 Tm 1:16, 18

Louvado seja o Senhor por Seu grande amor, graça e misericórdia: "Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sais salvos" (Ef 2:4-5). Estávamos mortos em nossos delitos, em uma situação miserável; éramos pecadores e inimigos de Deus, mas, por Sua misericórdia, Sua graça nos alcançou e nos salvou.
A misericórdia vem da graça de Deus, que é o próprio Senhor Jesus nos amando e nos alcançando. Ele "habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. [ ... ] A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (Jo 1:14,17).

Jamais podemos esquecer que fomos alvo da misericórdia de Deus: estávamos destinados à morte eterna, éramos materiais para o lago de fogo (Ap 21:8), mas Ele, em Cristo, nos salvou. Já que Deus nos alcançou com Sua misericórdia e mudou nosso destino, agora é hora de sermos misericordiosos com os outros: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5:7). Aqueles que viverem dessa maneira alcançarão misericórdia (2 Tm 1:16, 18).

Logo após falar sobre misericórdia, o Senhor Jesus diz: "Bem-aventurados os limpos [puros] de coração, porque verão a Deus" (Mt 5:8). Uma vez que o coração humano inclui a consciência, que é parte de nosso espírito, ser puro de coração tem relação com a primeira bem-aventurança, que é ser esvaziado no espírito. Não há dúvida de que nosso coração tem de ser puro, sem mistura, sem mancha (SI 24:3-6). Ao sermos salvos pelo Senhor, fomos também purificados interiormente. Se mantivermos o coração puro, seremos bem-aventurados porque veremos a Deus.

A seguir temos: "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5:9). Se você nega sua vida da alma, a vida de Deus cresce, portanto você não terá problema com os homens. Perceberá em seu íntimo que é possível viver em harmonia com todos. Dessa maneira, as pessoas a seu redor também serão pacificadas. Aleluia! Os pacificadores serão chamados filhos de Deus! Temos a vida de Deus dentro de nós. O Senhor "não é de confusão, e sim de paz" (1 Co 14:33a; 1 Ts 5:23a), e nós também temos de viver em paz com as pessoas (Rm 12:18), pois temos a vida e a natureza de Deus.

10 janeiro, 2012

Arrependidos, mansos, sedentos e famintos

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados (Mt 5:4)

SI 37:11; 94:15; Mt 5:4-6; 1 Co 5:1-2; 2 Co 5:10, 21; 7:6-10

Passamos a ver em Mateus 5 como deve ser o viver daqueles que participarão do reino dos céus. O segundo item mencionado pelo Senhor Jesus neste capítulo é: "Bem- aventurados os que choram, porque serão consolados" (v. 4). Esses são os que choram por causa de sua própria condição, por verem que ainda vivem pela vida da alma e que não estão preparados para entrar no reino dos céus. Mas Deus já lhes preparou tudo: são bem-aventurados porque, com lágrimas, se arrependem e se lamentam. Quando há arrependimento, tornam-se bem-aventurados e são consolados pelo próprio Senhor. Para esses, o versículo até poderia ser assim: "Bem- aventurados os que se arrependem, porque serão consolados".
Após escrever a primeira carta aos coríntios, Paulo ficou desolado ao sentir que foi muito severo com o irmão que havia pecado, uma vez que os responsáveis da igreja não o fizeram (1 Co 5:1-2). Foi como se tivesse dito: "Embora não esteja em presença, estou em espírito, e com meu espírito vou tratar dessa situação: eu entrego essa pessoa a Satanás" (cf. vs. 3-5). Por certo percebeu que, mesmo havendo usado seu espírito para tratar do assunto, não o fez da maneira como o Espírito de Deus gostaria de tratar (2 Co 7:8-10). Paulo se arrependeu, mas ficou atribulado e abatido, talvez até em lágrimas. A caminho de Filipos, porém, ele se encontrou com Tito e foi consolado com sua chegada (vs. 6-7). Bem-aventurados, portanto, os que choram, os que se arrependem de seus erros, porque serão consolados.

Mateus 5:5 diz que também são "bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra". Hoje as nações estão sob a usurpação de Satanás. O governo da terra por vir será entregue aos mansos (SI 37:11); não haverá porção para os violentos. Uma vez que a vida de Deus cresce em alguém, este se torna manso.

Quando o Senhor vier em Sua parousía, em Sua segunda vinda, Ele estabelecerá Seu tribunal, não para condenar ou julgar os incrédulos, mas para verificar se a vida de Deus cresceu em Seus filhos e se poderão ou não governar com Ele (2 Co 5:10).

No passado pensávamos que, ao nos julgar em Seu tribunal, o Senhor nos mostraria todos os pecados que cometemos. Mas agora recebemos mais luz e podemos ver que não será assim: seremos avaliados quanto ao crescimento da vida de Deus em nós. E já sabemos que a vida divina só pode crescer se negamos a vida da alma.

Em Mateus 5:6 lemos que são "bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos". Os que têm fome e sede de justiça são aqueles que buscam coisas justas e rejeitam tudo que se relaciona ao pecado. Procuram viver em justiça e retidão diante de Deus. Anelam voltar à condição de justiça para a qual Deus nos criou, pois têm fome e sede de justiça (SI 94:15). Esses, portanto, serão saciados pelo Senhor e se tornarão a justiça de Deus (2 Co 5:21).

09 janeiro, 2012

Esvaziar-se para entrar no reino

Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tomando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou (Fp 2:6-8a)
Mt 5:1-3; 16:24; Jo 12:31; 2 Co 4:4

Depois de ser batizado e ungido pelo Espírito, Jesus deu início a Seu ministério na terra pregando: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 4:17). Para que essas palavras fossem compreendidas, Ele tinha de ensinar Seus discípulos a respeito do reino dos céus, mostrando-lhes como deve ser a condição daqueles que entrarão no reino: "Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-Ias" (5:1-2). Jesus não dirigiu a palavra à multidão ali presente, mas a Seus discípulos, porque contava com eles para que o evangelho do reino dos céus fosse pregado.
Sempre se considerou Mateus 5:3-13 apenas como as nove bem-aventuranças, mas essa passagem descreve, na verdade, como deve ser o viver daqueles que, um dia, participarão do reino dos céus. O primeiro item diz respeito a ser pobre em espírito: "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus" (v. 3 - VRC). Ser pobre em espírito está relacionado a esvaziar-se, a negar a vida da alma.

O Senhor nos mostrou que, para entrar no reino dos céus, temos de passar pela etapa da igreja. A igreja foi revelada em Mateus 16:18: "Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja". No versículo 24, Ele diz como se deve viver na igreja: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me".

Ao longo desses anos, o falar do Senhor deixou evidente que, para vivermos a vida da igreja, é essencial negar a vida da alma. Jesus diz que são "bem-aventurados", benditos, felizes os que se esvaziam, que negam a vida da alma para entrar no reino, pois o reino dos céus pertencerá àqueles que são humildes de espírito. Entretanto, se alguém preservar sua vida da alma, o reino dos céus não lhe será garantido. É por esse motivo que, nesses últimos tempos, o Senhor nos tem falado muito sobre negar nossa vida da alma. Agora vemos que Mateus 16 também nos apresenta a condição para entrar no reino vindouro: ser uma pessoa que se esvazia no espírito.

Devemos ter clareza acerca deste assunto: para sermos governantes no mundo que há de vir, precisamos dia a dia negar a vida da alma. Se praticarmos isso, o Senhor, quando voltar, nos estabelecerá no governo do reino dos céus.

Existem mais de duzentas nações atualmente, e todas estão debaixo da influência do príncipe deste mundo, que é Satanás (Jo 12:31; 2 Co 4:4). Mas, se cumprirmos os requisitos de Deus, o reino vindouro será entregue a nós. Precisamos ser pessoas esvaziadas no espírito, que negam a vida da alma para a vida de Deus crescer; desse modo, o reino vindouro será nosso. Louvado seja o Senhor!