30 maio, 2012

Refletindo...


O Seu Barco

O Evangelho de João, no capítulo seis, apresenta um mundo faminto e atribulado. Não importa quem você seja, rico ou pobre, culto ou iletrado, de alta posição social ou não, o mundo à sua volta é cheio de problemas. Somos atribulados no estudo, no casamento, na vida profissional, enfim, em todos aspectos da vida humana (vs.16-21).

O mar agitado pelo vento forte indica a vida humana cheia de problemas. Jesus, porém, andava por sobre as ondas agitadas, sem ser perturbado por elas. O Senhor é o único que possui o domínio pleno sobre todos os problemas da vida humana, e toda a intranqüilidade está sob seus pés. Este é o Cristo que dá paz. Quando você O recebe para dentro do seu “barco”, como os Seus discípulos fizeram, chegará ao seu destino em paz. O seu “barco” pode ser sua vida conjugal, familiar ou profissional. Sem Cristo, o mundo está faminto e conturbado. Com Ele, todavia, temos satisfação e paz.
 

Aperfeiçoados dia a dia.

Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará (Lc 9:23-24)
                                                        2 Co 4:10; Cl 3:5; 1 Pe 1:9

Atualmente o Senhor tem nos mostrado que a igreja não é uma organização para a realização de atividades nem para que certos métodos sejam colocados em prática. O genuíno viver da igreja é seguir o Senhor (Mt 16:24), e a condição para seguirmos o Senhor é negar a nós mesmos. Isso exige que deixemos de lado a opinião que, mesmo parecendo boa, entra em conflito com a vontade de Deus.

Quando nos dispomos a seguir o Senhor, temos facilidade em rejeitar aquilo que é claramente mau, mas dificilmente lançamos fora alguma boa intenção proveniente de nossa alma. Assim, Satanás encontra ocasião para tentar frustrar o propósito de Deus, fazendo uso da nossa opinião aparentemente boa. Isso, porém, não significa banirmos toda e qualquer opinião na igreja. Quando estamos no espírito, Deus pode nos revelar algo, assim como revelou a Pedro que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (16:16). Mas quando somos influenciados pelo ego reagimos de maneira natural e, sem perceber, somos usados pelo inimigo de Deus.

Foi o que ocorreu com Pedro, quando o Senhor Jesus disse aos discípulos que era necessário ser entregue aos escribas e fariseus, morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Esse era o plano de Deus para providenciar a redenção do homem. Pedro, porém, ao ouvir essas palavras, começou a reprovar o Senhor, dizendo que tivesse compaixão de Si mesmo, pois isso de modo algum Lhe aconteceria. Nesse momento, ele parecia estar demonstrando apreço pelo Senhor, pois O amava, mas na verdade estava se opondo ao propósito de Deus. O Senhor Jesus percebeu que Pedro estava sendo utilizado por Satanás, por isso falou: “Arreda, Satanás!” (Mt 16:23), e ainda disse claramente aos discípulos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (v. 24).

Ao negarmos o ego, estamos permitindo que a vida de Deus ocupe espaço em nós. Por outro lado, se o preservamos, impedimos que a vida de Deus seja aumentada em nós. É como um copo cheio de água. Para que seja preenchido com um novo conteúdo, ele precisa primeiro ser esvaziado. Aos poucos, esvaziamo-nos de conceitos e opiniões provenientes da vida da alma, para receber mais da vida divina.

Negar a si mesmo não é algo que se faz uma vez por todas. Repetidas vezes nossa vida da alma reaparece, porque ainda nos deixamos influenciar por ela. Desse modo, ainda precisamos tomar a cruz dia a dia para fazer morrer a velha natureza terrena (Lc 9:23; 2 Co 4:10; Cl 3:5). Se hoje nos preservamos, na vinda do Senhor não obteremos a salvação da alma (1 Pe 1:9). Mas, quando nos permitimos sofrer perda, na verdade estamos salvando nossa alma para o reino vindouro, conforme disse o Senhor: “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mt 16:25). Diante disso, vamos tomar a cruz no dia de hoje e permitir que a vida divina ocupe mais espaço em nós.

29 maio, 2012

Refletindo...


A Igreja em Éfeso

Apocalipse 2:1-7 


A Igreja em Éfeso é uma profecia a respeito da condição do primeiro estágio da Igreja depois da era apostólica, isto é depois de 96.DC. A era apostólica acabou, e muitas coisas erradas começaram a ser infiltrada. Uma vez que este é um livro de profecia, os nomes no livro são também proféticos. Éfeso significa “desejável”. A igreja que continuou após a igreja apostólica ainda era desejável.

O Senhor disse: “Conheço as tuas obras, assim o teu labor como a tua perseverança”. O pronome teu usado nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse está nos singular. Entre as sete igrejas, cinco foram censuradas, uma não recebeu nem censura nem louvor, e apenas uma foi louvada. Éfeso é uma das que foram censuradas. Mas aqui o Senhor primeiro fala ao mensageiro de Éfeso sobre a realidade espiritual. Alguns acham que o Senhor tenta dizer algo bom antes de censurar para que sendo censurada ela não se sinta tão mal, como se o Senhor fosse diplomata. Mas não é assim com o Senhor. Aqui, o Senhor expõe a realidade espiritual na igreja. Há algo chamado realidade espiritual que existe independente da condição exterior. Embora os israelitas fossem indignos a vista dos homens, contudo, por meio de Balaão, Deus disse que Ele não viu iniqüidade em Jacó (Nm.23:21). Não é que Deus não veja, pelo contrario, Ele vê, contudo, não enxerga nada errado. Não é que os olhos de Deus podem ver melhor que os nossos, mas que Deus vê a realidade espiritual.

Não nos é difícil ver que a condição da igreja hoje está desolada. Algumas vezes achamos que certos irmãos ou irmãs estão igualmente desolados. Mas, se os filhos de Deus são iluminados pelo Senhor, eles verão que suas muitas fraquezas e falhas são mentiras. Se a realidade espiritual é verdadeira, então tudo aquilo é mentira. Por exemplo, considere um garotinho que foge para a rua e volta coberto com lama. Embora ao entrar em casa ele esteja sujo, eu digo que ele é limpo e bonito. É verdade que seu corpo está coberto com sujeira, mas a sujeira não veio dele. Uma vez lavado, ele ficará limpo novamente. Cada filho de Deus deve ver que mesmo antes de ser lavado, ele é bom. A sujeira é uma mentira; a realidade dele é boa. Hoje a Igreja não parece tão gloriosa quanto Deus diz, mas hoje a igreja é gloriosa. Se você tem discernimento espiritual, embora a igreja não esteja lavada, você ainda consegue ver que ela é boa. Por essa razão, você também pode agradecer a Deus continuamente pela igreja. Hoje a igreja é gloriosa, sem macula, nem ruga, nem coisa alguma semelhante (Ef.5:25-27). Sem mácula significa sem pecado, e sem ruga significa não envelhecida, sempre conservando seu frescor diante do Senhor. Deus disse que a igreja de Éfeso é boa, sua realidade espiritual é que é boa.

“E que puseste a prova os que a si mesmo se declaram apóstolos e não são, e os achates mentirosos”. O Senhor disse algo sobre provar os apóstolos, o que prova que após a era apostólica ainda havia apóstolos na igreja. Se houvesse apenas doze apóstolos, então todos eles teriam de perguntar se o declarado apóstolo era João ou não. Se não fosse João, então ele não poderia ser um apóstolo, porque nesta época todos os outros onze apóstolos haviam morrido e restava apenas João. A necessidade de os apóstolos serem provados confirma que após os doze apóstolos houve ainda mais apóstolos.

Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. A palavra primeiro em grego é prôten. Isto se refere não apenas a primazia em tempo, mas também em natureza. Em Lucas capitulo 15, o pai deu a melhor veste para vestir o filho pródigo; a palavra melhor também é prôten.

E se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. As igrejas nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse, não são apenas as igrejas proféticas, mas também as igrejas que estavam realmente em sete localidades na Ásia. É extraordinário, porque a história diz-nos que por mais de mil anos, não tem havido igreja em Éfeso. O candeeiro foi removido; mesmo a sua aparência exterior foi removida. Hoje em dia há igrejas em Corinto, Roma e assim por diante, mas nenhuma em Éfeso. Porque não se arrependeu o candeeiro foi removido.

“Tens, contudo, a teu favor, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio”. Os nicolaítas não podem ser encontrados na historia da igreja. Uma vez que Apocalipse é um livro de profecia, ainda devemos atentar para o significado da palavra – nicolaítas – em grego é composta de duas palavras: nikao - significa conquistar ou sobre os outros.- Laos – significa povo comum ou povo secular ou laicado. Então, nicolaita significa conquistado o povo comum, subindo sobre o laicado. Nicolaítas, portanto, refere-se a um grupo de pessoas que se auto-avaliam muito acima dos crentes comuns. O Senhor está acima, os crentes comuns estão abaixo. Os nicolaítas estão abaixo do Senhor, contudo acima dos crentes comuns. O Senhor odeia o comportamento dos nicolaítas. A conduta de elevar-se sobre e acima dos crentes comuns como uma classe mediadora é o que o Senhor detesta, é algo para ser odiado. Mas naquela época havia somente o comportamento; este ainda não se havia tornado um ensinamento.

No Novo Testamento há um princípio fundamental: todos os filhos de Deus são os sacerdotes de Deus. Em Êxodo capitulo 19, Deus convocou o povo de Israel dizendo: Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos: porque toda a terra é minha, vos me sereis reino de sacerdotes e nação santa. Deus ordenou no principio, que toda a nação fosse sacerdotes, mas não muito depois ocorreu o incidente da adoração ao bezerro de ouro. Moises quebrou as tábuas da lei e disse: Quem estiver do lado de Deus mate seu irmão. Naquela ocasião os Levitas permaneceram ao lado do Senhor, e como resultado, naquele dia três mil israelitas foram mortos (Ex.32:25-29). Doravante, somente os levitas poderiam ser sacerdotes: o reino de sacerdotes tornou-se uma tribo de sacerdotes. O restante do povo de Israel não poderia ser sacerdote, e deveria depender dos levitas para que estes fossem os sacerdotes em seu favor. A classe sacerdotal no Velho Testamento era uma classe mediadora. Mas, no Novo Testamento, Pedro diz: Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus (I Pe.2:9). Nós, a igreja toda, somos sacerdotes; isto retorna a condição do inicio. (Ap.1:5-6 diz que todos quantos foram lavados no sangue são sacerdotes. Os sacerdotes estão encarregados dos negócios de Deus, cada crente está encarregado dos negócios de Deus. Não deve haver uma classe mediadora na igreja. A igreja tem apenas um sumo sacerdote, o Senhor Jesus).

Antes de haver mudança na igreja, todos os crentes cuidavam dos assuntos do Senhor. Mas, depois dos apóstolos, esta condição começou a mudar, os homens começaram a perder o interesse quanto à questão de servir ao Senhor. Quando a Igreja Católica Romana começou (na época de Pérgamo), havia poucos que eram salvos, mas muitos que eram batizados, portanto incrédulos encheram a igreja. Então, apareceram uns grupos de “cléricos”. Desde que havia membros que não eram espirituais, que deveriam eles fazer? Dizer-lhes para colocarem de lado o livro da contabilidade e pegar a Bíblia para pregar, não seria conveniente. Assim, um grupo de pessoas foi separado para ter cuidado especial pelos assuntos espirituais, enquanto o restante fazia o trabalho secular. Portanto, o clero foi produzido contrariamente ao desejo de Deus, pois Ele deseja que todos nós devamos fazer o trabalho secular e também tomar conta dos assuntos espirituais.

Na Igreja Católica Romana, distribuir o pão, impor as mãos, batizar, etc., e tudo realizado pelos padres católicos, mesmo casamentos e funerais devem ser dirigidos pelo clero. Nas Igrejas Protestantes há os pastores. Para doenças chame o médico, para assuntos legais chame o advogado, para assuntos espirituais chame o pastor. E quanto a mim? Eu posso dedicar-me ao trabalho secular sem distração. Por favor, lembre-se, no taoísmo há sacerdotes taoístas para cantar a liturgia para o povo, no judaísmo há sacerdotes para lidar com as coisas de Deus para os homens, mas na igreja, não deve haver qualquer classe mediadora, porque nós mesmos somos todos sacerdotes.

É por esta razão que nestes vinte anos temos gritado a respeito do “sacerdócio universal”. Abel pode oferecer sacrifícios, assim como Noé. No inicio todo o povo de Israel podia oferecer sacrifícios, mais tarde, por causa do incidente do bezerro de ouro, eles não mais podiam oferecer sacrifícios por si mesmos. Deus diz que cada crente pode vir diretamente a Deus. Mas, agora, há o pessoal mediador na igreja. Hoje há os nicolaítas na igreja, então, o cristianismo tornou-se judaísmo.

O Senhor fica satisfeito com os que rejeitam a classe mediadora. Se o sangue o lavou, você tem participação direta nos assuntos espirituais. A igreja pode ser fundamentada apenas sobre esta base, do contrário é Judaísmo. Portanto, aquilo pelo qual lutamos não é somente a questão de seitas, mas a questão do privilégio do sangue. Hoje há três categorias principais de igrejas no mundo: uma é a igreja do mundo, isto é, a Igreja Católica Romana, outra, são as igrejas estatais, tais como a Igreja Anglicana e a Igreja Luterana, e a outra, são as igrejas independentes, tais como a Igreja Wesleyana, a Igreja Presbiteriana, etc. A Igreja que Deus quer estabelecer é aquela na qual Ele coloca todo o evangelho sem a classe mediadora. Todo o que excede quanto o evangelho todo entra não pode ser a Igreja.

Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz as Igrejas. O Senhor fala da mesma maneira a todas as sete igrejas, mostrando que não somente a igreja em Éfeso necessita ouvir, mas todas as igrejas devem ouvir.

Ao vencedor dar-lhe-ei que se alimente da arvore da vida que se encontra no paraíso de Deus. A questão não é o que a arvore da vida é, mas se você está disposto a seguir a intenção inicial de Deus – comer o fruto da arvore da vida no jardim de Deus. Apenas os vencedores podem comer. 



Capitulo 2 do Livro A Ortodoxia da Igreja - W.Nee - Ed. Árvore da Vida

Aperfeiçoados para aperfeiçoar outros.


Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (2 Tm 2:15)

Rm 6:6; Ef 4:13

O objetivo do aperfeiçoamento, no tempo presente, é a edificação do Corpo de Cristo e, no futuro, é nos preparar para governar o mundo que há de vir. Essa é a finalidade da obra do ministério. Se temos a vida de Deus prevalecendo em nossa alma, preenchemos o primeiro requisito para reinar com o Senhor. Mas só seremos capacitados a exercer alguma função no reino se estamos sendo aperfeiçoados hoje para a obra do ministério.
Por exemplo, uma criança precisa crescer para se tornar um adulto, mas apenas o crescimento físico não é suficiente para alguém assumir responsabilidades. Uma criança somente se tornará um adulto responsável e capacitado a trabalhar se estiver recebendo educação, instrução e estudo durante o seu crescimento. Da mesma maneira, para reinarmos no futuro não basta obtermos o crescimento da vida divina; é fundamental recebermos o aperfeiçoamento para a obra do ministério (Ef 4:13). Graças ao Senhor, Ele mesmo concedeu para a igreja esses ministros que, por já terem sido aperfeiçoados, podem aperfeiçoar os santos para que estes executem a obra do ministério. Dessa maneira, todos estaremos preparados para exercer as funções que nos serão entregues no reino dos céus.
O aspecto mais importante na obra do ministério é o ministério da Palavra. O ministro da Palavra se encarrega do profetizar, isto é, falar por Deus. Há muitos cristãos que foram salvos há anos, mas ainda não aprenderam a falar pelo Senhor, ou seja, não receberam o devido aperfeiçoamento. Se alguém já possui o ministério da palavra, precisa ajudar outros a desempenharem essa função. O profeta deve ensinar os outros a ser profetas, a receber a revelação de Deus no espírito e a ministrar a Palavra de Deus com encargo, suprindo a vida divina aos irmãos na igreja. Do mesmo modo, um evangelista também precisa falar por Deus. Ele deve auxiliar os irmãos a pregar o evangelho, levando a fé às pessoas. Pregar o evangelho não é somente ensinar o caminho para o perdão dos pecados, mas levar outros filhos de Deus a desempenhar a função de evangelistas. O mestre, por sua vez, ensina as verdades bíblicas aos irmãos, ajudando-os a receber luz e revelação na Palavra de Deus.
Também devemos exercer nossa função no segundo aspecto do ministério, que são os serviços na igreja. Além disso, é muito importante desempenharmos o terceiro aspecto do ministério, que trata das ofertas de riquezas materiais. Quando ofertamos nosso dinheiro ao Senhor, essa oferta serve de suporte aos demais ministérios, cooperando com os serviços e com a propagação do evangelho em vários lugares.

28 maio, 2012

Refletindo...

A Palavra de Deus


“Hoje temos de estar esclarecidos diante do Senhor. Não podemos estar sob nenhuma outra autoridade que não seja a Palavra de Deus. Não conheço nenhuma outra autoridade. Não sei o que é teologia; não sei o que é a palavra do homem; não sei o que é a tradição da igreja. Eu sei apenas o que a Bíblia diz, e somente o que ela diz é que interessa. Devemos sujeitar-nos somente a ela. Não podemos mudar a Palavra de Deus. A Palavra de Deus relata-nos o destino de Seus filhos. Ela nos conta o que experimentaremos no reino. Devemos prestar atenção a estas questões, pois cedo ou tarde nos depararemos com elas novamente. Se dermos atenção a elas, seremos cuidadosos na maneira de viver na terra hoje.”
Fonte: O evangelho de Deus - Watchman Nee

Aperfeiçoados para reinar.

Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar (1 Pe 5:10)

1 Co 14:5; Ef 4:11-12


A vida da igreja não é somente realizar atividades. Mesmo que nos envolvamos com muitas atividades, devemos perceber que isso é para que aprendamos o mais importante: negar a nós mesmos. Quando realizamos a obra que o Senhor nos entrega, é que nos deparamos com a manifestação de nossa vida da alma. Nesse momento, surge a oportunidade de tomarmos a cruz para fazer morrer a nossa velha natureza. Louvamos ao Senhor, pois Ele nos revelou que isso é o item mais importante na vida da igreja.

Quanto mais negamos a nós mesmos, tomando a cruz, mais da vida de Deus nos é acrescentada. De certa forma, isso nos torna aptos a reinar com Cristo no mundo que há de vir, mas ainda não é tudo. Além disso, ainda precisamos ser aperfeiçoados na obra do ministério, pois aqueles que reinarão receberão responsabilidades. Portanto, por um lado, pagamos o preço de negar a vida da alma; por outro, somos aperfeiçoados servindo a Deus na igreja.

Quem nos aperfeiçoa? Conforme Efésios 4:11-12, Deus concedeu à igreja determinadas pessoas para o aperfeiçoamento dos santos. Primeiro são mencionados os apóstolos, irmãos que já passaram por certo aperfeiçoamento e auxiliam outros a negar a si mesmos. Há também os profetas, que foram aperfeiçoados para falar por Deus e podem auxiliar os demais irmãos nesse ministério; em seguida, temos os evangelistas, que os ajudam a pregar o evangelho. Além desses, temos os pastores, que apascentam os irmãos; e os mestres, que lhes ensinam a Palavra. Cada uma dessas funções foi concedida por Deus para o nosso aperfeiçoamento, com o objetivo de nos preparar para reinar no mundo vindouro.

Se alguém tem a função de apóstolo, evangelista, pastor ou mestre, deve se lembrar de que isso foi concedido por Deus para o aperfeiçoamento dos irmãos e a edificação da igreja. Quem recebeu alguma dessas funções não deve se portar como se fizesse uma obra própria, nem deve tomar para si as funções dos outros membros do Corpo de Cristo.

O objetivo de Deus não é ter poucos apóstolos monopolizando a obra na igreja, mas multiplicar essas funções para muitos outros irmãos. Quanto aos profetas, eles não falam por Deus com exclusividade. A principal função de um profeta como ministro da Palavra, além de ministrar o falar de Deus hoje, o Seu encargo, é levar outros a também falar por Deus. Ele deve desejar que haja muitos participando do ministério da Palavra (1 Co 14:5). De igual modo, os evangelistas não são os únicos a pregar o evangelho. Quando participamos da propagação do evangelho, não fazemos esse serviço sozinhos, porque podemos contar com os evangelistas para nos aperfeiçoar. O desejo de Deus é que muitos filhos Seus sejam ministros do evangelho. O mesmo pode ser dito com relação às funções de pastor e mestre que cuidam do rebanho de Deus e o ensinam a praticar a Palavra. Isso significa que cada um de nós deve ser ativo na edificação do Corpo de Cristo.

Quanto mais somos aperfeiçoados, maior será nossa função na era vindoura, onde seremos úteis para cooperar com o Senhor Jesus em Seu reino.

27 maio, 2012

Refletindo...

Chamado do Alto
Se Deus tem chamado você para que seja verdadeiramente com Jesus com todas as forças de seu espírito, Ele estimulará você para que leve uma vida de crucificação e de humildade e exigirá tal obediência que você não poderá imitar os demais cristãos, pois Ele não permitirá que você faça o mesmo que fazem os outros, em muitos aspectos.

Outros, que aparentemente são muito religiosos e fervorosos, podem ter a si mesmos em alta estima, podem buscar influência e ressaltar a realização de seus planos; você, porém não deve fazer nada disso, pois, se tentar fazê-lo, fracassará de tal modo e merecerá tal reprovação por parte do Senhor, que você se converterá em um penitente lastimável.

Outros poderão fazer alarde de seu trabalho, de seus êxitos, de seus escritos, mas o Espírito Santo não permitirá a você nenhuma dessas coisas. Se você começar a proceder dessa forma, Ele consumirá em uma mortificação tão profunda que você depreciará a si mesmo tanto quanto a todas as suas boas obras.

A outros será permitido conseguir grandes somas de dinheiros e dar-se a luxos supérfluos, porém Deus só proporcionará a você o sustento diário, porque quer que você tenha algo que é muito mais valioso que o ouro: uma absoluta dependência Dele e de Seu invisível tesouro.

O Senhor permitirá que os demais recebam honras e se destaquem, enquanto mantém você oculto na sombra, porque Ele quer produzir um fruto seleto e fragrante para Sua glória vindoura, e isso só pode ser produzido na sombra.

Deus pode permitir que os demais sejam grandes, mas você deve continuar sendo pequeno; Deus permitirá que outros trabalhem para Ele e ganhem fama, porém fará com que você trabalhe e se desgaste sem que saiba ao menos quanto está fazendo. Depois, para que seu trabalho seja ainda mais valioso, permitirá que outros recebam o crédito pelo que você faz, com o fim de lhe ensinar a mensagem da cruz: a humildade e algo do que significa participar de Sua natureza. O Espírito Santo manterá sobre você uma estrita vigilância e, com zeloso amor, lhe reprovará por suas palavras, ou por seus sentimentos indiferentes, ou por malgastar seu tempo, coisas essas que parecem não preocupar aos demais cristãos.

Por isso, habitue-se à idéia de que Deus é um soberano absoluto que tem o direito de fazer o que Lhe apraz com os que Lhe pertencem e que não pode explicar-lhe a infinidade de coisas que poderiam confundir sua mente pelo modo como Ele procede com você. Deus lhe tomará a palavra; e se você se vende para ser Seu escravo sem reservas, Ele o envolverá em um amor zeloso que permitirá que outros façam muitas coisas que a você não são permitidas. Saiba-o de uma vez por todas: você tem de se entender diretamente com o Espírito Santo acerca dessas coisas, e Ele terá o privilégio de atar sua língua, ou de colocar algemas em suas mãos ou de fechar seus olhos para aquilo que é permitido aos demais. Entretanto, você conhecerá o segredo do reino. Quando estiver possuído pelo Deus vivo de tal maneira que se sinta feliz e contente no íntimo de seu coração com essa peculiar, pessoal, privada e zelosa tutoria e com esse governo do Espírito Santo sobre sua vida, então haverá encontrado a entrada dos céus, o chamado do alto, de Deus.


Autor desconhecido.

Viver o evangelho do reino.

Por dois anos, permaneceu Paulo na sua própria casa, que alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo
(At 28:30-31)
Mt 3:17; 4:17, 23; 6:9-10, 33; 7:21; 9:35; 11:12; 13:11; 21:43; 25:1

O primeiro livro do Novo Testamento, embora apresente a revelação da igreja, mostra que o foco de Deus é o Seu reino (Mt 3:17; 4:17, 23; 6:9-10, 33; 7:21; 9:35; 11:12; 13:11; 21:43; 25:1). O Senhor deseja voltar e estabelecer Seu reino na terra. Por isso Ele deu à igreja as chaves do reino e nos incumbiu de pregar o evangelho do reino em todo lugar (Mt 16:19; 24:14). Mas para isso é preciso ir até onde as pessoas estão.

Aleluia! Isso é que temos praticado. O viver da igreja não pode se restringir a um salão de reuniões nas cidades, a um lugar fixo para a concentração de pessoas. Para vencer essa limitação e levar vida para o maior número de pessoas em nossa cidade, o Senhor nos deu duas ferramentas: o bookafé e a colportagem.

O bookafé é um espaço, um ambiente informal, preparado para receber as pessoas. Ali qualquer pessoa pode entrar, tomar um café e, ao mesmo tempo, ser conduzido à Fé por meio dos livros espirituais expostos e disponíveis para leitura ou aquisição. No bookafé também há um lugar de oração para conversarmos com as pessoas, apresentar seus
pedidos a Deus, ajudá-las a invocar o nome do Senhor e ganhar a salvação. Nossa meta é que haja pelo menos um bookafé em cada bairro. Se em cada bairro houver um bookafé, com colportores dando apoio, muitas casas serão abertas e muitos filhos de Deus serão despertados a crescer na vida divina para reinar com o Senhor.

No livro de Atos vemos que muitas igrejas começaram sem haver sequer um local de reuniões, ou templo. Na igreja em Filipos, por exemplo, o que vemos é um lugar de oração junto ao rio, a partir do qual a casa de Lídia foi aberta para os irmãos. Depois o carcereiro se converteu e abriu sua casa para reuniões (cf. At 16:13, 15, 32-33, 40). Provavelmente até mesmo os prisioneiros que ouviram Paulo e Silas cantar e dar louvores a Deus, e que viram o terremoto e as cadeias se romperem, mas que não saíram dali, devem ter se convertido e, depois de serem libertos, abriram suas casas. Essa era a igreja em Filipos.

Além do bookafé, temos os colportores, que são aperfeiçoados nos CEAPEs (Centro de Aperfeiçoamento para Propagação do Evangelho). Colportor não é aquele que vende os livros para sustentar-se. Podemos dizer que quem pensa assim tem um pensamento caído, degradado. Aos olhos de Deus, o colportor é um sumo sacerdote, que deve suprir Urim e Tumim, isto é, a Palavra revelada, às pessoas.

Um colportor supre a Palavra revelada de Deus às pessoas, por meio dos livros, e dessa maneira as ajuda a conhecer a vontade do Senhor. O trabalho deles é o trabalho de um sumo sacerdote. Além disso, seu objetivo não é apenas passar o livro para elas, mas ajudálas a compreender o que estão lendo, visitando-as e até mesmo lendo os livros com elas. Em seguida, visitará seus vizinhos, ou seus amigos, e logo haverá ali, naquele bairro, um grupo de pessoas se reunindo. Nesse momento, portanto, o colportor atuou como um apóstolo.

Também temos visto que é necessário pregar o evangelho do reino em outros continentes para apressar a volta do Senhor. Graças ao Senhor já entramos na Europa. Também o Senhor já abriu a obra na África. No México, assim como em outros lugares, a obra está se expandindo. Para a obra na Europa, por exemplo, pelo fato de se falarem outras línguas além do português e do espanhol, surgiu a necessidade de termos o Projeto Línguas e Nações, em Goiânia, que é um CEAPE com ênfase no ensino de línguas, principalmente o inglês e o francês, com vistas a equipar os irmãos que têm encargo de servir em outros países e habilitá-los a comunicar-se bem nesses lugares.

Mas ainda faltava, entre os países que têm aceitação ao evangelho, a América do Norte. Então, este ano o presidente norte-americano facilitou a concessão de vistos para cidadãos do Brasil e da China e deu-lhes as boas-vindas para quem quiser entrar nos Estados Unidos. Isso foi um sinal para nós de que o Senhor está nos dando a oportunidade de ter um novo início naquele continente. O Senhor tem pressa de voltar e estabelecer Seu reino na terra e por isso tem aberto diversas portas para isto.

“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24:14). Vemos que nossa incumbência é pregar o evangelho do reino por toda a terra habitada. É esse viver da igreja que o Senhor quer que vivamos!

26 maio, 2012

Refletindo...

A vida que vence

“Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.”Cl 3:3

A vida que Deus determinou para os cristãos é aquela vida que está oculta com Cristo em Deus. Nada pode tocar, afetar ou abalar essa vida. Assim como Cristo é inabalável, também o somos. Assim como Cristo transcende todas as coisas, também nós. Assim como Cristo está perante Deus, também nós estamos perante Ele. Jamais devemos nutrir o pensamento de que somos fracos e derrotados. Para o cristão, não existe fraqueza e derrota; pois "Cristo é a nossa vida" (Cl 3:4). Nada pode tocar nosso Senhor. Essa é a vida de Cristo!
Livro: A Vida que Vence.

Pregar o evangelho do reino por toda a terra.

E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor (Mt 9:35-36)
Mt 14:16; 24:14; Mc 1:32-39; 16:15-16


Junto com algumas famílias provenientes da Ásia começamos a nos reunir na cidade de São Paulo e, por não conhecer a língua portuguesa, pregávamos o evangelho somente aos chineses. Assim a igreja em São Paulo foi crescendo em número, porém sem nenhum brasileiro se reunindo conosco.

Durante quinze anos no Brasil, embora estivesse envolvido com vários negócios em São Paulo, o Senhor me levou a visitar algumas cidades nos finais de semana para cuidar de irmãos que estavam dispersos em outros estados.

Então, em 1975, a obra do Senhor entre nós teve um novo começo forte entre os de língua portuguesa. A um grupo de jovens cristãos em Ribeirão Preto, de tendência “hippie”, foram apresentados livros de Watchman Nee que falavam da unidade da igreja, e, interessados em praticar o que estavam vendo nesses livros, finalmente nos encontraram em São Paulo e nos convidaram para visitá-los.

Tomei o encargo de ir até eles e já no primeiro contato ajudei-os a invocar o nome do Senhor. Foi uma reação tremenda, pois, naquela reunião, aqueles jovens começaram a invocar o Senhor de tal maneira que não queriam parar mais de fazê-lo. Todos ficaram cheios do Espírito, e muita alegria e gozo transbordaram dali. Muitos desses jovens entraram em diferentes universidades de outras cidades. Aonde iam, pregavam o evangelho e ensinavam as pessoas a invocar o nome do Senhor. Foi um verdadeiro marco. Essa é a razão de ter dito antes que a obra do Senhor no Brasil começou com o invocar o nome do Senhor.

Desde então, vários irmãos, em várias cidades do Brasil e América do Sul começaram a invocar o nome do Senhor e se reunir como igreja em sua cidade. Hoje, essa prática tem sido levada também ao continente europeu, africano, centro e norte-americano. Graças ao Senhor!

Vale ressaltar que durante esses anos a revelação da Palavra de Deus não cessou em nosso meio. A cada semestre, junto com a Palavra ministrada, ganhamos uma orientação prática. No início, por causa da orientação que recebíamos dos irmãos que estavam a nossa frente na obra do Senhor, dávamos muita ênfase ao nosso desfrute nas reuniões da igreja. Por causa disso, concentrávamos nossas atividades no local de reuniões das igrejas: mensagens, serviços, pregação do evangelho da graça, e nossa expectativa era que as pessoas viessem reunir conosco. Sem querer dávamos a impressão de sermos fechados para a comunhão com outros cristãos. O Senhor, porém, teve misericórdia de nós e nos mostrou que precisávamos nos arrepender. Foi com esse sentimento que surgiu o Jornal Árvore da Vida em 1989.

Com o passar dos anos o Senhor nos mostrou algo mais: que o viver da igreja não pode ser apenas para nós. A vida que está em nós deve ser suprida a outras pessoas. Diante disso começamos a ver melhor a vontade do Senhor e Seu encargo pelas pessoas. Ele nos abriu os olhos para ver os “campos prontos” e as “multidões famintas e exaustas” e, movidos com a mesma compaixão que houve no Senhor (Mt 9:35-38; 14:16; Mc 1:32-39; 16:15-16), despertou em nós o encargo de alimentar nossos conservos com aquilo que estávamos recebendo da Palavra de Deus (Mt 24:14). Vida para todos!

Infelizmente muitos cristãos estacionaram em sua busca espiritual e estão contentes com as bênçãos que receberam. É nossa responsabilidade, portanto, levar a palavra que supre vida aos filhos de Deus. Precisamos ajudá-los a invocar o nome do Senhor e serem despertados para o crescimento espiritual a fim de fazer a vontade do Senhor, pois o reino
dos céus está próximo.

24 maio, 2012

Minha experiência de salvação e vinda para o Brasil.

O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação (At 17:24-26)
Rm 8:28

Louvado seja o Senhor, um dia o evangelho também chegou até mim. Eu era um empresário bem sucedido na ilha de Taiwan, mas, mesmo tendo empresas, comércios e indústrias, ainda me sentia vazio e sem saber aonde ir.

Eu não conhecia a igreja, mas conhecia um homem chamado Cha, que era um cristão que sempre visitava meus pais para falar-lhes o evangelho. Todos os domingos, não importasse o tempo ou as dificuldades, ele vinha à nossa casa. Enquanto meus pais liam a Bíblia com ele, eu, por outro lado, passava a tarde jogando, mas o irmão Cha nunca me recriminou por isso.

Até que um dia estava caminhando na cidade de Taipei, e entrei no templo da igreja onde o senhor Cha se congregava. Todos estavam ajoelhados no chão, recebendo um pedaço do pão, e, embora não soubesse que aquilo se tratava da ceia do Senhor, eu também comi do pão e tomei do cálice ali. O Senhor Jesus já estava começando a trabalhar em meu interior, mas eu não sabia.

Naquela época, pouco a pouco as igrejas que buscavam a unidade se levantaram em Taiwan, e eu comecei a me congregar em um dos lugares de reunião da igreja em Taipei. Quem estava na liderança da igreja era o irmão Witness Lee, que fora cooperador de W. Nee na China.

No final dos anos 50, o irmão Lee nos encorajou a migrar para levarmos esse evangelho da unidade da igreja a outros continentes. Em obediência a esse chamamento, decidi vir para o Brasil. Aqui já havia famílias chinesas de Hong Kong, Filipinas e Malásia se reunindo como igreja em São Paulo. Um desses irmãos era o irmão Samuel Ma, que se mudara de Hong Kong para o Brasil com sua família alguns anos antes e me encorajou a não vir sozinho, mas com toda minha família. Ele nos escreveu uma carta convite, e nós viemos.

O navio para o Brasil, porém, saía uma vez por mês de Hong Kong. Fomos para lá e esperamos o dia do embarque, hospedados no local de reuniões da igreja em Hong Kong. Havia ali duas irmãs inglesas, que eram cooperadoras do irmão Watchman Nee. Elas nos orientaram a adotar nomes ocidentais para mim e familiares. Deram-me o nome de João, embora nunca tenha usado esse nome. Assim, eu, minha esposa, mais cinco filhos viajamos quarenta e oito dias de Hong Kong até Santos. Graças ao Senhor, tudo estava debaixo de Seu arranjo soberano (At 17:24-26; Rm 8:28).

A revelação da unidade da igreja.

Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos (Ef 4:4-6)
1 Co 12:12-13; Ap 1:11; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 7, 14


Watchman Nee foi salvo bem jovem e em seu coração ardia o desejo que seus colegas de escola fossem salvos. Ele não tinha um método específico para pregar o evangelho, mas orava por todos eles e os convidava para juntos lerem a Bíblia. Então, pouco a pouco, o número de pessoas que liam a Bíblia com ele passou a aumentar. Como resultado, pelo seu testemunho, numa turma de cerca de cem pessoas, apenas dois ou três não se haviam convertido.

As reuniões eram feitas no jardim do colégio, o que atraiu a atenção dos missionários estrangeiros, que lhes sugeriram transferir as reuniões do colégio para onde eles faziam as suas. Contudo esses missionários pertenciam a grupos diferentes; uns eram metodistas, outros luteranos, outras batistas e outros ainda pentecostais. Dessa forma, o grupo dos irmãos que se reuniam com W. Nee no colégio se dividiu entre os vários grupos missionários existentes, e, por fim, a doce comunhão entre eles acabou.

Watchman Nee pensou: “Por que isso está acontecendo? Nós fomos salvos, fomos batizados no Espírito para dentro de um só Corpo (1 Co 12:13). Agora, as pessoas que eu trouxe para o Senhor se dividiram, o amor que nós pregávamos por meio da Palavra não se vê mais e os irmãos se tratam como inimigos”.

Foi quando ele começou a perceber a importância do trabalho da unidade (Ef 4:4-6) e viu que na Bíblia não há denominações, mas somente há a igreja em cada cidade, como a igreja que estava em Corinto (1 Co 1:2), a igreja em Éfeso, a igreja em Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia (Ap 1:11; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 7, 14), todas cidades da Ásia.

Portanto ele começou a pregar isso, esperando que as pessoas deixassem de defender as bandeiras doutrinárias, que os dividiam, e juntas buscassem o Senhor, mas a resposta não foi grande na época.

Graças ao Senhor, esses ensinamentos saudáveis sobre a unidade entre os filhos de Deus chegaram até nós, e hoje podemos desfrutar da realidade da vida da igreja, vivendo em unidade e amor uns com os outros, não enfatizando doutrinas ou ensinamentos que nos dividem, mas a fé comum que nos une (Tt 1:4)!

23 maio, 2012

Refletindo...


Ficar Firme

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, Para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo. Ef. 6:11

A expressão "ficar firme" significa, neste contexto, "defender seu território". Não é, na linguagem moderna, uma ordem para marchar, para invadir um território estrangeiro com o objetivo de ocupá-lo e conquistá-lo. Deus não nos disse para fazê-lo. "Ficar firme" implica que o território disputado pelo o inimigo é, de fato, de Deus e, consequentemente, nosso. Foi o Senhor Jesus quem tomou a ofensiva contra o reino de Satanás para conquistar, pela morte e ressurreição, uma poderosa vitória.

Hoje, lutamos apenas para manter e consolidar a vitória que Ele já conquistou.
Talvez esta seja a razão por que a armadura descrita aqui é extremamente defensiva. O território é Dele. Não lutamos para conquistar um lugar nele. Precisamos apenas defendê-lo de todos os inimigos. 


(Livro: Uma Mesa no Deserto) 

A experiência de conversão na família de Watchman Nee.


Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus (Mt 5:16)

At 2:38-40

Damos graças ao Senhor por termos recebido muitas verdades com respeito à unidade da igreja e a base para se praticar essa unidade por meio do irmão Watchman Nee. De sua história também podemos aprender algumas lições.
Cerca de duzentos anos atrás, iniciou-se a entrada do cristianismo na China, por parte de missionários enviados da Europa e da América do Norte. Naquela época, praticamente todo o país estava debaixo do ensinamento de Confúcio. Embora o confucionismo em si não seja uma religião, mas uma filosofia, todo o povo chinês estava debaixo dessa influência filosófica. A religião predominante entre os chineses era o budismo.
Os missionários cristãos enviados para a China certamente tinham um forte desejo de apresentar Jesus para o povo chinês. Muitos deles, porém, acabaram não pregando somente a pessoa de Jesus, mas o ideal de sua missão, de modo que se espalharam no meio do povo chinês muitos e muitos ensinamentos cristãos diferentes. Também aconteceu que muitos chineses se agregaram às missões estrangeiras para obter delas algum benefício financeiro.
O pai do irmão Watchman Nee era rico, e sua mãe fazia parte de um grupo cristão, mas não havia tido ainda uma experiência genuína de conversão ao Senhor Jesus. Nas horas ociosas, sua família tinha por hábito jogar em casa majon, um jogo disputado entre quatro pessoas numa mesa, no qual se ganhava ou se perdia dinheiro. Usavam como desculpa que jogavam para fazer amigos, mas ignoravam que jogar para ganhar dinheiro dos outros era cobiçar o que era do outro.
Visto que seu pai era próspero e sua mãe fazia parte de um grupo cristão, o irmão W. Nee viu várias vezes em sua casa missionários e pastores estrangeiros, que os visitavam com o intuito de arrecadar alguma oferta para a missão. Às vezes o pastor chegava durante o jogo, entrava em sua casa e, de maneira muito humilde, sentava-se ao lado da mesa para acompanhar o jogo. Quando a mãe do irmão Nee ganhava dinheiro na mesa, entregava ao pastor como oferta para a igreja. Vendo a maneira como sua mãe se comportava, W. Nee se tornou bastante avesso ao cristianismo.
Um dia, porém, sua mãe mudou. Ocorreu que um belo e precioso vaso foi encontrado quebrado na casa dela, e, ao encontrá-lo, W. Nee foi culpado e severamente repreendido por sua mãe. Embora tentasse explicar que não fora ele, de nada adiantou, por isso ele se ofendeu e, abatido pela atitude injusta da mãe, tornou-se ainda mais avesso ao cristianismo. Entretanto, após alguns dias, sua mãe voltou do culto e, ao encontrá-lo, ela se aproximou e lhe pediu perdão por tê-lo culpado e repreendido severamente. Surpreso, o jovem W. Nee quis saber o que teria causado tamanha mudança nela.
Ele então descobriu que uma missionária havia pregado o evangelho puro para sua mãe, ela se convertera e, como resultado, pediu-lhe perdão. A pregadora chinesa era Dora Yu, enviada por uma missão coreana, e o evangelho que ela pregava era verdadeiramente o evangelho de perdão de pecados (At 2:38-40). Por isso a mãe de Watchman Nee, numa atitude rara na China, foi constrangida a pedir-lhe perdão.
Graças ao Senhor, o evangelho chegou até a família do irmão Nee, de modo que também ele se converteu e, posteriormente, foi muito usado por Deus para apresentar as verdades que o Senhor lhe revelou. Jesus é o Senhor!

22 maio, 2012

Refletindo...

O Poder da Harmonia na Oração.
“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 18.18).

As palavras de Jesus concedem grande poder à igreja. De acordo com esse texto, a ação na Terra precede a ação no Céu.

Não que o Céu liga primeiro, mas sim a Terra; não que o Céu desliga primeiro, mas que a Terra desliga primeiro. A ação do Céu é governada pela ação da Terra. Tudo o que contradiz a Deus precisa ser atado, e tudo o que concorda com Deus precisa ser desatado. Seja o que for que deva ser atado ou desatado, o atar ou desatar começa na Terra. A ação na Terra precede a ação do Céu, pois a Terra governa o Céu.

Como pode ser isso? Primeiro, são afirmações muito fortes que parecem colocar a Terra acima do Céu. A igreja hoje (assim como o foi em outras épocas da sua história ) está cheia de pessoas que gostariam muito de exercer esse poder, de mover Deus, de mudar as circunstâncias, de ter domínio sobre as coisas. Sabemos que, na grande maioria dos casos, o resultado não é o esperado, e o homem e a igreja na Terra continuam não governando coisa alguma.

O contexto da passagem acima é muito claro: Jesus estava falando à Igreja (veja Mt 18.17). Ele estava entregando as chaves do Reino para a Igreja. Assim como Jesus possuía essas chaves e ligava e desligava as coisas na Terra durante seu ministério aqui, ele estava comissionando seus discípulos e seguidores, sua Igreja, a fazer o mesmo (confere Lc 22.29; Jo 14.12 etc.).

Em outras palavras, Deus se autolimitou para agir por meio da Igreja. Não temos base bíblica para fazer declarações extremas, como, por exemplo, que Deus não pode fazer nada a não ser pela Igreja, mas podemos afirmar que esse é o seu princípio de ação. Desde a criação, seu grande plano é agir em cooperação com um instrumento frágil e impotente, que é o homem, para frustrar e vencer seu arquiinimigo, Satanás.


A Vontade de Deus

Deus recusa-se a simplesmente usar sua vontade superior para vencer Satanás, ou mesmo o homem. Ele está trabalhando de acordo com um plano meticuloso para trazer a vontade do homem à harmonia com a sua. A harmonia da vontade do homem com a vontade de Deus será de fato o maior trunfo e a maior glória para Deus.

Dessa forma, podemos concluir que o ministério ou vocação da Igreja não é meramente pregar o Evangelho, mas trazer à Terra a vontade que está nos céus. E como a Igreja faz isso? Através do ministério da oração, que não é uma atividade meramente devocional ou opcional, mas uma obra relacionada com a função central da Igreja.

Como se define, então, o ministério da oração? É Deus dizendo à Igreja o que ele deseja fazer, de modo que a Igreja na Terra possa orar, expressando a vontade dele. Tal oração não é pedir que Deus faça o que nós queremos, mas pedir-lhe que faça o que ele deseja fazer. A Igreja precisa declarar na Terra que ela deseja a vontade de Deus. Se ela falhar nisso, será de muito pouco valor para Deus. O mais alto propósito da Igreja é permitir que a vontade de Deus seja feita na Terra.

Harmonia
Agora, para que isso seja feito, há uma condição no versículo seguinte. “Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus” (Mt 18.19).

A condição é harmonia. Se dois dentre vós... Jesus está falando sobre a Igreja. Não é oração individual. Dois é o número mínimo para que seja representada a Igreja. E eles precisam concordar, ou seja, precisam estar em harmonia, em plena unidade, como uma sinfonia executada por instrumentos musicais. Essa harmonia não é uma concordância momentânea a respeito de um determinado pedido. É a harmonia do Espírito Santo.

Nós não ligamos nem desligamos as coisas na Terra de forma que sejam ligadas ou desligadas no Céu, simplesmente porque duas ou mais pessoas decidiram que deveria ser assim. Devemos estar cônscios de que não há possibilidade de harmonia na carne. Para estar em harmonia, é preciso que as duas pessoas estejam sob o domínio do Espírito Santo. Isso quer dizer que sou levado por Deus a um ponto em que nego todos os meus desejos e quero somente o que o Senhor quer; uma outra pessoa, da mesma forma, é levada pelo Espírito Santo ao ponto de negar todos os seus desejos e querer somente a vontade do Senhor. Eu e ela, ela e eu, ambos somos levados a um ponto em que há harmonia tal como a que existe na música. Então, tudo o que pedirmos, Deus o fará no Céu por nós.

Tenha em mente que a oração não é a primeira coisa a ser feita. A oração é um passo que segue os outros passos da harmonia. O mais importante é descobrir quais são esses passos, como entrar em sintonia com Deus e com nossos irmãos, através de verdadeira comunhão vertical e horizontal, antes de tentarmos usar as chaves. É por isso que, num grupo de oração, é importante não só orar, mas também conversar e buscar sintonia uns com os outros na presença de Deus. Do contrário, estaremos orando juntos, mas com a mesma ineficácia como se estivéssemos orando sozinhos.

Se nossa vida natural é trabalhada pelo Senhor e somos levados a reconhecer a realidade do Corpo de Cristo, então estaremos em harmonia e nossas orações também estarão em harmonia. Uma vez que o que vemos é harmonioso, estamos qualificados para ser porta-vozes da vontade de Deus. Descobriremos a vontade de Deus, usaremos as chaves do reino para ligar e desligar, e o Céu atenderá a Terra.

O ministério principal da Igreja, então, é sua função de corpo, fundamentado na unidade. Quando pelo menos dois indivíduos estão em harmonia, eles não têm senão um só alvo, que é dizer a Deus: “Queremos que tua vontade seja feita na Terra, assim como é feita no Céu”. Quando a Igreja permanece em tal base e ora de acordo com ela, a vontade de Deus será feita. Se assim não for, é vã a nossa vida de Igreja. O grau da operação de Deus é determinado pelo grau de oração na Igreja. A manifestação do poder de Deus não excederá à oração da Igreja. É Deus quem primeiro deseja fazer certa coisa, mas a Igreja precisa preparar o caminho com oração de modo que ele possa ter uma estrada. Se a oração for sempre centralizada no eu, em problemas pessoais e em pequenos ganhos ou perdas, onde estará o meio pelo qual o eterno propósito de Deus se manifestará?

A Presença de Jesus

A dimensão do poder da Terra sobre o Céu é revelada no versículo 20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Por que há tanto poder na Terra? Por que o orar em harmonia tem efeito tão tremendo? O que confere a duas ou três pessoas, orando em harmonia, tanto poder? É porque a presença do próprio Jesus está ali. É este o verdadeiro motivo da unanimidade. Quando nos reunimos, não devemos vir como espectadores nem porque estamos buscando algo para nós mesmos. Somos chamados para nos reunirmos em nome do Senhor, por amor ao nome dele, para buscar glória para ele.

Nesse caso, haverá harmonia e o próprio Jesus estará dirigindo tudo. Por isso, tudo que for ligado na Terra será ligado no Céu, e tudo que for desligado na Terra será desligado no Céu. O Senhor estará operando juntamente com sua Igreja. Se o Senhor está presente, a Igreja pode ligar e desligar. Mas se o Senhor não está no meio dela, nada poderá fazer. Tampouco esse poder é dado a indivíduos; somente a Igreja recebeu tal autoridade. Deixemos de limitar a ação do Senhor na Terra – busquemos cumprir o nosso chamado principal como sua Igreja!

Extraído e adaptado do livro “O Ministério de Oração da Igreja”, de Watchman Nee (Editora Vida)

Refletindo...

Não sou o que quero ser

Certo dia, uma pessoa estava lendo no jornal algo a respeito de um homem que roubou um banco, e orou assim: "ó Senhor, agradeço-Te que, por Tua graça e misericórdia, nunca fiz tal coisa; nunca roubei ninguém". Mas, no seu íntimo, havia uma sensação de que não deveria dizer isso, pois o próprio elemento roubador estava nela. Na verdade, ela não cometeu o ato de roubar mas tinha a natureza roubadora. Sentiu que, por um lado, podia dizer: "Senhor, agradeço-Te que, pela Tua proteção, nunca me envolvi no ato de roubar" mas, por outro lado, devia dizer: "Senhor, tenho uma natureza pecaminosa, uma natureza roubadora. Embora não tenha transgredido exteriormente, ainda tenho a natureza pecaminosa interiormente".

Quantas vezes não nos gloriamos de não ser assim, de não fazer isso ou aquilo? Mas que temos de diferente das pessoas que praticam tais coisas? Interiormente, nada. Podemos perceber que essa natureza pecaminosa está também em nós. Isso é percebido principalmente quando alguém nos enerva ao extremo e nós, embora recatados, polidos e tão educados, explodimos como que quebrando uma casca de aparência. Somos, então, dominados por um sentimento do qual depois nos envergonhamos e por atos que, em sã consciência, jamais cometeríamos.

Ainda que, em tal extensão, isso possa não ocorrer, devemos saber quem somos e o que está em nós. A Palavra de Deus diz: "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo" (Romanos 7:18). Ninguém deseja ser fornicador, temperamental ou devasso. Ninguém deseja blasfemar, insultar ou amaldiçoar. Contudo o homem não consegue livrar-se desses males, pois nele há uma natureza pecaminosa que a Bíblia chama de pecado: "Mas, se faço o que não quero já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim " (Romanos 7:20).

Não importa quão bons sintamos ser. Devemos perceber que, dentro de nós, ainda há tal natureza pecaminosa, como uma doença que age secreta e interiormente; um dia os sintomas são vistos. "Médico" algum na terra pode livrar-nos dessa natureza, nem mesmo nós podemos livrar-nos dela. Que fazer, então?

A Bíblia diz: "Não há justo, nem sequer um" (Romanos 3:10) e "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Romanos 7:24). Entretanto também diz: "Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte" (Romanos 7:25; 8: 1-2).

Caro amigo, Jesus Cristo morreu por nossos pecados e, ao terceiro dia, ressuscitou e se tornou o Espírito que dá vida. Hoje Ele pode entrar em você e levá-lo a viver a mais elevada vida. Portanto, abra seu coração e ore: "ó Senhor Jesus! Eu sou um pecador. Tenho em mim uma natureza de pecado. Não quero mais viver por meio dela. Eu Te peço, entra em mim e vem ser meu tudo e minha vida. Eu Te recebo agora como meu Salvador."

"Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida por causa da justiça" (Romanos 8: 10).
Fonte: Jornal Árvore da Vida

Acautelar-se do fermento.

Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo (Cl 2:8)

Mt 15:9; 16:6, 11; Ef 4:14-16


A vida da igreja, como está descrito em Mateus 16:24-26, é seguir o Senhor. Antes, porém, de levar Seus discípulos para Cesareia de Filipe e revelar-lhes a igreja e como deve ser o viver da igreja, o Senhor Jesus transmitiu-lhes uma importante advertência sobre a necessidade de se acautelar do fermento dos fariseus e saduceus (v. 6).

Ao falar-lhes sobre o fermento, os discípulos pensaram que Jesus estava falando a respeito do pão que não haviam trazido com eles. Ao que o Senhor respondeu: “Por que discorreis entre vós, homens de pequena fé, sobre o não terdes pão? Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e de quantos cestos tomastes? Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos tomastes? Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. Então, entenderam que não lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus” (vs. 8-11).

Atualmente, o Senhor também nos tem advertido a acautelar-nos do fermento, principalmente no que diz respeito ao ensinamento dos homens (15:9; cf. Ef 4:14). No passado, vários irmãos receberam revelações quanto ao conteúdo da Palavra de Deus, mas muitos deles, devido à ênfase dada a essas revelações e aos diferentes ensinamentos, especialmente a partir do século XVIII, formaram muitas divisões, que culminaram em muitas denominações.

Contudo, amados irmãos, temos de aprender a eliminar do nosso meio todo e qualquer tipo de fermento. Precisamos nos acautelar dos ensinamentos que nos dividem e desviam de fazer a vontade de Deus. Devemos buscar a verdade em amor, isto é, praticá-la, a fim de crescermos na vida divina, edificarmos o Corpo de Cristo e nos prepararmos para reinar com Ele (vs. 15-16). Que o Senhor nos livre do engano dos ensinamentos de homens e nos conserve sempre supridos com a pura Palavra de Deus!

21 maio, 2012

O viver prático da igreja.


Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão e casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos (At 2:46-47)
Gn 4:26; Jo 7:38-39; 14:16-17; At 2:21; Rm 10:12; 1 Co 12:3
Depois que o homem perdeu a presença de Deus ao ser expulso do jardim do Éden (Gn 3:23), logo percebeu que não podia suportar sozinho a condição em que estava, porque precisava de Deus. Foi quando se começou a invocar o nome do SENHOR (4:26), como reconhecimento de que o homem não consegue viver longe de Deus. É como se o homem tivesse orado: "SENHOR, eu preciso de Ti para o meu sustento. Ó Deus Jeová, sem Ti não tenho alegria, não tenho paz. Ó SENHOR, sem Ti não tenho proteção! Eu preciso de Ti". Louvado seja o Senhor, Ele ouviu seu clamor e oração e trouxe-lhes a salvação.
No Novo Testamento, logo no início da vida da igreja, vemos a prática de invocar o nome do Senhor. O livro de Atos nos mostra que a igreja em Jerusalém começou por meio da pregação de Pedro (2:14-36). Sua palavra fez os presentes lembrarem o que o profeta Joel havia dito sobre o que aconteceria nos últimos dias. A profecia incluía muitas coisas, mas, se eles quisessem ser salvos, precisariam invocar o nome do Senhor Jesus (v. 21). Graças ao Senhor, naquele dia três mil pessoas foram salvas e batizadas e, a partir de então, passaram a viver a vida da igreja em Jerusalém.
Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum, "diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos" (vs. 46-47). A prática de invocar o nome do Senhor era tão normal no viver deles que, a partir de um determinado momento, começaram a ser perseguidos por causa disso (7:58-59; 8:1-3). O apóstolo Paulo, que antes era o maior perseguidor dos que invocavam o nome do Senhor, tornou-se o apóstolo que mais promoveu essa prática no Novo Testamento (9:14, 21; 22:16; Rm 10:13; 1 Co 1:2; 12:3; 2 Tm 2:22).
Igualmente a obra do Senhor entre nós no Brasil iniciou-se pelo invocar Seu nome. Desde aquele tempo, temos invocado o nome do Senhor e, por meio dessa prática, recebido muita ajuda e revelação.
Quando invocamos o nome do Senhor, nós estamos no Espírito (1 Co 12:3). Esse Espírito não é somente o Espírito Santo, mas é chamado pelo Senhor Jesus dessa maneira especial: "o Espírito" (Jo 7:38-39), pois Nele está incluído o Pai, o Filho e até o próprio Espírito Santo, assim como toda obra realizada pelo Senhor Jesus. Na Bíblia Ele também é chamado de o Espírito da realidade (14:16-17). Ele é o Espírito da realidade porque tudo o que Deus é se torna real para nós por meio Dele. Tudo o que o Senhor Jesus realizou e alcançou por Seu viver humano, morte e ressurreição se torna real para nós por meio de o Espírito. Assim, tudo o que precisamos se encontra em o Espírito. Basta invocarmos o nome do Senhor e desfrutamos das riquezas de Deus contidas no Espírito (Rm 10:12). Quando invocamos o nome do Senhor, tocamos nesse Espírito e ganhamos vida (Jo 20:31) !
Para termos a realidade da vida da igreja, além de invocarmos o nome do Senhor para estarmos no Espírito, ainda precisamos combater um impedimento dentro de nós: nossa vida natural, a vida da alma, nosso ego caído. Para que o Espírito se acrescente mais a nós precisamos perder nossa vida natural, com suas opiniões e justificativas. Se negarmos a nós mesmos, aplicando a cruz ao nosso ego, não teremos dificuldades em seguir o Senhor Jesus, e nossa vida da igreja será maravilhosa (Mt 16:24-26).

20 maio, 2012

Refletindo...

A grande influência da língua

Tiago 3 compara a língua ao freio de um cavalo no versículo 3, ao leme de um navio no versículo 4 e a um pequeno fogo no versículo 5. Pequeno como um freio, ou um leme, ou uma centelha, todavia a língua pode exercer grande influência. No versículo 6, mais adiante diz: “ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno.“ Realmente a língua é um mundo de iniqüidade, um mundo em si mesma. Se a língua de um cristão não for especialmente tratada, ela ainda vai acender o fogo do inferno e espalhar morte por toda a parte.

Quão sério é isso: ”põe em chamas toda a carreira da existência humana.” A vida é semelhante a uma roda que gira, sendo a língua o fogo que incendeia essa roda. Muitas obras da carne surgem à tona desta maneira. O temperamento do homem, sua ira e sua carne são incendiados pela língua e isto é fogo proveniente do inferno. Quantas vezes as coisas são inflamadas por causa de palavras faladas por um filho de Deus. A língua é verdadeiramente um fogo, é mundo de iniqüidade.

Portanto, vamos aprender a falar menos: “No muito falar não falta transgressão, mas o que modera seus lábios é prudente” (Pv 10:19). O livro de Provérbios nos persuade a refrearmos de falar muito. Somente os tolos são abundantes em palavras. Quanto mais tola é uma pessoa, mais ela fala. Pessoas disciplinadas, entretanto, são firmes e de poucas palavras.

No versículo 7 do capítulo 3 do livro de Tiago 3:7 nos diz que toda a espécie de criatura vivente é domada pela humanidade. O versículo 8 continua dizendo: “a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero.” Alguns males podem ser domados, mas o mal da língua nenhum homem é capaz de domar. Quanta tolice é deixar a língua solta.
Livro: Fazei tudo para a glória de Deus

Levar as pessoas a Deus.

Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão (Hb 4:14)
Êx 28:30; Nm 27:21; Dn 9:2; At 16:13


Desempenhamos a obra do ministério pregando o evangelho, ou seja, levando as pessoas a Deus. No Antigo Testamento, isso era feito pelo sumo sacerdote, que servia a Deus no tabernáculo. Uma vez ao ano o sumo sacerdote adentrava o véu do lugar santíssimo, onde estava a arca da aliança. Cobrindo a arca havia uma tampa chamada propiciatório, sobre a qual o sumo sacerdote se avistava com o SENHOR (Êx 30:36). Além disso, o sumo sacerdote tinha o Urim e o Tumim, que servia para esclarecer a palavra do SENHOR (28:30; Nm 27:21).

No Novo Testamento o tabernáculo é uma ilustração do homem regenerado por Deus. Nosso sumo sacerdote é o Senhor Jesus (Hb 3:1). A arca representa Cristo, que hoje habita em nós. O lugar santíssimo é o espírito humano, onde está a glória de Deus. O Urim e o Tumim, cremos, apontam para os livros espirituais que nos ajudam a entender a Palavra de Deus e perceber Sua direção para Seu povo (Dn 9:2).

Também somos sacerdotes, mas já não permanecemos somente dentro do lugar santíssimo; antes, saímos para pregar o evangelho. Assim tem sido a obra da pregação do evangelho do reino. Antes, o acesso aos livros espirituais e à Palavra do Senhor era restrito aos locais de reuniões das igrejas. Agora, por meio dos bookafés e dos vários outros lugares de oração, o evangelho do reino tem se propagado, alcançando as pessoas (At 16:13). Esse é o atual serviço sacerdotal.

A colportagem é outra ferramenta de pregação do evangelho pela qual a Palavra de Deus é apresentada às pessoas. O colportor se assemelha ao apóstolo, sendo um enviado por Deus para suprir as pessoas com a Palavra viva, ensiná-las a se alimentar espiritualmente e a se reunir como igreja. O colportor também tem a função de apascentar as pessoas que se interessam pela Palavra e pelos livros espirituais.

Graças ao Senhor, nascemos de novo e fomos colocados por Deus na vida da igreja a fim de crescermos na vida divina. Enquanto estamos nesse processo o Senhor está nos aperfeiçoando e conduzindo a levar outros filhos de Deus a ganhar a vida de Deus. Dessa maneira, não somente nós seremos herdeiros no reino, mas muitos outros também poderão reinar com o Senhor. Aleluia!

19 maio, 2012

Refletindo...


O Deus dos impossíveis

Ao orar, tenha o cuidado, acima de tudo, de não limitar Deus, não só por incredulidade, mas por imaginar que já sabe o que Ele pode fazer. Espere coisas inesperadas, além de tudo o que pedir ou pensar. Toda vez que orar por algo, fique quieto primeiro, e adore a Deus na Sua glória. Pense no que Ele pode fazer, em como Ele tem prazer em ouvir a Cristo, pense na sua posição em Cristo e espere grandes coisas. 


Andrew Murray

Aproveitar o tempo para amadurecer.


Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor (Mt 24:42)
Mt 16:26; Ef 5:18-19; Hb 12:23

A igreja, como temos visto, não é um prédio físico nem uma organização, mas o lugar em que Deus nos colocou para crescermos. A criança, por exemplo, frequenta a escola onde é alfabetizada e educada. Quando cresce e se torna um jovem, prepara-se para a faculdade e ingressa em outra instituição. Após concluir o curso, já como adulto, deixa a instituição de ensino e assume a responsabilidade de trabalhar.
De modo parecido, a igreja é um período de tempo predeterminado para sermos aperfeiçoados e crescermos na vida divina (Gl 4:1-2). Podemos aproveitar o ambiente da igreja para nos dedicar à Palavra e à oração junto com os irmãos (Ef 5:18-19). Também devemos servir e ser aperfeiçoados (Hb 12:23). Quando alcançarmos a maturidade e estivermos prontos para reinar, não haverá mais igreja, pois neste período de tempo iniciaremos a era do reino.
Hoje, na igreja, estamos sob o governo de Deus e no reino também estaremos. Precisamos ser diligentes, pois o período destinado a crescermos e amadurecermos é limitado. Negar a vida da alma é fundamental para obtermos o acréscimo da vida de Deus (Mt 16:26). O Senhor não exige de nós que isso ocorra de maneira instantânea, mas aos poucos, até que a vida de Deus seja prevalecente em nossa alma. Quanto mais tivermos a vida de Deus, melhor.