29 junho, 2012

A boca e o poder


Há somente duas coisas que levam um cristão a perder seu poder. Uma é o pecado e a outra é falar mal daqueles que estão acima dele. Quanto mais maledicência, mais poder é perdido. Se uma pessoa é insubmissa somente em seu coração, sem pronunciar qualquer coisa com a boca, seu poder não se perderá tão rapidamente. O efeito do falar é muito mais sério do que podemos imaginar. 

Extraído do livro Autoridade e Submissão

Refletindo...


Deus e os ídolos



Que é um ídolo? Qualquer coisa que queiramos que seja e faça o que Deus é e faz e não é Deus. Também é qualquer coisa ou pessoa a quem confiamos nossa vida e que não seja o único Deus.

Em que forma se apresentam? Os ídolos têm as mais diversas formas, nem todas físicas. Muitos ídolos estão apenas em nosso coração e só nós os conhecemos.

Qual a função dos ídolos? Substituir a Deus. Eles se propõem a ser como Deus, a ocupar o lugar de Deus em nosso coração até, por fim, destroná-Lo. Eles sempre se apresentam como a solução mais fácil para nossas dificuldades e, por isso, facilmente nos envolvemos mais e mais com eles.

Qual o resultado de estarmos envolvidos com ídolos? Quanto mais nos envolvemos com eles, mais nosso coração será atraído por eles, e menos amaremos o Senhor. Quanto mais envolvidos com ídolos, mais afastados de Deus estamos. Além disso, ficamos mudos e não sabemos falar com Deus, que é um Deus vivo e que é a própria Palavra (cf. 1 Co 12:1-3).

Que Deus pensa dos ídolos? Deus os abomina e não admite dividir lugar em nós com eles. Por isso, Deus quer limpar-nos totalmente deles.

Quantos ídolos você tem? Somente sob a luz do Senhor você poderá responder.

Que fazer com eles? Peça ao Senhor que o supra com graça para que você possa livrar-se de todos eles . 


Fonte: Alimento Diário – Jeremias 6 a 17

Jesus é ungido Cristo.


Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mt 3:16-17)


Êx 30:22-25; 1 Sm 16:13; Mt 3:16-17; 4:12, 17; 2 Co 1:21


Após a prisão de João Batista, o Senhor Jesus retirou-se para a Galileia e começou a pregar: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4:12, 17). O Senhor Jesus havia cumprido o que Deus Lhe determinara ao ser batizado por João, por isso: “Eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (3:16-17). O Espírito de Deus descer como pomba sobre Jesus significava que Ele fora ungido Cristo. O Espírito é representado pelo óleo da unção do Antigo Testamento.
Quando Arão foi estabelecido como sumo sacerdote, Moisés o ungiu com o óleo da unção: “Depois, derramou do óleo da unção sobre a cabeça de Arão e ungiu-o, para consagrá-lo” (Lv 8:12). Vejamos Salmos 133: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre”.
Esse salmo diz que o óleo precioso sobre a cabeça de Arão desce sobre a cabeça, desce para a barba e unge até a orla de suas vestes. Quando a cabeça é ungida, o corpo também é ungido em seguida. A cabeça foi ungida, recebendo da parte de Deus uma incumbência, um ministério. Cristo é a cabeça, e nós somos o Corpo de Cristo. Nós também fomos ungidos juntamente com Cristo. Por isso sobre nós está também a incumbência de Deus.
Os componentes do óleo sagrado da unção estão descritos em Êxodo 30:22-25. Nele há o azeite que representa o Espírito Santo. O óleo da unção também possui quatro especiarias acrescentadas. A função desse unguento era ungir Arão para exercer o ofício de sacerdote (v. 30).
Antigamente, os reis também precisavam ser ungidos para desempenhar suas funções. Quando Davi foi escolhido para ser rei, Samuel o ungiu (1 Sm 16:13). Salomão também foi ungido pelo sacerdote Zadoque para ser rei sobre Israel (1 Rs 1:39). Quando alguém é ungido, significa que essa pessoa recebe uma incumbência sobre si.
Assim que o Senhor Jesus foi batizado e saiu das águas, o Espírito veio ungi-Lo. Jesus recebeu a unção por meio do Espírito em forma corpórea de pomba descendo sobre Ele. Jesus, como o Ungido de Deus, recebeu a incumbência de pregar o evangelho do reino (Mt 9:35; Mc 1:38; Lc 4:43). Ele se tornou o Cristo, e nós também somos ungidos pelo mesmo Espírito que ungiu Jesus (2 Co 1:21). Quando negamos a nós mesmos e agimos segundo o que Deus determinou, também somos ungidos para cumprir a incumbência de pregar o evangelho do reino.

28 junho, 2012

Refletindo...



Você tem dúvidas?




“As fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas.” 
(Isaías 33:16) 


Em seu coração existem dúvidas de que Deus cumprirá sua promessa para você? As montanhas de rochas serão removidas pelas tempestades? Os tesouros do céu acabarão? Você acha que seu Pai celestial, que o conhece, haverá de esquecê-lo? Nenhum pardal cai na terra sem o conhecimento de nosso Pai celestial, e até os cabelos de sua cabeça estão contados (ver Mateus 10:29-30). Você continuará deixando de confiar nele, duvidando de suas promessas?

Muitos têm sido provados e testados, até que, por fim, têm sido levados, em profundo desespero, a exercitarem a fé em Deus. O momento em que eles exercitaram sua fé foi também o momento de sua libertação. Eles viram que Deus realmente cumpre suas promessas.

Não permita que Satanás seja bem-sucedido em abalar a sua fé; tampouco se atormente por nutrir falsos pensamentos a respeito de Deus. Duvidar de Jeová não é uma questão insignificante.
Lembre-se: é um pecado no grau mais elevado. Os anjos nunca duvidam dEle, nem mesmo os demônios. Por meio de nossa incredulidade, somente ofendemos a Deus; e, por meio de nossa desconfiança, manchamos a sua honra. Ele não merece que suspeitemos de sua falta de cuidado por seu povo.

Temos recebido muitas bênçãos provenientes de seu amor e de sua bondade. Não temos desculpas quando permitimos que uma dúvida permaneça em nosso coração. Devemos guerrear constantemente contra dúvidas a respeito de nosso Deus. Elas são inimigas de nossa paz e da honra dEle. Com fé inabalável, creiamos que Deus cumprirá aquilo que prometeu. Senhor, “eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Marcos 9:24). 


Fonte: Contribuição recebida por e-mail (igreja em Uberaba)

O perigo de confiar na própria capacidade e inteligência


Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal (Pv 3:5-7)


Jo 1:34, 36-37

João Batista sempre foi um personagem bastante respeitado. Muitos perguntam por que ele foi preso e teve de sofrer no cárcere. Por que o Senhor não fez nada para mudar o seu trágico fim? Confessamos que nos é difícil falar sobre isso, mas tudo tem uma razão e dessa história há muitas lições a se aprender.
Após batizar Jesus no rio Jordão e testificar que Ele é o Filho de Deus (Jo 1:34), João O avistou e disse a dois de seus discípulos: “Eis o Cordeiro de Deus!” (v. 36). Os que estavam com ele, ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus e permaneceram com Ele aquele dia; depois saíram, anunciando que haviam encontrado o Messias (vs. 37-41). Talvez a reação de seus dois discípulos tenha gerado ciúmes em João, pois sua declaração fez com que os dois fossem atrás Dele. Não sabemos exatamente o que João pensou, de qualquer maneira, uma coisa é certa: algo mudou nele; João não quis seguir Jesus e passou a fazer sua própria obra, mantendo seu discipulado. Por fim, acabou sendo aprisionado e decapitado por Herodes.
Essa é uma grande advertência para nós. Uma vez que se tem sucesso em algo, você deve reconhecer que isso provém da bênção de Deus. Há pessoas que obtêm êxito no que fazem e creditam o bom resultado à sua própria capacidade e inteligência. Esses se afastam da presença de Deus e perdem Sua bênção. Se você pensa que tudo provém de seu esforço, isso é um sinal de que está sendo governado pela vida da alma, por seu ego, correndo, assim, o risco de perder a presença do Senhor. Se você se encontra nessa condição, ore imediatamente e procure arrepender-se diante do Senhor.
No passado, em Taiwan, quando ainda não conhecia o Senhor, eu possuía muitos negócios e em tudo o que eu fazia tinha bons resultados. Comprava terrenos, abria indústrias e ganhava muito dinheiro. Era a mão de Deus sobre minha vida, mas eu não sabia. Mais tarde cri no Senhor e vim a perceber que tudo aquilo provinha de Sua bênção, assim havia temor em meu coração.
Todavia, quando cheguei ao Brasil, todos os meus negócios passaram a dar errado. O Senhor, então, me mostrou que eu estava confiando em minha capacidade e achando que os bons resultados eram provenientes de minha habilidade. Ele me fez lembrar que, quando Sua mão estava comigo, tudo ia bem, e, quando passei a agir por mim mesmo, Sua mão se retirou do que eu fazia. Ao perceber isso, me arrependi, e a bênção de Deus retornou.
Qual é sua condição hoje? Se o que você faz é por meio de sua vida da alma, Deus não levará os seus feitos em conta. Viver segundo nossa própria capacidade e entendimento nos faz perder a visão e nos leva para longe da bênção de Deus. Devemos nos arrepender antes que seja tarde demais e reconhecê-Lo em nossos caminhos, a fim de obter o desfrute da presença de Deus, que é a fonte de todas as bênçãos.

27 junho, 2012

Refletindo...


A base da união e da divisão


Se um grupo de cristãos divide-se de uma igreja local no seu zelo por certo ensinamento segundo a Palavra de Deus, a nova “igreja” que estabelecem pode ter mais ensinamento bíblico, mas jamais poderia ser uma igreja bíblica. Introduzir erro na igreja é carnal, mas dividir a igreja com base no erro também são carnal. É a carnalidade que tão frequentemente destrói a unidade da igreja em todos os lugares.

Se desejamos manter a posição bíblica, temos de atentar a que as igrejas que fundamos nos vários lugares somente representem localidades, e não doutrinas. Se nossa “igreja” não é separada de outros filhos de Deus apenas com base na localidade, mas se firma na propagação de certas doutrinas específicas, decididamente somos uma facção, não obstante quão verdadeiro segundo a Palavra de Deus seja o nosso ensinamento. O propósito de Deus é que uma igreja represente os filhos de Deus numa localidade, e não uma verdade específica ali. Uma igreja de Deus num lugar compreende todos os filhos de Deus naquele lugar, e não apenas os que têm o mesmo ponto de vista doutrinário.

Se chegarmos a certo lugar onde a igreja já foi estabelecida na base clara da localidade, e descobrirmos que seus membros têm pontos de vista que consideramos não-bíblicos, ou que consideram os nossos pontos de vista como não-bíblicos, e se nos recusamos a reconhecê-los como igreja de Deus nessa localidade e afastamo-nos da comunhão, somos assim facciosos. A questão não é se eles concordam com a nossa apresentação da verdade, e, sim, se estão na base clara da igreja.

Se nosso coração está firme em preservar o caráter local das igrejas de Deus, não podemos deixar de enfrentar problemas em nossa obra. A menos que a cruz opere poderosamente, haverá infindáveis possibilidades de atrito se incluirmos numa só igreja todos os cristãos numa localidade com todos os seus variados pontos de vista. Como a carne gostaria de incluir apenas os que têm os mesmos pontos de vista que temos, e excluir aqueles cujos pontos de vista diferem dos nossos! Associar-nos constante e intimamente com pessoas cuja interpretação das Escrituras não necessariamente corresponde à nossa é difícil para a carne, mas bom para o espírito. Deus não usa a divisão para resolver o problema; ele sua a cruz. Ele quer que nos submetamos à cruz, para que, mediante as próprias dificuldades da situação, a mansidão, a paciência e o amor de Cristo sejam profundamente trabalhados em nossa vida. Sob tais circunstâncias, se não conhecermos a cruz, provavelmente discutiremos, perderemos a calma e, por fim, tomaremos nosso caminho. Podemos ter pontos de vista corretos, mas Deus nos dá oportunidade de exibir uma atitude correta; podemos crer corretamente, mas Deus nos põe à prova para ver se amamos corretamente. É fácil ter a mente bem equipada de ensinamento bíblico, e o coração carente de amor verdadeiro. Os que diferem de nós serão os meios na mão de Deus para pôr à prova se temos experiência espiritual ou somente conhecimento bíblico, se as verdades que proclamamos são questão de vida ou mera teoria.

Que lástima, porém, que tantos filhos de Deus sejam tão zelosos de suas doutrinas de estimação que logo rotulem de heréticos, e os tratem como tais, todos aqueles cuja interpretação bíblica difira da deles. Deus quer que andemos em amor para com todos os que têm pontos de vista contrários aos que nos são tão caros. 


Fonte: A vida cristã normal da igreja – W. Nee

A morte de João Batista.


Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo (Hb 3:12)


Mt 11:2-6; 14:6-8; Mc 6:17-19, 26-29; At 12:1-11

A função de João Batista era preparar o caminho do Senhor. Após batizar Jesus no rio Jordão, ele deveria tê-Lo seguido, assim como seus discípulos. Mas vemos que João tomou seu próprio caminho, preservou seu discipulado, tornou-se independente do Senhor e perdeu a bênção de Deus.
João se envolveu com política a ponto de repreender Herodes, o próprio rei de Israel, por possuir Herodias, mulher de seu irmão. O rei mandou prendê-lo, e, assim, João passou seus últimos dias no cárcere (Mc 6:17-19). “Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-Lhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” (Mt 11:2-3). Mesmo na prisão ele mantinha controle sobre seus discípulos e os enviou para inquirir Jesus se Ele era, de fato, o Cristo. Era como se perguntasse: “Se és Tu o Messias, por que não vens me libertar?”.
Cremos que o Senhor tinha poder para libertá-lo, assim como o fez quando Pedro foi preso (At 12:1-11), mas João Batista não guardou a palavra do Senhor e tornou-se um concorrente da obra que Ele estava fazendo. A impressão que temos ao lermos sua história é que, por possuir muitos seguidores, João se achava uma pessoa especial. Infelizmente, mesmo preso, ele não se arrependeu de sua condição e foi deixado à própria sorte. Por não guardar a posição que Deus lhe havia confiado, ele perdeu a visão espiritual e a revelação de Cristo.
João Batista sabia que Jesus era o Messias, o Cristo, mas não percebeu que havia se afastado do encargo do Senhor, mantendo para si um grupo de discípulos. Ao deixar de fazer a vontade de Deus, ficou fora de Sua bênção e acabou preso. Inconformado com a prisão, provavelmente, João queria que Jesus o salvasse, por isso enviou seus discípulos a inquiri-Lo.
Então Jesus lhes respondeu, dizendo: “Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (Mt 11:4-6). Aqueles fatos eram provas suficientes de que Ele era o Messias. Todavia nem essas palavras do Senhor foram suficientes para provocar arrependimento em João, que continuou preso.
Aconteceu que “tendo chegado o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante de todos e agradou a Herodes. Pelo que prometeu, com juramento, dar-lhe o que pedisse. Então, ela, instigada por sua mãe, disse: Dá-me, aqui, num prato, a cabeça de João Batista” (14:6-8). Diante desse pedido, “entristeceu-se profundamente o rei; mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, não lha quis negar. E, enviando logo o executor, mandou que lhe trouxessem a cabeça de João. Ele foi, e o decapitou no cárcere, e, trazendo a cabeça num prato, a entregou à jovem, e esta, por sua vez, a sua mãe. Os discípulos de João, logo que souberam disto, vieram, levaram-lhe o corpo e o depositaram no túmulo” (Mc 6:26-29). Como o rei havia dado sua palavra, não pôde voltar atrás, e João foi decapitado, não por causa do nome de Jesus, mas por causa de sua interferência nos assuntos do rei Herodes. Seu final foi muito triste.

O perigo da nova religião.


Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha (Mt 12:30)


Mt 3:2; 9:14; Jo 3:22-24

Vimos que João Batista foi levantado por Deus para ser o precursor do Senhor Jesus e, após o surgimento Deste, ele deveria se desfazer de seus discípulos e seguir o Senhor. Precisamos estar vigilantes e buscar saber qual é nossa posição e função na obra do Senhor a fim de não tropeçarmos, mas prosseguirmos cumprindo toda a justiça de Deus.
João Batista abandonou todas as tradições e a religião de sua época para cumprir a função para a qual Deus o enviou: preparar o caminho do Senhor. A partir do momento em que Cristo surgiu, João deveria ter entregado seus discípulos a Ele e seguido Jesus. Em vez disso, ele manteve um grupo de discípulos, os quais, após sua morte, se uniram aos fariseus, formando uma nova religião.
João Batista abriu mão do templo, do ofício sacerdotal, das vestes sacerdotais, porém, quando seus seguidores aumentaram em número, ele não conseguiu entregá-los ao Senhor Jesus. O fato de manter um grupo de discípulos para si corrompeu seu encargo e sua utilidade para Deus. Seus seguidores ouviram sua pregação: “Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2). Como ele próprio não se arrependeu e não seguiu Jesus, seus discípulos não se uniram ao Rei do reino dos céus, mas, após a morte de João Batista, se uniram aos fariseus para contestar as práticas dos discípulos do Senhor (9:14).
Pelo fato de João Batista manter seus discípulos, o resultado foi o surgimento de uma nova religião. Havia até disputas entre eles e os discípulos de Jesus para ver quem batizava mais. Isso mostra que, em algum momento, João Batista deixou de ser o precursor do Senhor e se tornou um concorrente de Jesus (Jo 3:22-24). De fato, os homens mudam, por isso precisamos permanecer na presença do Senhor servindo-O no Espírito; dessa forma, seremos guardados de produzir nossos seguidores e sermos exaltados por eles.
Amados irmãos, jamais pensem que os irmãos que estão sob seu cuidado são seus discípulos. Manter esse tipo de influência sobre as pessoas é um grande risco, principalmente para aqueles que lideram nas igrejas. Ter um grupo de discípulos e ter uma obra à parte do Senhor é atitude de quem vive na alma. Quem vive no Espírito não produz seus seguidores, mas os entrega ao Senhor para segui-Lo.

24 junho, 2012

O perigo de apegar-se à própria obra.


Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho (1 Pe 5:2-3). Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos  (Mt 23:8)


Mt 3:2, 11, 14-17; Jo 1:32-33; At 13:24

No início do Novo Testamento Deus enviou João Batista. Este veio como precursor do Senhor Jesus e tinha como objetivo preparar-Lhe o caminho, pregando a todo o povo de Israel o batismo de arrependimento (At 13:24). João descendia de uma família de sacerdotes, mas, em vez de servir no templo, usar vestes sacerdotais, alimentar-se das ofertas que cabiam aos sacerdotes e oficiar segundo a tradição daquela época, ele abandonou a velha religião e foi para o deserto. Lá usava veste de pelo de camelo, alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre e pregava: “Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2).
Deus o enviou para abrir caminho para o Senhor vir com Sua Palavra. Aqueles que se arrependiam, eram batizados por João no rio Jordão. Até o próprio Senhor Jesus foi a ele para ser batizado. João sabia que Jesus era aquele que haveria de vir: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (v. 11). As pessoas eram batizadas por João com água a fim de se preparar para receber o batismo Daquele que haveria de vir.
João Batista tinha muitos discípulos, mas, uma vez que o Senhor Jesus foi batizado e deu início ao Seu ministério, ele deveria seguir o Senhor e entregar-Lhe seus discípulos para que Este os batizasse com Espírito e eles se tornassem discípulos de Jesus. Entretanto, mesmo tendo clareza de sua função, sabendo que Jesus era o Cristo e tendo dito que não era digno nem de desatar-Lhe as sandálias, João manteve o seu grupo de discípulos e não O seguiu.
Jesus saiu da Galileia para o Jordão, a fim de que João O batizasse. “Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (v. 14). O Senhor Jesus, então, disse: “Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu” (v. 15). Cumprir a justiça é fazer tudo de acordo com a vontade de Deus, ou seja, fazer tudo de acordo com o que Ele determinou.
A seguir, Jesus foi batizado por João, e, ao sair da água, eis que se Lhe abriram os céus, o Espírito de Deus desceu como pomba, vindo sobre Ele, e eis uma voz dos céus, que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (vs. 16-17).
João Batista testemunhou tudo isso (Jo 1:32-33), o que comprova que ele deveria ter seguido após Jesus para ser batizado com o Espírito e com fogo, mas não o fez. Mesmo depois que o Senhor Jesus foi batizado e iniciou Seu ministério João Batista continuou tendo discípulos que o seguiam. Embora tenha iniciado bem a sua obra, ao conquistar certa posição de destaque, não conseguiu se despojar dela quando Jesus chegou. Pelo contrário, apegou-se à sua própria obra, com seus discípulos, de maneira independente e contrária à vontade de Deus.
Isso é um alerta a todos nós e mostra o grande perigo que há ao ser, temporariamente, bem sucedido naquilo que nos foi confiado. Ninguém que serve ao Senhor deve agir como João Batista. Quando ajudam as pessoas, não devem fazer delas seus seguidores, mas devem entregá-las e direcioná-las ao Senhor.

Preparar-nos para reinar com o Senhor.


Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra (2 Tm 2:21)


2 Tm 4:8; 2 Pe 3:12

Vimos nesta semana que João Batista foi o primeiro a pregar sobre o arrependimento. Ele era um sacerdote, mas se mostrava contrário ao sistema religioso de sua época, rejeitando a tradição e os velhos costumes judeus. Por isso foi usado por Deus para pregar o arrependimento e batizar as pessoas com água, sepultando seu velho homem, a fim de que tivessem uma mudança de mente.
Contudo ainda faltava o batismo com o Espírito Santo e com fogo, o qual o Senhor Jesus veio para nos dar. Nosso conceito antigo era que o Senhor batizaria com o Espírito Santo os que O recebessem, e com o fogo aqueles que O rejeitassem, portanto nossa compreensão do versículo era que Ele batizaria com o Espírito Santo “ou” com fogo. Mas a Bíblia diz: “com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3:11), o que significa que nós que recebemos o Senhor Jesus somos batizados com o Espírito Santo e também com o fogo. Esse fogo é para queimar as impurezas da alma, que chamamos de vida natural ou vida da alma.
Essa revelação é importante para compreendermos melhor qual é a vontade de Deus. Se não tivéssemos visto isso pensaríamos que o fogo é apenas para os incrédulos, e não entenderíamos que fogo era aquele que o apóstolo Pedro mencionou em sua epístola. Damos graças ao Senhor, pois Mateus 3:11 se tornou um versículo novo para nós e tem sido de muita ajuda para a prática e experiência de queimar nossa vida da alma sempre que esta se manifestar.
Além disso, quando ouvimos que o reino dos céus está próximo, nossa atitude não deve ser de quem fica esperando sua chegada, mas de quem está disposto a apressar a vinda do Senhor (2 Pe 3:12). Por meio de negar a nós mesmos, a vida de Deus tem como crescer em nós mais rapidamente, e, quando o Senhor Jesus voltar, nós estaremos maduros, prontos para reinar com Ele no mundo que há de vir (2 Tm 4:8).
A fim de alcançarmos toda a cidade com a pregação do evangelho do reino, o Senhor nos deu duas ferramentas: o bookafé e a colportagem. Por meio delas, temos a oportunidade de ajudar mais pessoas a ganhar a vida de Deus através dos livros que explicam a revelação das Escrituras. Também estamos exercitando mais o ir até as pessoas para servi-las, aprendendo a contatá-las e a orar por elas. Dessa maneira, muitos filhos de Deus podem viver a realidade da vida da igreja e se preparar para reinar com o Senhor. Não só estamos ajudando outros, como nós mesmos estamos sendo treinados e aperfeiçoados para o desempenho do ministério que exerceremos no futuro.
Por um lado, temos a vida de Deus; por outro, temos a obra do ministério. Aqueles que estiverem preparados poderão entrar no reino dos céus e governar com o Senhor Jesus. Que tenhamos sempre um coração de arrependimento, porque está próximo o reino dos céus. Amém!

23 junho, 2012

A importância do batismo com fogo.


Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provarvos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo (1 Pe 4:12)


1 Pe 1:6-7

Ontem vimos algumas experiências de Pedro com relação às impurezas de sua vida natural, manifestadas em suas opiniões. O que foi registrado a respeito dele tem tudo a ver conosco, pois nós, igualmente, precisamos ver quantas impurezas há em nossa alma e que precisam ser queimadas pelo fogo santificador do Espírito.
Todas as vezes em que nossa vida natural for exposta, precisamos nos voltar ao Senhor e nos arrepender. Embora Ele não esteja conosco fisicamente, como quando ajudou a Pedro, hoje o Senhor é o Espírito que habita em nosso interior e está pronto para nos batizar com fogo, isto é, queimar nossas impurezas (Mt 3:11).
No passado não prestamos atenção à necessidade de ser batizado com fogo, pois pensávamos que os sofrimentos físicos, as dores e as doenças nos serviam para negar a vida da alma. Todavia, pela experiência nossa e dos outros, percebemos que a vida da alma é muito forte, capaz de sobreviver a todas essas tribulações e permanecer intacta.
Somente quando estudamos as epístolas de Pedro é que entendemos que só há uma maneira de terminar com nossa vida da alma: colocá-la no fogo do Espírito assim como o ouro é depurado no fogo (1 Pe 1:6-7; 4:12).
Pedro, na verdade, usou as palavras de João Batista em Mateus 3:11, que falam que o Senhor Jesus batizaria com Espírito Santo “e” com fogo. Por meio das experiências de Pedro nos evangelhos e o que escreveu em sua epístola, ganhamos revelação sobre a função desse fogo: queimar e salvar-nos das impurezas da alma.
O Senhor Jesus não está mais fisicamente no nosso meio para falar a nós, como fazia com os discípulos, e nos advertir sobre o perigo de nosso ser natural e a necessidade de negá-lo. Também, ao sermos repreendidos pelos presbíteros da igreja ou por algum irmão, muitas vezes não somos tocados a ponto de negar nossa vida da alma, mas ficamos magoados ou até mesmo enraivecidos com eles, não percebendo que é o Senhor querendo nos ajudar a queimar as impurezas de nossa alma.
Todavia, uma vez que cremos no Senhor Jesus e fomos batizados com o Espírito, Ele veio habitar em nós e expor nossa vida da alma. Sempre que nos sentimos expostos e invocarmos o nome do Senhor, nos voltando ao espírito, sem nos justificar, conseguimos enxergar quem realmente somos e temos força para nos arrepender.
Os sofrimentos pelos quais o ser humano passa em sua vida – doenças, acidentes, perdas materiais – não são suficientes para queimar a vida da alma, pois, uma vez que a situação é resolvida, a vida natural ainda permanece como se nada tivesse acontecido. Mas, quando voluntariamente colocamos nossas opiniões, atitudes e ações da vida da alma no fogo do Espírito Santo, o Senhor encontra caminho para nos purificar de toda impureza.
Que possamos ouvir o Senhor Jesus como o Espírito em nosso espírito e atentar para a necessidade urgente de negarmos a nós mesmos. Assim como Pedro, sempre que nossa vida da alma for exposta pelas circunstâncias, vamos aproveitar essas situações para nos arrepender imediatamente e ser purificados pelo fogo do Espírito. Louvado seja o Senhor!

22 junho, 2012

Refletindo...

Separação


Quero, agora, convidá-lo a prestar atenção às palavras que Jesus dirigiu aos judeus, em João 8.23:
"Vós sois de baixo, Eu sou de cima; vós sois deste mundo, Eu não sou deste mundo".
Prestemos especial atenção ao uso, aqui, das palavras "de" e "deste". A palavra grega que aparece em cada caso é ek, que significa "fora de" e implica origem. Ek tou kosmos é a expressão usada em "deste mundo", expressando a idéia de origem. Portanto, o significado todo da passagem é:

"Vosso lugar de origem é de baixo; Meu lugar de origem é de cima; vosso lugar de origem é este mundo, Meu lugar de origem não é este mundo".

Assim, a questão não é se você é uma boa ou má pessoa, mas: Qual é seu lugar de origem. Não temos de perguntar: "Isso é certo?" ou: "Isso é errado?", mas: "De onde isso vem?". Sua origem é que determina tudo. "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito" (3.6).

Então, quando Jesus se volta para Seus discípulos pode dizer, usando a mesma preposição grega:

"Se vós fôsseis do mundo (ek tou kosmos), o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia." (15.19).

Aqui temos a mesma expressão "não sois do mundo", mas, em adição, temos outra e com mais forte expressão: "Eu vos escolhi do mundo". Nesta última instância, há uma dupla ênfase. Antes, há um ek, "fora de", mas há, em adição, o verbo "escolher", eklego, que traz em si mesmo outro ek. Assim, Jesus está dizendo que Seus discípulos foram "escolhidos fora para fora do mundo".

Há um duplo ek na vida de todo cristão. Para fora daquela vasta organização chamada kosmos, para fora de toda a grande massa de indivíduos que lhe pertencem e que nela estão envolvidos, para fora, limpos de tudo isso, Deus nos chama.

Daí vem o título Igreja, ekklesia, "os chamados para fora" de Deus. Do meio do grande kosmos, Deus chama um aqui e outro ali, e a todos quantos chama, Ele os chama para fora. Não há algo como um chamamento de Deus que não seja um chamamento "para fora" do mundo. A Igreja é ekklesia. No propósito divino não há klesia sem o ek.

Se você foi chamado, então, foi chamado para fora. Se Deus o chamou, Ele o fez para que você viva, em espírito, fora do sistema mundano. Originariamente, estávamos naquele sistema satânico, sem chance de escapar; mas fomos chamados, e tal chamamento trouxe-nos para fora.

É verdade que tal declaração é uma negativa, mas também há um lado positivo para nossa constituição, pois, como povo de Deus, temos dois títulos, cada um com um significado de acordo com a forma como enxergamos a nós mesmos. Se olharmos para nossa história passada, somos ekklesia, a Igreja; mas se olharmos para nossa vida presente em Deus, somos o Corpo de Cristo, a expressão na terra Daquele que está no céu.

Do ponto de vista da escolha de Deus, estamos "fora" do mundo, mas, do ponto de vista de nossa nova vida, não somos mais do mundo, mas de cima. Por um lado, somos o povo escolhido, chamados e libertados do sistema do mundo. Por outro, somos o povo regenerado, sem qualquer relação com aquele sistema, pois, pelo Espírito, somos nascidos de cima. Por isso, João vê a cidade santa "que de Deus descia do céu" (Ap 21.10). Como povo de Deus, o céu não é apenas nosso destino, mas nossa origem. [O autor detalha esse assunto no livro What Shall This Man Do? (sem título em português), a ser lançado por esta editora - Nota dos Editores.]

É extraordinário o fato de que em você e em mim haja um elemento que é essencialmente de outro mundo. De fato é de outro mundo, pois, não importa o quanto este mundo satânico possa evoluir, jamais conseguirá ser igual àquele.

A vida que recebemos como dom de Deus veio do céu e jamais esteve neste mundo. Não tem nenhuma similaridade com o mundo, mas está em perfeita similaridade com o céu; e, por mais que estejamos diariamente neste mundo, ela jamais nos permitirá estabelecer-nos ou sentir-nos em casa aqui.

Consideremos, por um momento, este dom divino, a vida de Cristo habitando no coração do homem regenerado. O apóstolo Paulo tem algo de grande importância para dizer sobre isso. Em uma passagem esclarecedora, em 1 Coríntios, ele faz uma dupla e formidável declaração: a) que o próprio Deus nos colocou em Cristo, e b) que Cristo "para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1.30).

Temos, aqui, exemplos de toda uma série de necessidades humanas cuja satisfação Deus encontrou em Seu Filho. Nós mostramos em outra ocasião2 que Deus não nos distribui essas qualidades de justiça, santificação aos poucos, para "serem usadas conforme a necessidade". O que Ele faz é nos dar Cristo como a resposta inclusiva a todas as nossas necessidades. Ele faz Seu Filho ser minha justiça e minha santificação, e tudo o mais de que preciso, na base de ter Ele me colocado no Cristo crucificado e ressurrecto.

Agora, quero chamar sua atenção à última palavra, "redenção", pois esta tem muita relação com o mundo. Os israelitas, você deve lembrar-se, foram "redimidos" para fora do Egito, que, àquela época, era todo o mundo que conheciam, e é para nós uma figura deste mundo sob o domínio de Satanás. "Eu sou Jeová", disse Deus a Israel, "e vos hei de remir com braço estendido" (Êx 6.6 - TB). Então Deus trouxe o povo para fora, estabelecendo uma barreira de julgamento entre este e o exército de Faraó que o perseguia e, assim, Moisés poderia cantar sobre Israel como "este povo que redimiste" (15.13 - BJ).

À luz disto, tomemos agora a dupla declaração de Paulo. Se (a) Deus nos colocou em Cristo, então, uma vez que Cristo está totalmente fora do mundo, nós também estamos totalmente fora do mundo. Cristo é nossa esfera agora e, estando Nele, estamos, por definição, fora daquela outra esfera. O Pai "nos resgatou do poder das trevas e nos trasladou para o reino do Seu Filho muito amado, no Qual temos a nossa redenção" (Cl 1.13, 14 - TB). Esta transferência foi o assunto de nossos dois últimos capítulos.

Além disso, também (b) Cristo "para nós foi feito (...) redenção". Se assim está escrito, é porque para isso Ele nos foi dado, o que significa que dentro de nós Deus colocou o próprio Cristo como uma barreira para resistir ao mundo. Tenho conhecido muitos jovens cristãos tentando resistir ao mundo, tentando de uma maneira ou de outra viver uma vida não-mundana. Eles descobriram que isso é muito difícil e, quanto mais se esforçam, mais seu esforço é, sem dúvida, totalmente desnecessário. Por Sua própria "natureza de ser outro" essencial, Cristo é nossa barreira contra o mundo, e de nada mais necessitamos. Temos de fazer tanto pela nossa redenção quanto Israel fez pela sua: simplesmente o povo confiou no braço redentor que Deus estendeu em seu favor. E Cristo foi feito redenção para nós. Em meu coração há uma barreira levantada entre mim e o mundo, a barreira de outro tipo de vida, a saber, a do meu próprio Senhor, e Deus a levantou ali. E por causa de Cristo, o mundo não pode tocar-me.

Que devo, então, fazer para tentar resistir ou escapar do sistema de coisas? Se olhar para dentro de mim mesmo, tentando encontrar algo com que possa enfrentar e vencer o mundo, no mesmo momento encontrarei tudo em mim clamando por aquele mundo e, quanto mais lutar para afastar-me dele, simplesmente me tornarei mais e mais envolvido. Mas, que venha o dia em que eu reconheça que, dentro de mim, Cristo é minha redenção e que Nele estou totalmente "fora". Aquele dia verá o fim da luta. Simplesmente dir-Lhe-ei que não posso fazer nada a respeito desta história de "mundo", mas ser-Lhe-ei grato com todo o meu coração porque Ele é meu Redentor.

Correndo o risco de ser monótono, deixe-me dizer novamente: o caráter do mundo é moralmente diferente da vida infundida pelo Espírito que recebemos de Deus. Fundamentalmente, por termos essa nova vida, que é uma dádiva de Deus, é que o mundo nos odeia, pois não há nada em comum entre eles. Essa diferença radical deixa-nos, de fato, sem nenhuma possibilidade de fazer com que o mundo nos ame. "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia" (Jo 15.19).

O mundo aprecia quando encontra em nós honestidade e decência naturalmente humanas e está pronto para dar-nos o devido respeito e depositar em nós sua confiança. Mas, tão logo encontre em nós o que não é de nós mesmos, ou seja, a natureza divina da qual fomos feitos participantes, sua hostilidade é despertada. Mostre ao mundo os frutos do Cristianismo, e este irá aplaudi-lo; mostre-lhe o Cristianismo, e lhe fará forte e vigorosa oposição.

Por mais que o mundo evolua, como há de acontecer, jamais conseguirá gerar um cristão. Ele pode imitar a honestidade cristã, a cortesia cristã, a caridade cristã, sim, mas jamais poderá gerar um único cristão. A chamada civilização cristã conquistou o reconhecimento e o respeito do mundo. Isso o mundo pode tolerar; pode, até, assimilar e utilizar-se disso. Mas a vida cristã - a vida de Cristo no cristão - isso ele odeia e, onde quer que a encontre, seguramente lhe fará oposição até a morte.

A civilização cristã é o resultado de uma tentativa de reconciliar o mundo e Cristo. No Antigo Testamento, vemos uma figura disso, representada por Moabe e Amom, fruto indireto do envolvimento e compromisso de Ló com Sodoma (Gn 19.37, 38); e nem Moabe nem Amom provaram ser menos hostis a Israel do que foram as nações pagãs.

A civilização cristã prova que pode misturar-se com o mundo e até pode tomar o partido deste durante uma crise. No entanto, há uma coisa que está eternamente separada do mundo e jamais poderá misturar-se a este: a vida de Cristo. Suas naturezas são mutuamente antagônicas e não podem reconciliar-se. Entre o melhor espécime da natureza humana e o mais insignificante cristão não há nada em comum e, portanto, nenhuma base para comparação. Então, a bondade natural é algo que temos pelo nascimento natural e que, por nossos próprios esforços, podemos naturalmente desenvolver, mas a bondade espiritual, conforme as palavras de João, só tem quem "é nascido de Deus" (1 Jo 5.4).

Deus estabeleceu a Igreja em seu aspecto universal no mundo; aqui e ali tem plantado muitas igrejas locais [com "a Igreja em seu aspecto universal", o autor se refere a todos os redimidos, de todos os tempos e lugares, enquanto "igreja local" não é um nome ou denominação nem se aplica a qualquer grupo cristão, mas designa os cristãos em uma cidade que se reúnem como igreja, manifestando a expressão local da Igreja universal - Nota dos Editores.]. Eu disse que Deus tem feito isto. Portanto, seria irracional achar que Seu modo de livrar-nos do mundo seria por meio da separação física deste. Mas, como conseqüência, muitos cristãos sinceros estão muito confusos com o problema da absorção. "Se Deus planta uma igreja local aqui", eles questionam, "será que algum dia ela será reabsorvida pelo mundo?"

Isso, de fato, não representa problema algum para o Deus vivo. Já que sua origem não é do mundo, a família de Deus não tem nenhuma correspondência com este e, portanto, nenhuma possibilidade de o mundo a absorver. É claro que em nós, Seus filhos, não há nenhum mérito por isso. A Igreja não é santa porque desejamos sinceramente ser santos, mas porque somos nascidos do céu. E se nada pudemos fazer para obter nossa origem celestial, do mesmo modo não há nada que possamos fazer para manter-nos afastados fisicamente deste mundo.

Como pode o mundo misturar-se com o que é de outro mundo? Tudo o que há no mundo é como o pó, enquanto tudo o que é de Deus tem a miraculosa qualidade da vida divina. Alguns de nossos irmãos em Nanquin estavam, certa vez, ajudando no trabalho de rescaldo após a cidade ter sido bombardeada pelos aviões japoneses. De repente, enquanto estavam parados em frente aos escombros de uma casa, perguntando-se por onde começar, violentamente ergueu-se um monte de tijolos e madeiras, e um homem emergiu. Tirando o pó e o entulho que estavam sobre ele, levantou-se e saiu caminhando. As vigas e caibros derrubados caíram para trás e o pó assentou-se novamente, mas ele saiu caminhando vivo! Enquanto houver vida não há porque temer a mistura.

A oração que Jesus fez a Seu Pai, que João registrou no capítulo 17, contém um apelo muito impressionante. Tendo repetido a declaração de que "o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo", Jesus continua: "Não peço que os tires do (ek) mundo, mas que os livres do (ek) mal" (vv. 14, 15).

Aqui temos um importante princípio que ocupará nosso próximo capítulo. Os cristãos têm um lugar vital no mundo. Apesar de salvos do diabo, o mal, e de seu sistema, ainda não foram removidos de seu território. Eles têm um papel a desempenhar para o qual são indispensáveis.

As pessoas religiosas, como vimos, tentam vencer o mundo isolando-se deste. Mas não é essa a nossa atitude como cristãos, de forma alguma. Somos chamados para vencer o mundo exatamente aqui. Criados separados do mundo, aceitamos com alegria o fato de que Deus nos colocou nele. Essa separação, presente para nós da parte de Deus em Cristo, é toda a salvaguarda de que precisamos.

(Este texto é o sexto capítulo do livro "Não Ameis o Mundo", de Watchman Nee, publicado pela Editora dos Clássicos, em 2003. Vedado o uso comercial. Favor não divulgar sem mencionar a fonte.)

A necessidade de queimar as impurezas da alma.

Esbraseou-se-me no peito o coração; enquanto eu meditava, ateou-se o fogo; então, disse eu com a própria língua: Dá-me a conhecer, SENHOR, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade (Sl 39:3-4)

Mt 17:4-5, 24-27; 1 Pe 1:7


O Evangelho de Mateus 3:11 diz: “Ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo”. Esse versículo não diz “ou” com fogo, mas “e” com fogo. No Espírito Santo há fogo para queimar as impurezas da alma.

A necessidade de queimar as impurezas da alma ficou evidente para nós na experiência de Pedro. Por ser muito forte em seu temperamento e cheio de opiniões naturais, o Senhor Jesus teve de expor sua vida da alma em várias situações, principalmente durante o tempo em que Pedro Lhe seguiu.

Certa vez, Pedro foi levado pelo Senhor ao monte da transfiguração, onde viu Moisés e Elias. Então seu impulso natural o levou a dizer: “Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias” (Mt 17:4).

Moisés tirou o povo de Israel do Egito, e Elias era profeta, que falava a Palavra de Deus no Antigo Testamento. Portanto ambos possuíam elevada posição para o povo de Israel e eram por eles venerados. Mas uma voz vinda do céu interrompeu o discurso de Pedro, dizendo: “Este é o meu Filho amado; a ele ouvi” (v. 5). Isso expôs a vida da alma de Pedro, que não deveria ter colocado o Senhor Jesus na mesma posição de Moisés e Elias.

Outra experiência de Pedro é relatada em Mateus 17:24-27: “Tendo eles chegado a Cafarnaum, dirigiram-se a Pedro os que cobravam o imposto do templo e perguntaram: Não paga o vosso Mestre as duas dracmas? Sim, respondeu ele. Ao entrar Pedro em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Simão, que te parece? De quem cobram os reis da terra impostos ou tributo: dos seus filhos ou dos estranhos? Respondendo Pedro: Dos estranhos, Jesus lhe disse: Logo, estão isentos os filhos. Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o e entrega-lhes por mim e por ti”. Pedro respondeu precipitadamente, sem primeiro consultar o Senhor. Então, para resolver o problema que criara, o Senhor o mandou buscar o valor do imposto na boca de um peixe que ainda iria pescar. Certamente, enquanto esperava pelo peixe, Pedro considerou o que havia feito e se arrependeu.

O Senhor Jesus aproveitava cada situação para expor a vida da alma de Pedro, com suas opiniões e “boas” sugestões, para que ele pudesse perceber quão terrível era sua vida natural, pois só assim ele iria negá-la.

Semelhantemente, hoje, Ele sempre vem expor a nossa vida da alma. Sua intenção é que, ao sermos iluminados, possamos nos arrepender, a fim de que as impurezas em nosso interior sejam queimadas pelo fogo do Espírito e sejamos mais puros do que o ouro depurado (1 Pe 1:7). Louvado seja o Senhor!

21 junho, 2012

Cumprir toda a justiça de Deus.

Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou (Jo 6:38). Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade (Hb 10:7)

Mt 3:2, 11, 15; Lc 1:41; Fp 2:8

João Batista, desde seu nascimento, estava destinado a ser sacerdote. Seu pai, Zacarias, era um sacerdote e, portanto, transmitiria esse ofício a seu filho. O sacerdote possuía características próprias, como, por exemplo, servir no templo, usar as vestes sacerdotais e comer da comida ofertada a Deus, como os pães assados no forno, o peito e a coxa do animal sacrificado.

João Batista, no entanto, rejeitou tudo isso. Embora fosse um sacerdote, não queria exercer o sacerdócio da maneira antiga, tradicional. Em vez de ficar no templo, ele ia para o deserto, onde se vestia com pelo de camelo, animal considerado imundo pelos judeus; em vez de comer a comida destinada aos sacerdotes, ele se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.

A fim de preparar o caminho para o Senhor, ele pregava: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2). Mas qual era a maneira de se arrepender? Sendo batizado por ele. Por isso ele era chamado João Batista, porque batizava as pessoas com água. O batismo indicava o fim da velha maneira de vida e a necessidade de ter uma mudança na maneira de pensar, isto é, ter uma renovação da mente.

Ele dizia: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (v. 11). O batismo era apenas uma preparação para que eles recebessem o Filho de Deus e por Ele fossem batizados com o Espírito Santo e com fogo.

João Batista já conhecia o Senhor Jesus desde o ventre materno. O Evangelho de Lucas registra que, quando a mãe de Jesus, Maria, foi visitar a mãe de João Batista, Isabel, a criança estremeceu no seu ventre (1:41). Ele mesmo dizia ser o precursor do Senhor Jesus, tendo a responsabilidade de abrir a vereda, aplainar a estrada, para que o Filho de Deus nos trouxesse o reino dos céus. João Batista, portanto, sabia que Aquele que viria depois dele era o Rei do reino dos céus.

Deus tornou-se homem em Jesus e viveu na terra para ter a experiência da vida humana. Em Jesus, a natureza divina foi trabalhada na natureza humana a fim de que Ele, como um homem, pudesse cumprir a vontade de Deus. Aos trinta anos de idade, Jesus foi até João Batista para ser batizado. Ao ser interpelado por João sobre o que estava para fazer, o Senhor disse: “Convém cumprir toda a justiça de Deus” (cf. Mt 3:15). A justiça de Deus se refere a tudo o que Deus determinou, a fazer toda a Sua vontade.

Dessa forma, como homem, o Senhor Jesus veio para cumprir tudo o que o Pai determinou. Ele não apenas foi batizado por João, como também se submeteu a toda vontade do Pai. Ele morreu em nosso lugar e derramou Seu sangue pelos nossos pecados. Ele foi obediente até a morte, e morte de cruz (Fp 2:8). Após Sua ressurreição, Ele veio para nos batizar com o Espírito Santo, acrescentando Sua vida a nós, e com fogo para queimar as impurezas da nossa alma.

Que aprendamos com o modelo de obediência do Senhor, a fim de cumprirmos a justiça de Deus e recebermos o galardão de reinar com Cristo no mundo que há de vir!

O arrependimento e o reino.

O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho (Mc 1:15). Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento (2 Pe 3:9)

Rm 8:6; Ap 20:6

Desde os tempos de João Batista, já se pregava sobre o reino dos céus. Contudo muitos cristãos ainda não têm clareza sobre o que é o reino dos céus ou o que significa dizer que ele está próximo. Em geral, sabe-se que haverá novo céu e nova terra na eternidade futura, mas, antes disso, haverá a manifestação do reino dos céus na terra por mil anos. Esse reino milenar, no qual o Filho de Deus estabelecerá Sua autoridade, é também chamado de o mundo que há de vir (Hb 2:5; Lc 18:29-30). Nesse período, Ele não governará sozinho, mas terá um grupo de pessoas que O ajudará a reinar (Ap 20:6).

Nós queremos ser os que governarão com Cristo em Seu reino, mas, para isso, precisamos estar preparados. O caminho para entrar na manifestação do reino dos céus ocorre dia a dia na vida da igreja, quando negamos a nós mesmos e crescemos na vida de Deus.

Por isso, em primeiro lugar, precisamos arrepender-nos. O arrependimento significa mudança de mente, isto é, a mente, que é a parte principal da alma, precisa mudar de direção. Romanos 8:6 diz que a mente posta na carne dá para a morte; mas no Espírito, para vida e paz. A mente é a parte líder da alma, e esta precisa estar no espírito para cogitar das coisas de Deus (Mt 16:23). Para colocá-la no espírito, a vida natural e independente da alma tem de ser negada; nossos pensamentos naturais e caídos precisam ser rejeitados. Quando isso acontece, a vida de Deus que está em nosso espírito tem espaço e passa a nos governar. O resultado é vida e paz.

O arrependimento está ligado a negar a nós mesmos e é fundamental para o reino que há de vir. Quanto mais você nega a vida da alma nesta era, permitindo que a vida de Deus cresça em seu interior, mais habilitado estará para governar o mundo vindouro.

Além do crescimento em vida, precisamos ser aperfeiçoados para a obra do ministério. Na vida da igreja somos encorajados a usar os dons que recebemos de Deus para ganhar mais graça, que é o próprio Cristo acrescentado a nós. Dessa maneira, podemos ser mais úteis ao Senhor hoje e também na era vindoura.

Eis o tempo sobremodo oportuno para quem deseja reinar com o Senhor! O reino dos céus está próximo, portanto vamos aproveitar o tempo que temos e as oportunidades que o Senhor nos dá para negar a nós mesmos, rejeitando os pensamentos e opiniões naturais, e nos dispor a cumprir a obra do ministério. Aleluia!

20 junho, 2012

Nascer de novo, negar o ego e ser aperfeiçoado.

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra  (2 Tm 3:16-17)

Jo 3:3-5, 16; Rm 3:23

O livro de Romanos nos mostra o evangelho de Deus, que possui dois aspectos: o evangelho da graça e o evangelho do reino. Os dois juntos compõem a obra completa de Deus para o homem e resultam em sua entrada no reino dos céus.

Para alguém entrar no reino dos céus, em primeiro lugar, precisa resolver a questão dos pecados e nascer de novo, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3:23; Jo 3:3-5). Por isso o evangelho da graça mostra que Jesus Cristo, o Filho de Deus, morreu e foi crucificado pelos pecados da humanidade, derramando Seu sangue para purificá-la de todo pecado. Quando os pecadores creem no nome do Senhor Jesus, são salvos pela graça; não perecerão, mas terão a vida eterna (Jo 3:16).

O segundo passo é ser colocado na vida da igreja. Quando fomos salvos, ganhamos a vida de Deus, mas ainda somos como um bebê recém-nascido que precisa de alimento para crescer (Gl 4:1-2; 1 Pe 2:2). A vida da igreja é o ambiente preparado por Deus para sermos supridos com a Palavra e crescermos na vida divina, negando a vida da alma. Nele somos aperfeiçoados para nos preparar para governar com Cristo no reino vindouro.

Antes, tínhamos o conceito de que seríamos povo no reino dos céus, mas o Senhor nos tem mostrado, à luz da Bíblia, que iremos governar juntamente com Ele sobre as nações no Seu reino milenar. Contudo, para ganhar tal responsabilidade, precisamos mais da vida de Deus. Para isso, sempre que nossa vida da alma se manifestar devemos renunciá-la, mantendo, assim, o nosso eu caído na cruz. À medida que negamos a vida natural, a vida de Deus cresce.

A crucificação de Jesus pôs fim ao velho homem uma vez por todas, mas, em nossa experiência, precisamos mortificar nosso ego caído. Quanto mais a vida da alma é negada, mais guiados pela vida divina seremos.

Por outro lado, a vida da igreja também nos aperfeiçoa para a obra do ministério. Esse aperfeiçoamento é necessário para sermos capacitados a administrar o mundo que há de vir. Sabemos que os ministérios se dividem em três categorias: da Palavra, dos serviços e das ofertas de riquezas materiais.

Graças ao Senhor, temos sido aperfeiçoados no ministério da Palavra. Somos estimulados a falar a Palavra de Deus e todos podemos fazê-lo compartilhando nas reuniões da igreja e pregando o evangelho. Também temos praticado os diversos aspectos dos serviços na igreja; e ainda somos encorajados a dispor de nossas riquezas materiais para ofertar para as necessidades da obra do Senhor.

Isso tudo faz parte do evangelho do reino, das boas-novas que nos foram anunciadas e que devemos proclamar a todos os filhos de Deus, para que possamos crescer, amadurecer espiritualmente e ser aperfeiçoados para reinar no mundo que há de vir.

18 junho, 2012

Refletindo...

Ansiedade

"NÃO ANDEIS ANSIOSOS DE COISA ALGUMA"
(FILIPENSES 4:6,7).

Todos nós supomos que há muitas desculpas para ficarmos ansiosos, mas Deus
não admite nenhuma razão para a nossa ansiedade. Para Deus toda ansiedade é
sem motivo e por isso nos instrui: "Não andeis ansiosos de coisa alguma" (Fp
4:6). Nenhuma ansiedade é legítima e permitida por Deus.
"Em tudo porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela
oração e pela súplica, com ações de graça" (Fp 4:6). Seria bom colocarmos
nas mãos de Deus todo o que enfrentamos. ORAR É UM PRIVILÉGIO DE TODO
CRISTÃO. Podemos orar não só por grandes e pequenas coisas, mas podemos orar
por tudo.

Temos Aquele a quem podemos tornar conhecidas as nossas petições, Aquele em
que podemos confiar e que carregará o nosso fardo. Não precisamos nos
preocupar, porque podemos confiar tudo a Deus pela oração. A ORAÇÃO É A
NOSSA SAÍDA, DEUS É A NOSSA SAÍDA.
De acordo com Filipenses 4:6 além da oração e súplica, também temos as ações
de graça. Precisamos nos lembrar: tudo o que nos sobrevêm e é colocado em
nossas mãos são provenientes das mãos que foram transpassadas e, é ordenado
pelo Senhor que morreu por nós. Por isso, podemos de antemão agradecer a
Deus: "Ó Deus, Tu não podes errar".
Orar é ganhar algo de Deus, ao passo que dar graças é apresentar-lhe nossa
oferta de ações de graça.

1 Pedro 5:7 diz-nos: "Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele
tem cuidado de vós". Isaías 53:4: "Certamente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si".
Perceba que, exatamente agora, Deus quer que você lance sobre Ele tudo o que
te preocupa. Hoje, você não precisa preocupar-se mais! (Mateus 6:25-34;
Mateus 10:29-31).

"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos
corações e as vossas mentes em Cristo Jesus" (Filipenses 4:7).
Deus ordena que em tudo, pela oração, súplica e ações de graça, tornemos
conhecidas as nossas petições a Ele. Ele também promete que permitirá que a
Sua própria paz haja como soldados a nos guardar, excluindo assim, todos os
distúrbios, intolerâncias e inquietações exteriores. Realmente, a paz de
Deus é a paz que transcende o nosso entendimento, você jamais imaginou tal
coisa. Se confiarmos Nele em tudo, a paz que homem algum pode imaginar irá
guardar nosso coração, capacitando-nos assim a atravessar com segurança toda
tempestade no mar que é este mundo. "Guardará os vossos corações e as vossas
mentes", não quer dizer guardar o ambiente ao seu redor, nem eliminar as
perturbações à sua volta, antes, quer dizer trazer paz ao seu coração.

(Fonte: Doze Cestos Cheios, Editora Árvore da Vida, volume 1)

A maneira de entrar no reino e governar com o Senhor.

Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pe 2:11)

Jo 3:3; Rm 6:6; 1 Co 12:3; Ef 4:7; Hb 2:5


Graças ao Senhor, Sua obra na cruz resolveu o problema do pecado e aniquilou nosso velho homem (Rm 6:6). Deus coloca todos aqueles que ouviram o evangelho da graça e receberam Sua vida na vida da igreja, um ambiente propício para negar a vida da alma e crescer na vida divina.

O nosso objetivo de crescer em vida é reinar com o Senhor no mundo que há de vir (Hb 2:5). Essas boas-novas se referem ao evangelho do reino, que possui duas exigências: a primeira é ter a vida de Deus (Jo 3:3), e a segunda é viver a vida da igreja.

Fomos justificados e santificados, e o problema dos pecados foi resolvido, por isso pudemos receber a vida de Deus. Agora essa vida precisa crescer a fim de apressarmos a vinda do Senhor com o Seu reino.

Para isso, em primeiro lugar, precisamos estar no espírito, invocando o nome do Senhor (1 Co 12:3). Quando dizemos: “Ó Senhor Jesus!”, estamos no espírito. Em segundo lugar, precisamos exercitar os dons que recebemos do Espírito. Quando usamos esses dons, a graça, que é o próprio Senhor Jesus, vem até nós (Ef 4:7). Quanto mais usamos os dons, mais a graça vem, e mais de Cristo nos é acrescentado.

O resultado dos dons acrescidos da graça é que se tornam ministérios. Na vida da igreja, também somos aperfeiçoados para desempenharmos a obra do ministério. Aperfeiçoados nessa obra, teremos as qualificações para entrar no reino dos céus. A igreja possui as chaves do reino dos céus (Mt 16:19) e, se vivermos adequadamente a vida da igreja, as portas dos céus estarão abertas para nós e para os que estão ao nosso redor.

A Bíblia nos mostra que o reino dos céus está próximo. Há pelo menos três trechos que falam da necessidade de arrepender-se, porque está próximo o reino dos céus. A primeira vez foi com João Batista, que pregava que estava próximo o reino dos céus (Mt 3:2). Depois, após ser batizado e ungido com o Espírito, Jesus passou a pregar sobre o arrependimento, pois estava próximo o reino dos céus (4:17). Então, na terceira vez, o Senhor Jesus escolheu doze discípulos, que passaram a ser chamados de apóstolos, e os enviou a pregar que o reino estava próximo (10:5). Aleluia!

Que sejamos despertados para o arrependimento a fim de fazer a vontade de Deus hoje e governar com o Senhor em Seu reino!