A luz que resplandece para todos

Porque fazes resplandecer a minha lâmpada; o SENHOR, meu Deus, derrama luz nas minhas trevas (SI 18:28)

SI 18:28; Mt 16:26; Jo 3:20; Rm 3:23

 

 

Quem está nas trevas não percebe o quanto seu comportamento é cheio de pecados (Jo 3:20). Antes de recebermos a luz do evangelho, podíamos achar que nossa conduta no mundo era muito boa. Isso aconteceu comigo, pois, desde pequeno, fui muito influenciado pela instrução que recebi de meu pai, que seguia rigorosamente os ensinamentos morais e éticos de Confúcio. Quando fui salvo, aos trinta e poucos anos de idade, era um homem de negócios que tinha indústrias e precisava viajar inclusive para o exterior. Por causa dos ensinamentos que recebi, procurava sempre me afastar daquilo que não considerava certo. Portanto, a meus olhos, eu era um bom homem, com um padrão moral alto, e pensava que não pecava.

Alguns falam que todas as religiões levam o homem a fazer o bem e, por isso, eu achava que não precisava de nenhuma, porque eu já era um bom homem, melhor até que muitos cristãos. Mas isso eu pensava porque ainda estava em trevas.

Um dia voltei do exterior, e meu irmão mais velho me levou direto do aeroporto para o local de reuniões da igreja. Naquela noite, o irmão que pregava mostrou uma figura com três círculos concêntricos, em que o círculo menor era preenchido com a cor dourada. Ele ministrou uma bela mensagem, mas não entendi nada.

Após a reunião, quando eu já estava indo embora, um irmão me chamou para conversar. Ele disse: ''Amigo, Sr. Dong, o senhor sabia que essa mensagem foi falada para mostrar que todos pecaram e carecem da glória de Deus? Você e eu somos pecadores". Ao ouvir isso, fiquei perplexo e disse: "Eu, pecador? Eu sempre segui a ética e a moral de Confúcio, só tive uma mulher, que é a minha esposa. Nunca prejudiquei ninguém, sempre fui um bom homem, e você está me chamando de pecador? Eu não sou pecador, você é pecador!". Então fui embora. A luz não resplandecia para mim porque eu me achava um bom homem.

Meu irmão mais velho ficou decepcionado, porque, para o sábado daquela semana, estava programado um batismo coletivo para uns quatrocentos irmãos, incluindo meu pai, minha mãe, meus irmãos e esposas e até minha própria esposa e meus filhos.

No sábado, fomos trabalhar no escritório da empresa. No caminho, passamos em frente ao local de reuniões, e meu irmão pediu que parássemos ali. Na verdade, ele já tinha preparado uma oportunidade para que eu novamente ouvisse o evangelho, e dessa vez os irmãos foram orientados para não dizer que eu era um pecador. Ali, um irmão me mostrou Mateus 16:26a: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?". Ele leu esse versículo e eu simplesmente aceitei aquela palavra.

Depois de ter concordado, o irmão disse que eu estava salvo e me levou a ser batizado no mesmo dia com as outras quatrocentas pessoas. Eu não tinha muita clareza do que realmente havia acontecido naquele momento, pois a luz de Deus em meu interior ainda era pouca. Porém, graças ao Senhor, depois que comecei a viver a vida da igreja e a servir, pouco a pouco esse iluminar interior foi aumentando (Pv 4:18; Sl 18:28).

 

A luz que prevalece nas trevas e dá vida aos homens

Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (Ef 5:8)

Mt 4:15-16; 5:14; Jo 1:5; 8:12; 2 Co 4:4-6; Ef 5:8

O quarto requisito para reinarmos com Cristo é ser a luz do mundo (Mt 5:14). As trevas somem quando a luz resplandece (Jo 1:5). O Senhor Jesus resplandeceu como a grande luz e começou Sua obra na região da Galileia. É o que lemos em Mateus 4:15-16: "Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios! O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz".

Por que Jesus iniciou seu ministério na Galileia, uma região tão desprezada? Provavelmente por ser este um lugar onde as pessoas não tinham uma conduta elogiável, mas um viver pecaminoso. E como as pessoas ali estavam em trevas, eram ignorantes quanto aos desígnios de Deus (Lc 5:8). Justamente por isso, quando o Senhor Jesus apareceu, eles viram uma grande luz.

O Senhor Jesus é a luz do mundo; quando cremos Nele, Deus, que é luz, entra em nós, e também passamos a ser a luz do mundo (Jo 8:12; 1 Jo 1:5; Mt 5:14; Fp 2:15). Para expressarmos essa luz, precisamos ser transformados a ponto de transparecer a vida do Senhor, permitindo que ela seja vista em nossas atitudes. Para isso, precisamos negar a nós mesmos, sendo pobres de espírito, e estar no fluir da vida divina seguindo o Senhor.

Levar essa luz aos outros se refere também à nossa pregação do evangelho (2 Co 4:4-6). A pregação do evangelho leva as pessoas a perceber sua condição pecaminosa. Existem pessoas que, por serem boas, têm muita dificuldade de reconhecer sua condição de pecadores. Eu era assim, achava que não tinha pecado, porque nunca fui criminoso, homicida ou ladrão. Graças a Deus, Ele me mostrou que, apesar de eu não ter pecados grosseiros, ainda era um pecador. O Senhor me iluminou, e vi que precisava me arrepender e receber o evangelho.

Todos nós precisamos, ainda hoje, receber a luz de Deus para nos arrepender. Quanto mais nos arrependermos, mais caminho Deus terá para nos dispensar Sua vida. Se estivermos cheios da vida divina, seremos também cheios de luz. Quando somos assim, ao pregar o evangelho, levamos luz para as pessoas, e essa luz será vida para elas. Isso mostra que nossa pessoa precisa ser primeiramente iluminada, para depois iluminar os outros.