22 março, 2012

O ambiente adequado para a revelação.

Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16:18)

Mt 16:13-19;Jo 1:1; 2 Co 11:3; 1 Jo 5:12 



Precisamos voltar ao princípio de tudo, voltar à Palavra de Deus, para sair da esfera influenciada pelo "fermento" da religião (Jo 1:1). O Senhor Jesus, querendo que Sua comunhão com os discípulos estivesse fora da influência do grande centro religioso de Jerusalém, levou-os para as bandas de Cesareia de Filipe. Foi nesse ambiente puro, afastado da mistura de ensinamentos humanos tradicionais, que Deus Pai revelou a Pedro ser Jesus o Cristo, o Filho do Deus vivo. Imediatamente após isso, o próprio Senhor Jesus lhe revelou a igreja.
Leiamos essa importante passagem: "Indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem- aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus" (Mt 16:13-19).
Quando alguém está sob a influência de ensinamentos tradicionais, tem dificuldade em distinguir o Senhor de algum dos profetas, podendo até pensar que Ele foi apenas um homem de Deus ou um mártir. Mas isso não é suficiente para definir o Senhor, pois Ele é o Cristo, o ungido de Deus, o próprio Filho de Deus. Quando temos essa revelação, obtemos a salvação, pois aquele que tem o Filho de Deus tem a vida divina (1 Jo 5:12).
Depois que temos a revelação do Filho de Deus, o Senhor Jesus nos revela a igreja, que é o reino dos céus sendo vivido e praticado hoje, na terra. A igreja é o ambiente onde desenvolvemos nossa salvação.
Para recebermos a revelação completa da vontade de Deus, precisamos estar com o coração puro e sincero diante Dele. Por isso jamais nos apartemos da simplicidade e pureza devidas a Cristo (2 Co 11:3).




Conservar o nome e a Palavra do Senhor até o fim.


Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos (Hb 2:1)
Rm 1:16-17; 3:28; 1 Co 2:9-10; 14:1-3; 2 Co 3:6b; Gl 2:16; Ap 3:8b

A restauração iniciada por Martinho Lutero foi muito boa, pois possibilitou que, pela Palavra de Deus, muitos soubessem que a justificação é por fé e não por obras (Rm 3:28; GI 2:16). Por meio de Lutero, Deus restaurou a verdade sobre a salvação pela fé (Rm 1:16-17). Ainda havia muito a ser restaurado, mas isso não foi possível porque os cristãos passaram a utilizar a Bíblia apenas para buscar ensinamentos, concentrando-se em estudos doutrinários para questionar uns aos outros em escolas e debater diversos assuntos. Esses são os fundamentalistas.
Noutro extremo, surgiram cristãos que passaram a buscar apenas o poder do Espírito Santo em forma de sinais, como curas e manifestação de dons. Daí surgiram os chamados grupos pentecostais, que também se subdividiram em várias vertentes.
Quando nos concentramos apenas no estudo da Palavra, sem voltar nosso coração ao Senhor pelo exercício do espírito, temos a tendência de nos deixar guiar pela letra morta, sem vida (2 Co 3:6b). Por outro lado, quando só buscamos as manifestações exteriores do poder do Espírito Santo, perdemos a direção que a Palavra de Deus nos apresenta para cumprir o Seu plano eterno (1 Co 14:1-3). Em ambos os casos, os filhos de Deus empreenderam buscas que não foram suficientes para cumprir Sua vontade, porque essa vontade só pode ser revelada pelo Espírito (2:9-10).
A vontade do Senhor pode ser cumprida quando guardamos a Sua Palavra e exaltamos o Seu nome acima de qualquer outro nome (Ap 3:8b). Por algum tempo, temos praticado isso diante do Senhor, de modo que muitas verdades bíblicas, que nos foram reveladas no passado por irmãos que estavam à nossa frente e nos ajudaram, hoje se tornaram realidade em nosso viver.
Não devemos, entretanto, sentir-nos abastados, achando que não precisamos de mais nada. Por mais revelações que tenhamos ainda precisamos nos humilhar e procurar praticar o que temos visto e ouvido, principalmente com respeito a negar a nós mesmos.
A alma, como sabemos, é composta de vontade, mente e emoção. Nossa vontade ainda precisa se curvar à vontade do Senhor; nossos pensamentos devem ser levados cativos pelos pensamentos de Cristo; nossa emoção também deve ser governada pela emoção do Senhor. Tanto ainda nos falta, de modo que não podemos nos iludir, achando que já não precisamos de coisa alguma. Pela misericórdia do Senhor, Sua luz vem mostrar nossa real condição e verdadeira necessidade.
Em meio à confusão e a "ventos de doutrina" que sopram de um lado e de outro, precisamos nos apegar com mais firmeza às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. Para isso, devemos perseverar na prática de ler a Palavra com oração, invocando o nome do Senhor de coração puro. Além disso, na igreja devemos prosseguir praticando o amor fraternal. Vamos conservar o que temos praticado, para guardar nossa coroa até que o Senhor Jesus venha!