05 abril, 2012

Apascentar as ovelhas

Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus (Lc 9:62). Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas (Jo 10:11)


                                                               Jo 20:1-10; 21:1-19



O último capítulo do Evangelho de João também apresenta algumas situações nas quais a vida da alma de Pedro precisou ser exposta.
Após a morte de Jesus, talvez Pedro tenha pensado no que iria fazer daquele momento em diante, uma vez que seu mestre não estava mais entre eles. Era uma ocasião propícia para que a vida da alma de Pedro fizesse planos. Como era pescador profissional, ele resolveu voltar à velha vida, isto é, foi pescar. Os outros, pescadores também, foram junto com ele (21:3a).
Todos eles tinham capacidade e eram pescadores habilidosos. Era o que mais sabiam fazer, portanto, conseguiam identificar onde havia e onde não havia peixes. Naquela noite, porém, em que decidiram ir pescar, toda a sua técnica não lhes serviu de nada. Trabalharam a noite toda e nada apanharam. Por quê? Porque não obedeceram ao Senhor (v. 3b).
Eles, na verdade, perderam a visão do que é ser um discípulo, o significado de ser um discípulo. O Senhor lhes havia comissionado a pregar: “Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus”. Ele também lhes havia avisado que iria morrer e ressuscitar. Por isso, Pedro e os demais discípulos não deveriam ter desanimado, mas deveriam continuar a fazer a obra do Senhor. Mas, em vez disso, foram pescar!
Como não tiveram sucesso, o Senhor Jesus, que os esperava na praia, disse-lhes que lançassem a rede à direita do barco, ao que pegaram uma grande quantidade de peixes. Só então eles perceberam que era o Senhor Jesus. Pedro, quando O reconheceu, pulou na água. Os outros discípulos vieram no barquinho puxando a rede com os peixes. Quando saltaram em terra, o Senhor já tinha preparado tudo para alimentá-los. Ele os supriu (Jo 21:4-13).
Depois de comerem, o Senhor perguntou a Pedro se ele O amava. Três vezes Ele lhe perguntou isso e três vezes Pedro respondeu que sim. Ao que o Senhor contestou, dizendo: “Apascenta os meus cordeiros”, “Pastoreia as minhas ovelhas” e “Apascenta as minhas ovelhas” (vs. 15-17). Quando questionado pela terceira vez, Pedro entristeceu-se e provavelmente sentiu que não era digno de confiança. Ele não havia cumprido sua comissão como discípulo; antes, tinha voltado ao seu ofício natural. Isso porque vivia na sua vida da alma. Ele, então, deve ter reconhecido que, por não dar valor à vida divina que recebera, tinha voltado ao velho caminho, preocupando-se com a sobrevivência.
Em seguida o Senhor Jesus completou: “Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres” (v. 18). Isso indicava que viria o dia em que Pedro não mais teria liberdade de agir por sua alma, mas teria a ajuda, a cooperação de outros. Louvado seja o Senhor! A partir daí, Pedro se submeteu.