08 abril, 2012

Identificar o que nos impede de fazer a vontade de Deus

Ele, por sua vez, se afastou, cerca de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua (Lc 22:41-42).
Mt 16:6, 12; 19:28-29; 25:31; Mc 8:15; Jo 19:34; 1 Co 5:7; 1 Pe 1:7

O viver da igreja é a prática de seguir o Senhor. Se esse é nosso viver hoje, no mundo vindouro receberemos o prêmio, o galardão. Esse galardão resultará em louvor, glória e honra (1 Pe 1:7), e também incluirá assentar-se com o Senhor em tronos para julgar as doze tribos de Israel e as nações (Mt 19:28; 25:31). Nesse aspecto, o galardão será governar com o Senhor no mundo que há de vir, no reino milenar. Para alcançarmos esse prêmio, precisamos pagar um preço: negar nossa vida da alma, rejeitando os velhos conceitos e ensinamentos segundo nossas tradições. Quando permanecemos influenciados por aquilo que está envelhecido e superado, estamos preservando o que a Bíblia chama de “velho fermento” (1 Co 5:7).
O Senhor Jesus advertiu Seus discípulos acerca do perigo do fermento dos fariseus, dos saduceus e dos herodianos (Mt 16:6, 12; Mc 8:15). Esses eram os obstáculos daquela época para quem quisesse seguir o Senhor. Hoje precisamos identificar qual “fermento” tem nos impedido de seguir o Senhor sem reservas e lançá-lo fora imediatamente.

Além disso, quando percebemos o alto preço que o Senhor pagou por nós, somos constrangidos a deixar tudo para segui-Lo. Nos evangelhos, o Senhor Jesus descreveu para os discípulos os sofrimentos que padeceria, incluindo a crucificação e a morte, para ressuscitar ao terceiro dia. Em três ocasiões o Evangelho de Mateus registra que o Senhor prenunciou esses acontecimentos (Mt 16:21; 17:23; 20:19). Conforme as Escrituras, a determinação de Deus era que o Senhor Jesus passasse por todo o processo de morte e ressurreição (Lc 24:26-27) para perdoar nossos pecados, nos justificar, nos regenerar com a vida divina e, assim, gerar a igreja.

Vimos anteriormente que Pedro, ao ouvir que o Senhor iria a Jerusalém para padecer sofrimentos e ser crucificado, começou a reprová-Lo. Naquele instante, Pedro estava sendo usado por Satanás para tentar o Senhor com o sentimento de autocomiseração. Todavia, se Ele não fosse crucificado nem morto em nosso lugar, não teríamos o perdão de Deus. Se o Senhor não fosse ferido, não verteriam sangue e água do Seu lado (Jo 19:34), e, assim, a vida divina não geraria a igreja nem produziria vencedores para reinar com Cristo no mundo que há de vir. Por todos esses motivos, o Senhor Jesus disse a Pedro: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço” (Mt 16:23). Jesus estava ciente da necessidade de negar a própria vontade para fazer a vontade de Deus Pai (Lc 22:42), por isso rejeitou a proposta feita por Pedro.

Se estivermos dispostos a pagar o preço necessário para seguir o Senhor, possivelmente Satanás tentará nos atrapalhar. Que nossa escolha, assim como a do Senhor Jesus, resulte em benefício para Deus, pois hoje Ele conta conosco como Seus cooperadores e deseja nos dar, ao final, o galardão. Portanto, sigamos o exemplo deixado pelo Senhor, rejeitando o “fermento” e as “pedras de tropeço” que tentam nos impedir de fazer a vontade de Deus. Amém!

Participar do mover do Senhor nos outros continentes

Completai, agora, a obra começada, para que, assim como revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as vossas posses. Porque, se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem
(2 Co 8:11-12)


Rm 15:24, 28; 2 Co 8:1-5

Ontem vimos que as portas da América do Norte estão se abrindo para nós. O Senhor deu essa grande responsabilidade a nós que estamos aqui na América do Sul. Nosso encargo, ao entrar nesses países, é pregar o evangelho do reino. Portanto a obra que se iniciará em Miami será ajudar os filhos de Deus, que já receberam o evangelho da graça, a praticar a palavra do reino.
Nos países árabes, predomina a religião muçulmana. Contudo, em países como os Estados Unidos, o evangelho da graça está presente. Eles já ganharam a salvação, mas precisam avançar: devem saber que o evangelho da graça é para o evangelho do reino. Eles podem estar satisfeitos com o que alcançaram, mas Deus não está. Deus criou o homem para sujeitar a ele o governo do mundo que há de vir, por isso é urgente crescer na vida divina por meio de negar a vida da alma e viver no espírito.

Muitos brasileiros que estão nos Estados Unidos vivem isolados e lutam diariamente para atender a necessidade de subsistência; mas, graças a Deus, eles desejam receber nossa ajuda. Por isso estamos enviando colportores para lá e encorajando-os a encontrar um lugar para o bookafé. Antigamente, nossa ênfase era o local de reuniões, mas hoje buscamos atender a necessidade de todos os filhos de Deus, e o bookafé é o lugar onde todos podem ter comunhão. Esperamos que os irmãos de lá, por meio dessas experiências, cresçam em vida, sejam aperfeiçoados e façam a obra do ministério (Ef 4:12).

Como temos uma grande responsabilidade, estamos colocando o que está ao nosso alcance para atingir essa meta. Muitos irmãos em muitos lugares estão reagindo a esse desafio. Com essa comunhão sobre a necessidade da obra na América do Norte, esperamos que muitos irmãos participem ofertando e dando suporte para a obra ali. A oferta financeira é uma graça (2 Co 8:1-3). Por isso, se os encorajamos a participar, é para que recebam mais graça.

Além desse início de obra na América do Norte, temos de prosseguir na obra do Senhor também nos outros continentes. Louvado seja o Senhor, a obra na África está indo muito bem, e as ofertas têm sido suficientes para a manutenção dos irmãos. Na Europa, que está em crise financeira, precisamos ajudar alguns irmãos que lá estão laborando no evangelho. Esperamos que muitos, diante desse quadro, renovem seus votos.

Contudo, se não negarmos nossa vida da alma, não teremos como levar adiante tudo isso, pois só pensaremos na necessidade de nossa alma. Esperamos que muitos possam reagir positivamente e orar pela obra do Senhor nesses continentes. Além disso, se não pudermos ir fisicamente, nossas ofertas poderão chegar até lá. Vamos todos participar desse mover de Deus na terra!

Que é a igreja?

 

À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso (1 Co 1:2)
Mt 7:21; Rm 16:5; 1 Co 12:12-13; 16:19; Hb 3:6
Na série anterior do Alimento Diário, vimos que precisamos nos arrepender porque o reino dos céus está próximo. Nesta, abordaremos a revelação da realidade da vida da igreja. Para vivermos nessa realidade, precisamos negar a nós mesmos para crescer em vida, e ser aperfeiçoados na obra do Senhor a fim de estar preparados para governar com Ele no mundo que há de vir.
O Senhor incumbiu a igreja de pregar o evangelho do reino por todo o mundo (Mt 24:14). Isso significa que Seu desejo é que os homens não apenas sejam salvos e conheçam as verdades bíblicas, mas, principalmente, que as pratiquem (7:21, 24).
Na igreja temos oportunidade de praticar a Palavra de Deus, mas o que é a igreja? Sabemos que é o ajuntamento de todos que foram chamados por Deus, isto é, foram regenerados com a vida de Deus após terem crido no evangelho da graça. É também onde crescemos na vida divina.
Todavia, para muitos, a igreja é apenas um templo, um lugar de reuniões para ouvir mensagens. Geralmente as religiões têm um templo, comumente denominado igreja, onde concentram seus fiéis. Entretanto a Palavra de Deus não se refere à igreja como um lugar físico para reuniões, e sim às pessoas, aos santificados em Cristo (1 Co 1:2). Quando estes estão juntos, a igreja está ali; quando não estão, a igreja simplesmente não está.
Em certos lugares, alguns irmãos presumem que somente aqueles que partem o pão com eles são considerados a igreja. Contudo a Bíblia não diz isso, pois todos os que creem são membros do Corpo de Cristo, pois foram batizados para dentro de um mesmo corpo (12:12-13).
Segundo a Palavra de Deus, a revelação da realidade da vida da igreja diz respeito ao seu viver. Assim, a vida da igreja não se resume a algumas reuniões num templo, onde são proferidas mensagens e os irmãos vêm somente para ouvi-las, mas diz respeito ao viver dos filhos de Deus, à prática de Sua Palavra no dia a dia. Talvez, por isso, várias vezes é mencionado que a igreja se reunia nas casas dos irmãos (At 16:40; Rm 16:5; 1 Co 16:19; Cl 4:15).
No Novo Testamento, a igreja foi mencionada pela primeira vez em Mateus 16, num contexto onde fariseus e saduceus tentaram a Jesus, pedindo-Lhe que lhes mostrasse um sinal vindo do céu (v. 1). O Senhor poderia dar-lhes um sinal, mas Ele não quis fazê-lo, e respondeu: “Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas. E deixando-os, retirou-se” (v. 4).
Que sinal era esse a que Jesus se referia? Havia uma cidade muito pecaminosa na Assíria chamada Nínive, que Deus decidiu destruir (Jn 1:2), mas antes enviou o profeta Jonas para adverti-los acerca da destruição, dando-lhes oportunidade para arrependimento. Jonas, todavia, resolveu fugir de Deus embarcando num navio para Társis (v. 3). Ao fugir, foi jogado ao mar e engolido por um grande peixe, onde ficou por três dias e três noites (v. 17). Esse fato se refere à morte do Senhor Jesus, que, após ter sido crucificado, ressuscitou ao terceiro dia (1 Co 15:4). Esse é o sinal a que Jesus se referiu quando foi questionado pelos fariseus e saduceus.
Louvamos ao Senhor Jesus que, por Sua morte e ressurreição, a igreja foi gerada! Aleluia!