19 abril, 2012

Alimentar-se das palavras saudáveis.

Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá (Jo 6:57). As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida  (v. 63b)
Nm 21:5; Jo 6:63; 15:1, 5; Hb 5:6; 7:1-2; Ap 5:5

Em Apocalipse nos é dito que João viu, na mão direita Daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Todavia não se achava ninguém digno de abrir o livro e desatar os selos, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra. Aquele quadro entristeceu João, que chorava muito. “Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos” (5:5). Tanto o leão quanto Davi estão relacionados à realeza (Mt 1:1).
O Senhor Jesus é o Leão da tribo de Judá e a Raiz do rei Davi. Somente Ele, como o descendente de Davi, foi achado digno de abrir o livro e desatar os selos, os mistérios do Novo Testamento. Esse Leão é o mesmo referido na profecia de Gênesis 49: “Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (vs. 8-10).

Como vimos em séries anteriores do Alimento Diário, o cetro e o bastão são símbolos de autoridade real e nobreza. O termo Siló, significa paz. O livro de Hebreus revela que o Senhor Jesus é sumo sacerdote da ordem de Melquisedeque, e este é o rei de Salém, que significa paz. Ele é também o rei de justiça (cf. Hb 5:6; 7:1-2).

Assim como ocorreu com Judá, que amarrou seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta à videira mais excelente (Gn 49:11), o Senhor Jesus, mesmo sendo rei, precisou de um jumentinho preparado, que estava “amarrado”, para ser introduzido em Jerusalém.

Amarrar o jumento à videira significa restringi-lo em sua dieta para que coma apenas uva. Sabemos que o jumento costuma se alimentar de qualquer coisa que encontra no caminho e muitas vezes come coisas não muito saudáveis, diferente dos cavalos e bois, que habitualmente procuram um tipo de pasto de melhor qualidade.

Isso pode ser aplicado a nós. Comer do fruto da videira ou comer uvas está relacionado com alimentar-nos de palavras saudáveis, que nos suprem vida. Antes de sermos salvos, nossa alimentação espiritual não era boa. Após sermos introduzidos na igreja, “fomos amarrados à videira mais excelente”, onde nos alimentamos de Cristo (Jo 6:57; 15:1). Quanto mais um cristão se alimenta das palavras do Senhor, que são espírito e vida, mais ele se dá conta de que esse fruto é muito melhor do que qualquer outro alimento.

Alguns, entretanto, depois de provar e ser supridos abundantemente pela vida do Senhor, se deixam levar pelos desejos da vida da alma. Esta facilmente se enfastia de comer a mesma coisa, assim como o povo de Israel se enfadou do maná durante a peregrinação no deserto (Nm 21:5).

Aqueles que vivem pela vida da alma, quando ouvem falar somente de “espírito e vida”, ficam aborrecidos. Porém o próprio Senhor disse que “o espírito é o que vivifica” e que “as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6:63).

Graças ao Senhor, por estarmos na igreja, atados à videira verdadeira. Essa é a salvação do Senhor para nós. Que sejamos fiéis em nossa dieta de comer apenas “uva”, ou seja, as palavras cheias de vida do Senhor. Aleluia!