24 abril, 2012

Jesus, como Filho de Davi, recebeu o castigo de Deus em nosso lugar.

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.                 (2 Co 5:21)

Is 53:5; Jr 31:34b; Mt 26:28; Rm 6:8

O Senhor Jesus, segundo a carne, veio da descendência de Davi (Rm 1:3). Como sabemos, Jesus foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria. A narrativa do Seu nascimento está registrada em Mateus 1:18-21: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles”.

Nisso consiste o primeiro aspecto do evangelho de Deus: o Pai nos revelou o Filho como um homem concebido pelo Espírito Santo em Maria. Sendo um homem, o Senhor Jesus tinha a vida humana em um corpo de carne e sangue, com a semelhança do pecado, mas sem pecado. Assim, Ele pôde morrer na cruz e derramar Seu sangue para a remissão dos nossos pecados (Mt 26:28).

Como vimos, Davi representa todos os pecadores, e o Senhor foi chamado de Filho de Davi, por ser proveniente de sua linhagem. Esse fato tem grande significado, indicando que o Senhor Jesus se identificou com toda a humanidade pecadora. Na cruz, Ele tomou sobre si todas as nossas transgressões e em Sua morte recebeu o castigo de Deus em nosso lugar (Is 53:5; Mt 27:46). Ó Senhor Jesus! Que graça!

O primeiro aspecto do evangelho é grandioso. Ele apresenta as boas-novas de Deus para o mundo. Nós cometemos os pecados, mas o Senhor Jesus, que não conheceu pecado, foi julgado em nosso lugar. Em Seu corpo Ele tinha apenas a forma do homem pecador, mas sem a natureza pecaminosa, assim como a serpente de bronze tinha a forma do réptil, mas sem o veneno.

A morte redentora do Senhor nos trouxe vida e Seu sangue precioso nos justificou diante de Deus. Quando cremos no Senhor, somos salvos, pois nos unimos a Ele em Sua morte. Isso significa que nossa união com Cristo implica reconhecermos que a morte Dele na cruz também é a nossa (Rm 6:8).

Graças ao Senhor por Sua morte redentora! Por meio dela, fomos salvos da condenação, libertos do velho homem e da carne pecaminosa. Além disso, pelo derramamento do sangue de Cristo em nosso favor, fomos perdoados e purificados dos pecados cometidos no passado. Dessa forma, somos justos diante de Deus, como se nunca tivéssemos pecado (Jr 31:34b). Que salvação!

Davi representa todos os pecadores

Não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3:22b-23)

1 Sm 18:5; 24:10; 2 Sm 11:15; Rm 3:23

Davi foi escolhido por Deus para ser rei de Israel. Na juventude, ele era pastor e cuidava das ovelhas de seu pai, enquanto seus irmãos mais velhos participavam do exército de Israel. Ainda assim, ele já havia experimentado o livramento do SENHOR, quando no campo feriu e matou um leão e um urso para proteger o rebanho.

Conforme o registro de 1 Samuel 17 os filisteus estavam em guerra contra o povo de Israel, governado na época pelo rei Saul. Dentre eles, havia um gigante chamado Golias, que afrontou os exércitos de Israel por vários dias seguidos. Ninguém do povo tinha coragem de enfrentá-lo. Davi estava no campo de batalha para entregar alimentos aos seus irmãos, quando ouviu os insultos proferidos por Golias, e disse: “Que farão àquele homem que ferir a este filisteu e tirar a afronta de sobre Israel? Quem é, pois, esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?” (v. 26).

As palavras de Davi chegaram aos ouvidos de Saul, que mandou chamá-lo. Davi se dispôs a enfrentar o filisteu, confiante de que o Senhor o livraria das suas mãos, como de fato ocorreu. Ele não usou armadura nem lança, mas escolheu cinco pedras lisas do ribeiro. Embora Golias zombasse dele e o desprezasse, Davi o enfrentou em nome do SENHOR, lançando uma pedra que o atingiu e matou. Após essa vitória, os homens de Israel foram encorajados, perseguiram e feriram os filisteus, despojando seus acampamentos.

Davi respeitava a Saul, sob cujas ordens passou a fazer parte do exército de Israel. Ele logrou muitas vitórias. Davi se conduzia com prudência (1 Sm 18:5), mas ainda assim o seu sucesso nas batalhas despertou a inveja de Saul, que deixou de vê-lo com bons olhos. Essa inveja o levou a querer eliminar Davi. Ele, por sua vez, temia a Deus e, mesmo perseguido por Saul, jamais o feriu (24:10); antes, o honrava.

O próprio Davi foi coroado rei, se fortaleceu e venceu muitas batalhas porque o SENHOR era com ele (2 Sm 5:10). Porém, numa ocasião em que deixou de sair para a guerra, cobiçou a esposa de Urias, chamada Bate-Seba, e cometeu adultério com ela. Isso possivelmente aconteceu porque ele estava ocioso quando deveria ter saído para as guerras. Bate-Seba engravidou, o que revelaria o pecado de adultério, porque seu marido estava na batalha (11:4-5). Diante disso, Davi tentou encobrir o pecado, mandando trazer Urias para casa. Ele, porém, era um soldado fiel e não voltou para a própria casa.

Davi ainda encobriu o pecado, tramando a morte de Urias (vs. 15, 17). Sob sua ordem, Urias foi colocado na frente mais forte da peleja e morreu. Davi, então, se casou com a viúva, Bate-Seba. Ele cometeu pecados graves: cobiçar, adulterar e matar, e isso desagradou a Deus. Podemos assim dizer que Davi representava todos os pecadores, porque todos temos a mesma natureza pecaminosa e todos pecamos (Rm 3:23).