26 abril, 2012

REFLETINDO


A Salvação não é a fé com as obras


A compreensão mais freqüente da condição da salvação é que a salvação é pela fé e também pelas obras. Salvação pela fé é uma doutrina da Bíblia, e o homem não pode argumentar contra ela (Ef 2:8). Contudo, o homem diz que ela é também pelas obras. Consideremos agora o que a Bíblia diz sobre isso. Freqüentemente somos brandos e complacentes em nosso falar, mas a Bíblia não é branda no seu falar. Ela é muito precisa. Efésios 2:8 e 9 dizem: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie". Aqui ela nos diz que a salvação é absolutamente pela graça e mediante a fé. A palavra mediante significa atravessar. É como dizer que a luz elétrica brilha pela eletricidade e mediante o fio condutor. É também como dizer que a água da torneira vem do reservatório no departamento de águas e mediante os encanamentos. O homem é salvo pela graça, mas o canal mediante o qual a salvação vem a nós é a fé. O canal não são as obras, mas a fé. É mediante a fé e nada tem a ver com as obras. Não é adicionar a fé às obras. É preciso saber que a fé e as obras são basicamente opostas entre si. A graça do Senhor Jesus é baseada no amor de Deus. Quando cremos, a graça e o amor fluem para dentro de nós. Como resultado, somos salvos, temos vida, e somos justificados. Nada disso é transmitido a nós por meio das obras. 

Livro: “O Evangelho de Deus” - Watchman Nee

Servir a Deus no espírito.

Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm 8:6-8). 
Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho (1:9a)




Gn 4:3-5; Mt 16:24; Rm 8:6; Hb 2:5



A encarnação do Senhor Jesus e Sua morte redentora na cruz fazem parte do arranjo providencial de Deus para o homem. Conforme a justiça de Deus, não há remissão de pecados sem o derramamento de sangue (Hb 9:22). Assim, quando o pecado foi inserido na humanidade, todos os homens deveriam morrer para que a justiça de Deus fosse cumprida.
O homem tem uma grande utilidade para Deus. O homem morto, porém, não é útil para o Seu propósito. De acordo com a revelação que temos recebido, Deus criou o homem com um propósito específico. Por isso Ele o poupou pela redenção, a fim de regenerá-lo e fazer dele um cooperador no governo do reino vindouro.
Deus tem para o homem uma grande comissão. O propósito para o qual foi criado é estabelecer o reino dos céus na terra. Em Hebreus 2:5 vemos que Deus não entregará o mundo que há de vir a anjos, mas a homens. O inimigo de Deus tem se levantado contra esse propósito, mas Deus não desiste de Seus filhos.
Vemos em Gênesis que Deus havia entregado o governo da terra ao homem criado, que foi colocado no jardim do Éden para comer da árvore da vida. O homem, porém, foi iludido pela astúcia do inimigo de Deus e comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Dessa forma, a natureza maligna se inseriu na alma humana, passando a expressar-se não apenas nas más atitudes do homem, mas também nas boas. Por isso a alma do homem se tornou independente de Deus, sendo assim facilmente utilizada por Satanás tanto naquilo que se inclina para o bem como para o mal.
É certo que a parte má da vida da alma leva o homem a pecar. Por isso não é difícil perceber que nossas ações más precisam ser eliminadas. Por outro lado, há a parte boa da vida da alma, e esta facilmente nos engana. Essa parte boa inclui até mesmo o serviço a Deus. Mas esse serviço, por ter origem na alma caída, não é aceitável a Ele (Rm 8:6, 8).
Foi o que aconteceu com o filho mais velho de Adão, Caim. Depois que Adão e Eva foram expulsos do jardim do Éden, eles geraram a Caim, que tentou servir a Deus com seus próprios métodos. Ele lavrou a terra com esforço e labor. Depois de uns tempos, trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR, pensando que com isso poderia agradar a Deus. Ele, porém, não se agradou de Caim, porque sua oferta teve origem na vida da alma (Gn 4:3-5). Vemos, assim, a importância de negarmos a vida da alma, principalmente no serviço a Deus.
Satanás tem mantido seu domínio sobre os filhos de Deus que preservam a vida da alma e se recusam a obedecer à Palavra do Senhor. Que o Senhor tenha misericórdia e mostre a Seus filhos a necessidade de negar a vida da alma, para que O sirvam no espírito, com um coração singelo (Mt 16:24; Rm 1:9).