04 maio, 2012

REFLETINDO...

Estamos na vontade de Deus?

"Olhemos para o Senhor Jesus!"

Em 1 Coríntios 3, Paulo diz ser como um "prudente construtor". Se você deseja ser bem preciso, Paulo não está dizendo que ele era o arquiteto, mas sim um mestre de obras. O arquiteto é o próprio Deus, e Ele lança o fundamento. Paulo nos diz que não podemos lançar nenhum outro fundamento a não ser aquele que é Cristo Jesus. Cristo Jesus é o único fundamento, mas depois que o fundamento é lançado, tenha cuidado com aquilo que você edifica sobre ele. Algumas pessoas edificam sobre o fundamento usando ouro, prata e pedras preciosas, e outros edificam sobre ele com madeira, feno e palha. Você percebe a diferença?

Usando madeira, feno e palha, você pode construir uma grande casa. Isso é possível porque não vai custar muito dinheiro. Entretanto, se você quiser construir com ouro, prata e pedras preciosas, quão grande será a casa que você poderá construir? Ela custará muito caro. A madeira representa a natureza do homem. Um homem de pé é como um árvore, e por isso a Bíblia sempre usa a madeira para representar a natureza do homem. O feno nos fala da glória do homem. Em 1 Pedro lemos que toda carne é como erva, e a glória do homem é como a flor da erva. Seca-se a erva e cai a sua flor, mas a palavra de Deus permanece eternamente. A palha nos fala da obra do homem, porque os homens usavam palha na mistura para fazer tijolos.

Se alguma coisa é obra do homem, se é para a glória do homem ou se o próprio homem que a está fazendo, então você pode fazer algo grande e espetacular. Contudo, espere até que o fogo apareça. Nesse momento, sua obra será provada. Você vai aprender que madeira, feno e palha são os materiais apropriados - como combustível para o fogo. Eles serão totalmente consumidos. Certamente você será salvo, pois o fundamento não pode ser queimado. O fundamento é Cristo. Mas você será salvo por um triz. Contudo, olhe para o ouro, a prata e as pedras preciosas. O ouro é a natureza de Deus; a prata é a redenção de Cristo e as pedras preciosas são a obra do Espírito Santo. Estes materiais são caros. No tribunal de Cristo, você vai notar que o fogo os faz incandescer e manifestar sua glória. O julgamento vai manifestar a glória do ouro, da prata e das pedras preciosas.

Você não acha que precisamos ter nosso conceito corrigido? Estamos sempre buscando algo grande e espetacular e consideramos que isso é sucesso, que é benção de Deus e que Deus tem que estar ali. No entanto, isso não é necessariamente verdade. Ao invés disso, penso que devemos estar preocupados com a seguinte pergunta: estamos na vontade de Deus? A obra na qual estamos envolvidos é parte do desenvolvimento da obra de Deus rumo à concretização de Seu propósito? Se for assim, então Deus reconhece essa obra como Sua e isso é tudo que importa.

Recebi uma carta de um irmão tempo atrás, na qual ele me dava duas notícias. Uma delas falava de algo que estava acontecendo na Coréia. Você provavelmente sabe a respeito disso. Há uma igreja lá que é a maior igreja do mundo, com um milhão de membros. Aquele irmão estava maravilhado com isso. Ele pensava que aquilo era algo fantástico. Deus tinha que estar abençoando aquela obra. Então ele passou para a segunda notícia, na qual contava sobre outro grupo no mesmo local cujo número de integrantes estava diminuindo, e isso o decepcionava muito. Segundo nossa natureza humana, nós sempre julgamos as coisas pela aparência externa. Contudo, esperemos e vejamos como Deus vê.

Isso não quer dizer que Deus não possa estar presente em algo que seja grande. Não estou afirmando tal coisa. Entretanto, a verdade é que a satisfação divina não está relacionada a ser grande ou pequeno. Isso não importa. Não olhe para isso, não avalie através desse critério, mas veja como Deus vê, fazendo a seguinte pergunta: isso é a vontade de Deus? Será que você está alinhado com o trabalho de Deus rumo a seu propósito? Isso é o que importa. Este é o primeiro princípio e eu penso que precisamos aplicar este princípio vez após vez.



Nosso Senhor triunfou aos olhos do Pai
Olhe para o Senhor Jesus. Quando o Senhor nasceu, os magos, os reis do oriente viram a estrela. Eles vieram para adorar o Rei que havia nascido. Para que lugar se dirigiram? Eles foram à Jerusalém. Naturalmente, eles pensaram que o Rei só poderia ter nascido na capital, Jerusalém. Eles não sabiam que o Rei havia nascido em Belém.
Quando o Senhor Jesus estava na terra, Ele foi à Jerusalém muitas e muitas vezes, mas não ficava lá. Você sabe onde Ele ficava? No pequeno vilarejo de Betânia, na casa de Marta, Maria e Lázaro. Pense sobre isso: Quando o Senhor Jesus estava pregando e grandes multidões o seguiam, o que ele fazia? Ele se voltava para seus ouvintes e os desafiava, dizendo: "Se alguém quer ser meu discípulo, tem que amar-me mais do que pai, mãe, irmão, irmã, esposa, filhos e sua própria vida; de outro modo você não pode ser meu discípulo". Acaso isso não parece absurdo? Tantas pessoas seguindo ao Senhor, e Ele as desafia com tais palavras. Não é de se admirar que as pessoas achassem muito duras as palavras que Ele dizia. Quem pode ouvir tais palavras? Até mesmo muitos dos seus discípulos o abandonaram. Isso porventura perturbou o Senhor Jesus? Ele voltou-se para os doze que havia escolhido e disse: "Vocês também querem ir? Sintam-se à vontade para fazê-lo". Graças a Deus, Pedro disse: "Senhor, tu tens as palavras da vida eterna. Nós sabemos que tu és Cristo. Para onde iremos"? Mais tarde, na última ceia, durante a Páscoa, quando o Senhor reuniu os doze, um deles o traiu. Ao pé da cruz, somente João estava presente, acompanhado de algumas mulheres.

Se julgarmos pelas aparências externas, certamente nosso Senhor foi um fracasso. Contudo, será verdade que Ele foi um fracasso? Aos olhos de Deus, Ele foi um sucesso. Na cruz, Ele não apenas derramou o seu sangue para remissão de nossos pecados, mas Ele também tomou a velha criação com Ele e a crucificou. Ele pregou as ordenanças da lei e tudo o que nos acusava naquela cruz e nos libertou. Além disso, na cruz Ele desbaratou seus inimigos - satanás e os poderes das trevas. Ele os derrotou e fez deles um espetáculo público. Sua obra foi um sucesso.

Irmãos, olhemos para a história da igreja. Certa vez o Senhor apareceu para quinhentas pessoas. Pense nisso: o Senhor trabalhou por três anos e meio e após sua ressurreição, o maior número de pessoas reunidas ao qual Ele aparece é de quinhentos. Não parece trágico? Naquela ocasião, Ele disse aos quinhentos que retornassem a Jerusalém e esperassem lá até receberem poder do alto. Após isso, o Senhor disse que eles poderiam ser suas testemunhas em Jerusalém, na Judéia, Samaria e até os confins da terra. Contudo, somente cento e vinte ouviram ao Senhor. eles viram a ascensão do Senhor, contudo muitos não creram nele e não o obedeceram. Somente cento e vinte permaneceram naquele cenáculo por dez dias, orando em unanimidade. No dia de Pentecostes, o Espírito Santo veio e eles foram batizados em um Espírito num só corpo. Este foi o começo da igreja.

É verdade que foi de três mil o acréscimo naquele único dia. É também verdade que, num período de trinta anos, o evangelho foi pregado até os confins da terra. Quando lemos o capítulo 28 de Atos, encontramos Paulo em Roma, numa casa que alugara, e sabemos que Roma era o fim do mundo conhecido na época. Entretanto, você sabe que mesmo antes do fim do primeiro século a decadência já tinha começado na igreja? Nesse momento, a heresia e a corrupção estavam penetrando nela. Temos as sete cartas escritas pelo apóstolo João, ou melhor, pelo Senhor ressurreto, através do apóstolo João, às sete igrejas da Ásia (Ap 2 e 3). O que encontramos nessas cartas? Exceto por uma igreja (a igreja de Filadélfia), o testemunho de Jesus não estava sendo mantido.

Depois que o imperador Constantino aceitou o cristianismo, ocorreu uma mudança importante: o cristianismo inchou e tornou-se muito grande e poderoso. Se lermos o capítulo 13 de Mateus, ali encontramos um grão de mostarda que representa a fé. Nossa fé é como uma semente de mostarda: como há vida nela, haverá crescimento. Quando ela cresce, torna-se um arbusto, uma planta humilde. Este é o projeto e propósito determinado por Deus para nós individualmente e para a igreja.

Entretanto, vemos na parábola que o grão de mostarda cresceu a ponto de tornar-se uma grande árvore: tornou-se algo anormal. Então as aves vieram a aninharam-se nessa árvore. A primeira e básica parábola de Mateus 13 nos ensina que as "aves" dizem respeito ao maligno. O propósito de Deus deveria manter a igreja humilde como uma planta: viva, mas humilde. Todavia, você descobre que o homem surge em cena e opera de forma a inflar a igreja, tornando-a anormalmente grande. Nós queremos uma instituição grande e forte; contudo, ela se torna um ninho para os filhos do maligno. Todo tipo de corrupção entra nela. Em Mateus, esta parábola é seguida por outra que apresenta três medidas de farinha misturada com fermento. O fermento sempre nos fala de conduta corrupta ou doutrina corrupta. A medida de farinha deveria ser uma oferta de manjares a Deus, mas agora está toda levedada. Ela satisfaz o gosto do homem, mas não pode mais ser oferecida a Deus. É isso que o cristianismo é hoje em dia: algo grande.


Fonte: Extraído do livro "O Dia das Pequenas Coisas" do irmão Stephen Kaung

A experiência do verdadeiro arrependimento.


Agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação (2 Co 7:9-10a)

1 Co 5:1-5; 2 Co 7:5-16; Cl 3:15a

O que significa ter um arrependimento verdadeiro? Podemos ver em Segunda Coríntios a conclusão de um episódio que ilustra essa questão. Paulo ouviu falar de um irmão da igreja em Corinto que estava cometendo adultério com a mulher de seu pai, sua madrasta. Ao saber disso, o apóstolo ficou muito irado e ainda entristeceu-se muito ao ver que os presbíteros, irmãos responsáveis da igreja em Corinto, não trataram adequadamente essa questão (1 Co 5:1-2).

Ele, então, decidiu tomar uma atitude. Foi como se dissesse: “Se vocês não tratam disso, eu vou tratar”. E a maneira de Paulo fazê-lo foi entregando o pecador a Satanás (v. 5). Ser entregue a Satanás é como ser lançado no lago de fogo. Mas foi isso que ele determinou e escreveu em sua primeira epístola aos coríntios.

No entanto, depois que escreveu a carta e Tito partiu para entregá-la, Paulo não teve mais paz, pois, no espírito, percebera que havia exagerado no castigo, sem ao menos dar uma chance ao pecador. Como a viagem era longa, pois Tito partira da Ásia para ir até Corinto, na Europa, demoraria cerca de dez dias para que chegasse a seu destino. Sem notícias e preocupado com a repercussão de suas palavras, Paulo decidiu ir ao encontro de Tito para saber qual foi a reação dos irmãos.

Então ele seguiu o mesmo itinerário de Tito e foi até o extremo da Ásia. Quando atravessou o mar Egeu, chegou a Filipos, a primeira cidade da Europa, e ali se encontrou com Tito. Quando o viu, Paulo ficou muito alegre e se regozijou com a notícia de que todos haviam se arrependido. Os próprios presbíteros reconheceram que não trataram bem a situação e aquele que pecou ficou mais triste ainda, por causa da carta, e se arrependeu. Se há arrependimento, há o perdão. Louvado seja o Senhor!

O arrependimento não deve ser algo leviano, superficial, mas tem de ser profundo e real. Em Segunda Coríntios 7 vemos o desfecho da situação: “Agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte. Porque quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que defesa, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vindita! Em tudo destes prova de estardes inocentes neste assunto” (vs. 9-11).

Nessa experiência, além do arrependimento da igreja em Corinto, vemos o mesmo arrependimento genuíno em Paulo. Ele primeiro se arrependeu, logo ao enviar a carta; depois os presbíteros se arrependeram, e, por fim, o pecador também se arrependeu. Louvado seja o Senhor. Depois de sermos iluminados, nós confessamos nossos pecados, nos arrependemos e obtemos o perdão de Deus. Que todos experimentem o arrependimento genuíno!