15 maio, 2012

Deus se tornou acessível.

Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós
 (Jo 14:16)

Mt 1:23; Jo 14:9-11; 16:13; 1 Tm 6:16


Tempos após a morte e ressurreição do Senhor, os discípulos passaram a sofrer perseguição. Pedro foi condenado à morte, e João, ao exílio. Por cerca de vinte anos, João permaneceu preso na ilha de Patmos. Na verdade essa foi uma oportunidade dada por Deus a ele, para que o Espírito da realidade lhe revelasse muitas coisas e também o fizesse lembrar-se das palavras ditas pelo Senhor Jesus (Jo 14:26; 16:13).

Quando João escreveu seu evangelho, já contava com mais de noventa anos de idade. Nessa época ele estava em Éfeso, onde a igreja havia recebido a Epístola de Paulo aos Efésios. Embora as palavras de Paulo já trouxessem a revelação do plano de Deus e o suprimento do Seu Espírito, a igreja não praticou o conteúdo daquela epístola. Isso possivelmente aconteceu porque os irmãos passaram a estudar e analisar as verdades ali contidas, sem usar o espírito. Assim, eles se deixaram ser guiados pela mente, pela alma, e não ganharam a vida contida na Palavra.

Nesse contexto, o Espírito inspirou João para escrever mais um evangelho, registrando com detalhes as palavras do Senhor. Os outros evangelhos deram ênfase aos milagres e feitos realizados pelo Salvador, deixando de destacar o quanto precisamos da vida divina.

Em seu evangelho, João iniciou com as seguintes palavras: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela. [...] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:1-5, 14).

João mostrou que antes Deus habitava em luz inacessível (1 Tm 6:16), muitíssimo distante do homem; era impossível alcançá-Lo. Mas um dia Ele nasceu de uma mulher e viveu na terra na pessoa do Senhor Jesus. Como o homem Jesus era um ser humano normal, sujeito aos limites do tempo e do espaço, Ele não poderia estar para sempre na terra (Jo 14:9). Quando Jesus falava, Deus falava; quando Ele agia, Deus agia (14:10-11). Agora Deus não é mais inalcançável, e sim próximo de nós, sendo possível conhecê-Lo em Jesus Cristo. Por isso Ele também é chamado de Emanuel, que significa Deus conosco (Mt 1:23).

Como o homem Jesus, Ele era um ser humano normal sujeito aos limites do tempo e do espaço, não poderia estar para sempre na terra. Por essa razão, o Senhor precisou se tornar o Espírito da realidade (Jo 14:16-17). Como o Espírito, Ele pode estar em nós, habitando nosso espírito humano em qualquer tempo e lugar.