22 maio, 2012

Refletindo...

O Poder da Harmonia na Oração.
“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 18.18).

As palavras de Jesus concedem grande poder à igreja. De acordo com esse texto, a ação na Terra precede a ação no Céu.

Não que o Céu liga primeiro, mas sim a Terra; não que o Céu desliga primeiro, mas que a Terra desliga primeiro. A ação do Céu é governada pela ação da Terra. Tudo o que contradiz a Deus precisa ser atado, e tudo o que concorda com Deus precisa ser desatado. Seja o que for que deva ser atado ou desatado, o atar ou desatar começa na Terra. A ação na Terra precede a ação do Céu, pois a Terra governa o Céu.

Como pode ser isso? Primeiro, são afirmações muito fortes que parecem colocar a Terra acima do Céu. A igreja hoje (assim como o foi em outras épocas da sua história ) está cheia de pessoas que gostariam muito de exercer esse poder, de mover Deus, de mudar as circunstâncias, de ter domínio sobre as coisas. Sabemos que, na grande maioria dos casos, o resultado não é o esperado, e o homem e a igreja na Terra continuam não governando coisa alguma.

O contexto da passagem acima é muito claro: Jesus estava falando à Igreja (veja Mt 18.17). Ele estava entregando as chaves do Reino para a Igreja. Assim como Jesus possuía essas chaves e ligava e desligava as coisas na Terra durante seu ministério aqui, ele estava comissionando seus discípulos e seguidores, sua Igreja, a fazer o mesmo (confere Lc 22.29; Jo 14.12 etc.).

Em outras palavras, Deus se autolimitou para agir por meio da Igreja. Não temos base bíblica para fazer declarações extremas, como, por exemplo, que Deus não pode fazer nada a não ser pela Igreja, mas podemos afirmar que esse é o seu princípio de ação. Desde a criação, seu grande plano é agir em cooperação com um instrumento frágil e impotente, que é o homem, para frustrar e vencer seu arquiinimigo, Satanás.


A Vontade de Deus

Deus recusa-se a simplesmente usar sua vontade superior para vencer Satanás, ou mesmo o homem. Ele está trabalhando de acordo com um plano meticuloso para trazer a vontade do homem à harmonia com a sua. A harmonia da vontade do homem com a vontade de Deus será de fato o maior trunfo e a maior glória para Deus.

Dessa forma, podemos concluir que o ministério ou vocação da Igreja não é meramente pregar o Evangelho, mas trazer à Terra a vontade que está nos céus. E como a Igreja faz isso? Através do ministério da oração, que não é uma atividade meramente devocional ou opcional, mas uma obra relacionada com a função central da Igreja.

Como se define, então, o ministério da oração? É Deus dizendo à Igreja o que ele deseja fazer, de modo que a Igreja na Terra possa orar, expressando a vontade dele. Tal oração não é pedir que Deus faça o que nós queremos, mas pedir-lhe que faça o que ele deseja fazer. A Igreja precisa declarar na Terra que ela deseja a vontade de Deus. Se ela falhar nisso, será de muito pouco valor para Deus. O mais alto propósito da Igreja é permitir que a vontade de Deus seja feita na Terra.

Harmonia
Agora, para que isso seja feito, há uma condição no versículo seguinte. “Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus” (Mt 18.19).

A condição é harmonia. Se dois dentre vós... Jesus está falando sobre a Igreja. Não é oração individual. Dois é o número mínimo para que seja representada a Igreja. E eles precisam concordar, ou seja, precisam estar em harmonia, em plena unidade, como uma sinfonia executada por instrumentos musicais. Essa harmonia não é uma concordância momentânea a respeito de um determinado pedido. É a harmonia do Espírito Santo.

Nós não ligamos nem desligamos as coisas na Terra de forma que sejam ligadas ou desligadas no Céu, simplesmente porque duas ou mais pessoas decidiram que deveria ser assim. Devemos estar cônscios de que não há possibilidade de harmonia na carne. Para estar em harmonia, é preciso que as duas pessoas estejam sob o domínio do Espírito Santo. Isso quer dizer que sou levado por Deus a um ponto em que nego todos os meus desejos e quero somente o que o Senhor quer; uma outra pessoa, da mesma forma, é levada pelo Espírito Santo ao ponto de negar todos os seus desejos e querer somente a vontade do Senhor. Eu e ela, ela e eu, ambos somos levados a um ponto em que há harmonia tal como a que existe na música. Então, tudo o que pedirmos, Deus o fará no Céu por nós.

Tenha em mente que a oração não é a primeira coisa a ser feita. A oração é um passo que segue os outros passos da harmonia. O mais importante é descobrir quais são esses passos, como entrar em sintonia com Deus e com nossos irmãos, através de verdadeira comunhão vertical e horizontal, antes de tentarmos usar as chaves. É por isso que, num grupo de oração, é importante não só orar, mas também conversar e buscar sintonia uns com os outros na presença de Deus. Do contrário, estaremos orando juntos, mas com a mesma ineficácia como se estivéssemos orando sozinhos.

Se nossa vida natural é trabalhada pelo Senhor e somos levados a reconhecer a realidade do Corpo de Cristo, então estaremos em harmonia e nossas orações também estarão em harmonia. Uma vez que o que vemos é harmonioso, estamos qualificados para ser porta-vozes da vontade de Deus. Descobriremos a vontade de Deus, usaremos as chaves do reino para ligar e desligar, e o Céu atenderá a Terra.

O ministério principal da Igreja, então, é sua função de corpo, fundamentado na unidade. Quando pelo menos dois indivíduos estão em harmonia, eles não têm senão um só alvo, que é dizer a Deus: “Queremos que tua vontade seja feita na Terra, assim como é feita no Céu”. Quando a Igreja permanece em tal base e ora de acordo com ela, a vontade de Deus será feita. Se assim não for, é vã a nossa vida de Igreja. O grau da operação de Deus é determinado pelo grau de oração na Igreja. A manifestação do poder de Deus não excederá à oração da Igreja. É Deus quem primeiro deseja fazer certa coisa, mas a Igreja precisa preparar o caminho com oração de modo que ele possa ter uma estrada. Se a oração for sempre centralizada no eu, em problemas pessoais e em pequenos ganhos ou perdas, onde estará o meio pelo qual o eterno propósito de Deus se manifestará?

A Presença de Jesus

A dimensão do poder da Terra sobre o Céu é revelada no versículo 20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Por que há tanto poder na Terra? Por que o orar em harmonia tem efeito tão tremendo? O que confere a duas ou três pessoas, orando em harmonia, tanto poder? É porque a presença do próprio Jesus está ali. É este o verdadeiro motivo da unanimidade. Quando nos reunimos, não devemos vir como espectadores nem porque estamos buscando algo para nós mesmos. Somos chamados para nos reunirmos em nome do Senhor, por amor ao nome dele, para buscar glória para ele.

Nesse caso, haverá harmonia e o próprio Jesus estará dirigindo tudo. Por isso, tudo que for ligado na Terra será ligado no Céu, e tudo que for desligado na Terra será desligado no Céu. O Senhor estará operando juntamente com sua Igreja. Se o Senhor está presente, a Igreja pode ligar e desligar. Mas se o Senhor não está no meio dela, nada poderá fazer. Tampouco esse poder é dado a indivíduos; somente a Igreja recebeu tal autoridade. Deixemos de limitar a ação do Senhor na Terra – busquemos cumprir o nosso chamado principal como sua Igreja!

Extraído e adaptado do livro “O Ministério de Oração da Igreja”, de Watchman Nee (Editora Vida)

Refletindo...

Não sou o que quero ser

Certo dia, uma pessoa estava lendo no jornal algo a respeito de um homem que roubou um banco, e orou assim: "ó Senhor, agradeço-Te que, por Tua graça e misericórdia, nunca fiz tal coisa; nunca roubei ninguém". Mas, no seu íntimo, havia uma sensação de que não deveria dizer isso, pois o próprio elemento roubador estava nela. Na verdade, ela não cometeu o ato de roubar mas tinha a natureza roubadora. Sentiu que, por um lado, podia dizer: "Senhor, agradeço-Te que, pela Tua proteção, nunca me envolvi no ato de roubar" mas, por outro lado, devia dizer: "Senhor, tenho uma natureza pecaminosa, uma natureza roubadora. Embora não tenha transgredido exteriormente, ainda tenho a natureza pecaminosa interiormente".

Quantas vezes não nos gloriamos de não ser assim, de não fazer isso ou aquilo? Mas que temos de diferente das pessoas que praticam tais coisas? Interiormente, nada. Podemos perceber que essa natureza pecaminosa está também em nós. Isso é percebido principalmente quando alguém nos enerva ao extremo e nós, embora recatados, polidos e tão educados, explodimos como que quebrando uma casca de aparência. Somos, então, dominados por um sentimento do qual depois nos envergonhamos e por atos que, em sã consciência, jamais cometeríamos.

Ainda que, em tal extensão, isso possa não ocorrer, devemos saber quem somos e o que está em nós. A Palavra de Deus diz: "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo" (Romanos 7:18). Ninguém deseja ser fornicador, temperamental ou devasso. Ninguém deseja blasfemar, insultar ou amaldiçoar. Contudo o homem não consegue livrar-se desses males, pois nele há uma natureza pecaminosa que a Bíblia chama de pecado: "Mas, se faço o que não quero já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim " (Romanos 7:20).

Não importa quão bons sintamos ser. Devemos perceber que, dentro de nós, ainda há tal natureza pecaminosa, como uma doença que age secreta e interiormente; um dia os sintomas são vistos. "Médico" algum na terra pode livrar-nos dessa natureza, nem mesmo nós podemos livrar-nos dela. Que fazer, então?

A Bíblia diz: "Não há justo, nem sequer um" (Romanos 3:10) e "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Romanos 7:24). Entretanto também diz: "Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte" (Romanos 7:25; 8: 1-2).

Caro amigo, Jesus Cristo morreu por nossos pecados e, ao terceiro dia, ressuscitou e se tornou o Espírito que dá vida. Hoje Ele pode entrar em você e levá-lo a viver a mais elevada vida. Portanto, abra seu coração e ore: "ó Senhor Jesus! Eu sou um pecador. Tenho em mim uma natureza de pecado. Não quero mais viver por meio dela. Eu Te peço, entra em mim e vem ser meu tudo e minha vida. Eu Te recebo agora como meu Salvador."

"Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida por causa da justiça" (Romanos 8: 10).
Fonte: Jornal Árvore da Vida

Acautelar-se do fermento.

Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo (Cl 2:8)

Mt 15:9; 16:6, 11; Ef 4:14-16


A vida da igreja, como está descrito em Mateus 16:24-26, é seguir o Senhor. Antes, porém, de levar Seus discípulos para Cesareia de Filipe e revelar-lhes a igreja e como deve ser o viver da igreja, o Senhor Jesus transmitiu-lhes uma importante advertência sobre a necessidade de se acautelar do fermento dos fariseus e saduceus (v. 6).

Ao falar-lhes sobre o fermento, os discípulos pensaram que Jesus estava falando a respeito do pão que não haviam trazido com eles. Ao que o Senhor respondeu: “Por que discorreis entre vós, homens de pequena fé, sobre o não terdes pão? Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e de quantos cestos tomastes? Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos tomastes? Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. Então, entenderam que não lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus” (vs. 8-11).

Atualmente, o Senhor também nos tem advertido a acautelar-nos do fermento, principalmente no que diz respeito ao ensinamento dos homens (15:9; cf. Ef 4:14). No passado, vários irmãos receberam revelações quanto ao conteúdo da Palavra de Deus, mas muitos deles, devido à ênfase dada a essas revelações e aos diferentes ensinamentos, especialmente a partir do século XVIII, formaram muitas divisões, que culminaram em muitas denominações.

Contudo, amados irmãos, temos de aprender a eliminar do nosso meio todo e qualquer tipo de fermento. Precisamos nos acautelar dos ensinamentos que nos dividem e desviam de fazer a vontade de Deus. Devemos buscar a verdade em amor, isto é, praticá-la, a fim de crescermos na vida divina, edificarmos o Corpo de Cristo e nos prepararmos para reinar com Ele (vs. 15-16). Que o Senhor nos livre do engano dos ensinamentos de homens e nos conserve sempre supridos com a pura Palavra de Deus!