30 maio, 2012

Refletindo...


O Seu Barco

O Evangelho de João, no capítulo seis, apresenta um mundo faminto e atribulado. Não importa quem você seja, rico ou pobre, culto ou iletrado, de alta posição social ou não, o mundo à sua volta é cheio de problemas. Somos atribulados no estudo, no casamento, na vida profissional, enfim, em todos aspectos da vida humana (vs.16-21).

O mar agitado pelo vento forte indica a vida humana cheia de problemas. Jesus, porém, andava por sobre as ondas agitadas, sem ser perturbado por elas. O Senhor é o único que possui o domínio pleno sobre todos os problemas da vida humana, e toda a intranqüilidade está sob seus pés. Este é o Cristo que dá paz. Quando você O recebe para dentro do seu “barco”, como os Seus discípulos fizeram, chegará ao seu destino em paz. O seu “barco” pode ser sua vida conjugal, familiar ou profissional. Sem Cristo, o mundo está faminto e conturbado. Com Ele, todavia, temos satisfação e paz.
 

Aperfeiçoados dia a dia.

Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará (Lc 9:23-24)
                                                        2 Co 4:10; Cl 3:5; 1 Pe 1:9

Atualmente o Senhor tem nos mostrado que a igreja não é uma organização para a realização de atividades nem para que certos métodos sejam colocados em prática. O genuíno viver da igreja é seguir o Senhor (Mt 16:24), e a condição para seguirmos o Senhor é negar a nós mesmos. Isso exige que deixemos de lado a opinião que, mesmo parecendo boa, entra em conflito com a vontade de Deus.

Quando nos dispomos a seguir o Senhor, temos facilidade em rejeitar aquilo que é claramente mau, mas dificilmente lançamos fora alguma boa intenção proveniente de nossa alma. Assim, Satanás encontra ocasião para tentar frustrar o propósito de Deus, fazendo uso da nossa opinião aparentemente boa. Isso, porém, não significa banirmos toda e qualquer opinião na igreja. Quando estamos no espírito, Deus pode nos revelar algo, assim como revelou a Pedro que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (16:16). Mas quando somos influenciados pelo ego reagimos de maneira natural e, sem perceber, somos usados pelo inimigo de Deus.

Foi o que ocorreu com Pedro, quando o Senhor Jesus disse aos discípulos que era necessário ser entregue aos escribas e fariseus, morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Esse era o plano de Deus para providenciar a redenção do homem. Pedro, porém, ao ouvir essas palavras, começou a reprovar o Senhor, dizendo que tivesse compaixão de Si mesmo, pois isso de modo algum Lhe aconteceria. Nesse momento, ele parecia estar demonstrando apreço pelo Senhor, pois O amava, mas na verdade estava se opondo ao propósito de Deus. O Senhor Jesus percebeu que Pedro estava sendo utilizado por Satanás, por isso falou: “Arreda, Satanás!” (Mt 16:23), e ainda disse claramente aos discípulos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (v. 24).

Ao negarmos o ego, estamos permitindo que a vida de Deus ocupe espaço em nós. Por outro lado, se o preservamos, impedimos que a vida de Deus seja aumentada em nós. É como um copo cheio de água. Para que seja preenchido com um novo conteúdo, ele precisa primeiro ser esvaziado. Aos poucos, esvaziamo-nos de conceitos e opiniões provenientes da vida da alma, para receber mais da vida divina.

Negar a si mesmo não é algo que se faz uma vez por todas. Repetidas vezes nossa vida da alma reaparece, porque ainda nos deixamos influenciar por ela. Desse modo, ainda precisamos tomar a cruz dia a dia para fazer morrer a velha natureza terrena (Lc 9:23; 2 Co 4:10; Cl 3:5). Se hoje nos preservamos, na vinda do Senhor não obteremos a salvação da alma (1 Pe 1:9). Mas, quando nos permitimos sofrer perda, na verdade estamos salvando nossa alma para o reino vindouro, conforme disse o Senhor: “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mt 16:25). Diante disso, vamos tomar a cruz no dia de hoje e permitir que a vida divina ocupe mais espaço em nós.