21 junho, 2012

Cumprir toda a justiça de Deus.

Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou (Jo 6:38). Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade (Hb 10:7)

Mt 3:2, 11, 15; Lc 1:41; Fp 2:8

João Batista, desde seu nascimento, estava destinado a ser sacerdote. Seu pai, Zacarias, era um sacerdote e, portanto, transmitiria esse ofício a seu filho. O sacerdote possuía características próprias, como, por exemplo, servir no templo, usar as vestes sacerdotais e comer da comida ofertada a Deus, como os pães assados no forno, o peito e a coxa do animal sacrificado.

João Batista, no entanto, rejeitou tudo isso. Embora fosse um sacerdote, não queria exercer o sacerdócio da maneira antiga, tradicional. Em vez de ficar no templo, ele ia para o deserto, onde se vestia com pelo de camelo, animal considerado imundo pelos judeus; em vez de comer a comida destinada aos sacerdotes, ele se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.

A fim de preparar o caminho para o Senhor, ele pregava: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2). Mas qual era a maneira de se arrepender? Sendo batizado por ele. Por isso ele era chamado João Batista, porque batizava as pessoas com água. O batismo indicava o fim da velha maneira de vida e a necessidade de ter uma mudança na maneira de pensar, isto é, ter uma renovação da mente.

Ele dizia: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (v. 11). O batismo era apenas uma preparação para que eles recebessem o Filho de Deus e por Ele fossem batizados com o Espírito Santo e com fogo.

João Batista já conhecia o Senhor Jesus desde o ventre materno. O Evangelho de Lucas registra que, quando a mãe de Jesus, Maria, foi visitar a mãe de João Batista, Isabel, a criança estremeceu no seu ventre (1:41). Ele mesmo dizia ser o precursor do Senhor Jesus, tendo a responsabilidade de abrir a vereda, aplainar a estrada, para que o Filho de Deus nos trouxesse o reino dos céus. João Batista, portanto, sabia que Aquele que viria depois dele era o Rei do reino dos céus.

Deus tornou-se homem em Jesus e viveu na terra para ter a experiência da vida humana. Em Jesus, a natureza divina foi trabalhada na natureza humana a fim de que Ele, como um homem, pudesse cumprir a vontade de Deus. Aos trinta anos de idade, Jesus foi até João Batista para ser batizado. Ao ser interpelado por João sobre o que estava para fazer, o Senhor disse: “Convém cumprir toda a justiça de Deus” (cf. Mt 3:15). A justiça de Deus se refere a tudo o que Deus determinou, a fazer toda a Sua vontade.

Dessa forma, como homem, o Senhor Jesus veio para cumprir tudo o que o Pai determinou. Ele não apenas foi batizado por João, como também se submeteu a toda vontade do Pai. Ele morreu em nosso lugar e derramou Seu sangue pelos nossos pecados. Ele foi obediente até a morte, e morte de cruz (Fp 2:8). Após Sua ressurreição, Ele veio para nos batizar com o Espírito Santo, acrescentando Sua vida a nós, e com fogo para queimar as impurezas da nossa alma.

Que aprendamos com o modelo de obediência do Senhor, a fim de cumprirmos a justiça de Deus e recebermos o galardão de reinar com Cristo no mundo que há de vir!

O arrependimento e o reino.

O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho (Mc 1:15). Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento (2 Pe 3:9)

Rm 8:6; Ap 20:6

Desde os tempos de João Batista, já se pregava sobre o reino dos céus. Contudo muitos cristãos ainda não têm clareza sobre o que é o reino dos céus ou o que significa dizer que ele está próximo. Em geral, sabe-se que haverá novo céu e nova terra na eternidade futura, mas, antes disso, haverá a manifestação do reino dos céus na terra por mil anos. Esse reino milenar, no qual o Filho de Deus estabelecerá Sua autoridade, é também chamado de o mundo que há de vir (Hb 2:5; Lc 18:29-30). Nesse período, Ele não governará sozinho, mas terá um grupo de pessoas que O ajudará a reinar (Ap 20:6).

Nós queremos ser os que governarão com Cristo em Seu reino, mas, para isso, precisamos estar preparados. O caminho para entrar na manifestação do reino dos céus ocorre dia a dia na vida da igreja, quando negamos a nós mesmos e crescemos na vida de Deus.

Por isso, em primeiro lugar, precisamos arrepender-nos. O arrependimento significa mudança de mente, isto é, a mente, que é a parte principal da alma, precisa mudar de direção. Romanos 8:6 diz que a mente posta na carne dá para a morte; mas no Espírito, para vida e paz. A mente é a parte líder da alma, e esta precisa estar no espírito para cogitar das coisas de Deus (Mt 16:23). Para colocá-la no espírito, a vida natural e independente da alma tem de ser negada; nossos pensamentos naturais e caídos precisam ser rejeitados. Quando isso acontece, a vida de Deus que está em nosso espírito tem espaço e passa a nos governar. O resultado é vida e paz.

O arrependimento está ligado a negar a nós mesmos e é fundamental para o reino que há de vir. Quanto mais você nega a vida da alma nesta era, permitindo que a vida de Deus cresça em seu interior, mais habilitado estará para governar o mundo vindouro.

Além do crescimento em vida, precisamos ser aperfeiçoados para a obra do ministério. Na vida da igreja somos encorajados a usar os dons que recebemos de Deus para ganhar mais graça, que é o próprio Cristo acrescentado a nós. Dessa maneira, podemos ser mais úteis ao Senhor hoje e também na era vindoura.

Eis o tempo sobremodo oportuno para quem deseja reinar com o Senhor! O reino dos céus está próximo, portanto vamos aproveitar o tempo que temos e as oportunidades que o Senhor nos dá para negar a nós mesmos, rejeitando os pensamentos e opiniões naturais, e nos dispor a cumprir a obra do ministério. Aleluia!