31 julho, 2012

Mensagem aos Jovens...


Tu me amas?

Antes de se tornar um discípulo do Senhor, Pedro tinha um negócio (Lucas 5:10). Todavia, após conhecer o Senhor, Pedro descobriu um negócio muito maior do que aquele no qual estava envolvido. De igual forma, antes de conhecer o Senhor tínhamos o nosso negócio, nosso estilo de vida, nossos amigos e tantas outras coisas pertinentes ao antigo modo de viver. Mas, quando cremos no Senhor e fomos regenerados com Sua vida, fomos introduzidos em Seu grande empreendimento, a edificação da igreja (Mateus 16:18-19).
Entretanto, após a ressurreição do Senhor, Pedro resolveu voltar à antiga profissão de pescador (João 21:3).  Parece que ele havia se esquecido das palavras do Senhor quando dissera: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Marcos 1:17).  Em João 21 após a ressurreição do Senhor, Este apareceu a Pedro e perguntou-lhe por três vezes: “Você me ama? Você me ama mais do que esses outros?” Nas duas primeiras vezes Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”, mas quando o Senhor lhe perguntou pela terceira vez, ele percebeu que apesar de ter desejo de amar o Senhor, não tinha força para fazê-lo. Por isso, Pedro respondeu: “Senhor, tu sabes todas as coisas. Tenho desejo de Te amar, mas sabes que em determinada situação posso negar-Te. Quando confiei em meu amor natural por Ti, prometendo até mesmo morrer por Ti, eu te neguei por três vezes. Senhor, Tu sabes todas as coisas” (João 13:36-38; 18:15-18, 25-27).
Pedro havia voltado à sua velha profissão, pois o Senhor havia morrido e ele não sabia como seria seu futuro. Ele estava preocupado com seu sustento, com sua sobrevivência, por isso voltou a pescar. Pedro havia se desviado do chamamento que o Senhor um dia lhe fizera (Mateus 4:18-22). Mas por amá-lo, Jesus chamou-o outra vez, perguntando-lhe: Você me ama ou ama o barco e a rede com que garante o seu sustento? Essa mesma historia tem se repetido ao longo dos séculos, muitos jovens se desviaram do chamamento do Senhor devido á ansiedades relacionadas ao futuro. Muitos jovens se preocupam com quem irão se casar, ou que emprego poderá oferecer uma boa qualidade de vida a eles. Jovem, em relação ao nosso futuro, precisamos aprender a confiar no Senhor. Quando jovem, Pedro era muito ansioso, mas, a medida que ele foi se relacionando com o Senhor e conhecendo-O, Pedro aprendeu a lançar as ansiedades no Senhor. Em 1 Pedro 5:7 ele diz: “Lançado sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”.

A prova que amamos o Senhor: amar os irmãos

Após perguntar sobre seu amor por Ele, o Senhor o instruiu quanto à maneira correta de manifestar esse amor – cuidando dos irmãos (João 21:15-17). Muitos filhos de Deus proclamam seu amor por Ele, no entanto, sequer se lembram de ligar para um irmão enfraquecido, que não tem participado das reuniões da igreja e que por um motivo ou outro está disperso da vida da igreja. À luz da experiência de Pedro podemos dizer que o amor que o Senhor estava requerendo era um amor aperfeiçoado (1 João 4:12). Pedro no final de sua vida quando escreveu suas duas epístolas demonstrou em palavras que traduzem sua experiência de vida, que o amor foi aperfeiçoado em sua pessoa. A primeira prova de que o amor em Pedro cresceu é o fato dele ter escrito sua primeira epístola aos que estavam dispersos (1 Pedro 1:1-2). É muito fácil nos lembrar de alguém que está bem espiritualmente, que tem participado das reuniões da igreja, das conferencias de jovens, etc. No entanto, o grande desafio proposto a nós, é, não somente nos lembrar, mas também “escrever e enviar uma carta” de encorajamento aos que estão dispersos.
Em João 13:34-35, o Senhor apresentou o novo mandamento aos discípulos: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”.  Pedro ouvira essa palavra, no entanto, ainda não compreendia (v. 7) e por seguinte não conseguia pôr em prática. Mais tarde, depois de ser aperfeiçoado no amor, Pedro pôde escrever: “Tendo em visa o amor fraternal não fingido, amai-vos de coração, uns aos outros ardentemente. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1 Pedro 1:22; 4:8). Jovem, se você em seu coração ama o Senhor, então esse amor precisa ser manifestado com o cuidado pelos jovens mais fracos, ou seja, aqueles que têm dificuldade de avançar espiritualmente. O amor de Cristo precisa nos constranger a cuidar dos irmãos. Em João 13:1 é nos dito: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. Por mais que alguns irmãos sejam difíceis de ser amados, precisamos aprender com o Senhor a amar os irmãos até o fim. Amar implica em longanimidade e misericórdia.
Gostaríamos de terminar essa seção encorajado-os a amar os irmãos, assim como Paulo encorajou os tessalonicenses a avançar no amor uns para com os outros: “No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros; e, na verdade, estais praticando isso mesmo para com todos os irmãos em toda a Macedônia. Contudo, vos exortamos, irmãos, a progredirdes cada vez mais” (1 Tessalonicenses 4:9-10).

Para Meditar.


Uma tríplice transformação

Na criação do homem, Deus usou o pó da terra: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2:7). Nesse contexto, podemos ver o primeiro passo para o cumprimento do plano de Deus – a criação do homem.
De posse do homem criado, Deus intentava concluir Seu plano, porém um fato ocorreu – a queda do homem. Isso retardou a vontade de Deus. Ao vermos o chamamento de Pedro no Novo Testamento, percebemos que o Senhor Jesus aponta para o homem como uma pedra. “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). O nome Pedro (no grego, Petros) significa pedra ou homem-pedra. Para Deus poder Se trabalhar nesse homem-pedra, fez-se necessário mais um passo em Sua administração – a redenção providenciada pelo Filho. A redenção tornou possível o trabalhar do Espírito Santo no homem.
O apóstolo Pedro percebeu que nós somos materiais para a edificação de Deus: “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5). O próprio Senhor Jesus fora comparado com a pedra fundamental (cf. Isaías 28:16), a pedra de remate (cf. Zacarias 4:7), a pedra angular (cf. Salmos 118:22; Mateus 21:42; Atos 4:11; 1 Pedro 2:7).
A Bíblia ainda nos revela a terceira etapa do cumprimento de Sua administração – a transformação. Os materiais usados na edificação da nova Jerusalém são todos preciosos (cf. Apocalipse 21:11, 18 - 21). Por esse prisma, percebemos uma tríplice transformação: na criação, somos pó; com a redenção, fomos chamados pedras vivas; por fim, pela transformação que a vida de Deus opera em nós, atingimos um estado de pedras preciosas. Essa é a consumação do plano de Deus. Ele não quer nos melhorar exteriormente, mas Seu intento é transformar-nos por meio da infusão de Sua vida em nós. Assim, não mais seremos pó, seremos materiais preciosos que servirão para a edificação do edifício de Deus – a nova Jerusalém. Que todos nós estejamos debaixo do trabalhar de Deus até alcançarmos essa maravilhosa transformação!

A igreja em Éfeso sob a liderança de Paulo.


Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus  (Ap 2:7)


At 19:1-11, 23-41; Ap 2:5-7

Para ser útil ao Senhor é necessário encher-se do Espírito, assim como João o fez, mesmo estando na prisão. Ao voltar do exílio, João foi para Éfeso ajudar a igreja a vencer a degradação, conduzindo os irmãos para fora da esfera da alma e introduzindo-os no Espírito.
Antes da ida de João, a igreja em Éfeso recebeu Paulo quando este fazia sua terceira viagem missionária. Cabe aqui salientar que, na segunda viagem, ele e Silas seguiram totalmente a direção do Espírito. Já na terceira viagem, Paulo, sozinho, foi para Éfeso: “Achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João” (At 19:1b-3).
Paulo mostrou-lhes que o batismo de arrependimento era para prepará-los para receber o Senhor Jesus: “E, impondolhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam” (v. 6). Além disso, “Paulo fazia milagres extraordinários” (v. 11). Essas coisas mostram que Paulo, em vez de suprir as pessoas com vida e conduzi-las a viver no espírito, como o fez na segunda viagem, acabou induzindo a igreja às práticas que não tiveram um resultado tão saudável.
Em Éfeso, ainda, “durante três meses, Paulo frequentou a sinagoga, onde falava ousadamente, dissertando e persuadindo com respeito ao reino de Deus. Visto que alguns deles se mostravam empedernidos e descrentes, falando mal do Caminho diante da multidão, Paulo, apartando-se deles, separou os discípulos, passando a discorrer diariamente na escola de Tirano. Durou isto por espaço de dois anos” (At 19:8-10a). Por causa de tanta ênfase em argumentos e discussões, os efésios acabaram por viver na esfera da alma e por fim abandonaram o primeiro amor.
Depois de certo tempo, Paulo resolveu ir à Jerusalém, e Demétrio, ourives que fazia nichos de Diana, convocou os artífices e os persuadiu a se levantarem contra Paulo, pois este afirmava que não eram deuses os que eram feitos por mãos humanas. A cidade foi tomada de grande confusão e os artífices, enfurecidos, arrebataram os companheiros de Paulo. Ele queria apresentar-se ao povo, mas foi impedido por seus discípulos.
Esse grande tumulto por parte dos ourives contra Paulo não foi acidental. Na verdade, o Espírito Santo permitiu que isso acontecesse porque Paulo não conduziu os irmãos de Éfeso ao Espírito e à vida, pelo contrário, ele os levou para a esfera da mente e das manifestações exteriores do Espírito. Paulo deu muita ênfase para curas, poderes e milagres, então Deus permitiu que essa situação se levantasse para impedir que ele, Paulo, permanecesse em Éfeso.
Amanhã veremos que no final dessa viagem, estando em Jerusalém, Paulo foi aprisionado e conduzido a Roma para ser julgado. Com isso seu ministério de edificador da igreja cessou.