12 outubro, 2012

Para Meditar...

Qual o objetivo da Igreja?
 
 
No livro de Apocalipse as sete igrejas são representadas por meio de sete candeeiros de ouro (Ap. 1:20). Um candeeiro, por sua vez, não é um objeto com um fim em si mesmo. O propósito de um candeeiro é sustentar a luz de modo que todos possam vê-la. Da mesma forma, a Igreja não existe para si própria, ela não é um fim em si mesma, mas é um meio para que um objetivo seja alcançado.
O objetivo da Igreja é sustentar o testemunho de Jesus de modo que todos possam vê-lo, de modo que todos possam ver a luz. E se a Igreja falhar em expressar, manifestar a luz do testemunho de Jesus, então ela terá falhado em sua missão.
A Igreja não tem como objetivo final atrair as pessoas para si mesma, a Igreja tem como objetivo conduzir as pessoas a Cristo.
Fonte: Stephen Kaung, no livro “Vendo Cristo no Novo Testamento”, vol. 6,

Refletindo...

Não Deixemos de Congregar-nos.
 
Textos:
Hebreus 10:25 / Mateus 18:20 / Atos 2:42 / I Coríntios 14:23, 26

1. Deus Concede Graça na Assembléia

Porque não deixarmos de nos reunir (congregar)?

A graça de Deus para o homem é de dois tipos: pessoal e corporativa e esta última só pode ser obtida na assembléia.

Muitas orações podem ser feitas em secreto, mas há um outro tipo de oração que para ser ouvida deve ser feita na assembléia, sendo feita em nome de Jesus por duas ou mais pessoas, se os irmãos não se reunirem, várias orações ficarão sem respostas.

O mesmo é verdadeiro quanto ao estudo da palavra de Deus, ao lermos a Bíblia nos é concedida graça para entendê-la; no entanto, certas passagens das Escrituras não será abertas a nós, exceto na assembléia dos santos.

Se deixássemos de reunir, o máximo que obteríamos seria graça pessoal. Quanto perderíamos de graça corporativa.


2. Cristianismo é Coletivo

O cristianismo é singular por não ser de natureza individual, mas coletiva. Por isso a Palavra de Deus nos exorta a não deixarmos de nos congregar. Mesmo no Antigo Testamento, Deus ordena aos judeus que se congregassem e os denominava de congregação do Senhor. No Novo Testamento fica ainda mais claro que os crentes devem se reunir para que possam receber Sua graça.

A Bíblia registra muitas ocasiões de reuniões. Enquanto estava na terra, Jesus freqüentemente se reunia com seus discípulos. Após sua ressurreição, Ele encontrou com seus discípulos em um lugar recluso. Antes do dia de Pentecostes, os discípulos se reuniam com um só propósito: o de perseverarem firmes em oração. No dia de Pentecostes sabemos que estavam todos juntos em um mesmo lugar. Em Atos 2 encontramos que todos os que receberam a Palavra e foram batizados perseveravam na doutrina e na comunhão dos apóstolos, no partir do pão e nas orações (At. 2:42). As epístolas também ordenam aos crentes que não deixem de se congregarem. Em Coríntios, uma menção é feita sobre a reunião de toda a igreja e nenhum dos membros deve se abster de tais reuniões.

Qual é o significado da palavra “igreja” (mais precisamente assembléia) no grego? EK significa “para fora de”, e Klesis significa “um chamamento”. Ecclesia significa “os chamados para fora”. Hoje Deus não apenas chamou para fora um povo, mas quer também que eles se congreguem. Se cada um fosse chamado mantivesse sua independência não haveria igreja. Assim, nos é mostrado a importância de nos reunirmos.


3. O Corpo está Relacionado à Assembléia

Os capítulos 12 e 14 de I Co falam dos dons do Espírito Santo. A distinção entre esses dois capítulos é que, enquanto o capítulo 12 fala dos dons no corpo, o cap. 14 menciona os dons na reunião. Ao ler esses dois capítulos juntos, fica evidente que o corpo mencionado no cap. 12 está em funcionamento no cap. 14. Os dons do corpo são especialmente manifestos nas reuniões, o corpo funciona coordenadamente: olhos ajudam os pés, os ouvidos as mãos e as mão a boca. Portanto, aqueles que raramente se reúnem tem pouca chance de conhecer o que significa o funcionamento do corpo.

A luz de Deus está no Santo dos Santos. No átrio exterior existe a luz do Sol. O lugar Santo é naturalmente escuro, é iluminado pelo candeeiro contendo azeite. No Santo dos Santos, não há luz natural nem artificial, mas somente a luz de Deus. Para que alguém veja esta luz deve estar no Santo dos Santos. Sozinhos, só podemos receber alguma luz; somente quando os santos estão reunidos, a igreja se torna o lugar da habitação de Deus, e a sua luz pode brilhar em pleno esplendor.

Dt 32:30, mostra que a graça coletiva é maior que a pessoal.


4. A Presença do Senhor está no Reunir

O Senhor nos promete por duas vezes sua presença, em Mt 29:20b de forma individual e em Mt 18:20 de maneira coletiva. Muitas pessoas conhecem a sua presença de uma forma pessoal, tal conhecimento, é indispensável mas também é insuficiente. A Sua presença mais poderosa e abrangente é conhecida somente na assembléia dos Santos. Sua presença em nós está limitada a ser em um grau menor do que quando nos reunimos, pois é aí, no meio dos irmãos que a experimentamos como nunca havíamos visto antes. Devemos, portanto, a aprender a perceber esta presença nas reuniões; esta graça não pode ser obtida de outra maneira.


5. Como Devemos nos Reunir

Todo o congregar deve ser em nome do Senhor. O significado disto é que simplesmente nós nos congregamos sob sua autoridade e centralizados nele. O Senhor é o centro, e nós vamos juntamente com muitos irmãos, comparecer perante Ele.

Fisicamente o Senhor não está aqui; e é por isto que seu nome se torna indispensável. Ele nos promete que se reunirmos em Seu nome, Ele estará em nosso meio. Isto é, o Seu Espírito estará em meio ao nosso ajuntamento. Quando nos reunimos não é para ouvir um pregador, mas para encontrarmos o Senhor. O Espírito Santo é o depositário do nome do Senhor. Ele é enviado para proteger o nome do Senhor.

Outro princípio que governa uma reunião é a edificação do povo de Deus, ou seja, aquilo que somente edifica uma pessoa e não aos outros não deve ser manifestado na reunião. Portanto, quando chegamos à reunião, precisamos considerar sempre se todos estão sendo ou não edificados. Mesmo o fazer perguntas não é meramente para o nosso benefício pessoal. Nas coisas que faço, ajudo ou atrapalho a reunião. Tanto o nosso falar quanto o nosso silêncio podem afetar os outros. Se nós não consideramos os demais, podemos causar perda à reunião. Se falando ou permanecendo em silêncio, tudo deve ser feito para proveito da assembléia para a edificação do corpo de Cristo.

Finalmente, precisamos repetir que todos os que se reúnem devem ter um objetivo: a edificação mútua e não a sua própria. Devo evitar fazer algo que possa trazer perda aos outros irmãos. Se o meu silêncio irá inibir outros, então falo. Em todas as coisas devo aprender a edificar os irmãos.

O princípio básico de uma reunião é a edificação do corpo de Cristo. Seja humilde e não pense muito alto de si mesmo, como se você fosse uma das maravilhas destes vinte séculos, o melhor cantor e o melhor pregador! Aprendamos a humildade para que as nossas reuniões possam ser fortes. Sempre que as pessoas andarem em nosso meio, elas deverão sentir instantaneamente a presença de Deus. Esta obra é do Espírito Santo. Isto levará as pessoas a se prostrarem sobre as suas faces e adorarem a Deus, declarando que Ele verdadeiramente está entre nós.

Fonte: Principais tópicos do capítulo - Não Deixemos de Congregar-nos - Livro Lições Básicas - Volume 3 - Watchman Nee

O ministério neotestamentário provém do Espírito que dá vida.

Depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue  (1 Co 11:25).
O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica (2 Co 3:6)

 
 
Êx 30:22-25; Mt 27:51; Lc 23:45; Hb 10:19-22

Alimento Diário, Árvore da Vida, Dong Yu Lan, Bookafe
 
O ministério neotestamentário iniciou-se com o Senhor Jesus ainda em carne e continuou depois de Sua morte e ressurreição. Morrer e ressuscitar foi o modo pelo qual o Senhor se tornou o Espírito que dá vida (1 Co 14:45b). Uma vez que o Senhor é o Espírito, quem O toca, ganha vida. O Espírito que dá vida se refere ao Espírito Santo adicionado ao processo pelo qual o Senhor passou em Sua encarnação, morte e ressurreição. O Evangelho de João o chama de o Espírito da verdade, ou da realidade (Jo 14:17; 15:26; 16:13). O Espírito que dá vida inclui o Deus Triúno com Sua vida e obra. Em certos trechos, a Bíblia simplesmente O chama de “o Espírito”.

Para compreender melhor o Espírito que dá vida, ou simplesmente “o Espírito”, após a encarnação, morte e ressurreição do Senhor, podemos usar como exemplo o óleo composto da unção do Antigo Testamento, com o qual se ungiu o tabernáculo com seus móveis e utensílios, Arão, seus filhos e suas vestes. De acordo com Êxodo 30:22-25, o óleo da unção era formado por cinco elementos, que são o azeite de oliveira mais quatro especiarias: mirra, cinamomo, cálamo e cássia. Na Bíblia, o número quatro se refere à criatura, especialmente o homem, e o número um simboliza Deus. Dentre as quatro especiarias, temos a mirra fluida, uma substância amarga usada para embalsamar o corpo das pessoas após a morte e retardar sua decomposição. A palavra mirra vem de um radical que quer dizer amargo. Ao ser crucificado, o Senhor tomou o cálice da amargura em nosso favor (Mt 26:39, 42). Mirra, portanto, se refere à morte do Senhor.

A segunda especiaria é o cinamomo odoroso, uma planta que exala uma fragrância doce. Isso prefigura a eficácia da morte do Senhor. A terceira é o cálamo, um junco ou haste que nasce nos pântanos, ou seja, em águas mortas, paradas. Cálamo, portanto, prefigura a ressurreição. Por fim, temos a cássia, erva usada como repelente de insetos e serpentes, que simboliza a eficácia da ressurreição do Senhor. Recapitulando, temos a mirra (morte), o cálamo (ressurreição), o cinamomo (eficácia da morte) e a cássia (eficácia da ressurreição). Uma vez que o número quatro se refere à criatura, ele refere-se também ao Senhor como o Primogênito da criação (Cl 1:15).

Falemos agora sobre o peso de cada especiaria. Primeiro temos quinhentos siclos de mirra. Em segundo lugar, temos duzentos e cinquenta siclos de cinamomo odoroso, isto é, a metade da primeira especiaria. Em terceiro lugar, temos duzentos e cinquenta siclos de cálamo e, por último, quinhentos siclos de cássia. Se tomarmos quinhentos siclos como unidade básica, temos três unidades. Quinhentos siclos da primeira especiaria (mirra); quinhentos siclos divididos em dois: duas especiarias de duzentos e cinquenta siclos cada (cinamomo e cálamo); e quinhentos siclos da terceira especiaria (cássia).

O número três simboliza o Deus Triúno: Pai, Filho e Espírito. A primeira unidade é o Pai, a segunda, o Filho, e a terceira, o Espírito. Porém a segunda unidade de quinhentos siclos, que prefigura o Filho, foi dividida ao meio, indicando que Ele foi partido por nós na cruz por nossos pecados. Na morte do Senhor, o véu do santuário que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos foi partido ao meio de alto a baixo (Mt 27:51; Lc 23:45), o que indica que já não há separação entre Deus e nós. Podemos achegar-nos com intrepidez ao Senhor no trono da graça (Hb 10:19-22). Aleluia! Que bênção desfrutar, por meio do Espírito, de tudo o que o Deus Triúno é e fez!