20 maio, 2011

Invocar para recuperar a presença do Senhor

Como vimos ontem, Adão e Eva muito provavelmente se arrependeram de ter desobedecido a Deus, pois sofreram as consequências de perder Sua presença e Seu amparo direto. Depois disso, a questão entre Caim e Abel deve tê-los entristecido ainda mais. Porém, graças ao Senhor, eles encontraram um caminho para recuperar a presença de Deus.
Adão lavrava o solo para sobreviver (Gn 3:17-19). Contudo o crescimento adequado da plantação não ocorreria se não houvesse condições favoráveis, como chuva e sol na medida certa. Nisso Adão devia reconhecer que não podia viver sem Deus, pois Dele provinham todos os meios para seu sustento.
Após se arrependerem, Adão e Eva receberam a bênção de Deus, que lhes concedeu outro filho, chamado Sete (Gn 4:25). Sete, a seu tempo, também gerou um filho, a quem deu o nome de Enos (v. 26a). A partir de então, Adão e seus descendentes se perceberam frágeis e incapazes, reconhecendo que dependiam de Deus. Por já ter vivido no jardim do Éden, Adão deve ter compartilhado com seus filhos quão bom era desfrutar da constante presença do Senhor e como eles precisavam recuperá-la. Como reação a isso, os descendentes de Adão provavelmente clamaram: “Ó Senhor! Ó Senhor! Precisamos de Ti! Sem Ti não temos alegria nem paz. Sem Ti não temos proteção contra os inimigos e as feras. O que fazer? Ó Senhor, precisamos de Ti!”.
Gênesis 4:26 diz expressamente: “Daí se começou a invocar o nome do Senhor”, indicando que não foi um único indivíduo que iniciou essa prática, mas que toda uma geração de pessoas, inclusive Adão, começou a invocar o nome do Senhor. Os homens reconheciam que precisavam de Deus como tudo para eles, por isso invocavam com coração puro: “Ó Senhor!”.
Tempos depois, os homens deixaram de invocar o nome do Senhor para exaltar seu próprio nome. Noé, descendente de Adão, gerou três filhos, entre eles Cam (6:10). Este teve um filho chamado Cuxe (10:6), que, por sua vez, gerou Ninrode (v. 8). Por ser um valente caçador diante do Senhor (v. 9), pouco a pouco Ninrode tornou-se um modelo, uma referência popular: “[...] daí dizer-se: Como Ninrode”. Em outras palavras, a partir daí se começou a falar de Ninrode, de sua valentia, de seus feitos. Ele alcançou poder na terra, entre o povo da época, e foi exaltado, orgulhando-se. O princípio de seu reino foi Babel (v. 10), onde liderou o povo na edificação de uma torre, para que o nome do homem fosse exaltado. Deus, então, pôs fim a esse intento, confundindo as línguas humanas (11:5-8).
Como Deus havia feito uma aliança com Noé de não mais julgar a terra com águas de dilúvio, Ele confundiu a linguagem dos homens e os dispersou pela terra, de forma que já não podiam se unir para afrontar Deus. Assim eles se agruparam em diferentes povos e adotaram vários ídolos.
Apesar disso, a prática de invocar o nome do Senhor se propagou, de geração em geração, entre os homens que buscavam a presença de Deus, por reconhecerem que dependiam Dele. Quando o homem sentia que já não tinha amparo, lembrava-se de invocar o nome do Senhor (Êx 2:23). Davi, por exemplo, também invocava (Sl 17:6; 18:3; 56:9), assim como seus descendentes, e escreveu muitos salmos com base em sua experiência.
Em toda a história do povo de Israel, vemos a prática de invocar o nome do Senhor, especialmente entre os profetas (Lm 3:55; Is 12:4). Referindo-se aos dias de hoje, o profeta Joel disse: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Jl 2:32). Aleluia! Somos aqueles que invocam o Senhor porque precisamos de salvação, dependemos de Deus e buscamos Sua presença.

Ponto-chave: Invocar o nome do Senhor é reconhecer que dependemos Dele.