Nm 21:5; Jo 6:63; 15:1, 5; Hb 5:6; 7:1-2; Ap 5:5
Em Apocalipse nos é dito que João viu, na mão direita Daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Todavia não se achava ninguém digno de abrir o livro e desatar os selos, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra. Aquele quadro entristeceu João, que chorava muito. “Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos” (5:5). Tanto o leão quanto Davi estão relacionados à realeza (Mt 1:1).
O Senhor Jesus é o Leão da
tribo de Judá e a Raiz do rei Davi. Somente Ele, como o descendente de Davi, foi
achado digno de abrir o livro e desatar os selos, os mistérios do Novo
Testamento. Esse Leão é o mesmo referido na profecia de Gênesis 49: “Judá, teus
irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos
de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho; da presa subiste, filho meu.
Encurva-se e deita-se como leão e como leoa; quem o despertará? O cetro não se
arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele
obedecerão os povos” (vs. 8-10).
Como vimos em séries
anteriores do Alimento Diário, o cetro e o bastão são símbolos de autoridade
real e nobreza. O termo Siló, significa paz. O livro de Hebreus revela que o
Senhor Jesus é sumo sacerdote da ordem de Melquisedeque, e este é o rei de
Salém, que significa paz. Ele é também o rei de justiça (cf. Hb 5:6;
7:1-2).
Assim como ocorreu com Judá,
que amarrou seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta à videira mais
excelente (Gn 49:11), o Senhor Jesus, mesmo sendo rei, precisou de um jumentinho
preparado, que estava “amarrado”, para ser introduzido em Jerusalém.
Amarrar o jumento à videira
significa restringi-lo em sua dieta para que coma apenas uva. Sabemos que o
jumento costuma se alimentar de qualquer coisa que encontra no caminho e muitas
vezes come coisas não muito saudáveis, diferente dos cavalos e bois, que
habitualmente procuram um tipo de pasto de melhor qualidade.
Isso pode ser aplicado a nós.
Comer do fruto da videira ou comer uvas está relacionado com alimentar-nos de
palavras saudáveis, que nos suprem vida. Antes de sermos salvos, nossa
alimentação espiritual não era boa. Após sermos introduzidos na igreja, “fomos
amarrados à videira mais excelente”, onde nos alimentamos de Cristo (Jo 6:57;
15:1). Quanto mais um cristão se alimenta das palavras do Senhor, que são
espírito e vida, mais ele se dá conta de que esse fruto é muito melhor do que
qualquer outro alimento.
Alguns, entretanto, depois de
provar e ser supridos abundantemente pela vida do Senhor, se deixam levar pelos
desejos da vida da alma. Esta facilmente se enfastia de comer a mesma coisa,
assim como o povo de Israel se enfadou do maná durante a peregrinação no deserto
(Nm 21:5).
Aqueles que vivem pela vida da
alma, quando ouvem falar somente de “espírito e vida”, ficam aborrecidos. Porém
o próprio Senhor disse que “o espírito é o que vivifica” e que “as palavras que
eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6:63).
Graças ao Senhor, por estarmos
na igreja, atados à videira verdadeira. Essa é a salvação do Senhor para nós.
Que sejamos fiéis em nossa dieta de comer apenas “uva”, ou seja, as palavras
cheias de vida do Senhor. Aleluia!