20 agosto, 2012

A Igreja em Laodicéia.


Apocalipse 3:14 – 22 


Neste capítulo falaremos sobre a última igreja. Vimos a igreja católica romana, as igrejas protestantes e o movimento dos irmãos. Entre esses, o que Deus escolheu foi o movimento dos irmãos. Tiatira falhou completamente. Embora Sardes fosse melhor do que Tiatira, contudo Deus ainda reprovou-as. Somente Filadélfia não recebeu qualquer palavra de reprovação. A promessa do Senhor está em Filadélfia. (Mas Filadélfia também tem um chamado para os vencedores) Sem dependesse de nós, pararíamos em Filadélfia e não escreveríamos mais. Contudo, nessas igrejas o Senhor está profetizando a condição da igreja; assim. É necessário darmos mais um passo para Laodicéia, com a qual todos estão mais familiarizados. Se perguntasse: ”Afinal, a qual igreja Laodicéia se refere”?, Muitos não conseguiriam responder. Muitos dos filhos de Deus não têm clareza a respeito de Laodicéia. Alguns pretendem aprender lições dela, como indivíduos; muitos consideram-na como referindo-se à generalizada condição desoladora da igreja. Mas o Senhor está falando profecia aqui.

Laodicéia, assim como as outras igrejas, tem um significado especial em seu nome. Este é composto de duas palavras: laos, significando leigos (laicato ou povo comum), e edicea, que pode ser traduzido para costumes ou opiniões. Então, Laodicéia significa os costumes dos leigos ou as opiniões. Então, Laodicéia significa os costumes dos leigos ou as opiniões do povo comum. Aqui vemos muito evidente o significado – a igreja fracassou, pois voltou ao nível de acatar opiniões e costumes dos leigos. Em Filadélfia o que vemos são irmãos e amor uns pelos outros.

Mas o que vemos aqui são leigos, opiniões e costumes. Temos de ter em mente que se os filhos de Deus não permanecerem na posição de Filadélfia, eles cairão e fracassarão, mas não retornarão a Sardes. Uma vez que uma pessoa tenha visto a verdade dos irmãos, ela não voltará às igrejas protestantes, mesmo que queira. O resultado é que, uma vez que não seja capaz de permanecer firmemente em Filadélfia, ela retrocederá para tornar-se, como vemos aqui, Laodicéia. O que saiu de Filadélfia é chamado Laodicéia. Sardes provém de Tiatira, e Filadélfia provém de Sardes; do mesmo modo, Laodicéia sai de Filadélfia. Os filhos de Deus hoje cometeram um engano, isto é, sempre que vêem uma igreja denominacional, cuja condição é errada, eles dizem que esta é Laodicéia. Isto esta errado. Uma igreja denominacional é Sardes, não Laodicéia. As diferentes denominações são as igrejas protestantes. As denominações não estão qualificadas para tornar-se Laodicéia. A condição de Laodicéia não é a condição de Sardes. Somente quem já provou a boa qualidade de Filadélfia e agora está caído é Laodicéia. Aquela que realmente não tem muito é Sardes; aquela que não preserva as riquezas espirituais que estão no Espírito Santo torna-se Laodicéia.

Que tipo de queda é essa, então? Começando por Éfeso, vemos anormalidade no meio da normalidade. Em Pérgamo, vemos ensinamento de Balaão. Em Tiatira, vemos Jezabel: portanto, a classe mediadora tem aqui sua raiz. Sardes deu-nos uma bíblia aberta, mas a própria Sardes criou outra classe mediadora. Em Filadélfia, vemos somente iramos; a classe que domina o laicato já não existe. Todos voltaram à palavra do Senhor para obedecer a ela e obedecer ao que o Espírito Santo tem falado por meio da palavra. Mas um dia, por não permanecer na posição de irmãos que recebem a disciplina do Espírito Santo;o Espírito Santo exerce autoridade por meio da palavra e do Nome, e todos são irmãos amando uns aos outros. Agora nem é o Espírito Santo exercendo a autoridade nem é o sistema pastoral, mas os leigos. Que queremos dize por leigos exercendo autoridade? Queremos dizer o exercício da autoridade da maioria. A opinião da maioria é a opinião aceita; uma vez que a maioria esteja a favor, está tudo bem. Esta é a Laodicéia. Em outras palavras não são os padres que dominam, nem os pastores nem o Espírito Santo, mas é a opinião da maioria que conta. Aqui, não são irmãos, mas homens. Laodicéia não se posiciona na posição de irmão; antes, são homens que estão aqui concordando com a vontade da carne. Todos levantam a mão, e isto é tudo. Devemos conhecer a vontade de Deus e Examinar Filadélfia de acordo com a vontade de Deus. Sempre que não existir amor fraternal, mas somente as opiniões dos homens de acordo com a carne, então encontramos Laodicéia.

Aqui o Senhor fala de Si mesmo como “o amém, a testemunha fiel e verdadeira, o principio da criação de Deus”. O Senhor é o amém. Amém significa tudo bem; quer dizer assim seja. Então, Ele cumprirá tudo, e nada será em vão. O Senhor Jesus na terra estava testificando a obra de Deus. Entre os diversos seres e coisas criadas por Deus, o Senhor é o Cabeça.

“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio, ou quente! Assim, porque és morno, e nem és quente e nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca”. Sardes é viva no nome, mas morta em realidade; Laodicéia não é quente nem fria. Para Éfeso o Senhor disse: “Moverei o seu lugar o teu candeeiro”; para Laodicéia: “Estou a ponto de vomitar-te da minha boca”. O Senhor não os usará novamente; eles não são mais o amem. O problema é que eles não são nem frios nem quentes. Estão cheios de conhecimento, contudo carentes de poder. Quando eram quentes, eles eram Filadélfia; mas agora estão mais frios do que antes. Uma vez que Filadélfia
cai, ela se torna Laodicéia. Somente as pessoas de Filadélfia podem cair a tal ponto.

“Pois dizes: Estou rico e abastado, e não preciso de cousa alguma”. Já mencionamos que o movimento dos irmãos é muito mais significativo que a Reforma. A reforma não foi senão uma reforma de quantidade, enquanto o movimento dos irmãos foi uma reforma de qualidade, restaurando a essência original da igreja. Tal poder é realmente grandioso. Mas porque esses irmãos eram mais fortes que os outros em conduta e em verdade, a ponto de até mesmo um cozinheiro entre eles saber mais que um missionário nas igrejas protestantes, eles se tornaram orgulhosos. “Vocês todos são incompetentes, só nós somos competente”, era a atitude deles. Ninguém era competente nas igrejas protestantes. O famoso Scofield foi até os irmãos para ser ensinado. Gipsy Smith, muito conhecido, esteve no meio deles para obter benefícios, aprendendo suas doutrinas para pregar. Todos os obreiros, estudiosos, pregadores e crentes receberam ajuda e luz deles. Nem sabemos quantos mais receberam ajuda de seus livros. Muitos precisam reconhecer em seu coração que em todo mundo ninguém ensinou a bíblia tão bem quanto os irmãos. Como resultado alguns deles se tornaram orgulhosos. “Nossos alunos são professores de outros”, eles diziam. Embora eles fossem grandemente antagonizados, contudo alguns declaravam-se heróis. A conseqüência mais evidente é que alguns se tornaram auto-satisfeitos. Alguns irmãos têm amor fraternal e buscam o bem dos outros, enquanto outros não têm nada além de conhecimento; então, foi inevitável que se tornassem outo-exaltados e presunçosos. O Senhor mostrou-nos que uma Filadélfia orgulhosa é Laodicéia, e Laodicéia é uma Filadélfia decaída. Conseqüentemente, em muitos lugares as reuniões deles tiveram problemas de comportamento e ensinamento. A característica principal de Laodicéia é o orgulho espiritual. O Senhor já cumpriu para nós o que diz respeito ao lado histórico.

Hoje, podemos encontrar Filadélfia e também Laodicéia. Ambas são bastante parecida em sua posição como igreja. A diferença é que Filadélfia tem amor, enquanto Laodicéia tem orgulho. Não há diferença na aparência exterior; a única diferença é que Laodicéia é uma Filadélfia orgulhosa. Não queremos relatar muitas coisas sobre eles. Apenas quero dar algumas ilustrações. Um irmão entre eles certa vez disse: “Existe algo espiritual que não possa ser encontrado entre nós”? Certo irmão, após ver uma nova revista, disse: “Que novidade ela pode dar-nos? Há alguma coisa que não temos”? E ele fechou a revista sem ler mais. Outro irmão disse: “Uma vez que o Senhor tem nos dado maior luz, devemos estar satisfeitos; lermos o que os outros têm escrito é perda de tempo”. Outro disse: “Que é os outros têm que nós não temos, e o que nós temos pode ser que os outros não tenham”. Quando ouvimos este tipo de falar, imediatamente lembramo-nos do que o Senhor diz aqui a respeito dos que dizem: “Estou rico”. Oh! Quão cuidadoso precisamos ser para que não nos tornemos Laodicéia!

Em uma ilha no Oceano Atlântico havia muitos irmãos. Certa vez houve um furacão que destruiu muitas casas, incluindo os lares e os locais de reunião dos irmãos. Em poucas horas, os irmãos de todo enviaram mais de duzentas mil libras esterlinas; tal assistência alcanço-os mais rapidamente do que a do governo. No seu meio há realmente amor fraternal, mas há também aqueles que se tornaram orgulhosos. As igrejas protestantes ao são qualificadas para tornar-se Laodicéia. A própria Sardes reconhece que não tem nada. Tenho trabalhado por mais de vinte anos, contudo nunca encontrei um missionário ou pastor nas denominações que afirmasse ter coisas espirituais. Eles sempre dizem que são inadequados. As falhas e fracas igrejas protestantes são Sardes, não Laodicéia. Somente Laodicéia tem a característica especial do orgulho espiritual. As igrejas protestantes têm muitos pecados, mas o orgulho espiritual não é seu pecado principal. Somente irmãos caídos diriam: “estou rico e abastado, e não preciso de coisa alguma”. Somente Filadélfia decaída pode tornar-se Laodicéia. Quanto aos bens espirituais, Sardes sabe muito bem que não tem nada. Eles freqüentemente dizem: “Nos não somos suficientemente zelosos, nossos membros zelosos se foram”. Fartura é a condição de Filadélfia, enquanto vanglória de sua riqueza é a marca distinta da Laodicéia. Somente Laodicéia pode vangloriar-se. Uma pessoa que sai da posição de Filadélfia não volta a Sardes. Pedir a um irmão que volte a Sardes é impossível; ele só poderá prosseguirpara Laodicéia. Laodicéia também não continua a linha da ortodoxia dos apóstolos – ela vai alem da linha dos apóstolos. São aqueles que possuem conhecimento vão; eles não têm vida e são auto-satisfeitos, auto-exaltados e presunçosos.

“Pois dizes: Estou rico e abastado, e não preciso de cousa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu”. O que eles dizem é realmente quase verdade: “Estou rico e tenho adquirido riquezas e não preciso de nada”! Na verdade, eles são maravilhosos diante de Deus. Eles têm motivo para gloriar-se. Reconhecemos que há muitas coisas no meio deles das quais eles podem gloriar-se. Mas é melhor deixar que os outros sintam isso e não nós mesmo; deixe que os outros saibam disso, não nós. É realmente bom se os outros falarem; mas nós falarmos, não é bom. Não devemos orgulhar-nos de coisas espirituais, uma vez que você se orgulha delas, elas se desvanecem. Quando uma pessoa diz que é forte, então aquela força se ai. A face de Moises brilhava, contudo ele próprio não tinha consciência disso. Todo aquele que sabe que sua face está brilhando perderá o brilho dela. Se você não sabe que está crescendo , você é abençoado. Há muitos que têm muita clareza sobre sua própria condição, mas, na verdade, não têm nada. Se você tem autoridade espiritual, tudo bem, mas se você sabe que tem autoridade espiritual, isso não está bem. Os de Laodicéia estão bons demais na avaliação de si mesmos; eles têm demais. Como resultado, aos olhos de Deus, eles são cegos, pobres nus. Essa é a razão por que devemos aprender uma lição. Laodicéia está clara demais a respeito de suas riquezas. Desejamos crescer, contudo, não queremos nós mesmos saber disso.

O Senhor diz:”Tu és(...) miserável”. A palavra miserável aqui é o mesmo que a palavra miserável (NVI) usada por Paulo em Romanos 7. O que o Senhor diz aqui:”Você é como Paulo em Romanos 7 – do lado espiritual, é infeliz, confus, você não é nem uma coisa nem outra, e aos olhos dos Senhor você é miserável”. Nas palavras seguintes, o Senhor aponta três razoes para mostrar por que eles são infelizes e miseráveis: eles são pobres, são cegos e são nus.

Sobre a pobreza o Senhor diz: “Aconselho-se que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres”. Embora eles sejam ricos em doutrinas, contudo o Senhor os vê como sendo pobres. Eles precisam ter fé viva; do contrario, a palavra de Deus é inútil para eles. O fracasso e a fraqueza deles devem-se ao fato de que sua fé se foi. Pedro diz que o ouro provado pelo fogo é fé em provação (1Pe 1:7). Nos dias em que a palavra ministrada é pobre, você deve orar. Quando a palavra aumenta, você precisa misturar a fé com a palavra que tem ouvido. Você deve passar por todo tipo de provação para que as palavras que tem ouvido seja úteis de maneira prática. Assim, você precisa comprar ouro provado pelo fogo. Você deve aprender a confiar, mesmo em tribulação; então você será realmente rico.

Além disso o Senhor diz: “vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez”. Mencionamos antes que vestiduras brancas se referem ao comportamento. A vestidura branca aqui é a mesma veste branca mencionada em diversos outros lugares em Apocalipse. O propósito de Deus é que eles não tenham contaminação, assim como a veste de Deus é branca. Deus os quer andando continuamente diante Dele. É impossível estar nu diante de Deus. No antigo testamento, nenhum homem poderia aproximar-se de Deus a não ser vestido. Quando os sacerdotes iam ao altar, a sua nudez não devia estar descoberta. O Cap. 5 de 2 Corintios diz-nos: “se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus” (v.3.). Mas nesta passagem a questão não é estar vestido ou não, mas se a veste é branca ou não. O Senhor Jesus diz: “Quem der a beber ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que
de modo algum perderá o seu galardão” (Mt 10:42). Esta é a veste branca. Podemos tratar os outros festivamente, contudo isso pode não ser “branco”. Se fizermos isso apenas com objetivo de manter a glória do nosso grupo, isso não será válido; se precede de um motivo ainda mais mesquinho do que esse, menos válido será. Não é limpo o suficiente. O Senhor deseja que tenhamos um propósito e um motivo limpo ao trabalharmos para Ele. Há muitas atividades e muitos motivos que, uma vez que os tocamos, sentimos haver ali muitas impurezas; eles não são brancos. “A fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez”, de maneira que, quando você anda diante de Deus, você não seja uma vergonha.

A terceira coisa é:”Colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas”. Aqui se diz colírio, não comprimidos. Comprar colírio para ungir seus olhos é ter a revelação do Espírito Santo, então seremos considerados como quem vê. Conhecer muitas doutrinas, pelo contrario, pode resultar em decréscimo da revelação do Espírito Santo. Muitas vezes, a doutrina é a transmissão do pensamento de um para o outro; contudo os olhos espirituais não vêem. Muitas pessoas estão andando na luz dos outros. Muitos irmãos maduros falam de certa maneira, então, você fala daquela maneira também. Alguns dizem:”fulano me falou”; se não houvesse fulano para falar-lhe, não saberiam o que fazer. Recebemos doutrina do ensinamento dos homens, não do Senhor Jesus. O Senhor Jesus diz aqui que isso não funcionará; você precisa ter a revelação do Espírito Santo. Não posso escrever uma carta a um amigo, pedindo-lhe que ouça o evangelho por mim, para que eu possa ser salvo. Igualmente, qualquer coisa recebida das mãos humanas está esgotada quando chega a nós; não tem nada que ver com Deus. De acordo com a bíblia isto é cegueira. A não ser que toquemos no Espírito Santo, não conseguiremos lidar com coisas espirituais. A questão não é quando ouvimos; muitas vezes é somente um aumento de doutrina, um aumento de conhecimento. Porém sem nada ver de Deus. Assim precisamos aprender uma coisa diante de Deus – temos de comprar colírio. Somente ver por nós mesmo é realmente ver. Ver é a base daquilo que já foi ganho e é a base para ver de novo.

“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso, e arrepende-te”. As palavras faladas anteriormente são repreensões. Mas o Senhor nos mostra que nos repreende e disciplina desta maneira porque nos ama. Portanto, sejamos zelosos. Que devemos fazer? Arrepender-nos. Antes de tudo, devemos arrepender-nos. Arrependimento não é apenas uma questão individual; a igreja também deve arrepender-se.

“Eis que estou a porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo”. Há muitas coisas nesta declaração. Que tipo de porta é esta? Muitos usam esse versículo para pregar o evangelho. Pode-se tomar emprestado esse versículo para pregar o evangelho; pode-se emprestar esse versículo aos pecadores; mas não deve ser tomado emprestado por muito tempo sem devolvê-lo. Esse versículo é para os filhos de Deus. Ele não se refere ao Senhor batendo a porta do coração de um pecador; esta porta é a do coração da igreja. Porque porta, aqui, está no singular, o Senhor esta referindo-se à igreja. É realmente estranho que, sendo o Senhor a cabeça da igreja, ou, podemos dizer, a origem da igreja, contudo Ele está do lado de fora da porta da igreja, que tipo de igreja é esta?

O Senhor diz aqui: “Eis!” O Senhor diz isto para toda a igreja. A porta é a porta do coração da igreja. “Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta “ Estas duas palavras – “Se alguém” – mostram-nos que o abrir da porta é uma questão individual. Na bíblia na duas linhas em relação à verdade: uma é a linha do Espírito Santo, e a outra é a linha de Cristo; uma é subjetiva e a outra é objetiva; uma refere-se à experiência , e a outra à fé. Se alguém dá muita atenção à verdade objetiva, então vamos vê-lo escalando nuvens e cavalgando nevoeiros, o que é impraticável. Se ele constantemente permanece do lado subjetivo, preocupando-se excessivamente com a obra interior do Espírito Santo, então olhará continuamente para o seu interior e tornar-se-á insatisfeito. Qualquer um que esteja buscando o Senhor deve ser equilibrado por ambos os lados da verdade. Um mostra-me que sou perfeito em Cristo, e o outro mostra-me que o operar interior do Espírito Santo faz com que eu me torne perfeito. O maior fracasso dos irmãos foi sua excessiva ênfase com a verdade objetiva e negligencia com a verdade subjetiva. Filadélfia fracassou e tornou-se Laodicéia. O fracasso dela deveu-se ao excesso da verdade objetiva. Isto não quer dizer que não há nada da obra interior do Espírito Santo, mas no geral, há muito do aspecto objetivo. Em João 15, vemos o Senhor falando sobre ambos os aspectos. Ele diz: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós”. “Cearei com ele e ele comigo”. O Senhor diz aqui: “Se você abrir a porta, Eu cearei com você”. Isso é comunhão e também é alegria. Então temos uma intima comunhão com o Senhor, bem como a alegria que brota de tal comunhão.

“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”. Dentre as promessas dadas aos vencedores nas sete igrejas, muitos dizem ser esta a melhor. Embora alguns gostem das outras promessas, muitos me têm dito que a promessa do Senhor a Laodicéia excede a todas. Anteriormente na promessa aos vencedores, o Senhor não disse nada sobre si mesmo. Mas aqui o Senhor diz: se vencer, você ceará Comigo. Passei por todos os tipos de vitórias; por isso, estou assentado no trono com meu Pai. Você também deve vencer, assim poderá sentar no trono com meu Pai. Você também deve vencer, assim poderá sentar comigo em Meu trono”. O vencedor aqui tem uma promessa extraordinariamente elevada. Por que? Porque, então a igreja findará. O vencedor esta aguardando pela vinda do Senhor Jesus. Portanto, o trono é aqui. 



Capitulo 8 do Livro A Ortodoxia da Igreja - W.Nee - Ed. Árvore da Vida

Refletindo...

A Lei do Espírito da Vida

"Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros". (Rm 7:22-23)

"Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto ao que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando a seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado. A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito". (Rm 8:2-4)
O homem apresentado em Romanos 7 vive pela sua vontade. Toda a sua vida e conduta são controladas por ele mesmo. Embora sua vontade possa ser boa, sua conduta é má. Ele se conforta dizendo, "eu anseio por Deus; minha vontade é dEle; eu odeio o pecado, não desejo fazer nada errado; desejo a vontade de Deus e quero glorificá-Lo em todas as coisas". Contudo, isso é o máximo que essa pessoa pode fazer. Ele não viu que tudo isso está na esfera da vontade. Por esta razão, ele continua debaixo da lei. O poder da sua vontade se torna o único poder da sua vida; sendo assim, ele não é capaz de sair da fraqueza para a consecução.
Muitos cristãos controlam-se bem. Eles mantêm um forte domínio sobre si. Estão determinados a não pecar, nem a ofender os outros. Com força eles se seguram, refreiam e controlam, querendo fazer de si mesmos pessoas que agem de determinada maneira e falam com um certo tom de voz, que eles aprovam. Eles, portanto, forçam a si mesmos a fazer o que não querem e se reprimem sob o poder da vontade. Mas tudo isso não passa da lei, a lei da vontade natural. Contudo, Romanos 8:2 nos diz que "a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte." Se alguém não tem experimentado isso, ou é porque não nasceu de novo ou porque não foi bem instruído no evangelho pleno de Jesus Cristo. Ele conhece apenas um evangelho imperfeito, ou então não crê realmente na Palavra de Deus, por falta de revelação.
Como a lei do Espírito da vida vence a lei do pecado e da morte? No momento em que você é salvo, você sabe o que deve fazer. Você não precisa pesar e raciocinar para saber se uma palavra ou atitude é correta ou não. Há algo dentro de você que lhe diz tudo. Portanto, não é uma questão de saber, mas sim de obedecer ou não a essa voz interior, essa luz interior. A lei do Espírito da vida está operando dentro de você o tempo todo, mas pode ser que você não tenha aprendido a obedecê-la. A forma com que esta lei vence a outra é simples, natural, sem esforços. Ao reconhecer e crer nesta lei da vida que está operando em seu interior, você simplesmente eleva sues olhos e diz ao Senhor: "Senhor, eu não posso; mas Tu podes". Isso é tudo o que você tem que fazer. Não é uma questão de tentar, mas de reconhecer esta vida em você, a qual é Cristo. Você apenas a observa viver, fluir e operar naturalmente sem esforço algum.
Imagine que você seja convidado para ir a uma casa onde, no passado, você sempre falava de maneira carnal e fazia coisas que não glorificavam ao Senhor. Será que você precisa se preparar orando muito sobre esse assunto, decidindo não repetir o que dizia ou fazia antes, e clamando ao Senhor para ajudá-lo? Não, você simplesmente crê que há uma nova lei operando em você - a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus. E esta lei o libertará. Descanse no poder da lei da vida. Não fique tentando, nem fique ansioso. Apenas confie totalmente nesta vida, nessa lei. E se você se esquecer, o Espírito o lembrará, pois isto é Sua responsabilidade. A lei opera naturalmente e sem esforço. Confie Nele com uma fé de criança, livre dos esforços, das lutas ou do empenho da vontade.
Será que essa lei espontânea está operando em você? Será que tem fluido de você, sem esforço, uma vida simples e espontânea?

Vivendo pela Vida de Deus - Watchman Nee



A ajuda que recebemos do ministério de Paulo.


Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda (2 Tm 4:6)

1 Co 2:14; Ef 1; 2 Tm 4:6-8
Árvore da Vida, Dong Yu Lan, Alimento Diário

Depois de sua terceira viagem, Paulo foi para Jerusalém. Ali, depois de ameaçado de morte num tumulto, Deus o conservou vivo para que escrevesse tudo o que havia lhe revelado, principalmente quando esteve nas regiões da Arábia (Gl 1:17; 2 Co 12:1-4). Somente depois de ser preso e escrever as oito epístolas: Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemon, 1 Timóteo, Tito e Hebreus e 2 Timóteo, ele pôde afirmar que havia completado sua carreira e que o tempo de sua partida havia chegado (2 Tm 4:6-8).
Ao longo dos anos, recebemos muita ajuda do ministério epistolar de Paulo, principalmente quanto ao que ele escreveu no livro de Efésios. O capítulo um discorre sobre a economia neotestamentária de Deus, o Seu plano eterno, mostrando que Ele quer nos abençoar com toda sorte de bênçãos espirituais em Cristo. Essas bênçãos incluem o dispensar do Deus Triúno para dentro do homem tripartido para que tudo o que Deus é, fez, realizou e alcançou sejam trabalhados em nossa fé. A obra do Pai começou antes da fundação do mundo, quando Ele nos escolheu para sermos santos e nos predestinou para a filiação; no tempo, Ele nos concedeu gratuitamente a remissão de nossos pecados pelo precioso sangue de Cristo, com o fim de encabeçar todas as coisas Nele. A partir do momento em que cremos no evangelho, começou a obra de sermos selados pelo Santo Espírito da promessa. Entretanto, não basta conhecer toda a economia neotestamentária de Deus, isto é, ter o mero conhecimento do mistério da Sua vontade, precisamos praticar a revelação e executar bem a comissão que nos foi confiada por Deus, pois o Seu desejo é que cresçamos cada vez mais na vida divina e estejamos preparados para reinar com Ele no mundo vindouro.
Infelizmente, os efésios tomaram os escritos de Paulo como meros ensinamentos para serem analisados e comparados a seus conceitos. Com essa atitude, eles não conseguiram avançar na Fé, tampouco praticar as verdades contidas nas epístolas de Paulo, mas caíram em discussões vazias e se cercaram de mestres segundo suas próprias cobiças (2 Tm 4:3). Como resultado, a degradação entrou na igreja em Éfeso que abandonou o primeiro amor.
Isso é um alerta para nós. Ao ler a Palavra, devemos sempre exercitar nosso espírito, invocando o nome do Senhor e buscando nela o verdadeiro alimento que nos capacita a viver pelo Senhor (Jo 6:57), pois as Palavras do Senhor são “espírito e são vida” (v. 63).