01 junho, 2012

A importância de seguir de perto


Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade (1 Jo 5:5-6)

Lc 23:49; Jo 14:26; 19:26

Ao lermos sobre a crucificação do Senhor nos três primeiros evangelhos, temos a impressão de que Ele morreu após verter Seu sangue. Esse é o conceito tradicional sobre a morte de Jesus: que Ele teria sangrado pela coroa de espinhos e pelos cravos em Suas mãos, até expirar. Porém essa narrativa é imprecisa, baseada na observação dos discípulos que acompanharam os fatos de longe (Lc 23:49).
Pedro e João foram mencionados juntos em vários trechos dos evangelhos, mas, durante o julgamento e a crucificação do Senhor, Pedro apenas O seguiu de longe (Mt 26:58). O relato de Pedro serviu de base ao evangelho escrito por Marcos. João, por sua vez, acompanhou o Senhor Jesus de perto, inclusive sendo testemunha ocular da crucificação. Isso lhe permitiu observar todos os fatos e escrever um evangelho mais completo, com detalhes que trazem revelação (Jo 19:26).
Naquela época, João era jovem e ainda não tinha percebido a importância dos acontecimentos que observou. Ao contrário de Pedro, que muitas vezes tomava a iniciativa de expor sua opinião perante os outros, João era apenas um dos demais discípulos e não se destacava entre eles. Setenta anos após o nascimento de Cristo, os cristãos passaram a ser perseguidos por um general romano chamado Tito. Os que tinham maior destaque, como Pedro, foram martirizados. João, porém, por ser alguém de menor importância, não foi morto, mas apenas exilado em uma ilha chamada Patmos.
Esses fatos ocorreram sob a soberania divina, pois o Espírito precisava de João para completar a revelação do propósito de Deus. Ele, em Sua sabedoria, permitiu que João ficasse preso no exílio por vinte anos. Nesse período o Espírito Santo o fez se lembrar de tudo o que havia visto e ouvido durante o tempo em que esteve com o Senhor Jesus. Antes, João não entendia o que o Senhor queria dizer, mas depois, pela obra do Espírito, ele se lembrou das palavras do Senhor e recebeu revelação (14:26).
Na leitura dos três primeiros evangelhos, percebemos que os discípulos se maravilharam com as curas e os milagres realizados pelo Senhor Jesus. No entanto a crucificação não foi registrada ali com tantos detalhes. Já no Evangelho de João, o Espírito detalhou com precisão a ordem dos fatos, dando-lhes a devida importância. Primeiro, o Senhor Jesus morreu na cruz. Depois, um dos soldados Lhe feriu o lado com uma lança.
Com a morte do Senhor na cruz, Ele eliminou o velho homem, ou seja, crucificou a vida da alma. Após isso, Ele foi ferido, e do Seu lado fluiu sangue e água. O sangue visa à remissão dos pecados; a água serve para nos gerar com a vida de Deus. A prioridade de Deus foi eliminar a vida da alma, a origem de todos os problemas que impedem o homem de fazer Sua vontade.
Agora, em nossa experiência de fé e conversão, primeiro somos purificados pelo sangue precioso de Cristo, para recebermos a vida de Deus. E então prosseguimos, tomando a cruz para eliminar a vida da alma em nosso viver e, desse modo, seguir o Senhor.

O evangelho de Deus visa ao nosso aperfeiçoamento


Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo (2 Co 5:10)

Mt 19:28; Rm 1:3-4; 1 Co 9:17; Tt 1:7-9
Hoje é o tempo de sermos aperfeiçoados na igreja, onde há irmãos que nos servem como mordomos, despenseiros na casa de Deus (Gl 4:1-2; 1 Co 9:17; Tt 1:7-9). Para sermos vencedores, precisamos ser aperfeiçoados na obra do ministério. Os vencedores receberão aprovação no tribunal de Cristo, quando o Senhor premiará os que O seguem (Mt 19:28). Nossos pecados já não serão lembrados (Hb 8:12), porque fomos perdoados e purificados pelo precioso sangue de Cristo.
Receberemos aprovação no tribunal de Cristo se naquele dia já houvermos alcançado a plena salvação de Deus, que abrange espírito, alma e corpo (1 Ts 5:23). O espírito foi salvo no passado, quando cremos no Senhor e obtivemos Sua vida. Na volta do Senhor, nosso corpo redimido será transfigurado de corruptível em incorruptível, num abrir e fechar de olhos (Rm 8:23; 1 Co 15:52), para que possamos ser arrebatados e ver a glória do Senhor (1 Ts 4:17). Logo, a redenção do espírito e do corpo acontecem por obra do Senhor, ao passo que a salvação da alma é de nossa total responsabilidade. Por isso nosso crescimento espiritual e nossas obras é que serão o principal objeto de julgamento no tribunal de Cristo (2 Co 5:10), e não os pecados.
O evangelho de Deus é completo e ocorre em duas etapas, conforme Romanos 1:3-4. A primeira etapa é o evangelho da graça, segundo o qual o Senhor Jesus, como descendente de Davi (v. 3), morreu na cruz derramando sangue e água (Jo 19:34). Pelo sangue, houve a remissão dos pecados; pela água, recebemos a vida de Deus, experimentando o novo nascimento.
Antes éramos carnais, pecadores distantes de Deus e Seus inimigos, sem acesso à Sua presença. Como a natureza do pecado havia sido inserida em nós, éramos incapazes de agradar a Deus (Rm 7:18-23; 8:8) e estávamos condenados à morte (6:23; Hb 9:22). Mas o Senhor Jesus, como Filho do homem, veio em carne e morreu em nosso lugar. Ele, que não tinha pecado, morreu em favor dos pecadores. Graças a Deus por tão grande salvação! Uma vez perdoados e reconciliados com Deus, nos tornamos Seus filhos (Jo 1:12) e fomos colocados na igreja. Essa é a primeira etapa do evangelho de Deus.
Nesse ponto, tem início a segunda etapa do evangelho, que diz respeito ao fato de o Senhor Jesus, como homem, ter sido designado Filho de Deus pela ressurreição dentre os mortos (Rm 1:4). Jesus, por meio de sofrimentos, foi aperfeiçoado e se tornou o Autor da nossa salvação (Hb 2:10). Ele morreu, ressuscitou e foi coroado com glória e honra a fim de que todas as coisas sejam sujeitas a Ele. Essa etapa está relacionada à nossa preparação para o reino vindouro.
Inicialmente, o evangelho do reino foi pregado pelo Senhor Jesus com as seguintes palavras: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4:17). A cada dia que passa o reino dos céus está cada vez mais próximo. Com isso, percebemos a necessidade de nos arrepender. O arrependimento não diz respeito só aos nossos erros, mas consiste em negarmos a nós mesmos para seguir o Senhor. Sem arrependimento, não conseguimos anular nossa vida da alma, que se torna um obstáculo para seguirmos o Senhor. Graças a Deus, podemos ser ajudados a nos arrepender quando somos aperfeiçoados na igreja.