12 junho, 2012

A estrutura da vida cristã.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor (1 Co 13:13)
Rm 10:17; 1 Co 12:31; 15:53; 1 Ts 1:2-3


Nesta semana daremos continuidade à nossa comunhão acerca dos dons espirituais, destacando o maior e principal deles, que é o amor. O desejo de Deus é nos conceder os maiores dons e, nesse propósito, nos revelar o caminho para alcançá-los. Em 1 Coríntios 12:31 Paulo menciona a existência de um caminho sobremodo excelente para encontrarmos os melhores dons e, no capítulo 13, ele descreve esse caminho.

No versículo 13 desse capítulo vemos: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”. Esses três constituem a estrutura da vida cristã. Em 1 Tessalonicenses também encontramos esses três itens essenciais: “Damos sempre graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações, e sem cessar recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (1:2-3). Nessa passagem encontramos a operosidade da fé, a abnegação do amor ou labor do amor e a firmeza da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo.

A fé possui relação com o nosso espírito humano. Por termos crido no Senhor Jesus e em Sua obra redentora, nosso espírito humano foi salvo. O amor está relacionado com a nossa alma. O amor de Deus é que nos constrange a não viver mais para nós mesmos, isto é, a negar a vida da alma, e seguir o Senhor, juntamente com nossos irmãos (2 Co 5:14-15). A esperança relaciona-se com o nosso corpo. No grande dia em que o Senhor retornar, irá transformar nosso corpo corruptível em um corpo de glória (1 Co 15:53).

Assim temos os itens que compõem a estrutura da vida cristã. A fé é o primeiro item da vida cristã, obtida por crer no Senhor, por ouvir Sua palavra (Rm 10:17 - VRC). Após crermos, podemos viver a vida da igreja, que compreende expressarmos o amor de Deus que recebemos por meio de Sua vida. Nossa esperança, por sua vez, está vinculada à volta do Senhor Jesus, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua glória (Fp 3:21).

Dentre os três, o amor é o maior e principal item da vida cristã, por meio do qual podemos renunciar a nós mesmos em favor do Senhor e dos irmãos. Se o nosso viver e labor na obra do Senhor forem provenientes do amor, certamente haverá a expressão da vida de Deus, e a vontade do Senhor será feita.

Ser aperfeiçoados pela prática do amor.

Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo (1 Jo 4:17)

Mt 16:24; Rm 8:6, 8; 1 Co 12:5; Ef 4:7, 15-16.

Pelo exercício de nossos dons e pelo acréscimo da graça, cada um desenvolve seu ministério, cooperando com a edificação do Corpo de Cristo em amor (Ef 4:15-16). Como já vimos, a graça é concedida a cada de nós segundo a proporção do dom de Cristo (v. 7). Quanto mais graça, mais da vida divina é infundida em alguém, e, assim, maior será seu ministério. A Palavra nos revela que o Senhor concedeu funções especiais para alguns membros do Corpo, a fim de ajudar outros irmãos a desenvolver seus dons e ministérios (1 Co 12:28; Ef 4:11). Embora haja diversidade de ministérios (1 Co 12:5), e também diferença nos níveis dos ministérios, o ministério de cada membro é indispensável para a edificação do Corpo de Cristo.

Uma vez que a vida de Deus cresce em nós, somos aperfeiçoados para realizar a obra do ministério, que consiste em edificar o Corpo de Cristo hoje e sermos preparados para o governo do mundo vindouro. Por essa razão, o Senhor Jesus nos incluiu na igreja, para que a prática do amor, proveniente de Sua vida, nos transforme e nos faça cada vez mais parecidos com Ele. Hoje precisamos que o amor seja aperfeiçoado em nós (1 Jo 4:17).

Entretanto, para que sejamos aperfeiçoados, precisamos negar a vida da alma, ou seja, negar a nós mesmos e seguir o Senhor (Mt 16:24). Esse ensinamento não é uma mera ordenança, mas um requisito prático para O seguirmos. Aqueles que não negam sua vida da alma permanecem na esfera anímica, não mudam e não conseguem seguir o Senhor.

Poucos cristãos percebem que será impossível reinar com o Senhor se a alma não for transformada. Para que haja transformação, a alma precisa inclinar-se para as coisas do espírito, precisa negar a si mesmo e colocar sua mente no espírito, pois de outro modo se inclinará para a carne, cujo resultado será morte (Rm 8:6). E os que estão na carne não podem agradar a Deus (v. 8).

Por esse motivo, o Senhor intencionalmente nos colocou na igreja, para que possamos negar a vida da alma, vivendo no espírito junto com Seus escolhidos. Precisamos liberar nosso espírito, quebrando todas as barreiras de nossa alma que nos impedem de desfrutar o Senhor e de ter comunhão com todos os irmãos. Se assim praticarmos, desempenharemos nossas funções no Corpo de Cristo, seremos aperfeiçoados no amor e estaremos nos preparando para reinar com o Senhor em Seu reino.

O amor é a expressão da vida divina.

Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus (Lc 6:35)

Rm 8:5-6; 1 Co 12:3b; 1 Tm 1:5a

Quando consideramos Primeira Tessalonicenses, vemos que a ordem dos itens da estrutura da vida cristã descrita por Paulo começa pela operosidade da fé, seguida pela abnegação do amor, e por último a firmeza da esperança. Esses três itens podem ser interpretados, respectivamente, como: a obra da fé, o labor do amor e a perseverança da esperança.

Como vimos na leitura passada, o labor do amor é nossa necessidade atual, devendo ser praticado no viver da igreja. Tudo o que vimos acerca dos dons, ministérios e das operações do Espírito, tem por finalidade levar-nos à prática do amor.

No passado recebemos essas palavras de maneira muito doutrinária. Mas, com o passar dos anos, a vida divina foi sendo trabalhada em nosso interior, e passamos a ter real experiência do labor de amor. Contudo, embora tenhamos avançado até aqui, algumas vezes ainda nos deixamos ser influenciados pela vida da alma, por causa de nossa natureza caída. Todavia, quando invocamos o nome do Senhor, voltamos nossa mente ao espírito e desfrutamos novamente de Sua vida e paz (Rm 8:5-6). Dessa maneira, invocando o nome do Senhor, todos nós podemos nos voltar ao espírito (1 Co 12:3) e viver segundo a vontade de Deus na vida da igreja.

O amor é a expressão da vida de Deus. Isso significa que a medida do amor que temos em nós é de acordo com o crescimento da vida de Deus em nosso interior. Se quisermos medir o quanto temos da vida de Deus em nós, basta considerar o quanto amamos os irmãos, as pessoas e principalmente aqueles com quem não temos afinidade. Quanto mais a vida cresce, mais do amor será expresso em nós (Mt 5:44; 1 Pe 1:22; 1 Jo 3:16).

Por essa razão, louvamos ao Senhor por Sua longanimidade, porquanto, conhecendo nossa situação, pacientemente nos tem levado a praticar essas verdades no viver da realidade da vida da igreja.