01 maio, 2012

O conceito de pecado segundo a cultura divina.

Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus (Mt 5:20)




Sl 51:10, 17; Mt 5:17-18, 21-32; Jo 16:8-9; Rm 5:12; 6:6, 12



A cultura chinesa ensina que o pecado provém de quatro erros: não ser leal, não honrar, não ser fiel, não ser justo. Se você transgride um desses itens, está cometendo pecado. Mas esse é o conceito chinês, baseado nos ensinamentos de Confúcio, embora em parte se assemelhe aos mandamentos do povo de Deus.
Segundo os ensinamentos do Senhor Jesus, a questão do pecado é mais abrangente e profunda, mais até do que os Dez Mandamentos. Para pecarmos, não é preciso agir, fazer alguma coisa errada, basta termos uma atitude incorreta em nosso coração (Mt 15:19). Mesmo que o ato não seja consumado, se você não está satisfeito com Deus, está cometendo um pecado, pois não está sendo leal para com Ele.
Segundo o costume dos chineses, não honrar os pais é algo muito sério. Enquanto os pais comem, os filhos ficam ao lado para servi-los. Somente quando os pais terminam é que os filhos sentam-se à mesa para fazer sua refeição. Para com o cônjuge, a questão da fidelidade é igualmente séria. Pela tradição chinesa não se deve ter ninguém fora do casamento.
Nós, cristãos, sabemos que o adultério é um pecado. No Novo Testamento, porém, o Senhor Jesus falou algo bem mais rígido: se você apenas olhar com intenção impura, já estará adulterando (5:28). A questão do pecado é, portanto, uma coisa muito mais séria do que podemos julgar. Se pensamos que a cultura chinesa já é rígida, por pregar a lealdade, a honra, a fidelidade e a justiça incondicionalmente, conceitos elevados para o padrão humano, vemos que a cultura divina é ainda mais elevada.
O pecado, segundo a Palavra de Deus, não se resume a esses quatro aspectos do ensinamento chinês, mas se estende a qualquer coisa que não esteja de acordo com Deus, por menor que seja.
Muitos pensam assim: “Ah, eu não matei, então não tenho pecado. Nunca roubei dinheiro dos outros, então não tenho pecado”. Todavia, segundo o que o Senhor disse, se odiamos, já estamos matando (Mt 5:21-22). Você não odiou alguma vez? Então, de acordo com o Senhor, você já matou. Por isso, quando Ele fala do pecado, diz respeito a algo mais sério do que nós imaginamos. Que o Senhor limpe nosso coração a fim de não pecarmos contra Ele! Ó Senhor Jesus!

O cumprimento da lei é o amor.

Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor  (1 Jo 4:7-8)




Êx 20:2-17; Mt 22:36-40; 1 Pe 1:22; 4:8; 1 Jo 1:7-10; 2:3-6, 10



Na semana anterior, vimos que o evangelho de Deus possui duas etapas, ou dois aspectos: o evangelho da graça e o evangelho do reino (Rm 1:3-4). Contudo a maioria dos cristãos conhece somente o evangelho da graça, que diz respeito à obra realizada pelo Senhor Jesus para nos salvar. Além disso, muitos ainda acreditam que o pecado refere-se apenas a atos como mentir e adulterar e não consideram um pecado desobedecer à Palavra de Deus ou agir segundo a vida da alma. Na verdade todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3:23).
Em chinês, a palavra “pecado” está dividida em duas partes, sendo que a primeira representa o algarismo 4, e a segunda diz respeito ao errado. No conceito chinês, portanto, segundo o ensinamento de Confúcio, pecado é errar em quatro coisas: lealdade – para com Deus e o rei; honra – aos pais, como no quinto mandamento de Deus; pureza – para com a esposa, isto é, a fidelidade no casamento; e justiça – para com os amigos, ou seja, a credibilidade, a fidelidade.
Pelo ensinamento chinês, então, se você não pratica esses quatro aspectos, ou não guarda um deles, está pecando. Para nós, porém, que cremos no Senhor, essa percepção de pecado precisa ser mais ampla.
Sabemos que os Dez Mandamentos foram dispostos em duas tábuas de pedra contendo cinco mandamentos em cada uma. Os primeiros cinco mandamentos estão relacionados a Deus e a amá-Lo (Êx 20:3-12), conforme vemos: “Eu sou o SENHOR, teu Deus. [...] Não terás outros deuses diante de mim” (vs. 2a-3). Este é o primeiro mandamento. Já os cinco últimos, que também se relacionam com o amor, dizem respeito a amar os homens (vs. 13-17). Então, segundo o Senhor Jesus, os Dez Mandamentos, na verdade, podem resumir-se somente em dois: primeiro, amar a Deus; segundo, amar os homens (Mt 22:37-39).
O mandamento de honrar os pais está na primeira tábua, onde também estão os mandamentos relacionados a Deus. Logo esse mandamento diz respeito, na verdade, a nosso Pai celestial, pois nossos pais são nossa origem, nossa procedência, e Deus é a origem, a fonte do homem. Por isso, honrar os pais, amar os pais, de acordo com Senhor Jesus, está relacionado a amar a Deus. Como resultado de amarmos a Deus e amarmos as pessoas alcançamos também a fidelidade e a justiça, pois, se amamos, somos fiéis e não praticamos injustiça. Louvado seja o Senhor!