08 fevereiro, 2012

O nome que traz salvação

Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4:11-12)


Gn 12:1-3, 7-8; At 2:14-21; 8:1; 9:1-2, 21; Rm 10:13



O nome do SENHOR havia sido esquecido, mas voltou a ser exaltado na terra por meio de Abraão. Ele foi chamado por Deus para dar origem a uma grande nação e receber por herança a boa terra de Canaã. Quando ali chegou, Abraão levantou um altar e invocou o nome do SENHOR (Gn 12:1-3, 7-8).
No Novo Testamento, a primeira vez que o apóstolo Pedro falou sobre invocar o nome do Senhor foi por ocasião do Pentecostes. Pedro explicou o motivo de vários galileus estarem falando em línguas diferentes para anunciar o evangelho de Deus, mencionando o que havia sido escrito pelo profeta Joel: "Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (At 2:16-18, 21). Esse foi o cumprimento da promessa do Senhor falada em Atos 1:5 e 8. Embora o batismo do Espírito Santo lhes tenha dado poder e autoridade para a pregação do evangelho, em sua pregação Pedro mostrou que, para alguém ser salvo, precisava invocar o nome do Senhor.
Quando cremos no evangelho e invocamos o nome do Senhor, recebemos o Espírito em nosso interior, o qual nos supre com a vida divina para a salvação (Ef 1:13). Ao invocarmos o nome do Senhor pela primeira vez, fomos salvos e, se continuamente O invocarmos, seremos supridos pelas riquezas da vida de Deus para desenvolver a salvação da nossa alma (Rm 10:13).
A primeira igreja surgiu em Jerusalém. Supomos que nessa época os cristãos invocavam constantemente o nome do Senhor, porque tudo o que faziam era conforme a vontade de Deus. Nas orações, ao partir o pão e ao ofertar riquezas materiais, eles comungavam com alegria e contavam com a bênção do Senhor e a simpatia de todo povo (At 2:42-47).
Isso causou inveja nos saduceus e fariseus, que passaram a perseguir os cristãos. Entre os perseguidores estava Saulo, um jovem israelita que se destacava entre os de sua idade e era conhecido por lançar na prisão os que invocavam o nome do Senhor (At 9:1-2, 21).
Com a perseguição, houve a dispersão dos cristãos para outras regiões, de forma que aqueles que permaneceram em Jerusalém, provavelmente, ficaram impedidos de invocar o nome do Senhor publicamente, sob pena de serem perseguidos e encarcerados.
Posteriormente, o próprio Saulo foi encontrado pelo Senhor, que lhe disse: "Saulo, Saulo, por que me persegues?” (v. 4). Quando Saulo perguntou quem era, o Senhor lhe respondeu: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (v. 5). Saulo, por fim, creu no Senhor, foi batizado, invocando o nome Dele, e se tornou um apóstolo que pregava e ensinava as pessoas a invocar o nome do Senhor por onde quer que fosse.

O reino e a vontade de Deus

Vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu (Mt 6:9-10)


Gn 1:26-28; 3:6, 23-24; 4:26; 6:3, 9; 9:12-16; 10:8, 10; 11:4, 7-8; Hb 2:5-7



O evangelho escrito por Mateus foi especialmente destinado a revelar o reino dos céus. Como Mateus era uma pessoa instruída e trabalhava como coletor de impostos, ele tinha um conhecimento específico de como funcionava a gestão de um governo, a administração de um reino. Essa capacidade de Mateus foi utilizada pelo Espírito Santo, quando o inspirou divinamente a escrever esse evangelho.
Desde Gênesis, Deus pretende estabelecer na terra um reino onde seja feita a Sua vontade. Foi com esse objetivo que Ele criou Adão e Eva à Sua imagem e semelhança e os abençoou (Gn 1:26-28). Essa bênção incluía não apenas a multiplicação da vida, mas também sujeitar a terra. Antigamente, pensávamos que seria muita ousadia afirmar que Deus nos criou para sujeitar a terra. É que no passado acreditávamos que somente o Senhor Jesus poderia fazer isso, pois Ele é digno, como Rei do reino dos céus. Mas a Bíblia afirma em Hebreus 2:5-7 que o mundo que há de vir estará sujeito aos homens, e não a anjos.
O mundo presente se encontra usurpado por Satanás. O governo dos anjos sobre o mundo de outrora resultou na rebelião de Lúcifer contra Deus, provocando todo tipo de corrupção e o caos que hoje vemos na terra. Por isso Deus entregará o governo do mundo que há de vir aos homens que, após serem regenerados, cresceram na vida de Deus e se prepararam para cooperar com Ele em Seu reino.
Adão e Eva falharam ao comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, permitindo que o pecado e a morte neles entrassem. Como resultado, foram expulsos do jardim do Éden, perdendo a presença de Deus (Gn 3:6,23-24). Adão e seus descendentes, porém, reconheceram que eram frágeis e mortais e buscaram novamente a presença do SENHOR, passando a invocar Seu nome (4:26).
Com o tempo, a grande maioria dos homens abandonou o nome do SENHOR e passou a se corromper, tornando-se carnal (6:3). Deus, então, se arrependeu de haver criado o homem na terra e escolheu a Noé para construir uma arca e preservar sua família do julgamento pelo dilúvio (vs. 6-9). Depois do dilúvio, Deus fez uma aliança com o homem, de que não mais julgaria a terra com águas (9:12-16). Mas, com o passar do tempo, os homens novamente se esqueceram do SENHOR e passaram a exaltar a si mesmos, como Ninrode, que reinou sobre a cidade de Babel na época em que os homens construíram uma torre para tornar célebre seu próprio nome (10:8, 10; 11:4). Foi quando o SENHOR os julgou, confundindo sua linguagem, de modo que um não entendia a linguagem de outro, não tinham mais o mesmo desígnio e se dispersaram como várias nações sobre a terra (vs. 7-8).
A história da humanidade com Deus é repleta de exemplos de queda e rebelião. Quando lemos esses relatos bíblicos, devemos estar atentos para não exaltarmos nosso próprio nome e, com isso, mais uma vez, nos distanciarmos do plano de Deus. Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos mantenha em Seu reino, debaixo de Sua vontade, para temermos somente ao Seu nome.

Seguir ao Senhor em novidade de vida

Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas, põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam (M t 9:17)

Mt 9:10-11, 14; 11:2-6; 14:3-4; At 5:17-20



O Senhor conhece os que Lhe pertencem e deles cuida. Certamente, se João Batista tivesse seguido o Senhor Jesus, Deus cuidaria dele e Se responsabilizaria por ele. Mas, como isso não ocorreu, João Batista seguiu seu próprio caminho e se envolveu com muitos problemas.
João Batista admoestou Herodes acerca da prática de adultério e, com isso, provocou uma situação em que Herodes o encarcerou (Mt 14:3-4). Nesse ponto, ele mandou seus discípulos perguntarem ao Senhor Jesus se Ele era mesmo o enviado de Deus ou se haviam de esperar outro (11:2-3). João Batista parecia agora duvidar do Senhor ou, pelo menos, tentou provocar no Senhor uma atitude para vir tirá-lo do cárcere. Não se sabe ao certo o que ele pensava a respeito de Jesus quando estava no cárcere, mas o fato é que, por não se arrepender, não foi libertado (em Atos 5:17-20 vemos um exemplo de libertação dos seguidores do Senhor: os apóstolos foram presos por pregarem o evangelho, mas um anjo do Senhor os libertou).
O Senhor Jesus não confirmou Sua incumbência nem respondeu ao questionamento trazido pelos discípulos de João Batista. Apenas lhes disse: "Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, o leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho" (Mt 11:4-5).
Ao receber essa palavra, João Batista poderia ter se arrependido, mas isso não aconteceu. Seu discipulado o impediu de receber algo novo do Senhor. No início de seu ministério, João Batista havia se distanciado das tradições religiosas, mas, com o passar do tempo, seus discípulos voltaram a adotar as antigas práticas, como o jejum dos fariseus.
Em Mateus 9 os fariseus perguntaram aos discípulos de Jesus: "Por que come vosso Mestre com publicanos e pecadores?" (v. 11). De maneira semelhante, os discípulos de João Batista perguntaram ao Senhor: "Por que jejuamos nós, e os fariseus [muitas vezes], e teus discípulos não jejuam?" (v. 14). Eles formaram uma nova religião e, com isso, criaram outro embaraço ao Senhor Jesus e a Seus discípulos.
Precisamos estar libertos de tudo o que é velho para seguir somente o Senhor. Se, por causa de nossos velhos conceitos, nos apegarmos a práticas antigas e nos opusermos ao que Deus está fazendo hoje, corremos o grande risco de produzir uma nova religião. Devemos tomar cuidado para não deixar que os ensinamentos que recebemos no passado nos impeçam de avançar. Quando nossas práticas tomam a forma de um serviço tradicional e religioso a Deus, facilmente somos levados a rejeitar aquilo que o Senhor tem a nos revelar ou, pelo menos, nos tornamos tardios em ouvir.
Busquemos, portanto, andar sempre em novidade de vida para que aquilo que o Senhor está fazendo não se torne um tropeço para nós: "Bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço" (Mt 11:6).