Mt 13:31-33; Ap 2:10-13, 18-29
Por meio da ajuda de João, a igreja em Éfeso foi conduzida ao exercício do espírito e obteve crescimento da vida divina. Com isso, a igreja resgatou o primeiro amor e se tornou desejável. A seguir vemos, de acordo com a história, que a igreja em Esmirna é a etapa seguinte após a igreja em Éfeso.
A palavra Esmirna quer dizer
sofredora e representa uma nova condição da igreja. Apocalipse 2:10 diz: "Não
temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão
alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias".
O império romano levantou dez grandes perseguições contra a igreja, o que durou
cerca de duzentos anos. Quanto mais matavam cristãos, mais pessoas criam em
Jesus. Eles suportaram a perseguição porque cresceram na vida divina e
encheram-se do Espírito por meio de invocar o nome do Senhor e ler-orar a
Palavra.
A igreja em Pérgamo representa
a terceira etapa da igreja na história. Ela começa no período final de Esmirna,
quando o imperador romano Constantino mudou de estratégia e, em vez de matar os
cristãos, começou a exaltá-los dando-lhes melhores condições; decretou que os
cristãos não precisavam pagar impostos, não precisavam prestar serviço militar e
recebiam roupas gratuitamente. Assim muitos inconversos e incrédulos passaram a
fazer parte do cristianismo, e essa mistura fez a igreja entrar em
degradação.
O Senhor Jesus diz em
Apocalipse 2:12-13: "Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz
aquele que tem a espada afiada de dois gumes: Conheço o lugar em que habitas,
onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha
fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto
entre vós, onde Satanás habita". Em Pérgamo havia o trono de Satanás. Isso está
relacionado com as aves dos céus aninhando-se nos ramos da grande árvore da
parábola do grão de mostarda (Mt 13:31-32), uma situação totalmente
anormal.
Antipas, mencionado no
versículo acima, veio de Esmirna e significa anti, contrário. Esmirna estava
sempre contra essa situação e suportou perseguição porque conservava o nome e a
Palavra do Senhor. Semelhantemente, podemos suportar as adversidades e
perseguições por meio de invocar o nome do Senhor e ler e orar Sua
Palavra.
Esses fatos dizem respeito à
história da igreja em Esmirna, até o ano 313 d.C., quando surgiu a igreja em
Pérgamo. O último que invocava o nome do Senhor foi morto. O nome do Senhor
deixou de ser invocado e a palavra do Senhor deixou de ser falada. Como
resultado, houve a união anormal do império romano com o cristianismo, da
política com a igreja, e foi assim que o trono de Satanás achou lugar
ali.
Cremos, porém, que um
remanescente permaneceu, em oculto, invocando o nome do Senhor e guardando a
Palavra. Esse remanescente perdura até os dias de hoje, com a igreja em
Filadélfia, passando por Pérgamo, Tiatira e Sardes.
A quarta igreja em Apocalipse
2:18-29 está relacionada com a parábola do fermento. A mulher, Jezabel, que
representa uma instituição religiosa romana, acrescentou fermento aos
ensinamentos de Jesus, as três medidas de farinha (Mt 13:33). A história nos
mostra que, nesse período, a Bíblia permaneceu fechada para leitura por vários
séculos pelos leigos, exceto para o alto clero. Numa situação assim, foram
"acrescentadas" muitas doutrinas estranhas que não correspondiam à Palavra de
Deus. A divulgação da Bíblia para o povo comum era ilegal.
Todavia, durante esse período,
um grupo de pessoas buscava tornar a Palavra acessível aos outros. Então Pedro
Valdo, um nobre negociante, incentivava a divulgação da Palavra por meio dos
muitos vendedores que trabalhavam para ele. Estes copiavam porções da Bíblia e
escondiam em uma bolsa com alça pendurada ao pescoço.
Quando esses vendedores saíam
para vender suas mercadorias e percebiam que alguém demonstrava interesse pelas
coisas de Deus, ou fome pela Palavra, tiravam os manuscritos da bolsa e passavam
para elas. Foi daí que surgiu pela primeira vez, no século XII, a palavra
"colportor". Essas bolsas com porções da Palavra de Deus carregadas sobre o
peito nos lembram o éfode da estola sacerdotal que tinha o peitoral com o Urim e
Tumim (Êx 28:4, 30).
Hoje o Senhor deseja que
muitos colportores se levantem para levar livros que ajudem as pessoas a
compreender a vontade de Deus revelada em Sua Palavra. Louvado seja o
Senhor!