12 julho, 2012

Refletindo...

O Reino e a Igreja - Parte 1
O REINO É UM COM A IGREJA

“Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16:17-19).

Vamos orar:
Querido Pai celestial, estamos reunidos aqui no nome do Teu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo. Como Ti adoramos e agradecemos, sabemos que Tua presença está aqui conosco. Apenas pedimos, Senhor, que Tu removas todo véu que possa estar sobre nossa cabeça. Oramos para que todos nós possamos ver a glória do Senhor na face de Jesus Cristo. Oramos, Senhor, para que Tu abras Tua palavra a nós, faças Tua Palavra viva e operativa em cada um de nós. Desejamos, Senhor, que Tu sejas elevado e seja glorificado no meio de Teu próprio povo. Pedimos no nome de nosso Senhor Jesus. Amém.
O tema para este nosso tempo juntos é: Venha o Teu Reino e a parte designada a mim neste tema é: O Reino e a Igreja. Nos versos que acabamos de ler, nosso Senhor disse: “Eu edificarei minha igreja sobre esta rocha”. Aqui em Mateus 16 é a primeira vez que nosso Senhor Jesus mencionou a palavra igreja. Então Ele disse a Pedro: “Eu ti darei as chaves do reino dos céus” (verso 19). Aqui encontramos a palavra reino. Ele edificará Sua igreja e Ele tem um reino.

Gostaríamos de considerar este assunto de três diferentes ângulos. Primeiro, o reino é um com a igreja. O reino e a igreja são o mesmo. Segundo, o reino é maior do que a igreja. Terceiro, o reino edifica a igreja, e finalmente, a igreja traz o reino. Primeiro, gostaríamos de considerar juntos diante do Senhor: O Reino é Um Com a Igreja. Para considerarmos isso, penso que é importante para nós definir o que é a igreja e o que é o reino. Ora, todos nós sabemos que a igreja e o reino estão além de definições. Não há forma de definir a igreja porque quando você tenta defini-la, você realmente a confina. A mesma coisa é verdadeira para o reino. No entanto, a favor de uma maior clareza, precisamos ter algumas idéias básicas da igreja e do reino conforme encontramos na Palavra de Deus, por isso tentaremos definir a igreja e o reino de uma forma bem simples.


DEFINIÇÃO DE IGREJA

Quando nosso Senhor Jesus mencionou esta palavra igreja, (“sobre esta pedra edificarei minha igreja”), Ele quis dizer algo muito, muito diferente daquilo que geralmente pensamos. Na verdade, é exatamente o oposto do nosso conceito comum quando mencionamos a palavra igreja, ou até mesmo, quando mencionamos a edificação da igreja. Dizemos que estamos construindo um edifício com pedras, ou tijolos, ou madeira, ou barro. É uma construção física separada para os serviços religiosos ou cristãos. Algumas pessoas podem ter uma idéia melhor da igreja, e dizem que ela não é física, material de construção, mas é uma organização religiosa, uma instituição cristã que leva o nome do Senhor mas é tocada por homem. Ela tem um lugar definido de adoração onde as pessoas podem ir ao domingo, ou pode ser que em outros dias. Ela tem um credo, uma definição uma declaração de fé. Ela tem um livro de regras ou disciplina. Ela tem uma série de rituais, cerimônias e tem uma forma definida de adoração. Adicionado a isso, há uma classe especial de pessoas chamadas de clero em contraste com os leigos, as pessoas comuns. Ora, isso é o que conhecemos como igreja na terra. Ela é histórica em natureza e tradição.

Quando nosso Senhor Jesus mencionou a palavra igreja, Ele tinha um conceito muito diferente. Para Ele a igreja não é uma organização, é um organismo. Não é uma instituição humana, é um edifício divino. O próprio Senhor é o edificador. Ele disse: “Eu edificarei a minha igreja”. A igreja é tão importante para Ele que Ele não deixará que ninguém mais faça o trabalho. Ele disse: “Eu edificarei a minha igreja”. Ele próprio é a Pedra sobre a qual a igreja é edificada, e Ele está edificando a igreja com pedras vivas, pessoas que confessam a Ele como o Cristo, o Filho do Deus vivo. Ele edificará estas pedras vivas sobre Ele mesmo para serem Sua igreja.
Esta igreja também é chamada de corpo de Cristo. Ele é o Cabeça. Quando Ele esteve na terra por uns trinta e três anos, tomou sobre Si um corpo físico dado a Ele pela virgem Maria. Depois de Sua morte, ressurreição e ascensão, Ele tomou sobre Si um outro corpo, um corpo espiritual, um corpo corporativo, e este corpo é Sua igreja. Ele é o Cabeça do corpo, a plenitude Daquele que cumpre tudo em todos. Colocando de outra forma, esta igreja que Ele menciona não é outra senão Ele mesmo. Porque?

“Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo” (1 Co 12:12).

Em outras palavras, a igreja é uma extensão Dele mesmo, é o Cristo corporativo. Este corpo deve crescer em maturidade, e quando finalmente estiver maduro, então Ele virá para receber de volta este corpo para Ele mesmo como Sua noiva, para compartilhar com Ele em glória, para reinar com Ele em poder. Ela tem sua manifestação local, e ainda assim há uma só igreja. Isto é o que o Senhor quis dizer por igreja.


DEFINIÇÃO DE REINO

Agora, o que é o reino? O irmão Sparks disse que a palavra reino conforme encontramos na Bíblia em inglês não é uma boa tradução. Ela deveria ser traduzida como governo soberano. Deus é o Soberano. Ele é Deus, o Soberano do universo, e governa sobre tudo aquilo que criou. Pensamos no reino em termos geográficos. Pensamos em território, em impérios, extensões, esferas, domínios. Pensamos no reino em termos de geografia. Ele não tem um significado geográfico, mas conforme nosso irmão Sparks mencionou, quando você pensa no reino, você não pode pensar primeiramente em geografia, você deve pensar na pessoa. Em outras palavras, o reino é o soberano; o soberano é o reino. Ele é o reino, Sua personalidade. É Ele quem governa sobre aquele reino. Por isso, antes de tudo, devemos pensar no reino em termos de uma pessoa. Deus é o Rei. Ele é o reino.

Então em segundo lugar, porque Ele é soberano e governa sobre todo o universo que criou, Ele coloca Seu caráter neste universo. Esta é a razão porque você encontra que o reino está onde Ele governa, e onde Ele governa ali Seu caráter está sendo manifestado. Sempre que as pessoas se colocam sob o governo de Deus e permitem o Espírito Santo as caracterizar com o caráter de Cristo, há o reino de Deus. Por isso quando pensamos no reino, primeiro, devemos pensar no Rei, e então no domínio. Agora, se pensarmos nele nestes termos, não estaremos muito longe.


DESCRIÇÃO DA IGREJA

Com esta definição simples da igreja e do reino, gostaríamos de os descrever um pouco mais para entender o que realmente são. Sabemos que a palavra igreja no original grego é eklesia, que significa “aqueles que foram chamados para se reunir”. Se quisermos usar uma tradução mais apurada, na realidade, eklesia é melhor traduzida como “assembléia; aqueles que foram chamados, congregados juntos”. Podemos ver isso em tipologia. Quando os filhos de Israel estavam no deserto, depois do monte Sinai, eram chamados “a igreja no deserto”, ou “a congregação no deserto” (At 7:38). Quando estavam no Egito não eram chamados de congregação, não eram chamados de igreja porque eles eram um povo sob o governo do faraó. Eles eram escravos, eram desordenados, desorganizados, espalhados, sob opressão. Eles não eram realmente uma nação, um reino, um povo. Assim Deus os libertou do Egito e os trouxe a Ele mesmo no monte Sinai, e ali deu a eles a Lei. Ele fez concerto entre Ele mesmo e Seu povo e depois de ter feito o concerto com Seu povo, se tornaram a congregação no deserto. Porque? Porque eles estavam reunidos em torno de um centro que era o tabernáculo, e no tabernáculo estava a arca que representava o próprio Deus. Deus os havia chamado para fora do Egito e os reunido para Si mesmo. Esta é a razão pela qual eram chamados de “a congregação no deserto”.

Sabemos que esta palavra eklesia é uma palavra grega e ela também tem um fundo grego. Os gregos tinham cidades e praticavam o que chamamos de democracia, com grupos de assembléia em cada cidade. Em outras palavras, o povo livre daquela cidade se congregava para discutir e decidir as coisas concernentes a todos eles. Os escravos não estavam habilitados para participar de tais assembléias. Estas assembléias eram apenas para as pessoas livres, cidadãos da cidade.

No Novo Testamento, quando Paulo estava em Éfeso, houve um tumulto porque Demetrio, o artesão de prata, estava perdendo negócios porque as pessoas estavam abandonando os ídolos para adorarem o Deus vivo. Ele agitou a multidão e as pessoas correram para o teatro. Por duas horas eles não sabiam porque estavam ali. Alguns gritavam isso outros gritavam aquilo. Depois de duas horas o oficial da cidade finalmente os acalmou e disse: “Todavia, se Demétrio e os artífices que estão com ele têm alguma queixa contra alguém, os tribunais estão abertos e há procônsules: que se acusem uns aos outros. E se demandais alguma outra coisa, averiguar-se-á em legítima assembléia”. Aqui encontramos mais uma vez a palavra assembléia (ver At 19:24:40). Agora quando juntamos todas estas coisas, chegamos a uma descrição muito simples da igreja, da assembléia.


Chamados Para Fora Deste Mundo


Primeiro de tudo, é um povo chamado para fora deste mundo. Para fora de toda nação, toda tribo, toda língua, todo povo, Deus chamou um povo, e eles se congregam juntos no nome do Senhor Jesus.

Congregados Juntos

Em Mateus 18 nosso Senhor Jesus disse que onde dois ou três estiverem reunidos, ou congregados juntos, em Seu nome, isto é, no nome do Senhor Jesus, Ele está no meio deles. Assim, eles seriam chamados para fora primeiro, e então se congregariam juntos. Eles se congregariam em tono de um centro, um nome, o nome de nosso Senhor Jesus.

Ocupados com os Negócios de Deus

Em terceiro lugar, eles se congregam para se ocuparem dos negócios de Deus, de nosso Senhor Jesus. Agora, isso é o que é igreja.


DESCRIÇÃO DO REINO

Como descrevemos o reino? sabemos que nosso Deus é de eternidade a eternidade. Portanto, encontramos que Seu reino é um reino eterno. Deus é o soberano. Ele criou o universo para Ele mesmo, e governa sobre tudo que criou. Assim o salmista disse: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento mostra as obras de Suas mãos”. Em outras palavras, depois de Deus ter criado o universo, Ele colocou Seu caráter nele, Ele reina sobre ele. Antes de haver rebelião no tempo pré-histórico, (quando Lúcifer, o arcângelo, se rebelou). Depois de Deus criar os céus e a terra e as hostes angelicais e todas as coisas nesta terra, no princípio, este era o reino de Deus. Ele era o soberano, incontestado. Ele tinha suprema autoridade sobre tudo o que governava e colocou Seu caráter em tudo. Não havia nada que fosse contra Ele, assim aqui você vê o reino de Deus.

Sabemos que não houve apenas uma rebelião no tempo pré-histórico entre as hostes angelicais, mas mais tarde, houve uma rebelião humana contra Deus por parte de Adão e Eva. Depois de ter acontecido essa rebelião, você encontra que o reino de Deus mudou. Agora, preciso ser muito cuidadoso ao dizê-lo porque, por um lado, não há mudança. Em outras palavras, de eternidade a eternidade, Deus é Deus. Muito embora tenha havido rebelião no tempo pré-histórico e no tempo histórico, o trono de Deus não mudou nem um pouco. Sua autoridade ainda é suprema, Sua autoridade ainda está sobre tudo o que Ele criou. Nada, nem mesmo Lúcifer, nem mesmo os homens rebeldes, estão fora da Sua autoridade. Ele reina e governa sobre tudo. Isso não mudou.

Há uma mudança no entanto. Muito embora Ele ainda reine sobre tudo, e nada esteja fora de Sua autoridade, ainda há algo que está errado com a submissão. Em outras palavras, no princípio Sua autoridade era absoluta e perfeita, e a submissão que o universo dava a Ele era também absoluta e perfeita. Agora, você descobre que Sua autoridade ainda é perfeita e absoluta, mas a submissão não é mais absoluta. Um terço dos anjos seguiram a Lúcifer em rebelião contra Deus. E entre os seres humanos, desde a queda de nossos pais, mesmo quando chegamos em nossos dias, a vasta maioria não se submete voluntariamente ao governo de Deus. Por causa disso, você encontra que o caráter que Ele colocou no universo mudou.
No princípio, Lúcifer era uma brilhante estrela da manhã. Supostamente era o líder de outras estrelas da manhã para cantar louvores a Deus, e mesmo assim se rebelou contra Deus. Ele se tornou em um adversário de Deus, Satanás. O caráter mudou. O caráter de Deus não estava mais sobre ele. Em outras palavras, ele jogou fora o caráter que Deus colocou sobre ele e começou a tomar para si seu próprio caráter – um assassino – um mentiroso – a origem do pecado. Esse é o caráter de Satanás, o poder das trevas.

A mesma coisa é verdade com os seres humanos. Por causa da rebelião, muito embora tenhamos sido criados na imagem de Deus, como essa imagem mudou. Hoje, nós que somos nascidos de Adão, tomamos a imagem de Adão ao invés da imagem de Deus. O caráter do homem caído caracterizou os seres humanos, e por causa disso houve uma mudança.

Assim, em um sentido estrito, o reino de Deus está onde Deus reina absoluto, incontestável; onde aqueles sob Seu reinado dão a Ele voluntariamente, desejosamente, absoluta submissão para que Ele seja capaz de colocar Seu caráter sobre eles para que estejam capacitados a tomarem Seu caráter e expressarem a Deus e Sua glória. Quando o caráter de Deus não pode ser construído e expressado, então, em um sentido estrito, isso está fora do reino de Deus.

Por isso, irmãos e irmãs, você descobre que houve uma mudança. Por um lado, Deus ainda é Deus. Seu trono ainda está posto, firme. Sua autoridade ainda é suprema e perfeita, mas, por outro lado, na criação houve uma mudança. Portanto, quer sejam anjos, anjos caídos, ou homens, humanidade caída, podemos estar fora do reino de Deus, mas não pense que tanto os anjos como os homens podem estar fora da autoridade de Deus.

A Obra de Restauração

Por causa dessa mudança, encontramos que Deus está fazendo a obra de restauração. Em outras palavras, Ele está restaurando a terra. Ele está restaurando o homem que criou. Ele está restaurando as coisas de volta para o Seu propósito original, quer dizer, para que toda a terra, e todos os seres criados, especialmente o homem, dê a Ele uma submissão pronta e voluntária, e Ele seja capaz de colocar Seu caráter em todos. Esta é a obra de Deus, a natureza da obra de Deus. Ele está fazendo este trabalho de restauração, para restaurar Seu reino nesta terra.

Em um sentido, não há problema no céu porque Satanás foi lançado fora. No céu não há problema. O reino de Deus no céu é perfeito. Ele continua a ser perfeito, mas o reino de Deus na terra padece. O problema está na terra, não no céu, por isso encontramos que Deus está fazendo a obra de restauração de Seu reino nesta terra.

Depois da queda do homem, parece que Deus perdeu Seu reino na terra, por isso Ele começou a operar. Ele chamou um povo vindo da semente de Abraão, os filhos de Israel. Ele os redimiu para Si mesmo. Ele os guiou através do deserto. Ele os guiou para a terra prometida. O que Ele tinha em mente? Ele tinha em mente possuir um reino para Si mesmo nesta terra. Quando os filhos de Israel saíram do Egito, depois de cruzarem o Mar Vermelho e o exército egípcio ser sepultado nas águas, os filhos de Israel cantaram uma canção de vitória, em Êxodos 15, você encontra que o Senhor estava no meio deles. O Senhor era o Rei deles, Ele reuniu o povo para Si mesmo para que Ele pudesse ser o Rei deles. No Monte Sinai Ele disse que se eles obedecessem e guardassem Seu concerto, Ele os faria um reino de sacerdotes (ver Ex 19:5-6). Assim, o que Deus tinha em mente era um reino. Ele queria um reino na terra para que pudesse representa-Lo. Todos estes filhos de Israel deveriam ser um reino sobre o qual Deus reinasse, e todos eles deveriam ser sacerdotes para servirem no propósito de Deus. Infelizmente, depois de serem capacitados para serem um reino de sacerdotes, o inimigo entrou e os seduziu. Eles caíram em tentação e adoraram o bezerro de ouro. Ainda assim, Deus em Sua paciência continuou com eles. Mas eles tentaram a Deus dez vezes no deserto e, finalmente, Deus disse que esta geração de incrédulos não poderia entrar na Terra Prometida. Ele levantou uma nova geração e, pela Sua misericórdia, entraram na Terra Prometida.

O propósito de trazer este povo para a Terra Prometida era de estabelecer Seu reino no meio deles para que pudessem ser o Seu reino no meio dos reinos da terra. Eles representariam a Deus nesta terra. Deus mesmo seria o Rei deles, mas ao invés de esperarem que Deus desse a eles um rei que pudesse representar a Ele mesmo, porque não podiam vê-Lo, pediram por um rei como as nações. Deus respondeu ás orações deles e deu a eles um rei como as nações, o rei Saul. Por quarenta anos tiveram que sofrer sob Saul para aprenderem o que era um rei da terra. Penso que neste tempo eles estiveram aborrecidos com Saul e estavam prontos para ter um rei da escolha de Deus.

A tempo, Deus levantou Davi, um homem segundo Seu próprio coração que faria Sua vontade. Ora, Davi era uma pessoa que conhecia a autoridade de Deus, portanto ele foi colocado por Deus para representar a autoridade de Deus. Na realidade, Deus era o Rei na nação de Israel, Davi estava apenas representando a Deus. Ainda assim, Deus não tinha Seu reino nesta terra. A nação de Israel sob Davi e Salomão era, em um sentido, o reino de Deus nesta terra, mas, em outro sentido, estava longe daquilo que Deus realmente tinha em mente. Era apenas um tipo, uma sombra do que está vindo, do que ainda virá.


A Realidade do Reino

Na verdade, o reino real de Deus nesta terra não veio até que Cristo nasceu. Quando nosso Senhor Jesus veio a esta terra, Ele nasceu Rei. Ele era o Rei e era a pessoa em quem o reinado soberano de Deus era absoluto. Ele é um homem que deu a Deus obediência absoluta, perfeita submissão e encontramos que o caráter de Deus é plenamente manifesto Nele. Nunca na história humana você encontrará uma pessoa ou um povo sobre quem o caráter de Deus pode estar em tal glória plena. Agora, encontramos que no tempo do Velho Testamento alguns indivíduos tiveram alguma porção minúscula do caráter de Deus manifesto em suas vidas. Podemos encontrar um povo que, de forma pequena, representou ou manifestou algum caráter de Deus, mas nunca na história humana houve um homem em quem o caráter pleno de Deus fosse manifesto. Quando nosso Senhor Jesus estava na terra disse: “Se vês a Mim, vês o Pai. É suficiente. Vós não precisais pedir para ver o Pai porque já vistes a Mim. Eu e o Pai somos um”.

Irmãos e irmãs, a realidade do reino de Deus nesta terra veio na Pessoa de nosso Senhor Jesus, mas Ele veio a este mundo para estabelecer o reino de Deus sobre a terra com um povo, não apenas Ele mesmo. Ele veio como o propósito de chamar um povo para fora deste mundo. Ele veio para libertar um povo do poder deste mundo. Ele veio para libertar um povo do poder das trevas e os transportar, os transferir para o Seu próprio reino. Esta é a razão para a qual Ele veio a este mundo. Não é apenas para salvar umas poucas almas para não fossem para o inferno; não apenas para salvar umas poucas almas para que o céu pudesse ser herdado. Ele veio a este mundo como um Rei trazendo o céu para esta terra, para reunir um povo para Si mesmo para ser como Ele, para que Deus pudesse ter Seu reino no homem nesta terra. Esta é a razão porque Ele veio a este mundo e, certamente, para consumar isso, teve que ir para cruz. Ele morreu, ressuscitou e ascendeu.

Quando nosso Senhor Jesus estava na terra disse: “É chegado o reino de Deus, arrependam-se”. E então disse: “O reino de Deus é tomado por violência e os violentos se apoderam dele”. Depois de Sua ressurreição, falou com os Seus durante estes quarenta dias a respeito do reino de Deus, e no dia de Pentecostes, quando os cento e vinte foram batizados em um corpo, qual era a mensagem deles? “Deus fez este Jesus, a quem crucificaste, Senhor e Cristo”. E quando você vai ao final do livro de atos, você encontra Paulo em sua casa alugada pregando o reino de Deus e ensinando as coisas concernentes a nosso Senhor Jesus. Este é o reino de Deus sobre a terra.

Agora, tendo definido e descrito a igreja e o reino um pouco, penso que podemos ir ao ponto: o reino e a igreja são um. O reino é um com a igreja. Agora podemos olhar para isso de um ponto de vista diferente.


ENTRANDO PARA A IGREJA

Primeiro de tudo, com entramos para a igreja? Se nosso conceito de igreja é que ela é uma organização, ou uma instituição, ou um clube religioso, então a forma de entrar para esta organização chamada igreja é se juntar a ela. Você precisa se submeter e ser iniciado, e se tornar um membro daquela instituição. Isso não é o que a igreja é. A igreja é um organismo e sendo um organismo não há forma pela qual você possa se juntar a ela. A única forma de se estar em um organismo é sendo nascido nele. Esta é a razão pela qual você encontra em João 1:12 que a todo aquele que O recebe, isto é, recebe o Senhor Jesus é dado o poder de ser filho de Deus. Aqueles que crêem em Seu nome não são nascidos do sangue, nem da vontade do homem, nem da vontade da carne, mas de Deus. Em outras palavras, entramos para a igreja por sermos nascidos nela. Não há outra forma. Você não pode se juntar a ela; você não pode pagar uma taxa para se tornar membro dela. A única forma é ser nascido nela porque ela é o corpo de Cristo. Todos que crêem no Senhor Jesus são filhos de Deus, não apenas filhos por adoção no sentido moderno, mas filhos por nascimento. Somos nascidos de Deus. Esta é a forma de entrar para a igreja.

ENTRANDO PARA O REINO

Como você entra para o reino? você se lembra em João 3, uma noite Nicodemos veio ver nosso Senhor Jesus. Mais provavelmente, Nicodemos era um homem velho, muito instruído. Ele era chamado de o Rabi de Israel e era um uma pessoa muito pia e temente a Deus. Ele realmente tinha tentado o seu melhor para entrar no reino de Deus, mas de alguma forma, sabia que em seu interior havia algo errado. Isso era tão urgente que estava disposto a vir ver o nosso Senhor Jesus de noite. Não era conveniente vir durante o dia porque os rabis estavam disponíveis para as pessoas para visitá-las para aprenderem com elas. Eles eram pessoas instruídas, e para irem até alguém que nunca tinha estado em uma escola levítica para aprender seria uma humilhação. Assim Nicodemos veio de noite porque era urgente para ele. Ele realmente queria entrar no reino de Deus.

Ele era um homem que queria tanto entrar no reino de Deus que estava disposto a vir e perguntar ao Senhor. Ele tentou ser polido e disse umas poucas palavras cordiais: “Sabemos que tu vens do céu porque ensinas aquilo que o homem não pode ensinar”. Agora, o Senhor conhecia seu coração, por isso imediatamente o Senhor disse: “Em verdade, em verdade te digo, a menos que o homem nasça de novo (ser nascido do alto) ele não pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3).

Nicodemos pensou que certamente já tinha visto o reino de Deus. Ele pensou que estava a apenas um passo dele, mas sabia que ainda não estava nele. Mas o Senhor Jesus disse: “Não, você não o viu. Todo seu conceito do reino de Deus está errado. Se você quer ver o reino de Deus, você precisa de uma vida espiritual”.

Sem uma vida espiritual, você não somente não pode entrar nele, você não pode vê-lo porque o que você vê não é o mesmo. Assim o Senhor Jesus disse: “A menos que você seja nascido da água e do Espírito, você não pode entrar no reino de Deus”. certamente, há diferentes interpretações disso. Meu próprio entendimento é que quando nosso Senhor Jesus estava falando com Nicodemos, João o batista estava ali batizando as pessoas com água para o arrependimento. Por isso quando nosso Senhor Jesus disse que você precisa nascer da água, Ele se referia muito provavelmente ao batismo de João para o arrependimento. Você precisa se arrepender. Em outras palavras, não pense que porque você é o rabi em Israel; não pense que porque você é muito instruído, entendido, temente a Deus, ou porque você tem uma porção de feitos que você pode entrar no reino de Deus. Não, você precisa se arrepender, não apenas se arrepender de seus pecados, mas até mesmo se arrepender de sua boas obras. Você precisa se arrepender, mudar completamente de atitude, e ser nascido do Espírito de Deus. “Aquele que é nascido do Espírito é espírito”.

Aqui você vê claramente que a forma de entrar no reino de Deus é pelo nascimento, não pelos feitos, não pela evolução, mas pelo nascimento. Você entra para a igreja pelo nascimento; você entra para o reino pelo nascimento. Assim, aqui você encontra que o reino e a igreja são um.


SENDO EDIFICADOS JUNTOS

Em segundo lugar, somos iniciados na igreja pelo nascimento nela e somos iniciados no reino pelo nascimento no Espírito, mas isso é apenas o começo. Precisamos pensar no progresso. Em outras palavras, Deus nos salvou, Ele nos deu uma nova vida. Somos membros do corpo de Cristo. Ele fez isso por nós. Não fazemos nada; não há nada que possamos fazer. É completamente pela graça que Ele nos salvou. Ele nos deu
uma nova vida para que possamos estar na igreja, mas irmãos e irmãs, o que é a igreja? A igreja é os chamados para fora, para se reunirem. Em outras palavras, somos salvos pela graça através da fé. Fomos salvos para fora de toda nação, toda tribo, todo povo, toda língua. Deus nos chamou para fora, mas depois de estarmos fora isso não é o fim. Se estivermos apenas fora e não estivermos reunidos, então ainda não há a igreja. Colocando de outra forma, nosso Senhor Jesus disse: “Eu edificarei a minha igreja”. A igreja tem que ser edificada. Sem a edificação não há igreja.

Se você quiser voltar à tipologia, você encontra que Adão é um tipo de Cristo e Eva é um tipo da igreja. Mas como nasceu Eva? Ela foi edificada. Deus colocou Adão para dormir e abriu seu lado. Ele tirou algo dali, pode ser uma costela, e usou aquilo que foi tirado de Adão para edificar uma mulher. A mesma coisa é verdade com a igreja. A igreja tem que ser edificada, e depois de edificada, então, você tem a igreja.

Assim a questão aqui é: Estamos na igreja? Bem, dizemos que somos nascidos na igreja, no corpo de Cristo, mas estamos sendo edificados juntos? Edificar não é apenas jogar coisas juntas. Quando você vai à obra de um edifício, a princípio encontra todos os materiais sendo transportados para aquele lugar, mas eles são apenas depositados por ali. Bem, isso não é um edifício. Todos os materiais estão prontos, mas precisam ser colocados juntos de forma organizada. Em um sentido, um edifício é muito orgânico. Não é apenas uma pilha, não é apenas um amontoado. Estas pedras vivas têm que ser edificadas juntas. Se reunir não é apenas se juntar fisicamente sem um inter-relacionamento. Não, esta reunião significa ser edificado junto organicamente para que nos tornemos um edifício, um corpo. Há coordenação, há unidade, há um funcionamento em conjunto.

Estamos na igreja porque é pela graça. Ele o fez. Mas a questão é: Somos da igreja? Tentei tirar esta frase das Escrituras. O Senhor Jesus disse: “Vós estais no mundo, mas não sois do mundo”. Irmãos e irmãs, estamos na igreja. Todos os que nasceram de novo estão na igreja, mas somos da igreja? Isto é, estamos vivendo a igreja? Estamos apenas espalhados por ai? Individualmente, existe uma porção de crentes, crentes verdadeiros que se isolam, individualistas. O clamor deles é: “Meu Senhor e eu. Não preciso de nenhum irmão ou irmã porque eles são problemas”. Todas estas pedras, estes materiais estão enterrados. Isso não é igreja. Isso não é organicamente edificado.

Então encontramos outras pessoas, aqui uma pilha, ali um amontoado. Você apenas põe estas pedras desemparelhadas juntas e as empilha juntas. Ora, isso é fácil de fazer. Você pode deixar todas estas pedras como são com todos os buracos e arestas. Você não precisa cortar nenhum canto. Apenas as empilha juntas em um grande monte aqui, um grande monte ali. Isso é a igreja? Não há nenhum relacionamento ali. Todas estas pedras vivas têm que ser apropriadamente relacionadas de acordo com Cristo, Ele sendo o fundamento, a pedra de esquina e a pedra do topo. Sendo nós ajustados juntos, unidos, edificados juntos, relacionados, organicamente colocados juntos. Então não haverá forma de prosseguirmos por nós mesmos.

Irmãos e irmãs, estamos na igreja, mas somos da igreja? Penso que isso é algo que precisamos perguntar a nós mesmos. Temos vida de igreja? Sabemos como vivermos juntos como igreja de Deus? Leia os primeiros capítulos do livro de Atos. Aqueles primeiros crentes, cento e vinte, oraram unânimes juntos por dez dias até que o Espírito de Deus viesse sobre eles e fossem batizados em um Espírito em um corpo. E que corpo eles eram! Havia unidade ali. Quando Pedro se levantou, os onze se levantaram com ele, e três mil foram juntados a eles naquele mesmo dia. Imediatamente, estes três mil, com os cento e vinte, continuaram se firmar e perseverar nos ensinamentos dos apóstolos na comunhão, no partir do pão e nas orações. Eles estavam juntos, não apenas fisicamente juntos, (eles estavam fisicamente juntos), mas espiritualmente juntos. Eles eram um, eram edificados juntos. Eles estavam vivendo a igreja. A igreja não era apenas um termo para eles, uma teologia para eles; a igreja era a vida deles. Você pode estar na igreja pela graça de Deus, mas você pode viver fora dela, não vivendo como igreja.

É por isso que sentimos que é tão importante que vejamos o que é a igreja e que perguntemos a nós mesmos: “Sou da igreja? E vivo como um membro vivo no corpo de Cristo? Estou sendo edificado junto com meus irmãos e irmãs?”


ASSUMINDO O CARÁTER DO REINO

Olhe para o reino. Somos nascidos no reino de Deus. O Senhor já nos transportou para o reino do Seu amor. Estamos no reino, mas o que é o reino? o reino é onde o Rei é aceito, onde Sua autoridade é incontestável, onde Seu governo é prontamente aceito, onde damos ao Senhor nosso Rei a absoluta obediência para que Ele
possa colocar Seu caráter em nós. Vamos nos perguntar se isso é verdade conosco.Pela graça de Deus estamos no reino, mas assumimos o caráter do reino? Sabemos que nosso Senhor Jesus é nosso Salvador, mas nós realmente O reconhecemos como nosso Senhor? O reino de Deus deve ser tomado por violência e os violentos se apoderam dele. O Senhor está dizendo estas coisas aos Seus discípulos. Por um lado, estes discípulos são Seu reino, por outro Ele disse: “Se vocês querem realmente tomar o reino, vocês precisam toma-lo por violência”. E violência aqui simplesmente significa que você tem que fazer violência a você mesmo, não a outras pessoas. Você precisa ser violento com você mesmo.

O que significa fazer violência a você mesmo? Não é nada mais do que negar a si mesmo. Isso é fazer violência a você mesmo. Quem quer negar a si mesmo? Queremos reconhecer a nós mesmos. Queremos que os outros nos reconheçam, mas o Senhor disse que você tem que fazer violência a você mesmo. Não seja muito amável com você mesmo. Não seja muito gentil com você mesmo. Vocês sabem, somos estritos com outras pessoas, mas somos muito brandos conosco mesmo. Esta é a natureza humana. Mas o Senhor disse que se você realmente quer estar no reino, ser do reino, você tem que fazer violência a si mesmo porque somente os violentos tomam o reino. A menos que você seja convertido e se torne como uma pequena criança, você não pode entrar no reino de Deus. Aquele que é humilde como uma pequena criança é o maior no reino de Deus.

Irmãos e irmãs, estamos vivendo sob o reinado de Cristo? Estamos assumindo o caráter do Rei, não apenas em uma forma pessoal, mas em uma forma corporativa? Estamos realmente assumindo o caráter do Rei em nossa assembléia? “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome”, significa que nos colocamos sob Seu nome. Confessamos que o Seu nome está acima de todo nome, acima do meu nome, acima do seu nome, acima de todos os nomes. Nos colocamos sob Sua autoridade, e Ele disse: “Estarei no meio de vós”. Isso é a igreja. Ele é manifestado, e quando as pessoas chegam em nosso meio, imediatamente dirão: “O Senhor está no meio de vocês”, e se curvarão e adorarão a Deus. isso é igreja. Isso é o reino de Deus sobre a terra. Assim, podemos estar nele e contudo não sermos dele. Isso é algo que realmente precisamos considerar muito cuidadosamente diante do Senhor
.
Deixe-me concluir dizendo apenas que a igreja e o reino são um. Eles são os dois aspectos de uma mesma coisa. Quando você pensa na igreja, você pensa na vida, a vida de Cristo. Quando você pensa no reino, você pensa na autoridade, a autoridade de Cristo. Quando você pensa na igreja, você pensa em crescimento, como precisamos crescer juntos. Quando você pensa no reino, você pensa no governo. O governo está sobre Seus ombros e nós estamos todos sob Seu governo. Quando você pensa na igreja, você pensa em amor. Vida é amor, edificado em amor. Quando você pensa no reino, você pensa em disciplina.

Assim, irmãos e irmãs, realmente o reino e a igreja são um. São apenas os dois lados de uma mesma coisa. Precisamos conhecer a plenitude de Sua vida e precisamos conhecer a plenitude de Sua autoridade. Que o Senhor possa nos ajudar.



Vamos orar:

Querido Pai celestial, confiamos estas palavras, fracas, espalhadas em Tuas mãos. Pedimos a Ti que vivifique Tua palavra em nosso coração. Oramos para que possamos não apenas ter o conhecimento da igreja e do reino, mas que possamos realmente viver a igreja e viver o reino. Possa isso ser real para nós. Pedimos no nome de nosso Senhor Jesus. Amém.




Stephen Kaung - Editora Restauração
(Site Igreja em uberaba)

Os empecilhos para o crescimento da vida.

O que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um (Mt 13:23)

Mt 13:19-23


Em Mateus 13:4 o Senhor abordou o primeiro tipo de solo onde as sementes foram lançadas: à beira do caminho. Esse solo é muito compactado, uma vez que pessoas trafegam sobre ele, por isso a semente não consegue penetrar na terra. Essa é a descrição de um coração endurecido pelos muitos pensamentos e conceitos já sedimentados na mente. Então as aves, que nesse contexto tipificam o maligno, vêm e arrebatam a semente (Ef 4:17-19).

Em Mateus 13:5 é descrito o segundo tipo de solo, que é o solo rochoso, onde há pouca terra. Para o desenvolvimento de uma planta é preciso haver certa quantidade de terra. Todavia esse solo não permite que a planta aprofunde as raízes, tampouco é capaz de reter água suficiente para supri-la, visto que as rochas não absorvem a água. Logo, ainda que a semente germine, a planta não poderá se desenvolver, e o sol a queimará (v. 6).

As referidas rochas desse tipo de solo representam tudo o que nos impede de nos aprofundarmos na Palavra. Assim, por causa de perseguições ou angústias, logo nos escandalizamos e deixamos de seguir o Senhor com alegria (vs. 20-21). Precisamos clamar ao Senhor que ilumine nosso coração, a fim de identificarmos quais são essas pedras, pois podem ser os traços de nosso ego ou as fortalezas da nossa mente que impedem nosso crescimento de vida, fazendo-nos tropeçar e desfalecer diante das dificuldades e perseguições por causa da Palavra.

Quanto ao terceiro tipo de solo, a terra é fértil e permite o crescimento da planta. Porém espinhos crescem ao seu redor e a sufocam, impedindo que frutifique (v. 7). Nesse solo a vida da semente consegue se desenvolver até certo ponto, mas não consegue produzir frutos e se multiplicar. Isso acontece com alguns irmãos que possuem certo crescimento de vida, contudo permanecem infrutíferos. Eles são sufocados pelos cuidados do mundo e pela fascinação das riquezas (v. 22), que são os espinhos, bloqueando a luz divina, essencial para a produção dos frutos.

O último tipo de solo é a boa terra (v. 23). Este representa um coração adequado, que foi trabalhado pelo Senhor. Nesse solo a semente consegue penetrar. Além disso, por ser arejada e sem rochas, a água pode ser absorvida, fornecendo suprimento adequado para a planta. Também os espinhos são retirados e queimados, permitindo que a luz solar a alcance. Amanhã veremos que todos podemos nos tornar uma boa terra, mas para isso precisamos lidar com cada um desses problemas.

Um coração adequado para o crescimento da semente.

Fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente (1 Pe 2:23).
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2:14)

Mt 13:16; 16:24; 1 Tm 4:6; Jo 6:63


Como já enfatizamos, para seguirmos o Senhor precisamos negar a nós mesmos e tomar a cruz (Mt 16:24). Ante a infinidade das riquezas de Sua Palavra, precisamos sempre buscar mais revelações, a fim de sermos renovados em nossa visão, jamais supondo que sabemos tudo. Ao fazermos isso, nos tornamos capazes de compreender os mistérios do reino dos céus e de receber mais da vida de Deus. À medida que seguimos o Senhor, também somos, pouco a pouco, aperfeiçoados. Dessa maneira podemos ser enviados para realizar a obra do ministério, pregando o evangelho do reino por toda terra habitada.

Ontem vimos o que impede as pessoas de compreender a Palavra de Deus: o coração insensível. Isso está relacionado com nossa vida da alma. Um coração insensível é um coração anímico, cheio de si mesmo, que, apesar de ouvir as palavras do Senhor, não as aceita, tampouco as compreende (1 Co 2:14).

Todavia Mateus 13:16 diz: “Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque veem; e os vossos ouvidos, porque ouvem”. Era como se o Senhor dissesse: “Vocês são bemaventurados, pois, por estarem na minha presença, por Me seguirem, podem ouvir as Minhas palavras e compreendê-las”. Hoje o Senhor também nos tem revelado essas coisas
por intermédio do Espírito (1 Co 2:10). Aleluia! Louvado seja o Senhor, pois nossos olhos e ouvidos foram abertos.

A seguir o Senhor passou a explicar, revelar, os mistérios do reino dos céus. A Palavra do Senhor é a semente do reino, incorruptível, santa e cheia de vida. Nosso coração, porém, que é o solo onde essa Palavra é semeada, precisa ser trabalhado para se tornar uma terra adequada.

Na parábola do semeador o Senhor Jesus descreve três tipos de solo, ilustrando os diferentes problemas que são impedimentos para o crescimento e frutificação da palavra de Deus no coração do homem. Nessa parábola, Ele também apresenta o solo apropriado para que a semente cresça e frutifique. Amanhã abordaremos esses tipos de solo.

Louvamos o Senhor, pois independentemente dos problemas existentes em nosso coração, Ele escolheu “semear” a Si mesmo dentro de nós através da Sua Palavra. Além disso, hoje temos a vida de Deus, que pode operar interiormente em nosso coração, transformando-o em uma boa terra.


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