13 março, 2012

Abandonar a religião e seguir o Senhor Jesus.


Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram (Mt 4:19-20)
Mt 3:14-17; 11:1-3; Jo 1:29, 34; 4:25, 39-42
Todo o povo de Israel tem esse pensamento: o Messias virá um dia para nos salvar. A história da mulher samaritana nos aponta que o Senhor é o Messias esperado pelos judeus. O Senhor Jesus esperou pela mulher samaritana junto ao poço. Ao sentar-se ali, Ele já sabia de toda a sua vida: que ela era uma pecadora, que já tivera cinco maridos e que estava vivendo com um homem que não era seu marido.
A mulher se assustou ao ouvir que o Senhor sabia de tudo aquilo e disse: "Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas" (Jo 4:25). Ela foi à cidade e falou para os que ali habitavam que tinha achado o Cristo, e muitos creram por causa do seu testemunho, outros por ouvir o próprio Senhor (vs. 39-42).
Após ser preso, João Batista mandou seus discípulos perguntarem ao Senhor: "És tu aquele que estava para vir ou esperaremos outro?" (Lc 7:20). Foi estranho que João chegasse a duvidar que Jesus era o Cristo que havia de vir, uma vez que ele mesmo já havia testificado, várias vezes, publicamente, ser Ele o Cristo.
Na verdade, João sabia muito bem que Jesus era o Messias, porque, quando o Senhor Jesus foi até ele para ser batizado, disse aos seus discípulos que Ele era o Cordeiro de Deus que tirava o pecado do mundo (Jo 1:29). Além disso, ele não queria batizar o Senhor, pois dizia: "Eu é que preciso ser batizado por ti e tu vens a mim?" (Mt 3:14). João também testemunhou que viu o Espírito descer sobre Ele como pomba e ouviu uma voz dos céus que dizia: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (v. 17). E mais, testificou dizendo que Ele de fato era o Filho de Deus (Jo 1:34).
João Batista não entendia por que, agora que estava preso, o Senhor não o libertava? Por isso mandou perguntar-Lhe se era de fato o Cristo que havia de vir ou se deveria esperar outro. Ele não compreendia onde estava falhando. O Senhor Jesus disse aos discípulos de João Batista: "Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o evangelho" (Lc 7:22). Em outras palavras, aqueles milagres provavam que o Senhor Jesus era o Messias. Mas, é provável que segundo o conceito de João Batista, se Jesus era mesmo o Messias, deveria tirá-lo da prisão.
João Batista a princípio era contra a velha religião; mais tarde, porém, formou seu próprio grupo de discípulos. Ter alguns seguidores antes da vinda do Senhor era até admissível, mas depois, quando o propósito de sua missão já havia sido completado, isso não se justificava. A partir de então, ele deveria seguir o Senhor e, em seguida, receber Dele o batismo do Espírito Santo.
Infelizmente, depois de batizar o Senhor Jesus, João Batista não se deu conta de que também precisava ser batizado por Ele. Pior ainda, não se preocupou em dissolver seu grupo de discípulos e passar a seguir o Senhor, mas os manteve, concorrendo, assim, com o ministério do Senhor. Seus discípulos chegaram a se unir aos fariseus para confrontar o Senhor. Os fariseus representavam a velha religião que João Batista havia rejeitado. Mas, a partir daquele momento, podemos dizer que a velha e a nova religião estavam juntas para questionar o Senhor Jesus; que contradição!
A fim de não seguir o exemplo dos discípulos de João Batista, devemos negar a nós mesmos, rejeitar tudo que nos distraia do Senhor e ser discípulos só Dele.

O arrependimento genuíno nos conduz para o reino dos céus

Tu, ó homem, que [ ... ] desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? (Rm 2:3-4)

Mt 3:2; 4:17; 10:7; Jo 3:3, 5; Rm 12:2; Fp 2:12 



Tanto João Batista como o Senhor Jesus e seus discípulos pregaram o arrependimento, dizendo que estava próximo o reino dos céus (Mt 3:2; 4:17; 10:7). Louvado seja o Senhor! A igreja é a realidade do reino dos céus hoje. Visto que aguardamos a manifestação do reino dos céus, que está bem próxima, precisamos desenvolver a nossa salvação (Fp 2:12). À medida que negamos a nós mesmos - nossa vida da alma - e vamos à presença do Senhor, somos enchidos com o Espírito, e o resultado é vida e paz. Quanto mais rejeitarmos nossa natureza caída, mais fácil será viver pela vida divina.
O Evangelho de Mateus tem como assunto principal o estabelecimento do reino dos céus. Para que participemos da manifestação do reino dos céus na era vindoura, precisamos passar pelo processo de transformação. Para isso devemos inclinar a mente para o Espírito para que ela receba renovação (Rm 12:2).
O Senhor Jesus, após revelar a igreja a Seus discípulos, disse que para segui-Lo precisamos negar a nós mesmos e tomar a nossa cruz (Mt 16:24). Quando praticamos isso, mais da vida de Deus é acrescentada a nós. Por isso devemos nos esvaziar sempre até que se torne um hábito. Devemos dar bastante atenção a esse assunto e estar determinados a pra ticá-lo.
João Batista reconhecia que não era o Cristo, mas Seu precursor. Ele veio como uma voz do que clama no deserto para preparar o caminho do Senhor e endireitar as Suas veredas (3:3). Isso diz respeito a preparar o coração dos homens para que, quando o Senhor viesse, pudessem recebê-Lo. Em outras palavras, a alma humana estava confusa e precisava ser aplainada por meio de sua pregação.
João Batista não seguiu às ordenanças e tradições dos princípios judaicos daquela época. Ele poderia ter se tornado um sacerdote nos padrões tradicionais, mas não o quis. Pelo contrário, iniciou seu ministério no deserto, trocando a túnica sacerdotal por vestes de pelos de camelo e um cinto de couro, e tendo como alimentação gafanhotos e mel silvestre (v. 4). Seu trabalho como precursor e sua pregação para o arrependimento foram fundamentais para as pessoas se voltarem ao Senhor Jesus.
Foi nesse momento que o Senhor Jesus saiu da Galileia e foi para o Jordão a fim de ser batizado por João Batista. Embora a ascendência humana de Jesus fosse pecadora, Nele não havia pecado algum. Mesmo assim, para cumprir toda a justiça de Deus, isto é, Sua determinação, Jesus se submeteu ao batismo de João.
A Palavra nos diz que "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3:23). Portanto, para que o homem recebesse a vida divina e, com isso, o reino de Deus, ele precisava que alguém, justo, resolvesse o problema do seu pecado, morrendo em seu lugar. Deus resolveu isso enviando Seu próprio Filho, Jesus, o único qualificado para nos substituir na cruz e ser aceito por Deus Pai.
Por Sua morte, nós ganhamos vida e, quando cremos Nele, fomos regenerados, nascemos de novo (Jo 3:3, 5). Uma vez regenerados, podemos entrar no reino de Deus.

Uma mudança de mente.


Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2)

Mt 3:2; 16:24; Rm 8:6

As semanas anteriores deste volume abordaram a morte de João Batista e também o milagre da multiplicação de pães e peixes realizado pelo Senhor Jesus. Vimos ainda que o Senhor esteve com Seus discípulos por três anos e meio, nos quais aproveitava as situações corriqueiras diárias para aperfeiçoá-los. Suas atitudes diante das diferentes circunstâncias que Lhe surgiam eram como lições de como se deve viver pelo espírito. Semelhantemente, também devemos extrair lições de vida de cada porção da Palavra e praticá-Ias no nosso dia a dia.
João Batista foi o precursor do Senhor Jesus; ele veio da linhagem dos sacerdotes, entretanto abandonou as práticas tradicionais do sacerdócio judaico. Quando iniciou seu ministério, ele proclamava: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3:2). O arrependimento não é apenas lastimar-se do passado, mas é principalmente ter uma mudança de mente, ter uma nova maneira de pensar.
Romanos 8:6 diz: "Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz". Ou seja, se colocamos os nossos pensamentos nas coisas da carne, o resultado é morte, mas, se colocarmos a mente no Espírito, o resultado será vida e paz. Por isso precisamos voltar a nossa mente para o Espírito.
Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, de modo que o homem se tornou alma vivente. A alma humana é composta de três partes: mente, vontade e emoção, sendo que a mente é a sua parte mais importante, aquela que o orienta.
Devido ao fato de o pecado ter entrado na raça humana, corrompendo-a, por completo, Deus não tem prazer na mente caída do homem. Assim, nossa alma precisa da transformação que ocorrerá à medida que colocarmos a nossa mente no Espírito. Essa é razão de o Senhor insistir em nos iluminar quanto à necessidade de negar a nós mesmos a fim de segui-Lo (Mt 16:24). Quanto mais negamos a vida da alma, nosso ser caído, mais a vida de Deus é acrescentada a nós.