11 março, 2012

Trabalhar pela comida que não perece.

Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo (Jo 6:27)

Mt 9:36-37; 24:45-47; Tt 1:1

Vimos nesta semana que o Senhor alimentou as multidões com o milagre da multiplicação de cinco pães e dois peixes que lhes foram entregues pelos discípulos. O desejo do Senhor ao fazer isso era mostrar para a multidão que eles deveriam trabalhar não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna. A verdadeira comida, pela qual podemos viver por meio do Senhor e cumprir Sua vontade, está revelada em Sua Palavra.
Dentre as pressões do mundo atual, a questão do sustento é uma das mais fortes na vida do homem. Precisamos ver na nossa própria situação o quanto temos sido dominados por isso e o quanto precisamos ser libertos para trabalhar pela comida que não perece, isto é, fazer a vontade do Pai.

Para os jovens, as cobranças para fazer curso de pós-graduação, mestrado, doutorado muitas vezes os distraem da verdadeira comissão que o Senhor nos confiou. Por isso, amados irmãos, vamos atentar para a Palavra do Senhor, que nos diz: "Eu sou o pão da vida". Ele é o pão da vida para nos suprir. Precisamos buscar trabalhar mais pela comida que não perece.

Dentro dessa orientação o Senhor nos deu outra ferramenta: a colportagem, para praticar a Palavra de Deus e infundir a Fé nas pessoas.

O colportor é um irmão no Senhor que se dedica a levar livros espirituais às pessoas com o objetivo de supri-las com a vida que há na Palavra e, assim, promover a Fé e o crescimento espiritual dos filhos de Deus (Tt 1:1). Nesse sentimento, para a formação e o aperfeiçoamento dos colportores, o Senhor nos deu os CEAPEs (Centros de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho).

Há uma multidão faminta aguardando quem irá supri-la com a palavra de Deus (Mt 9:36-37). Para atender essa multidão, o Senhor conta com cada um de nós. Vamos nos levantar, ser aperfeiçoados e sair ao encontro delas para lhes suprir vida. Quanto mais pessoas estiverem envolvidas com a comida que não perece, mais suprimento espiritual poderá ser levado aos filhos de Deus (24:45-47). Se assim praticarmos, seremos considerados servos fiéis e prudentes a quem o Senhor colocará sobre todas as coisas, no mundo que há de vir. Aleluia!

Livros que nos levam à Fé.

No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos (Dn 9:2)


1 Tm 1:3-6

Conforme vimos ontem, o apóstolo João recebeu do Senhor uma incumbência especial de ajudar os irmãos a andar na verdade, isto é, praticá-Ia.
Dentro desse encargo prático, o Senhor nos trouxe à luz uma ferramenta para que a Fé seja espalhada e praticada pelos filhos de Deus: os bookafés (ou seja, livros que levam à Fé). O encargo é termos várias cafeterias-livrarias nas cidades em um ambiente informal onde todos os irmãos tenham comunhão, oração e contato com livros espirituais. Dessa maneira, a Fé, cujo conteúdo é a economia de Deus no Novo Testamento, pode ser infundida nos filhos de Deus por meio da palavra escrita, ajudando-os a compreender melhor a vontade de Deus e levando-os ao crescimento na vida divina.

A revelação da economia neotestamentária pode ser vista principalmente na Epístola aos Efésios. O capítulo 1, por exemplo, desvenda a obra do dispensar do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deus deseja que o homem tripartido, com espírito, alma e corpo, receba Seu dispensar a fim de que a igreja, a qual é o Corpo de Cristo, seja produzida. Esse é o conteúdo da Fé, ou seja, do plano eterno de Deus para o homem.

Nessa epístola Paulo também falou dos cinco tipos de andar: o andar na graça, na verdade, no amor, na luz e o andar no Espírito, e ainda de como devemos estar cheios do Espírito para andarmos de modo digno do chamamento de Deus e de Sua vontade.

O desejo do apóstolo Paulo era que a revelação que lhe foi dada sobre a Fé fosse dispensada para os santos. Contudo alguns irmãos e algumas igrejas receberam suas palavras apenas como ensinamentos e não as praticaram. Como resultado, algumas pessoas da igreja em Éfeso fracassaram, pois, em vez de praticar tudo o que lhes havia sido escrito, se envolveram com discussões, fábulas e genealogias sem fim (1 Tm 1:3-6).

Preocupado com a situação da igreja naquela cidade, o apóstolo Paulo enviou Timóteo, seu jovem cooperador, para ajudá-los, mas ele mesmo desanimou, e seu espírito quase apagou, a ponto de ter dores no estômago por causa da pressão e preocupação com a igreja ali. Mesmo assim a igreja em Éfeso não conseguiu vencer a degradação nos dias de Paulo.

Somente depois, por meio do ministério de João, é que a igreja em Éfeso conseguiu arrepender-se, voltar à prática das primeiras obras e, assim, tornar-se desejável (significado de Éfeso).

Louvamos ao Senhor pelo caminho simples e prático que Ele tem nos proporcionado para andarmos na verdade, crescermos em vida e conduzirmos outros à Fé.

O ministério do apóstolo João permanecerá até a volta do Senhor.

Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade (3 Jo 4)
Jo 21:22-23; CI 1:25-27; 2 Tm 1:15; 2:2; 3 Jo 4

O Senhor Jesus nos introduziu no último ministério, o ministério do apóstolo João em sua maturidade. Esse ministério só se tornou evidente muitos anos após a morte do apóstolo Paulo.
A ênfase do ministério de Paulo era passar a revelação que recebera da economia de Deus no Novo Testamento a fim de completar a Palavra de Deus (Cl 1:25-27). Isso se tornou a marca de seu ministério: ensinar as verdades (1 Tm 2:4). A ênfase no ensino muitas vezes produz somente ouvintes e pregadores. Mesmo com o conteúdo riquíssimo e aplicável de suas epístolas - como em Efésios, que mostra os cinco tipos de andar -, o resultado é que muitos dos seus ouvintes não conseguiram alcançar a realidade espiritual dessas palavras e ficaram em sua condição mental, a ponto de abandoná-lo (2 Tm 1:15).

Paulo transmitia as verdades para as pessoas, e esperava que elas, após receberem seu ensinamento, fossem capazes de transmiti-lo a outros. Por isso ele escreveu a seu jovem cooperador Timóteo: "E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros" (2:2).

Ser mestres ou ouvintes ainda é a condição de muitos cristãos nos dias de hoje. O Senhor Jesus veio nos trazer a palavra da vida eterna, e, como Seus filhos, precisamos avançar para outro patamar em nosso viver cristão.

O apóstolo João tinha uma porção diferente na forma de conduzir os irmãos. A ênfase de seu ministério era extrair das verdades bíblicas a maneira simples de andar nelas, isto é, praticá-las (3 Jo 4). O Senhor preservou o apóstolo João por muitos anos, mas, por fim, ele também morreu. Seu ministério de Espírito e vida, entretanto, irá permanecer até a volta do Senhor (Jo 21:22-23).

A ênfase dos escritos do apóstolo João

Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome (Jo 20:30-31)

Jo 1:4; 3:15-16; 4:10; 5:24, 39-40; 6:35; 7:39-40; 8:12; 10:10b; 12:24; 14:16-18; 17:3; 20:22


Os escritos de João resgataram para nós importantes acontecimentos e palavras que o Senhor já havia dito a Seus discípulos, mas que eles não entenderam na época, os quais revelam a Sua vontade eterna: Ele é vida e veio para nos dar vida (Jo 1:4; 3:15-16; 5:24, 39-40; 6:35; 8:12; 10:10b; 17:3). Não somente isso, seus escritos também nos mostram o caminho que Ele tomou a fim de nos dar vida: morrer, ressuscitar e tornar-se o Espírito para entrar em todo aquele que Nele cresse (Jo 7:39-40; 12:24; 14:16-18; 20:22).

No capítulo 4 do Evangelho de João, há o caso da mulher samaritana, que foi tirar água do poço e encontrou-se com o Senhor Jesus. Esse acontecimento também lhe foi lembrado pelo Espírito da realidade e, embora tenha sido um diálogo bem simples entre o Senhor e a mulher, proporcionou a João o registro de palavras profundas e cheias de vida.

Cansado da viagem, por volta da hora sexta, Jesus pede à mulher: "Dá-me de beber" (Jo 4:7). Era costume as pessoas tirarem água do poço bem cedo, de manhã. No entanto a mulher samaritana estava lá, ao sol quente do meio-dia. Talvez por não sentir-se bem aceita na sociedade - pois já tivera cinco maridos e o que agora tinha não era seu - evitava encontrar-se com outras pessoas, pelo que escolhera esse horário.

O Senhor Jesus sabia que ela estaria ali e a esperou. Que amor e misericórdia vemos nessa Sua atitude! Até mesmo a mulher estranhou tal gesto, pois disse: "Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)?" (v. 9). Ao que replicou Jesus: "Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de bebe, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva" (v. 10).

Ao final da conversa entre Jesus e a mulher samaritana, Ele falou algo de extrema importância: "Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade" (vs. 23-24). Jesus também revelou à mulher que Ele era o Messias que havia de vir (vs. 25-26). Como resultado dessas palavras, a mulher deixou o cântaro e foi para cidade anunciar o que lhe acontecera. Por meio de seu testemunho, muitos vieram ter com Jesus e creram Nele.

Quanta luz o apóstolo João recebeu do Espírito da realidade! Isso o fez lembrar e registrar todos esses casos e palavras para nosso desfrute. Damos graças ao Senhor por nos introduzir em Seu ministério, que nos foi deixado quando João atingira sua maturidade. Esse é o ministério que perdurará até a volta do Senhor, o ministério de Espírito e vida (Jo 21:22).