06 abril, 2012

À igreja de Deus

À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso (1 Co 1:2)

Mt 7:21; Rm 16:5; 1 Co 12:12-13; 16:19; Hb 3:6

Na série anterior do Alimento Diário, vimos que precisamos nos arrepender porque o reino dos céus está próximo. Nesta, abordaremos a revelação da realidade da vida da igreja. Para vivermos nessa realidade, precisamos negar a nós mesmos para crescer em vida, e ser aperfeiçoados na obra do Senhor a fim de estar preparados para governar com Ele no mundo que há de vir.

O Senhor incumbiu a igreja de pregar o evangelho do reino por todo o mundo (Mt 24:14). Isso significa que Seu desejo é que os homens não apenas sejam salvos e conheçam as verdades bíblicas, mas, principalmente, que as pratiquem (7:21, 24).

Na igreja temos oportunidade de praticar a Palavra de Deus, mas o que é a igreja? Sabemos que é o ajuntamento de todos que foram chamados por Deus, isto é, foram regenerados com a vida de Deus após terem crido no evangelho da graça. É também onde crescemos na vida divina.

Todavia, para muitos, a igreja é apenas um templo, um lugar de reuniões para ouvir mensagens. Geralmente as religiões têm um templo, comumente denominado igreja, onde concentram seus fiéis. Entretanto a Palavra de Deus não se refere à igreja como um lugar físico para reuniões, e sim às pessoas, aos santificados em Cristo (1 Co 1:2). Quando estes estão juntos, a igreja está ali; quando não estão, a igreja simplesmente não está.

Em certos lugares, alguns irmãos presumem que somente aqueles que partem o pão com eles são considerados a igreja. Contudo a Bíblia não diz isso, pois todos os que creem são membros do Corpo de Cristo, pois foram batizados para dentro de um mesmo corpo (12:12-13).

Segundo a Palavra de Deus, a revelação da realidade da vida da igreja diz respeito ao seu viver. Assim, a vida da igreja não se resume a algumas reuniões num templo, onde são proferidas mensagens e os irmãos vêm somente para ouvi-las, mas diz respeito ao viver dos filhos de Deus, à prática de Sua Palavra no dia a dia. Talvez, por isso, várias vezes é mencionado que a igreja se reunia nas casas dos irmãos (At 16:40; Rm 16:5; 1 Co 16:19; Cl 4:15).

No Novo Testamento, a igreja foi mencionada pela primeira vez em Mateus 16, num contexto onde fariseus e saduceus tentaram a Jesus, pedindo-Lhe que lhes mostrasse um sinal vindo do céu (v. 1). O Senhor poderia dar-lhes um sinal, mas Ele não quis fazê-lo, e respondeu: “Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas. E deixando-os, retirou-se” (v. 4).

Que sinal era esse a que Jesus se referia? Havia uma cidade muito pecaminosa na Assíria chamada Nínive, que Deus decidiu destruir (Jn 1:2), mas antes enviou o profeta Jonas para adverti-los acerca da destruição, dando-lhes oportunidade para arrependimento. Jonas, todavia, resolveu fugir de Deus embarcando num navio para Társis (v. 3). Ao fugir, foi jogado ao mar e engolido por um grande peixe, onde ficou por três dias e três noites (v. 17). Esse fato se refere à morte do Senhor Jesus, que, após ter sido crucificado, ressuscitou ao terceiro dia (1 Co 15:4). Esse é o sinal a que Jesus se referiu quando foi questionado pelos fariseus e saduceus.

Louvamos ao Senhor Jesus que, por Sua morte e ressurreição, a igreja foi gerada! Aleluia!

REFLETINDO



A pressão das circunstâncias:


Não só o pecado e a necessidade criam pressão, mas as circunstâncias produzem-na também. Deus permite que os crentes passem pela pressão das circunstâncias para que vivam diante Dele. Freqüentemente, situações adversas são levantadas na vida dos filhos de Deus. Alguns são perturbados pelos familiares, outros, pelos amigos. Alguns podem sofrer perdas nos negócios; outros podem ser perseguidos pelos colegas. Uns podem ser hostilizados ou mal-interpretados pelas pessoas; outros podem ter dificuldades financeiras. Por que todas essas coisas lhes sobrevêm? Muitos crentes normalmente não reconhecem quão preciosa é a vida regenerada que receberam. Embora sejam nascidos de novo, são ainda ignorantes do fato de que sua vida regenerada não tem preço. Mas, uma vez que estejam sob pressão, eles começam a apreciar sua vida regenerada porque essa nova vida que Deus lhes deu os capacita a vencer em todas as situações. Todas essas pressões exteriores podem provar a realidade da vida regenerada e de seu poder. O Senhor propositadamente nos coloca em situações adversas a fim de nos lembrar que, sem Sua vida, não podemos suportar. O poder da Sua vida é manifesto através da pressão exterior.

Muitos cristãos consideram, como vida boa, aquela que tem poucas dificuldades e angústias. Sempre que deparam com alguma coisa dolorosa, eles pedem a Deus para removê-la. Podemos dizer que eles estão vivendo, mas isso certamente não pode ser chamado de ressurreição. Suponhamos que, em sua constituição natural, você pudesse suportar a censura de dez pessoas, mas não mais; assim, pede a Deus para não permitir que você seja tentado acima da censura dos dez. Mas Deus permite que a pressão de onze pessoas venha sobre você. Em tais situações, você, por fim, clama a Ele que não pode mais suportar, pois está além da sua capacidade. Permita-me dizer que Deus, não obstante, deixará que você seja pressionado além daquilo que seu próprio poder e paciência e bondade naturais possam suportar. O resultado será que você dirá a Ele que não pode mais suportar e pedirá que lhe conceda o poder para vencer. Naquele momento, você experimentará um poder novo e maior que pode suportar crítica, não apenas de dez, mas até de vinte pessoas. Você veio a reconhecer e experimentar que, quanto maior for a pressão, maior seu poder; e que, sempre que estiver sem poder, é porque você não foi colocado sob a disciplina da pressão. 


Fonte: "O Poder da Pressão" de Watchman Nee

O fogo do Espírito.


Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1 Pe 1:6-7)
Ef 4:11-13; 1 Pe 4:12-13

Recebemos do Senhor a comissão de aperfeiçoar os santos para a obra do ministério, para o desempenho do seu serviço (Ef 4:12). Contudo, se queremos ser aperfeiçoados, temos de negar a vida da alma.
Por que há problemas entre os filhos de Deus? Porque todos ainda têm uma vida da alma muito ativa. Se aproveitarmos as situações na vida da igreja para nos voltarmos ao Senhor, seremos iluminados. Debaixo dessa luz, o Espírito irá expor nossa vida da alma. Ao enxergá-la, devemos dizer: “Ó Senhor, eu quero negar a mim mesmo. Não quero viver como no passado, quando negava minha vida da alma apenas nos momentos de sofrimento e depois ela aparecia de novo”.
Na época de Pedro, o Senhor estava presente para expor suas atitudes. Por meio de Sua morte e ressurreição, Ele se tornou o Espírito (1 Co 6:17; 2 Co 3:17a). Hoje Ele está em nós como o Espírito para nos dar vida e também expor nossa condição interior.
Assim como na experiência de Pedro sua fé foi refinada e depurada pelo sofrimento interior, que veio como fogo em seu espírito, e o valor dessa fé se tornou mais precioso do que o ouro corruptível (1 Pe 1:7), nossa vida da alma precisa ser lançada no fogo do espírito para ser queimada.
O resultado disso, segundo o que o próprio Pedro escreveu, é que, diante do tribunal de Cristo, receberemos louvor, glória e honra. Louvor significa ser elogiado, louvado diante de todos; glória se refere a entrar no reino e honra é poder reinar com o Senhor por mil anos. Louvado seja o Senhor! Essa é a nossa meta.
O apóstolo Paulo descreveu muitos sofrimentos pelos quais passou, decorrentes de situações que lhe sobrevieram em suas jornadas. Sofrimentos como esses não necessariamente mudam uma pessoa interiormente, pois, após um acidente ou uma doença, quando a pessoa se recupera, a vida da alma pode continuar muito forte. Mas o sofrimento pelo qual o apóstolo Pedro passou é como um fogo em seu interior, queimando as impurezas de sua alma. Esse tipo de sofrimento produz transformação interior.
Por isso, na igreja, devemos aproveitar cada oportunidade para negar a vida da alma. Na pregação do evangelho, por exemplo, devemos sair com os irmãos para evangelizar nas praças, nas casas, deixando de lado os velhos conceitos, e levar livros que apresentam o evangelho do reino às pessoas. Aleluia!