08 fevereiro, 2012

Seguir ao Senhor em novidade de vida

Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas, põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam (M t 9:17)

Mt 9:10-11, 14; 11:2-6; 14:3-4; At 5:17-20



O Senhor conhece os que Lhe pertencem e deles cuida. Certamente, se João Batista tivesse seguido o Senhor Jesus, Deus cuidaria dele e Se responsabilizaria por ele. Mas, como isso não ocorreu, João Batista seguiu seu próprio caminho e se envolveu com muitos problemas.
João Batista admoestou Herodes acerca da prática de adultério e, com isso, provocou uma situação em que Herodes o encarcerou (Mt 14:3-4). Nesse ponto, ele mandou seus discípulos perguntarem ao Senhor Jesus se Ele era mesmo o enviado de Deus ou se haviam de esperar outro (11:2-3). João Batista parecia agora duvidar do Senhor ou, pelo menos, tentou provocar no Senhor uma atitude para vir tirá-lo do cárcere. Não se sabe ao certo o que ele pensava a respeito de Jesus quando estava no cárcere, mas o fato é que, por não se arrepender, não foi libertado (em Atos 5:17-20 vemos um exemplo de libertação dos seguidores do Senhor: os apóstolos foram presos por pregarem o evangelho, mas um anjo do Senhor os libertou).
O Senhor Jesus não confirmou Sua incumbência nem respondeu ao questionamento trazido pelos discípulos de João Batista. Apenas lhes disse: "Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, o leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho" (Mt 11:4-5).
Ao receber essa palavra, João Batista poderia ter se arrependido, mas isso não aconteceu. Seu discipulado o impediu de receber algo novo do Senhor. No início de seu ministério, João Batista havia se distanciado das tradições religiosas, mas, com o passar do tempo, seus discípulos voltaram a adotar as antigas práticas, como o jejum dos fariseus.
Em Mateus 9 os fariseus perguntaram aos discípulos de Jesus: "Por que come vosso Mestre com publicanos e pecadores?" (v. 11). De maneira semelhante, os discípulos de João Batista perguntaram ao Senhor: "Por que jejuamos nós, e os fariseus [muitas vezes], e teus discípulos não jejuam?" (v. 14). Eles formaram uma nova religião e, com isso, criaram outro embaraço ao Senhor Jesus e a Seus discípulos.
Precisamos estar libertos de tudo o que é velho para seguir somente o Senhor. Se, por causa de nossos velhos conceitos, nos apegarmos a práticas antigas e nos opusermos ao que Deus está fazendo hoje, corremos o grande risco de produzir uma nova religião. Devemos tomar cuidado para não deixar que os ensinamentos que recebemos no passado nos impeçam de avançar. Quando nossas práticas tomam a forma de um serviço tradicional e religioso a Deus, facilmente somos levados a rejeitar aquilo que o Senhor tem a nos revelar ou, pelo menos, nos tornamos tardios em ouvir.
Busquemos, portanto, andar sempre em novidade de vida para que aquilo que o Senhor está fazendo não se torne um tropeço para nós: "Bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço" (Mt 11:6).

06 fevereiro, 2012

Cumprir toda a justiça

Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça (M t 3:14-15)


Mt 3:3-4, 11, 14-17; Lc 1:9, 13-17, 41



Deus enviou João Batista como precursor do Senhor Jesus, isto é, para preparar o caminho do Senhor (Mt 3:3; Lc 1:13-17). Desde antes do nascimento, João Batista sabia qual era o seu papel. Por isso, quando Maria, que já se encontrava grávida pelo Espírito Santo, visitou Isabel, João Batista estremeceu em seu ventre, e ela ficou possuída do Espírito Santo (Lc 1:41).
A família de João Batista era levita, da casa de Arão, e seu pai Zacarias servia a Deus como sacerdote no templo (1:5). João Batista iniciou seu ministério de maneira nova, pois se distanciou das tradições sacerdotais do Antigo Testamento. Pela posição religiosa, o sacerdote tinha direito a ministrar no templo, a usar uma veste de linho e a se alimentar dos pães da proposição e da porção a eles destinada nos sacrifícios ofertados (Lc 1:9; Êx 28:3; Lv 7:34). João Batista, porém, mesmo sendo um sacerdote, abriu mão de tudo isso. Sua pregação ocorria no deserto, suas vestes eram feitas de pelos de camelo e sua alimentação eram gafanhotos e mel silvestre (Mt 3:4). Ele se afastou das antigas tradições religiosas, porque sua função era abrir caminho para o Senhor Jesus, pregando o arrependimento e prenunciando Sua chegada, um novo começo.
João Batista teve um bom início em seu ministério: era humilde e se colocava em posição inferior ao Senhor Jesus. Quando Jesus pediu para ser batizado por João, ele disse: "Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?" (Mt 3:14). Ele estava certo, mas Jesus acrescentou: "Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça" (v. 15). Pelas palavras do Senhor Jesus, João Batista também deveria ser batizado, mas não vemos nenhum registro disso.
Jesus cumpriu a justiça de Deus, isto é, fez o que deveria ser feito segundo a determinação divina, e foi batizado por João Batista. Por ter agido segundo a vontade do Pai, naquele instante, os céus se abriram, o Espírito de Deus desceu sobre Ele em forma de pomba e se ouviu uma voz dos céus dizendo: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (vs. 16-17).
João Batista estava ali e obviamente presenciou esse fato, mas parece que não lhe deu a devida importância. Sua reação normal seria pedir ao Senhor que lhe batizasse e, em seguida, deveria segui-Lo, pois, segundo ele mesmo havia dito anteriormente, o Senhor Jesus era mais poderoso do que ele, porque batizaria com Espírito Santo e com fogo (3:11). Ele, porém, além de não ser batizado pelo Senhor, ainda prosseguiu com uma obra paralela.
Por que ele fez isso? E por que não passou a seguir o Senhor depois de ouvir a voz dos céus? Provavelmente porque já tinha seus próprios discípulos, dos quais não queria abrir mão. Se João Batista houvesse sido batizado pelo Senhor Jesus, os que o seguiam possivelmente também se tornariam discípulos do Senhor. Mas parece que João Batista não quis terminar assim seu ministério e ainda desejava manter seus seguidores.

Refinados pelo fogo

Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando (1 Pe 4:12-13)


Gn 2:12; 1 Pe 1:6-9; Ap 21:18, 23



Para refinar o minério de ouro grosseiro, é necessário que ele seja esmagado, triturado, moído e depois lavado com água ou algum líquido especial. Esse processo retira as impurezas aparentes, mas, para retirar aquelas que estão apegadas à estrutura interna do ouro, é necessário submetê-lo ao cadinho, onde o ouro passa por fogo intenso. Esse fogo não pode se apagar senão o cadínho se quebra.
Quando o ouro é colocado no cadinho e a temperatura aumenta, ele se funde, tomando-se liquefeito. Por possuir alto peso específico (19.250kg/m3), o ouro fundido vai ao fundo, e as impurezas sobem para a superfície, onde é possível retirá-Ias.
Na vida da igreja também é assim. Somos disciplinados e passamos por vários sofrimentos. De acordo com Pedro, eles fazem parte do "fogo ardente" destinado a queimar as impurezas da nossa vida da alma, para que sejam removidas. Quanto mais fogo, mais impurezas vêm para a superfície, e, para que sejam eliminadas, o Senhor aumenta a temperatura: quinhentos, seiscentos, mil, mil e duzentos graus. Ao final desse processo, nossa fé se torna mais preciosa do que o ouro perecível (1 Pe 1:7).
No jardim do Éden havia ouro, bdélio e pedra de ônix (Gn 2:12). Esses materiais estavam no rio que flui do Éden até a nova Jerusalém, a cidade de ouro. Todavia não é ouro comum, "a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido" (Ap 21:18). Uma vez que a cidade é de ouro transparente, "não precisa nem do sol, nem da lua para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada" (v. 23).
Esse ouro transparente é mais precioso do que o ouro perecível. Ele é produzido por meio de sofrimentos e tribulações (1 Pe 4:19); não é um sofrimento exterior, na carne, como enfermidades ou tragédias. É um sofrimento interior causado pela provação do fogo purificador. Essa foi a experiência de Pedro descrita no capítulo 1 de sua primeira epístola.
No capítulo 4, ele recomenda não estranharmos o fogo ardente que surge com o objetivo de nos provar e pede que nos alegremos, porque esses sofrimentos nos tornam coparticipantes dos sofrimentos de Cristo e nos ajudam a negar a vida da alma (vs. 12-13).
O mais importante hoje é negar a vida da alma, mas vemos que isso não é fácil; ainda não conseguimos negá-Ia completamente. Talvez os irmãos novos recebam essa palavra com mais facilidade; os demais encontram dificuldades em praticá-Ia. Participam de conferências sobre casamento e viver familiar, ouvem 1 Coríntios 11: o homem é o cabeça da mulher, o Senhor é o cabeça do homem, Deus é o cabeça de Cristo, mas, no dia a dia, perdem todo o encabeçamento de Cristo. As irmãs, de início, até que se submetem, mas, depois de uma semana, aparecem novamente encabeçando os maridos. Isso evidencia que apenas o convencimento mental de determinadas doutrinas não consegue nos mudar.
Precisamos do queimar do Espírito em nosso interior. Essa é a melhor maneira de aperfeiçoar os santos e torná-las como o ouro transparente, material para a nova Jerusalém. Aleluia!

04 fevereiro, 2012

O batismo com fogo é representado pela purificação do ouro

Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1 Pe 1:6-7).
Mt 3:11-12; 13:4-8

O Senhor Jesus mostrou a necessidade de se negar a vida da alma para reinar no mundo que há de vir (Mt 16:24; Hb 2:5-7). Há vezes em que negamos a nós mesmos, mas, em seguida, falhamos por agir na alma, isto é, com base em nossos pensamentos, sentimentos e vontades.
A parábola do semeador em Mateus 13 pode nos ajudar muito: "Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram. Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se" (vs. 3-6). No terceiro tipo de solo, a semente "caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram" (v. 7). A semente germinou e cresceu, mas junto com ela cresceram os espinhos, que a sufocaram por não receber a luz do sol. Sem luz solar, as plantas não conseguem frutificar. Outra semente, "enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um" (v. 8).

Isso indica que precisamos cuidar do solo. É necessário arar a terra e remover as pedras, para que as raízes se aprofundem. E para que a planta não seja sufocada pelos espinhos, é preciso arrancá-los. Entretanto eles podem crescer novamente. Já vimos anteriormente que o melhor a se fazer é queimar os espinhos. O próprio João Batista, dando testemunho a respeito do Senhor Jesus, disse: "Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mt 3:11). Quando o Espírito Santo vem, o fogo vem junto. Se nos voltarmos ao espírito, as impurezas da vida da alma serão queimadas no fogo do Espírito.

Jesus foi batizado para que se cumprisse a justiça de Deus (v. 15). Essa justiça é a vontade de Deus. Naquele momento, a vontade de Deus era que Jesus, por meio do batismo, sepultasse a natureza humana. Quanto a nós, só passar pelas águas do batismo não é completo: precisamos passar pelo batismo do Espírito Santo e pelo fogo. O fogo inextinguível do versículo 12 está relacionado ao fogo do Espírito. A Bíblia não diz: "Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu; ele vos batizará com o Espírito Santo ou com fogo". Mas diz: "com o Espírito Santo e com fogo".

Precisamos de novidade de vida! Todo aquele que foi batizado com o Espírito Santo também será batizado com fogo. Pedro teve essa experiência. Na velhice, ele comparou esse fogo com o fogo que purifica, que refina o ouro (1 Pe 1:7). O minério de ouro possui muitas impurezas, assim como nós. E do mesmo modo como o ouro precisa ser refinado pelo fogo, nós precisamos ser purificados pelo fogo do Espírito.

03 fevereiro, 2012

Pedro, um bom exemplo de negar-se a si mesmo

Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos (Rm 6:5-6)
Mt 3:11; 16:18-19, 24; 17:1-5, 24-27; Rm 6:6

O Senhor nos tem falado de maneira muito especial acerca de negarmos a vida da alma. Em Mateus 16, Jesus revela a igreja e, em seguida, fala sobre o viver dela, destacando o negar a vida da alma.
Mateus 16:18 diz: "Sobre esta pedra edíficarei a minha igreja". Então, no versículo 19, o Senhor revela a ligação entre a igreja e o reino: "Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus". Porque possui as chaves do reino dos céus a igreja tem autoridade.

A autoridade vem do reino. A autoridade que nos foi concedida é a autoridade do reino. Então o que nós amarramos na terra é amarrado nos céus; o que nós liberamos na terra é liberado nos céus. Essa autoridade foi nos concedida mediante a morte do Senhor na cruz e Sua ressurreição (Mt 28:18-19).

Vimos que o Senhor Jesus morreu e depois, de Seu lado ferido, derramou sangue e água. Com Ele nosso velho homem também foi crucificado (Rm 6:6). O velho homem é nossa vida da alma. No passado tentávamos eliminá-Ia por meio de sofrimentos que nos sobrevinham na carne. Alguém era acometido por uma grave enfermidade, sofria muito, confessava seus pecados, arrependia-se diante do Senhor e era curado, mas o problema da vida da alma continuava. Via-se apenas a questão dos pecados, e não o grave problema da vida da alma.

O apóstolo Pedro ouviu Jesus falando sobre a necessidade de negar-se a si mesmo para Segui-Lo (Mt 16:24). Mas foi apenas quando se tornou idoso que Pedro percebeu que apenas os sofrimentos provenientes de situações exteriores não são suficientes para eliminar por completo a vida da alma.

Conhecemos a história de Pedro. Apesar de seu velho homem ter sido sepultado no batismo, ele, por vezes, ainda se manifestava. Em Mateus 17, seis dias depois de ter ouvido o Senhor falar sobre a importância de negar a si mesmo para segui-Lo, Pedro equiparou Jesus a Moisés e Elias ao sugerir que se armassem três tendas para eles (vs. 3-4). Mas o Pai lhe disse: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi" (v. 5). Pedro deveria ter aprendido essa lição e desistido ali mesmo de seguir seus impulsos.

Em outra ocasião, os que cobravam o imposto das duas dracmas perguntaram a Pedro: "Não paga o vosso Mestre as duas dracmas?" (v. 24). Imediatamente ele respondeu "Sim!"; logo depois, o Senhor lhe perguntou: "De quem cobram os reis da terra impostos ou tributo; dos seus filhos ou dos estranhos?" (v. 25). Pedro percebeu que havia falado por si mesmo, manifestando sua vida da alma. Ele viu o perigo que havia em sua vida da alma; compreendeu que fora precipitado ao falar. O Senhor Jesus teve misericórdia dele e mandou-o pescar e retirar um estáter da boca do primeiro peixe que fisgasse. Aquela moeda teria exatamente o valor necessário para pagar o imposto dos dois (v. 27). Foi essa mais uma ocasião usada pelo Senhor para expor a vida natural da alma de Pedro.

Pedro viu que era imprescindível queimar as impurezas da vida da alma no fogo do Espírito. Ele, já em idade avançada, percebeu que, apesar de seu ser natural ter sido exposto muitas vezes pelo Senhor, ainda não havia eliminado totalmente sua vida da alma. Semelhantemente, hoje é tempo de compreendermos o perigo de viver pela vida da alma e, como Pedro, arrepender-nos, colocando-a sob o queimar do fogo do Espírito (Mt 3:11; 1 Pe 1:6-7).

02 fevereiro, 2012

O Senhor Jesus morreu e depois derramou seu sangue

Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água (Jo 19:30,34)


Mq 7:19; Jo 19:25-27, 31-36; Ef 2:5



Louvamos ao Senhor porque Ele nos concedeu graça e nos salvou do pecado (Ef 2:5). O Senhor Jesus morreu na cruz por nós, Seu sangue foi derramado, e nossos pecados perdoados (Mq 7:19). Por meio do evangelho da graça, fomos iluminados quanto a isso, nos arrependemos e recebemos a vida de Deus em nosso interior para desfrutar tudo o que o Senhor fez por nós.
O evangelho da graça estabelece uma base para avançarmos e fazermos a vontade de Deus. Fomos salvos, regenerados e agora precisamos crescer espiritualmente para que o reino dos céus se manifeste. Por isso precisamos anunciar o evangelho do reino, que diz respeito a negar a vida da alma a fim de obtermos o crescimento na vida divina para reinar no mundo que há de vir (Hb 2:5-7).
O apóstolo João mostrou-nos que a morte do Senhor Jesus não foi apenas para resolver o problema de nossos pecados, mas também para lidar com nosso velho homem, com nossa vida da alma.
João estava junto à cruz e testemunhou a crucificação de Jesus. Numa sexta-feira, Ele foi pendurado no madeiro (Mc 15:42; Jo 19:14-18). O dia seguinte, sábado, era dia de descanso para os judeus e seria especial, "pois era grande o dia daquele sábado" da Páscoa (v. 31). Por isso, para que, naquele dia, os corpos dos sentenciados à morte não ficassem na cruz, pediram que se lhes quebrassem as pernas e fossem tirados dali. Junto com o Senhor Jesus, foram crucificados dois malfeitores, cujas pernas foram quebradas, mas, quando os soldados se aproximaram do Senhor, viram que Ele já estava morto e não Lhe quebraram as pernas (vs. 32-33). Isso foi para cumprir a profecia de que nenhum de Seus ossos seria quebrado (v. 36). Então, talvez para se certificar de que Jesus estava morto, "um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água" (v. 34).
No livro de Gênesis lemos que Deus "fez cair pesado sono sobre o homem, [ ... ] tomou uma de suas costelas e [ ... ] transformou-a numa mulher" (2:21-22). Eva foi edificada a partir da costela de Adão. O Evangelho de João mostra que o lado do Senhor foi ferido com uma lança, de onde saiu sangue, para perdão de pecados, e água, para infundir vida e gerar a igreja.
O homem possui veias, artérias e vasos capilares. Dos vasos não sai muito sangue; se o Senhor Jesus tivesse de derramar todo o Seu sangue pelos ferimentos das mãos e dos pés para então morrer, levaria muito tempo. Ele morreu antes, e, ao ser transpassado pela lança, Dele fluiu sangue e água. Certamente muitos viram o sangue, por causa da cor, do aspecto. Mas apenas João, que estava ao pé da cruz, viu a água que saiu do lado do Senhor (Jo 19:25-26,34-35). Essa água era o líquido linfático, não era água abundante; apenas quem estivesse muito perto poderia vê-Ia.
A maioria dos cristãos acredita que o Senhor Jesus derramou Seu sangue e depois morreu. Todavia, segundo esse registro de João, o Senhor Jesus já estava morto quando de Seu lado verteu sangue e água. Ele fez questão de relatar que, primeiro, Jesus morreu e, depois, Seu sangue foi derramado. O sangue derramado foi para nos purificar de todos os pecados, e Sua morte para eliminar nossa velha natureza, nossa vida da alma. Isso prova que, antes de qualquer coisa, nossa vida da alma tem de morrer. Quando apresentamos o evangelho do reino, precisamos sempre nos lembrar disso.

O evangelho de Mateus e o evangelho de João

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós (Jo 14:16-17).


Mt 3:16; 4:17; 10:5-7; Jo 1:12-13; 3:3, 5



Enquanto esteve com os discípulos, o Senhor Jesus fez muitas coisas. Além disso, Ele também ensinou e falou palavras elevadas, sublimes. A maioria de Seus discípulos, porém, captou mais as palavras sobre curas, milagres, expulsão de demônios, sinais e prodígios.
Mateus era cobrador de impostos, um oficial do governo romano. Presume-se que fosse, portanto, mais dado às anotações que os demais, por isso ouviu as palavras do Senhor sobre o reino e as registrou em seu evangelho.
O Novo Testamento principia com João Batista - o precursor de Jesus - anunciando: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3:2). Depois que Jesus foi batizado, ao sair da água, o Espírito Santo desceu sobre Ele (v. 16). Ao iniciar Seu ministério, Jesus também anunciava: ''Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (4:17). O Senhor Jesus se misturava com pescadores e publicanos, e dentre Seus seguidores escolheu doze apóstolos e os enviou primeiramente para as ovelhas perdidas da casa de Israel, recomendando-lhes: "À medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus" (10:5-7).
Todavia não foi só Mateus que escreveu sobre o reino dos céus. Deus preservou João e, muitos anos depois, o fez escrever as palavras ditas pelo Senhor a Seus discípulos ao longo dos três anos e meio que esteve junto com eles. Aos noventa anos, João, no espírito, lembrou-se de palavras muito importantes que ainda não haviam sido registradas pelos outros evangelistas.
Por exemplo, em João 14 Jesus disse: "Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade [ ... ]. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros" (vs. 16-18). O Senhor Jesus explicou que Ele mesmo se tornaria o Espírito da verdade, o outro Consolador, a fim de estar para sempre com eles. Apenas João escreveu isso em seu evangelho. Nenhuma menção dessa passagem se fez nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Semelhantemente, no passado enfatizávamos as questões sobre a igreja, conforme a orientação que tínhamos naquela época. Atualmente, todavia, temos recebido do Senhor a comissão de pregar que o reino dos céus está próximo (Mt 10:7).
Embora Mateus tenha nos mostrado muitos aspectos sobre o reino dos céus foi por meio da ajuda dos escritos de João, em sua maturidade, que vimos que o reino é uma questão de vida. Para entrar no reino dos céus, primeiramente precisamos ter a vida de Deus (Jo 3:3, 5). Somente quem nasce de novo pode entrar no reino: "O que é nascido da carne é carne" (v. 6), mas o que nasceu do Espírito é filho de Deus (1:12-13). Hoje não apenas temos a vida de nossos pais; temos também a vida divina. Para entrar no reino é preciso receber a vida de Deus. O evangelho do reino dos céus é também o evangelho da vida.

31 janeiro, 2012

A unção para o desempenho do ministério

Depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória (Ef 1:13 -14)
Mt 4:19, 21; 9:9; Jo 1:1, 14; 14:16-17; At 2:41; 4:4; Ef 1:3-14

Em Seu ministério terrenal, o Senhor Jesus escolheu um grupo de pessoas para cooperar com Ele. Jesus "subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar" (Mc 3:13-14). Como vimos ontem, a estes doze deu também o nome de apóstolos. Eis os nomes dos doze: "Simão, por sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas lscariotes, que foi quem o traiu" (Mt 10:2-4).
É importante perceber que a profissão exercida pelos doze discípulos tinha relação com a função deles no serviço ao Senhor. Pedro e André lançavam suas redes ao mar quando o Senhor os chamou para segui-Lo. Ele lhes disse: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens" (4:19).

Depois o Senhor chamou Tiago e João, "que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes" (v. 21). Quando as redes se rompem, os peixes escapam. O Senhor chamou Tiago e especialmente João para realizar a obra de remendar as redes no campo espiritual a fim de evitar que a vida escapasse. Pedro pregava o evangelho, "lançava as redes" e muitos eram salvos (At 2:41; 4:4). Mas, pouco a pouco, eles se dispersaram devido ao "rompimento das redes". Quando isso aconteceu, Deus chamou João e o usou para "remendar as redes", isto é, restaurá-los com a vida divina.

Os discípulos escolhidos por Jesus, em sua maioria, eram pescadores e não tinham muita instrução. Dentre eles, o Senhor Jesus escolheu Mateus, um cobrador de impostos (Mt 9:9). Mateus tinha instrução administrativa e foi usado por Deus para apresentar-nos as questões relativas ao reino dos céus.

Durante os três anos e meio em que esteve com os discípulos, o Senhor Jesus falou muitas coisas, mas eles não absorveram muito bem Suas palavras. Sobretudo as que se referiam à vida eterna, ao Espírito e à economia neotestamentária de Deus. Mais tarde, Paulo, que não fez parte do primeiro grupo de apóstolos, falou em Efésios sobre o dispensar do Pai, do Filho e do Espírito (Ef 1:3-14).

Em seu evangelho, João também detalhou a economia de Deus. O Pai é Deus, que já estava no princípio (Jo 1:1). O Filho é Deus corporificado; é o Verbo que se fez carne para que Deus viesse estar com o homem (1:14). Ele recebeu o nome de Emanuel, mas, como homem, não poderia estar para sempre conosco. Por isso João 14 mostra que Ele se tornou o Espírito da realidade (vs. 16-17). Desse modo, como o Espírito, o Senhor estará para sempre conosco. Aleluia!

30 janeiro, 2012

Chamados para promover a fé

Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade (Tt 1:1)
Mt 10:1-7; 1 Tm 1:3-4; Hb 3:1

Muitos discípulos seguiam o Senhor Jesus durante Seu ministério. Dentre esses Ele escolheu doze, depois de ter se retirado no monte e passado a noite orando a Deus (Lc 6:12). Deu-lhes também o nome de apóstolos (v. 13) e os enviou para pregar o evangelho do reino dos céus (Mt 10:1-7). A palavra apóstolo vem do grego e quer dizer enviado. Os apóstolos são enviados por Deus para a pregação do evangelho, para promover a Fé¹.
Hoje, a fim de fazer a obra do Senhor com mais efetividade, enviamos irmãos para o CEAPE (Centro de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho), onde têm a oportunidade de ser aperfeiçoados como colportores. Esses irmãos, depois de passarem pelo aperfeiçoamento, pregam o evangelho do reino por meio dos livros. O objetivo principal é levar as pessoas à Fé.

Outro item do mover do Senhor para pregar o evangelho do reino é o espaço que denominamos bookafé, cujo significado é livro que promove a Fé, ou livro que leva a pessoa à Fé.

A palavra "Fé" se refere à economia de Deus no Novo Testamento, como Paulo nos mostra ao longo do capítulo 1 do livro de Efésios. O apóstolo nos apresenta o Deus Triúno e a obra do Pai, a obra do Filho e a obra do Espírito. A obra do Deus Triúno visa infundir Sua própria pessoa em nosso interior até saturar nosso espírito, alma e corpo com Ele mesmo. Juntando essa porção da Palavra com a passagem de 1 Timóteo, fica claro que o objetivo de Deus é infundir Sua economia - a Fé objetiva - em nossa fé subjetiva (1 Tm 1:3-4). Daí a importância do bookafé e da colportagem.

Precisamos de irmãos aperfeiçoados que saibam divulgar os livros. Assim a economia neotestamentária de Deus será apresentada para as pessoas. O colportor pode ser comparado ao sumo sacerdote do Antigo Testamento e ao apóstolo do Novo Testamento, pois ele leva as pessoas até Deus, é um enviado de Deus. O Senhor Jesus é tanto Apóstolo como Sumo Sacerdote (Hb 3:1).

Nossa responsabilidade é cada vez maior. Ultimamente Deus também nos incumbiu de pregar o evangelho do reino na Europa, África e América Central. Ele precisa de mais pessoas para suprir a necessidade de Sua obra nesses países. Por isso mais irmãos devem ingressar no CEAPE para se tornar colportores. Dessa forma, será pregado o "evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim" (Mt 24:14). Louvado seja o Senhor!

¹A Bíblia fala de fé, que é uma disposição que existe dentro de nós para crer em Deus, crer em Suas promessas, e alguns podem ter fé maior que outros, como vemos nestes versículos: "Por que sois tímidos, homens de pequena fé?" (Mt 8:26); "Ajuda-me na minha falta de fé!" (Mc 9:24); e "Admirou-se Jesus dele e [ ... ] disse: Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta" (Lc 7:9). Existe também a Fé, que se refere àquilo em que cremos, que é o aspecto objetivo da fé, ou seja, são todos os itens que compõem os ensinamentos revelados pelos apóstolos e que nos apresentam o plano de Deus e Seu arranjo para se dispensar ao homem. Para facilitar a compreensão do leitor, optamos por escrever fé, com inicial minúscula, quando nos referimos à nossa capacidade subjetiva de crer, e a Fé, com inicial maiúscula, para falar da fé objetiva, que é depositada dentro de nós à medida que cremos na Palavra e a praticamos.

29 janeiro, 2012

Escolhidos, aperfeiçoados e enviados para pregar o evangelho

[Jesus] se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara (Mt 9:37-38)
Mt 24:14; 28:19; 1 Co 1:26-28

Mesmo sendo o Filho de Deus, o Senhor Jesus, por estar limitado na carne humana, não conseguia, sozinho, atender à necessidade de todas as pessoas que careciam do evangelho. Por isso escolheu e aperfeiçoou os doze apóstolos para enviá-los e, assim como Ele, pregar o evangelho do reino. Quando os chamou, não fez exigências sobre formação escolar. Pelo contrário, Ele escolheu galileus, pessoas simples do povo (At 4:13).
Da mesma forma, na igreja, se a pregação do evangelho depender de alguns irmãos apenas, teremos dificuldades, já que a maioria das pessoas tem seu tempo limitado pelo trabalho, família e outros compromissos. Diante desse quadro, o Senhor nos revelou: precisamos aperfeiçoar um grupo de pessoas que se dedique especialmente à pregação do evangelho. Por isso o Senhor nos deu os CEAPEs, a fim de aperfeiçoarmos esses irmãos para uma obra de pregação mais frutífera.

O número de irmãos e irmãs que já foram aperfeiçoados ainda é insuficiente, pois a obra do Senhor já se expandiu para outros lugares. Antes, nossa esfera de ação era apenas o Brasil e alguns países da América do Sul. Até então os cooperadores na obra do Senhor conseguiam atender às necessidades existentes. Entretanto, logo depois, mesmo para a obra da América do Sul, esse número de irmãos se mostrou pequeno. Além disso, o Senhor nos abriu portas para a obra na Europa, Estados Unidos, África, México e América Central.

Há uma necessidade muito grande nesses países, da mesma forma como quando o Senhor Jesus escolheu doze apóstolos para juntamente com Ele pregar o evangelho. Portanto, uma vez que o reino dos céus está próximo, precisamos de mais pessoas que queiram ser colportores, com o encargo pela pregação do evangelho.

Não é necessário ser graduado em universidade para ser aperfeiçoado. Também não há limite de idade; desde que tenha um coração com encargo pela pregação do evangelho, pode se apresentar aos irmãos responsáveis de sua igreja para que eles encaminhem você ao CEAPE, onde será aperfeiçoado para levar a Palavra de Deus às pessoas. Mesmo aqueles que são desprezados na sociedade, como um ex-viciado em drogas ou um morador de rua, podem ser aperfeiçoados e usados por Deus para esse fim (1 Co 1:26-28). Por exemplo, um dos nossos CEAPEs tem trabalhado com essas pessoas. Certa vez um deles testificou: "Eu era viciado e vim para o CEAPE, onde o Senhor me aperfeiçoou. Eu não apenas fui aperfeiçoado para ter um viver correto, mas agora tenho também encargo pelo evangelho".

Precisamos fazer como o Senhor disse a Seus discípulos e rogar a Ele que nos dê mais CEAPEs e muito mais colportores para atender à necessidade atual. Também precisamos encorajar mais irmãos a se consagrar para isso, a fim de que o evangelho do reino alcance o mundo todo. Então o fim virá (Mt 24:14; 28:19). Aleluia!

28 janeiro, 2012

Ruminar a Palavra para extrair mais vida

Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas (Fp 3:1).

Pondera o que acabo de dizer, porque o Senhor te dará compreensão em todas as coisas (2 Tm 2:7)
Ef 6:17-18

O Senhor tem uma necessidade significativa de pessoas para pregar o evangelho, porque a seara é grande. Por isso Ele tem nos despertado a encorajar mais irmãos a fazerem o CEAPE e a se tornarem colportores, promovendo a palavra escrita a fim de que mais pessoas desfrutem o Senhor, ganhem revelação de Sua Palavra e busquem Seu reino.
Os ceapistas têm um papel fundamental ao visitar as pessoas: eles as ensinam a usar os livros, ajudando-as especialmente a ruminar a palavra que leem. E não apenas isso: eles têm a preocupação de revisitá-las e ajudá-las a praticar a palavra que leram.
O livro de Levítico menciona, no capítulo 11, a lei a respeito dos animais, para que se soubesse fazer diferença entre os imundos e os limpos. Os animais limpos são aqueles que ruminam o alimento. Sabemos que o boi e a ovelha, por serem animais ruminantes, absorvem mais nutrientes dos alimentos para seu organismo.
Com respeito ao alimento espiritual, temos de ser como esses animais ruminantes: ter a prática de "ruminar" sempre a Palavra de Deus. Ou seja, não devemos ler a Bíblia rapidamente para ganhar conhecimento de algum assunto, mas sim tomá-Ia com toda oração (Ef 6:17-18). Nunca diga ou pense: "De novo vamos ver este assunto ou porção da Palavra!?", pois somente os animais imundos não conseguem ruminar o alimento. Pelo "ruminar" da Palavra do Senhor, o Espírito sempre tem algo novo a nos revelar! Por isso jamais devemos achar que essa prática é uma coisa enfadonha a ser feita.

A prática da pregação do evangelho

Também os enviou a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos. E disse-lhes: Nada leveis para o caminho: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem deveis ter duas túnicas (Lc 9:2-3)
Mt 9:35; 10:1,7

Vimos ontem que, após o Senhor mostrar as condições necessárias para o viver daqueles que desejam reinar com Ele em Seu reino vindouro, e estando todos maravilhados de Sua doutrina, desceu do monte para pregar o evangelho do reino e curar os enfermos (Mt 9:35). Ao ver as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas 'que não têm pastor (v. 36), e, diante da grande necessidade, dirigiu-se a Seus discípulos, dizendo-lhes para rogar ao Senhor da seara a fim de que Ele enviasse trabalhadores para trabalhar na seara. Logo depois, Ele escolheu doze dentre Seus discípulos e os enviou a pregar o evangelho (10:1, 7).
Ao longo dos anos, temos tido várias experiências com respeito à pregação do evangelho. Sabemos que essa é a grande necessidade do Senhor para toda a terra: salvar pessoas e levá-Ias ao crescimento espiritual. De início saímos a pregar para amigos, de casa em casa, mas, diante da imensidão da América do Sul, sentíamos a necessidade de uma estratégia mais eficaz.
Começamos, então, a encorajar os irmãos a pregar o evangelho vendendo livros de conteúdo bíblico a fim de que as pessoas pudessem compreender mais facilmente a Palavra, e, assim, o Senhor as ganharia mais rapidamente. No começo, contribuíamos para os irmãos que tinham essa disposição, ajudando-os em seu suprimento diário, mas vimos que isso, na prática, não os motivava a depender completamente do Senhor. Contudo, pouco a pouco, o Senhor foi aperfeiçoando nossa maneira de atuação. Foi então que o Senhor nos mostrou que precisávamos dos Centros de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho, os CEAPEs, para formação de colportores!
Pregar ou evangelizar é fluir a vida de Deus de nosso interior. Por isso os CEAPEs não se destinam a ensinar técnicas de evangelização. Pelo contrário, procuramos dar ênfase primeiramente à pessoa, ao ceapista. Se uma pessoa não é adequada, crescida em vida, mesmo que tenha habilidades técnicas para pregar o evangelho, o resultado final não será muito eficaz.
Louvamos ao Senhor por nos revelar maneiras mais produtivas de pregar o evangelho do reino. Em Lucas 9:3, o Senhor Jesus, ao enviar Seus discípulos a pregar o evangelho, disse-lhes: "Nada leveis para o caminho: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem deveis ter duas túnicas". Seguindo esse modelo, encorajamos os ceapistas e colportores a sair para contatar pessoas, dependendo exclusivamente do Senhor. Esse tipo de ajuda é muito importante para o crescimento espiritual de cada um.

26 janeiro, 2012

O Senhor continua chamando cooperadores do evangelho

Depois disto, ouvi a voz do SENHOR, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim (Is 6:8)
Mt 9:35-38; 10:1

Depois de ministrar a Seus discípulos as condições para participar da manifestação do reino dos céus, o Senhor começou a pregar e a praticar o evangelho do reino (Mt 8). A primeira coisa que Ele fez foi purificar um leproso por meio de Sua palavra. Com autoridade, o Senhor Jesus repreendeu o mar e os ventos, acalmando uma tempestade, curou todos os doentes e expulsou demônios dos endemoninhados, para que se cumprisse a profecia que dizia: "Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças" (v. 17). Descreve-se, portanto, neste capítulo que o Rei do reino dos céus passou a praticar a comissão e a incumbência que Deus Lhe entregara.
O Senhor Jesus percorria todas as cidades e povoados pregando o evangelho do reino. Ao ver as multidões "aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor", dirigiu-se a Seus discípulos dizendo: "A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (9:36-38). Jesus sozinho estava fazendo a pregação do evangelho e, por conta disso, Seu trabalho era limitado. Ele queria que o evangelho do reino fosse pregado até os confins da terra, por isso chamou doze discípulos para que cooperassem com Ele. Assim, deu-lhes autoridade para expelir espíritos imundos, curar toda sorte de doenças e enfermidades, bem como instruções ao saírem a pregar (10:1).

O Senhor era o exemplo vivo para Seus discípulos de alguém que se importava com as pessoas e que se dava completamente para a pregação do evangelho do reino. Temos de ser como o Senhor Jesus, que primeiramente saiu a pregar, a fim de poder orientar Seus apóstolos a tomarem o mesmo caminho.

Essa palavra deve ser também de grande advertência e encorajamento para os que cuidam das igrejas, os irmãos responsáveis e presbíteros. Ao ouvirmos uma mensagem sobre pregação do evangelho, devemos ser os primeiros a praticá-Ia, e não apenas repassar aos irmãos. Caso contrário, não seremos um modelo para outros e não encorajaremos com realidade a igreja.

25 janeiro, 2012

Invocar o nome do Senhor nos faz viver no espírito

Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade (Sl 145:18)
Rm 10:12; Mt 7:24-27

A lei foi dada por Deus a Moisés no monte Sinai para que a transmitisse a Seu povo. Agora, visto que estamos em Cristo, estamos libertos do jugo da lei (Rm 7:6), contudo o Senhor estabeleceu exigências superiores para nós vivermos. Se observarmos os capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus, por exemplo, veremos que o padrão de comportamento dos que reinarão com Cristo é bem superior à lei mosaica.
No capítulo 6 lemos: "São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!" (vs. 22-23). Que nossos olhos sejam bons e que a luz que há em nós seja proveniente da vida de Deus em nós. Se, porém, a "luz" que há em nós derivar de nossos conceitos, orgulho ou ambição, só produzirá trevas e confusão. Por termos Cristo, temos o Espírito em nós, temos a verdadeira luz e somos a luz do mundo! Essa luz em nós é para que as pessoas tenham a chance de ser iluminadas e de se arrepender. Portanto esse é um requisito bastante importante para os que querem reinar com o Senhor.

No final do capítulo 7 também temos uma palavra bem forte: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade" (vs. 21-23).

Os versículos acima falam de milagres feitos em nome do Senhor que não foram reconhecidos por Ele. Jamais devemos invocar Seu nome em vão, mas sim como quem reconhece Seu senhorio e precisa de Seu suprimento. Ao invocar o nome do Senhor, devemos fazê-lo com realidade, para que desfrutemos de Suas riquezas, pois Ele é rico para com todos os que o invocam (Rm 10:12).

Por isso devemos invocá-Lo como quem necessita do ar para respirar, certos de que sem Ele não temos como sobreviver. Isso é algo muito espontâneo para permanecermos no espírito. Invocamos o nome do Senhor porque precisamos Dele conosco e queremos Sua presença como nosso Emanuel. Invocamos também para que Ele tenha nossa presença.

Essas são algumas condições necessárias para nós que queremos entrar no reino dos céus. O desejo de Deus é que não somente conheçamos esses versículos mas também que os pratiquemos, como aquele que constrói sua casa sobre a rocha (Mt 7:24-27).

24 janeiro, 2012

Ser o sal que tempera e dá sabor

A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um (Cl 4:6)
Mt 5:3,13-16; Rm 12:8-10; Ef 4:1-2

Como vimos ontem, os capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus trazem as condições dadas pelo Senhor Jesus para aqueles que reinarão com Ele por mil anos na era vindoura. A primeira delas diz respeito a negar a vida da alma (Mt 16:24): "Bem aventurados os humildes em espírito, porque deles é o reino dos céus" (5:3). Ser humilde - ou pobre - em espírito significa ter um espírito esvaziado, o que é resultado de negar a si mesmo. Quem se nega é bem-aventurado, porque dele é o reino dos céus.
As demais oito bem-aventuranças mostram como devemos ser e proceder hoje. Em outras palavras, Deus estabeleceu um padrão para o viver dos que irão reinar com Cristo no reino vindouro.

Nos versículos 13 a 16 lemos: "Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus". Devemos ser o sal da terra e a luz do mundo. Uma das funções do sal é ser bactericida, preservando o alimento por mais tempo. Outra função é temperar os alimentos.

O sal em excesso não é bom. Semelhantemente, ao apascentar as pessoas, jamais devemos exagerar na "quantidade de sal", mas tomar cuidado para não sermos muito duros ao corrigir, exortar ou repreender os irmãos.

Precisamos aprender a "temperar" na medida certa, para "dar sabor" a nosso viver coletivo com outros irmãos e com as pessoas ao redor (CI 4:6). Devemos aprender a ser mansos e pacientes (Rm 12:8-10; Ef 4:1-2). Se não tivermos esse tipo de atitude, nossa vida não terá sabor adequado.

Para que um dia reinemos com o Senhor Jesus na manifestação do reino dos céus, não sejamos como o sal em excesso nos alimentos, mas adequados, agindo na medida certa, dispensando sempre a vida divina no relacionamento com as pessoas. Se você, na igreja, é aquele que sempre aponta os erros dos irmãos, isso não está bem. Você deve aprender a ter "sal" na dose exata, para que os que estão sob sua supervisão desfrutem sempre o sabor da vida de Deus em suas palavras.

23 janeiro, 2012

Governantes no mundo que há de vir

Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações (Ap 2:26)
Mt 24:21; 25:1-10, 14-17, 19-23, 31-46; Ap 3:10; 13:16; 19:20

O Senhor nos salvou com o propósito de que reinemos com Ele no mundo que há de vir. Temos visto nesta série do Alimento Diário que Jesus, ao subir ao monte, passou a ensinar Seus discípulos as condições que eles deveriam ter para entrar em Seu reino (Mt 5-7). Ou seja, Jesus apresentou como deve ser a pessoa e o viver dos que irão governar com Ele no reino milenar, que será a manifestação do reino dos céus na próxima era.
Vimos ainda que os cristãos vencedores, os que cumpriram as condições dadas pelo Senhor, não serão povo ou cidadão comum do reino milenar, mas governantes reinando com Cristo, o Rei do reino dos céus. Já o povo do reino milenar será composto por pessoas boas, as quais suprirão as necessidades dos filhos de Deus que passarem pela grande tribulação, a qual antecederá o reino (25:31-46) .
A grande tribulação diz respeito a um tempo de grande sofrimento para os habitantes da terra, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido nem haverá jamais (24:21). Durante aquele tempo surgirá um falso profeta que, com sinais, seduzirá as nações a receber a marca da besta, que é o anticristo: ''A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, ele fará que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita e sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta e o número do seu nome" (Ap 13:16-17; cf. 19:20). Os cristãos que se negarem a adorar a imagem do anticristo e a receber essa marca serão perseguidos, e muitos serão mortos (13:15).
No final desse período, segundo a profecia de Mateus 25, o Senhor Jesus reunirá as nações em Sua presença e separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. As ovelhas dizem respeito àquelas boas pessoas que ajudarão os filhos de Deus durante a grande tribulação, e os cabritos serão os que não se dispuseram a fazê-lo. Aquelas entrarão na posse do reino do Pai, e estes receberão o castigo eterno (vs. 31-46).
Portanto, amados irmãos, diante disso, devemos buscar crescer na vida divina e ser aperfeiçoados na obra do Senhor, para nos tornarmos vencedores e sermos guardados da hora da tribulação que há de vir (25:1-10, 14-17, 19-23; Ap 3:10). Por isso eu encorajo vocês a tomar em oração a porção de Mateus 5-7 para que sejam iluminados e supridos pelo Senhor para praticar cada palavra. Certamente são exigências muito elevadas, pois foram deixadas para aqueles que pretendem governar com Cristo no reino vindouro.

22 janeiro, 2012

Iluminados e alimentados com a palavra.

Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha (Mt 7:24)
Jr 15:16; Mt 7:24; 1 Co 14:31; Ef 6:16-17.

Não há como ensinar todo o conteúdo de Mateus 5, 6 e 7. Nesta semana, tivemos apenas uma introdução. Cada um de nós deve buscar com oração, na leitura bíblica, ouvir o falar de Deus. Também podemos ruminar essa palavra em nossos grupos familiares ou no final de cada reunião da igreja. É importante que todos tenham espaço para compartilhar o que ouviram (1 Co 14:31). Não usamos a Palavra de Deus para provar que estamos corretos ou para corrigir os outros, mas sim para ouvir Deus e nos alimentar Dele (Jo 6:57).
Quando lemos a Palavra do Senhor, devemos nela meditar (Jr 15:16). Leia a palavra como se estivesse saboreando um alimento. Ao ler a Palavra várias vezes e orar sobre ela, a luz de Deus vai surgindo (Ef 6:16-17). Assim, ao lermos o texto bíblico, buscamos ouvir o Senhor falando diretamente conosco.

Por exemplo, Mateus 5:44-46 e 7:1 nos ensinam, respectivamente, sobre amar até mesmo os inimigos e não julgar os outros. Essas palavras visam a instruir aqueles que irão governar o mundo que há de vir, dando-nos um padrão e modelo, pois a manifestação da vida de Deus é o amor. Mesmo que de início não entendamos muito, precisamos perseverar em ler e reler a Palavra com oração. Por fim o Senhor certamente vai nos trazer luz. As verdades contidas em Mateus 5, 6 e 7 precisam se tornar nossa realidade. Pratiquemos, para que a vida de Deus em nós cresça (Mt 7:24)!

Que sejamos iluminados e alimentados com a Palavra que sai da boca de Deus, assim Ele nos levará ao arrependimento e, por fim, à maturidade, para herdarmos o reino. Se negarmos a nós mesmos, formos aperfeiçoados e praticarmos o que é mostrado nesses três capítulos de Mateus, seremos enchidos com a vida de Deus e estaremos aptos a reinar com Cristo no mundo que há de vir.

A justiça que vem do cumprimento da lei

Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir (Mt 5:17)
Mt 5:20; Ef 1:4-5

Graças ao Senhor, recebemos o encargo de levar a luz da vida, que é o Senhor Jesus, para outras pessoas. Sendo o sal da terra, temos a função principal de temperar, dar sabor à vida delas, apresentando-lhes o Senhor para que sejam salvas. Para governar o mundo que há de vir, precisamos ser aperfeiçoados em nosso falar enquanto vivemos na terra. Esse aperfeiçoamento não nos ensina a usar "muito sal" para corrigir, criticar ou disciplinar os outros, mas nos aprimora para ajudá-los a se sentir bem, a ser acolhidos e cuidados. Quando falamos sobre qualquer assunto, as pessoas devem sentir um sabor adequado. Quando compartilhamos a palavra do Senhor, não somos tão contundentes, nem vacilantes, mas temperamos no ponto certo, como o sal em quantidade adequada. Uma comida temperada na medida certa é muito saborosa e saudável; assim deve ser a palavra que ministramos aos outros (Ef 4:26; CI 4:6).
Mateus 5, 6 e 7 nos trazem palavras que devem ser praticadas por aqueles que desejam governar no mundo que há de vir. Como vimos, os destinatários dessa porção são os que irão governar o mundo vindouro. Fomos escolhidos antes da fundação do mundo (Ef 1:4) e predestinados para a filiação (v. 5). Um dia, teremos negado nossa vida da alma o suficiente, o Senhor nos terá preenchido o bastante com Sua vida, e assim reinaremos com Ele.

Esses capítulos também mostram que as exigências da lei foram elevadas e cumpridas pelo Senhor Jesus e que somente com a vida Dele em nós podemos praticá-Ias. Temos sido gradualmente aperfeiçoados nesse aspecto. Por exemplo, no passado, tínhamos a impressão de que já não era necessário guardar a lei após a primeira vinda do Senhor Jesus, pois a fase da lei havia ficado para trás. Contudo Ele nos fez entender o verdadeiro sentido da lei. Hoje sabemos da necessidade de viver esse padrão elevado por meio do Senhor, que não revogou a lei, mas cumpriu toda ela. Assim nossa justiça irá exceder em muito a dos escribas e fariseus e entraremos na manifestação do reino dos céus (Mt 5:20). Louvado seja o Senhor!

20 janeiro, 2012

A luz que resplandece para todos

A luz que prevalece nas trevas e dá vida aos homens

Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (Ef 5:8)

Mt 4:15-16; 5:14; Jo 1:5; 8:12; 2 Co 4:4-6; Ef 5:8

O quarto requisito para reinarmos com Cristo é ser a luz do mundo (Mt 5:14). As trevas somem quando a luz resplandece (Jo 1:5). O Senhor Jesus resplandeceu como a grande luz e começou Sua obra na região da Galileia. É o que lemos em Mateus 4:15-16: "Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios! O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz".
Por que Jesus iniciou seu ministério na Galileia, uma região tão desprezada? Provavelmente por ser este um lugar onde as pessoas não tinham uma conduta elogiável, mas um viver pecaminoso. E como as pessoas ali estavam em trevas, eram ignorantes quanto aos desígnios de Deus (Lc 5:8). Justamente por isso, quando o Senhor Jesus apareceu, eles viram uma grande luz.

O Senhor Jesus é a luz do mundo; quando cremos Nele, Deus, que é luz, entra em nós, e também passamos a ser a luz do mundo (Jo 8:12; 1 Jo 1:5; Mt 5:14; Fp 2:15). Para expressarmos essa luz, precisamos ser transformados a ponto de transparecer a vida do Senhor, permitindo que ela seja vista em nossas atitudes. Para isso, precisamos negar a nós mesmos, sendo pobres de espírito, e estar no fluir da vida divina seguindo o Senhor.

Levar essa luz aos outros se refere também à nossa pregação do evangelho (2 Co 4:4-6). A pregação do evangelho leva as pessoas a perceber sua condição pecaminosa. Existem pessoas que, por serem boas, têm muita dificuldade de reconhecer sua condição de pecadores. Eu era assim, achava que não tinha pecado, porque nunca fui criminoso, homicida ou ladrão. Graças a Deus, Ele me mostrou que, apesar de eu não ter pecados grosseiros, ainda era um pecador. O Senhor me iluminou, e vi que precisava me arrepender e receber o evangelho.

Todos nós precisamos, ainda hoje, receber a luz de Deus para nos arrepender. Quanto mais nos arrependermos, mais caminho Deus terá para nos dispensar Sua vida. Se estivermos cheios da vida divina, seremos também cheios de luz. Quando somos assim, ao pregar o evangelho, levamos luz para as pessoas, e essa luz será vida para elas. Isso mostra que nossa pessoa precisa ser primeiramente iluminada, para depois iluminar os outros.

18 janeiro, 2012

Sabor, consolo e alento na palavra

A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um (CI 4:6)
Lv 2:13; Mt 5:13-14; Mc 9:50; Lc 14:34; 2 Co 3:17; Cl 4:6

O terceiro requisito para reinarmos com Cristo é ser o sal da terra. Em Mateus, o Senhor disse a Seus discípulos que eles deveriam ser o sal da terra e a luz do mundo (5:13-14). O sal, além de matar os germes, conservando os alimentos, dá sabor. Isso diz respeito ao que os discípulos deveriam praticar, dando um testemunho que preserva as pessoas dos efeitos da corrupção do mundo, trazendo-lhes sabor, consolo e alento por meio do ensinamento saudável da palavra do ministério. Quem age dessa maneira está se preparando para governar com Cristo no mundo que há de vir.
Portanto ser o sal da terra não é apenas atuar como germicida, como quem se utiliza da Palavra de Deus para exortar os outros, corrigindo-lhes os erros. O mais importante efeito do sal é temperar e dar sabor. Isso deve ser feito com moderação, pois sal de mais na comida a deixa com sabor insuportável e prejudica a saúde, mas o alimento insosso também não satisfaz aqueles que são servidos. O sal precisa ser ministrado na medida certa e proporcional à situação com que lidamos (Mc 9:50).

Ao apascentarmos os irmãos, devemos atuar como o sal da terra, não como quem exerce autoridade sobre eles, sendo excessivamente "salgados" ao corrigi-los, nem liberal a ponto de deixar de exortá-Ios nas situações em que isso se fizer necessário. Precisamos agir com bom senso e moderação, para não trazer prejuízo ao Corpo de Cristo com nossas atitudes, nem sermos omissos, mas zelar pela edificação (CI 4:6). Ao alimentar nossos conservos, devemos ministrar-lhes a porção adequada, a seu tempo (Lc 12:42). Devemos apascentar aqueles que o Senhor nos confiou com amor, pregando-lhes o evangelho da vida, ajudando as pessoas não apenas com a salvação mas também lhes mostrando o caminho para crescerem e amadurecerem na vida divina.

Precisamos aprender a dosar o "sal" em nossas palavras, para não prejudicar aqueles de quem cuidamos, ministrando a eles o amor do Senhor e proporcionando um ambiente saudável onde desfrutem da liberdade do Espírito (2 Co 3:17).