10 junho, 2012

Galardão ou disciplina.

Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo (1 Co 3:14-15)

Mt 8:12; 22:13; 25:30; 16:24-27; 1 Co 3:15; 2 Pe 3:8; Ap 2:7; 3:12; 20:6

Para fazer parte do governo do mundo que há de vir, é preciso aproveitar as oportunidades hoje para crescer em vida por meio de negar a vida da alma e ser aperfeiçoado na obra do Senhor mediante o exercício dos dons. Exercitando os dons, mais graça é acrescentada, e os ministérios são formados. Os ministérios são diversos e podem ser agrupados em três aspectos: da Palavra, dos serviços e de oferta de riquezas materiais. Assim teremos funções, e Deus poderá nos usar para Suas operações na era da igreja e também no reino do mundo vindouro.

Em Mateus 16, depois de revelar que a vida da igreja é seguir o Senhor, tomando nossa cruz e negando a nós mesmos, o Senhor Jesus mostrou que Ele virá e estabelecerá Seu tribunal para julgar todos os Seus filhos e lhes dar galardão ou disciplina. Esse tribunal não é para nos punir, e sim para nos avaliar a fim de definir nossa posição futura no reino.

Sem negar sua vida da alma hoje você não receberá galardão diante do tribunal de Cristo, ou seja, não fará parte do governo no mundo que há de vir. Por já ter recebido a vida de Deus, você não será lançado no lago de fogo, mas será punido e lançado fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes (Mt 8:12; 22:13; 25:30). Esse ranger de dentes é o arrependimento tardio. Talvez, por diversas vezes, você tenha participado de conferências cristãs, ouvido que precisava negar a vida da alma para crescer em vida e ser conformado ao Senhor Jesus, todavia não quis praticar, não quis negar a si mesmo (16:24-27). Se esse for o caso, naquele dia, por ter insistido em manter sua vida da alma, será disciplinado no tribunal de Cristo e lançado nas trevas exteriores.

Por amar os que não cresceram o suficiente, o Senhor não os lançará no lago de fogo, mas os colocará em outro lugar, nas trevas, fora da esfera do gozo do reino, para serem disciplinados e amadurecerem na vida divina (1 Co 3:15). Isso acontecerá durante o milênio. Para o Senhor será como um dia, mas, para os que tiverem sendo disciplinados, será como mil anos (2 Pe 3:8).

Se você, porém, buscar crescer na vida de Deus e ser um vencedor hoje, ganhará o galardão de reinar com Cristo durante os mil anos e desfrutará, com antecedência, a realidade da cidade santa, a nova Jerusalém (Ap 2:7; 3:12; 20:6).

Após o milênio, todos os filhos de Deus, os que reinarão com Cristo e os que forem disciplinados nas trevas e ranger de dentes, estarão maduros para serem introduzidos na nova Jerusalém; todavia o Senhor espera que sejamos servos fiéis e prudentes, que estão dispostos a segui-Lo hoje, a negar a nós mesmos hoje, a negociar nossos talentos hoje, para que o reino nos seja um galardão. Aleluia!

08 junho, 2012

Dons, ministérios e operações (2).

Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério (2 Tm 4:5, 11b)
At 20:24; Rm 12:6-8; 1 Co 12:5, 12-27; 14:1-6, 12; Ef 4:7; Cl 4:17


Vimos que os dons são distribuídos pelo Espírito, os ministérios estão relacionados ao Senhor, e as operações estão ligadas a Deus. Efésios 4:7 nos diz que a graça é concedida segundo a medida do dom de Cristo. Isso mostra que a graça é acrescentada à medida que o dom é exercitado. Graça é Deus dando o Seu filho gratuitamente a nós. Em outras palavras, não necessitamos pagar preço algum ou nos esforçar, basta usar o dom para receber mais de Cristo. Ao usar o dom, Cristo é acrescentado.

Entre os dons mencionados em 1 Coríntios há dons miraculosos, tais como os dons de curar, operações de milagres, variedade de línguas e capacidade para interpretá-las, todavia devemos dar mais atenção aos dons que edificam a igreja (14:1-6, 12) como os que foram listados primeiramente por Paulo: a palavra da sabedoria, palavra do conhecimento, fé. Em Romanos 12:6-8 também são citados esses tipos de dons normais para o viver da igreja.

Quanto mais exercitarmos o dom, mais graça receberemos; quanto mais graça, mais Cristo, e, assim, pelo exercício contínuo do dom surge o ministério. Por exemplo, há sempre irmãos que tocam instrumentos musicais quando nos reunimos, são irmãos que têm o ministério da música. Mas, na verdade, todos nós podemos tocar algum instrumento, mesmo que seja fora de tom. Isto é, temos o dom de músico, mas para nos tornarmos ministros da música precisamos exercitar mais, então a graça será acrescentada, aprenderemos mais e estaremos prontos para tocar o instrumento no qual fomos aperfeiçoados.

O ministério está relacionado ao Senhor (1 Co 12:5). Uma vez que recebemos a vida de Deus, nos tornamos filhos de Deus, e membros do Corpo de Cristo. À medida que exercitamos nossos dons, mais Cristo nos é acrescentado como graça, e assim mais da vida divina é trabalhada em nós, constituindo os ministérios. Os ministérios que recebemos também crescem mediante o exercício: quanto mais experiência obtivermos na obra do Senhor, mais funções desempenharemos. Os versículos 12 a 27 comparam os ministérios com os membros do nosso corpo. Assim como os membros têm diferentes funções, os ministérios também são assim. Como membros do Corpo de Cristo precisamos cumprir fielmente o ministério que nos foi confiado para assim sermos mais úteis ao Senhor (At 20:24; Cl 4:17).

Se alguém deseja ter o ministério de oferta de riquezas materiais também precisa exercitar o dom que recebeu. Todos temos o dom de ofertar e, por isso, espontaneamente separamos os dízimos e ofertas regularmente; dessa forma exercitamos o nosso dom. De acordo com Efésios 4:7, quanto mais ofertarmos, maior será a proporção do dom de Cristo, pois receberemos mais graça. Assim nos tornamos ministros cooperando com Deus em Suas operações.

Primeira Coríntios 12:6 fala de operações ou funções: “Há diversidade nas operações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos”. Os dons e ministérios culminam em operações e funções. Isso é o que acontece na igreja: temos irmãos diáconos, presbíteros, cooperadores e outros são enviados como apóstolos. Quanto mais exercitarmos nossos dons de maneira fiel, mais úteis seremos ao Senhor.

Cada um de nós precisa ver a importância do exercício contínuo dos dons, ministérios e operações que nos foram concedidos pelo Senhor. Isso não deve ser apenas um conhecimento para nós, pois o Senhor necessita de filhos maduros em Sua obra para executar as funções e operações de Deus.

Dons, ministérios e operações (1).

Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra  (At 6:3-4)
1 Co 12:3-7


O Senhor nos colocou na vida da igreja para sermos aperfeiçoados pelo menos em três aspectos da obra do ministério: no ministério da Palavra, no ministério dos serviços e no ministério de oferta de riquezas materiais.

Para realizar Sua obra Ele concede dons, ministérios e operações aos homens. Para receber dons, ministérios e operações, é necessário estar no espírito. Não basta saber muitas coisas espirituais, ser inteligente e dedicado, é necessário invocar o nome do Senhor para estar no espírito (1 Co 12:3). Quando invocamos “Ó Senhor Jesus!”, confessamos que Jesus é o Senhor e estamos no espírito. Seja no serviço ao Senhor ou em qualquer aspecto da vida da igreja, o mais importante é estar no espírito. Os dons são distribuídos segundo a obra do Espírito visando a um fim proveitoso (v. 7).

O versículo 4 mostra que “os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo”. Os dons estão relacionados ao Espírito. Uma vez salvos e libertos dos pecados, o Espírito Santo nos concede dons e começa a trabalhar em cada um de nós. Há diferentes dons e alguns irmãos têm mais dons que outros, pois são concedidos segundo a capacidade de cada um. Se você tem mais capacidade, o Espírito lhe concede mais dons. Também há diversidade nos ministérios – ou serviços –, mas “o Senhor é o mesmo” (v. 5). Por fim há diversidade nas realizações, mas “o mesmo Deus é quem opera tudo em todos” (v. 6). Os ministérios se relacionam a Cristo, ao passo que as operações estão ligadas a Deus.

Falar por Deus, servir os santos e ofertar são exemplos de dons concedidos pelo Espírito. Por exemplo, de maneira geral, todos separam o dízimo, mas, se surge uma necessidade na obra do Senhor na África, e você, além do dízimo, oferta para suprir a necessidade dos santos, significa que você está exercitando seu dom.

Hoje, a obra do Senhor tem muita necessidade financeira: quer seja na América do Norte, na África, na Europa ou em outros lugares. Essas necessidades são oportunidades para você exercitar seu dom, pois, quando oferta, você exercita o dom que Deus já lhe deu. Se você participa e entrega sua oferta normal, significa que você está exercitando seu dom e Deus pode operar por meio de você.

Se formos fiéis, a obra do Senhor será concluída mais rapidamente.

06 junho, 2012

Refletindo...

Para Meditar

"Aqueles que fizeram mais por Deus nesta terra estiveram sobre seus joelhos de manhã."

"Para eles, Deus era o centro de atração e a oração era o caminho que conduzia a Deus. Estes homens não oraram ocasionalmente nem oraram pouco regularmente ou nos tempos que sobravam; oraram de tal modo que as suas orações entraram no seu caráter e o formaram; oraram de tal maneira a afetar sua própria vida e a vida de outros; de tal modo oraram que fizeram a história da Igreja e influenciaram o curso dos tempos."

"Nenhum homem pode realizar uma obra perdurável e grande em favor de Deus, se não for um homem de oração. Nenhum homem pode ser um homem de oração sem que dê muito tempo à oração"

"A pequena consideração que damos à oração é evidente no pouco tempo que lhe devotamos"

"A causa principal de minha pobreza e da esterilidade espiritual é devida a uma negligência injustificável de oração. Posso escrever ou ler ou conversar ou ouvir com prontidão; mas orar é mais espiritual e íntimo do que qualquer dessas coisas e é do mais espiritual dos deveres que mais o meu coração carnal está pronto a fugir."

"Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva e a terra produziu seu fruto"

"Bastante tempo com Deus é o segredo de toda oração eficiente"

"Uma vida triunfante é resultado do princípio de decidirmos o nosso futuro não pela nossa necessidade, mas pela necessidade de Deus"

"Pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas."
(1 Jo 3:20)

"No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor."
(1 Jo 4:18)

"As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim"
(Lm 3:22)

"Ser um exemplo não é a melhor maneira de influenciar uma pessoa. É a única."

"A igreja caminha de joelhos."

"Ja li muitos livros. Mas a Bíblia me lê."

"Nossa adoração não deve ser uma expressão de nossa cultura, e sim da santidade e da majestade de Deus e de nossa gratidão por sua graça para conosco, manifestada em Cristo."

"O crescimento cristão requer mais do que conhecimento da Bíblia; ninguém se alimenta decorando cardápios."

"Quando atiramos uma flecha, ficamos olhando onde ela cairá; quando enviamos um navio ao mar esperamos seu retorno; e quando lançamos uma semente, esperamos a colheita; assim também, quando semeamos nossas orações no coração de Deus, não devemos esperar uma resposta?"

"Um jovem governado, movido pelo Espírito, leva outros ao Espírito."

"A lição ainda maior e imutável é que Deus é Fiel"

"Para Deus, um grande homem é aquele que aprendeu a ser pequeno em Sua presença."

"Não diga a Deus o quanto seus problemas são grandes. Mostre aos seus problemas o quanto seu Deus é maior."

"Que é paciência?
Cristo é paciência!"

"Sem o novo homem, o Senhor não tem por que voltar."


(Site da Igreja em Uberaba)

Dois requisitos para reinar.

Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo
(Ef 4:12, 15)
Mt 21:15-17; Ef 4:12-13, 22; Hb 2:5

A Bíblia nos apresenta que Deus criou o homem para que este governe no mundo que há de vir (Hb 2:5). Uma vez que o problema do pecado já foi resolvido mediante o sangue derramado pelo Senhor, para cumprir o propósito de Deus, o homem regenerado precisa preencher alguns requisitos.

Como vimos, em primeiro lugar ele precisa de crescimento na vida divina. Para que isso ocorra, o Senhor colocou Seus filhos na igreja para serem preparados para o Seu reino. Na vida da igreja aprendemos a negar a vida da alma e nos despojar do velho homem (Ef 4:22). Quanto mais negarmos a vida da alma hoje, mais a vida de Deus crescerá em nós, e maior será nossa posição no reino vindouro. Esse será um dos critérios que o Senhor estabelecerá em Seu tribunal quando voltar. Nele não seremos julgados quanto aos pecados. Se receberemos galardão ou disciplina, a avaliação será segundo nosso crescimento espiritual e segundo nossas obras.

O segundo requisito é quanta experiência os filhos de Deus têm em Sua obra, como administram as coisas de Deus. Isso indica que precisamos desenvolver nossos talentos, nossos dons, até se tornarem ministérios para que sejamos mais úteis na obra de Deus. Como governaremos o mundo vindouro sem obter experiência na obra do ministério? Graças ao Senhor! Fomos colocados na vida da igreja para sermos aperfeiçoados.

Quando nascemos de novo, isto é, quando fomos gerados de Deus, somos como bebês que precisam amadurecer, crescer na vida divina. Todo cuidado e aperfeiçoamento na igreja têm como alvo esse crescimento para não sermos como meninos, agitados e facilmente enganados pelos que induzem ao erro (vs. 12-14).

O Senhor também comparou Seus filhos a ovelhas que precisam ser apascentadas e cuidadas por aqueles que têm mais crescimento. Visando aperfeiçoá-lo em Sua obra, certa vez o Senhor pediu para Pedro pastorear Seus cordeiros, apascentar e pastorear Suas ovelhas. Ele lhe pediu isso após perguntar-lhe três vezes: “Amas-Me mais que esses outros?”, isto é, “amas-Me mais que o barco, as redes e as coisas relacionadas ao seu sustento?”. O Senhor queria mostrar-lhe que, se Ele amava o Senhor, precisava vencer as questões relacionadas ao sustento e apascentar os Seus filhos, Suas ovelhas (Jo 21:15-17).

Sabemos que o Senhor é fiel em nos providenciar meios para garantir nossa subsistência. Mas algumas vezes Ele vem nos testar. Quando surgem necessidades na igreja, na obra, Ele pergunta: “Você ama mais o carro ou a igreja?”. Ou ainda: “Que você mais ama: sua estabilidade financeira e seu conforto, ou cooperar com a Minha obra para que Eu volte mais rápido?”. Se você ama mais aquilo que o Senhor te deu em vez de amá-Lo e à Sua obra, perderá uma oportunidade de crescer em vida.

Lembremos sempre que o Senhor nos colocou na igreja para crescermos em Sua vida e para nos aperfeiçoar em Sua obra. Se permitirmos que Sua vida cresça em nós e formos aperfeiçoados para assumir as responsabilidades de um filho de Deus, estaremos preparados para governar o mundo que há de vir.

05 junho, 2012

Refletindo...


A Igreja em Sardes

APOCALIPSE 3 : 1- 6

Temos visto que durante o tempo dos apóstolos havia o comportamento dos nicolaítas. Vimos também que após o comportamento dos nicolaítas, Pérgamo pecou grandemente introduzindo o mundo na igreja. Depois dos nicolaítas veio Jezabel, e na mesma época os ídolos foram introduzidos na igreja. Mas há um ponto positivo aqui: em Tiatira vemos o julgamento de Jezabel, seu confinamento em uma cama para que ela não se mova; também vemos que os seus seguidores um dia
serão mortos. Essas profecias ainda não foram cumpridas, mas o serão na época da queda da Babilônia, registrada no capítulo 17 de Apocalipse. 

A história de Tiatira começou desde o tempo em que Jezabel impropriamente introduziu ídolos na igreja, e continuará até que ela receba julgamento. Devemos ver uma coisa: quando a igreja, na sua continuada queda, passa dos nicolaítas para o estágio de Jezabel, Deus não pode mais tolerá-la. Assim, aqui vemos o surgimento de Sardes. Sardes quer dizer os remanescentes. A igreja de Sardes é a reação de Deus a Tiatira. A historia de reavivamento nas igrejas pelo mundo todo indica uma reação divina. Sempre que o Senhor inicia uma obra de reavivamento, Ele esta reagindo. A reação de Deus é a restauração do homem. Devemos conservar em mente, com firmeza, este principio. Porque o Senhor viu a condição de Tiatira, Sardes apareceu.

Em Apocalipse, várias igrejas estão aos pares. Sardes está junto com Éfeso, Filadélfia está com Esmirna e Laodicéia com Pérgamo. Apenas Tiatira permanece só. Em Sardes o Senhor diz que Seu nome é: “Aquele que tem os sete espírito de Deus, e as sete estrelas”. A epístola a Éfeso diz que a mão direita de Cristo segura sete estrelas, enquanto em Sardes Ele diz que tem as sete estrelas. Éfeso é o enfraquecimento depois dos apóstolos, ou seja, a mudança de algo bom para mau; Sardes é a restauração de Tiatira, ou seja, a mudança de algo mau para bom. Ter obras, mas não amor é Éfeso; vivos no nome, mas mortos na realidade é Sardes. Portanto, estas duas são um par. Aqui o Senhor manifesta-se como Aquele que tem os sete Espíritos. Os sete Espírito de Deus são envidados de Deus ao mundo para trabalhar, e isto se refere à obra de vida. As sete estrelas em Éfeso refere-se ao mensageiro; aqui elas se referem à iluminação. A obra de restauração é parte no Espírito e parte na luz.

Sardes é similar a Esmirna no que diz respeito a representar um longo período na história,desde as igrejas reformadas até o Senhor voltar. Embora Sardes não seja tão longa quanto Tiatira, ela se refere não apenas à igreja durante a reforma, mas também á história da igreja após a reforma.

“Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives; e estás morto. Sê vigilante, e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois de como tens recebido e ouvido, guarda-o, e arrepende-te, portanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti”. Creio que ninguém duvidará que Martinho Lutero foi um servo de Deus e que a Reforma foi obra de Deus. A reforma foi uma grande obra e foi uma reação divina. Certamente o Senhor usou Lutero como porta voz; ele foi um homem especialmente escolhido por Deus. Quando Lutero principiou, era totalmente sardes. Seu propósito era unicamente restaurar. O Senhor não disse que a obra de Lutero não era boa; mais apropriadamente, Ele disse que não era perfeita. Era boa, mas não o suficiente. Aos olhos do Senhor, Ele não encontrou nada perfeito: houve um começo, mas sem um final. O Senhor é de perfeição; portanto, Ele exige perfeição. Por essa razão, devemos pedir ao Senhor para ver.

Com Lutero, o problema da justificação foi solucionado. A justificação é pela fé, e ter paz diante do Senhor é pela fé. Lutero não somente nos mostrou a justificação pela fé, mas também nos
legou a bíblia aberta. Em Tiatira, a autoridade está nas mãos de Jezabel – em outras palavras, nas mãos da igreja. A questão é o que a igreja diz, não o que o Senhor diz. Tudo depende daquilo que a igreja-mãe diz; todas as pessoas da igreja católica romana ouvem a igreja-mãe. Por isso, o Senhor diz que ele matará seus filhos. Você diz “mãe”, mas o Senhor diz “filhos”. Lutero mostra-nos o que o Senhor e a Bíblia dizem. Os homens podem ler a palavra de Deus e ver por si mesmo o que Deus realmente diz, não o que Roma diz. Quando a bíblia aberta chega, a igreja toda é iluminada.

Contudo, aqui surge um problema: o protestantismo não nos deu uma igreja adequada. Como resultado, aonde quer que fossem a doutrina da justificação pela fé e a bíblia aberta, uma igreja estatal era estabelecida. A seita Luterana tornou-se a igreja estatal em muitos países. Mais tarde, na Inglaterra, a Igreja Anglicana veio a existir, a qual é também uma igreja estatal. Começando com Roma, a natureza da igreja mudou. E na época da justificação pela fé e do retorno à bíblia aberta, as igrejas protestantes ainda não tinham visto o que deveria ser a igreja.Embora houvesse a justificação pela fé e a bíblia aberta, as igrejas protestantes ainda seguiam o exemplo de Roma e nãoretornaram a igreja do início. Durante a reforma, o problema da igreja não foi solucionado. Lutero não reformou a igreja. O próprio Lutero disse que não deveríamos achar que “justificação pela fé” fosse suficiente; há muito mais coisas a serem mudadas. Contudo, as pessoas nas igrejas protestantes pararam exatamente aqui. Lutero não parou, mas eles pararam e disseram que estava suficientemente bom. Embora tivessem voltado à fé do inicio, a própria igreja permaneceu sem mudanças. Outrora era igreja internacional de Roma; agora ela mudou para igreja estatal da Inglaterra, ou igreja estatal da Alemanha – isso é tudo.

A reforma não trouxe a igreja de volta à condição inicial; ela apenas fez com que a igreja do mundo se tornasse às igrejas estatais. Tiatira é condenada por colocar a igreja no mundo; da mesma forma, Sardes é condenada por colocar a igreja nos Países. “Tens nome de que vives, e estás morto”. A reforma foi vivia, mas havia ainda muitas coisas mortas.

Mais tarde, muitos dissidentes desenvolveram-se, tal como a Igreja presbiteriana entre outras. Aqui vemos que, por um lado, há a igreja católica romana, por outro, há as igrejas protestantes. Entre as igrejas protestantes, paralelamente às estabelecidas de acordo com os países, há também igrejas instituídas de acordo com diferentes opiniões e doutrinas. Os dissidentes são aqueles que não tomam o país como limite, e, sim, a doutrina. Portanto, há dois tipos de igrejas protestantes: as estatais e as privadas. Hoje, vemos na Alemanha e na Inglaterra a união do Estado com a igreja. Roma tem a igreja do mundo, enquanto a Inglaterra, a Alemanha etc., têm a igreja estatal. Os reis e os chefes de Estado não deveriam ouvir o papa; contudo, eles querem que os outros os ouçam. Em política, eles querem ser os reis; na religião, eles também querem ser os reis. Como resultado, as igrejas estatais vieram à existência. As pessoas nunca levantaram a questão: como deve ser a igreja de acordo com a bíblia? Eles não se voltaram para a bíblia para ver se é adequado ter igrejas estatais. Mais tarde, as igrejas privadas também vieram a existir. O estabelecimento de igrejas privadas foi devido à exaltação de certa doutrina; então elas se separaram daquelas que não tinham a mesma doutrina. A igreja Batista foi estabelecida porque alguém viu o batismo; a igreja presbiteriana foi estabelecida porque alguém viu o sistema de presbitério na igreja – a igreja foi estabelecia não porque alguém viu o que a igreja é; em lugar disso, a igreja foi estabelecida de acordo com um sistema. O Senhor diz que estes dois tipos de igrejas protestante e privada – não voltaram ao propósito inicial. Esta afirmação é significativa demais.

“Se vigilante, e consolida o resto que estava para morrer”. Isso se refere à justificação pela fé e à bíblia aberta e à vida que se recebe de ambos. Em toda a história de Sardes, estas coisas estão à beira da morte; assim, o Senhor diz: “Fortalece as coisas que estão para morrer”. Hoje, nas igrejas protestantes, embora a bíblia já esta aberta, os regulamentos dos homens ainda têm força; portanto, o Senhor diz: “Não tenho achado integras as tuas obras na presença do meu Deus”. “Até mesmo o que você já tem não é perfeito. Algumas das suas coisas não são perfeitas; elas não têm sido perfeitas desde o principio”. Lembra-te, pois, de como tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te.

A história das igrejas protestantes terminou desta maneira? Não! A historia das igrejas protestantes é uma história de avivamentos. Quando Lutero começou, quantos foram salvos, reavivados e grandemente restaurados! Uma característica das igrejas protestantes é a “restauração”. Você não sabe até que ponto o Espírito Santo trabalhará. Lutero reformou alguma coisa; então a igreja Luterana apareceu. A verdade do presbitério foi vista; então a igreja presbiteriana foi organizada. Wesley apareceu então a igreja metodista foi estabelecida. Hoje no mundo, há ainda muitas igrejas menores. Em 1945, já havia mais de 1.500 igrejas. Graças ao Senhor, Sardes foi freqüentemente abençoada por Deus. Mas uma vez que haja a bênção do Senhor, os homens organizam algo para conter a bênção. Embora a bênção do Senhor ainda esteja ali, a esfera permanece somente daquele tamanho. As igrejas protestantes são como uma taça. No inicio do reavivamento, onde quer que haja água viva, as pessoas irão; naquela direção. Como resultado os homens usaram vantagem de se agir assim é que isso preserva a graça, e a desvantagem é que é apenas uma taça de bênção, a taça estava apenas pela metade, e começou a nebulosidade. Na terceira ou quinta geração a água se foi e restou apenas uma taça vazia. Então começaram a contender com as outras denominações sobre de quem era a melhor taça, apesar de todas as taças serem imprestáveis para beber. Qual foi o resultado? Deus reagiu de novo, e apareceu outra Sardes. Toda a historia de reavivamento é assim. Quando a graça de Deus vem, os homens imediatamente levantam uma organização para preservá-la. Como resultado, a organização permanece, mas o conteúdo se vai. Todavia, a taça não pode ser quebrada; há sempre os que são zelosos em manter a taça continuamente. Aqui há um principio: os estudiosos de Wesley nunca podem ser iguais a Wesley, nem os estudiosos de Calvino podem igualar-se a Calvino. As escolas de profetas raramente produzem profetas – todos os grandes profetas foram escolhidos por Deus no Deserto. O Espírito de Deus desce sobre quem Ele quer. Ele é o Cabeça da igreja, não nós. Os homens sempre acham que a água vivia é valiosa e tentam guardá-la pela organização, mas ela sempre diminui gradualmente por meio das gerações até secar completamente. Após secar, o Senhor nos dá novamente água viva no deserto.

Por um lado, há reavivamento – louvado seja o Senhor! Por outro, este deve ser reprovado pelo Senhor porque nunca retornou ao principio. As igrejas protestantes têm continuamente
reavivamento, mas o Senhor diz que elas não são perfeitas, elas não retornaram ao principio. Você deve lembrar-se do que havia no princípio. O problema não é como você recebe e escuta agora; o problema é como você recebeu e ouviu no principio. Em Atos 2, muitos foram salvos, e o Senhor diz que eles permaneciam unânimes na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Não é dito que eles permaneciam no partir do pão e nas orações dos apóstolos, mas na doutrina e na comunhão; Ele considera apenas a doutrina dos apóstolos como doutrina. Não podemos inventar uma comunhão nem podemos inventar uma doutrina. O erro de Tiatira foi que ela
manufaturou seu próprio ensinamento, uma vez que Jezabel estava lá. Deus não quer que inventemos Ele apenas quer que recebamos. No século vinte qualquer coisa pode ser inventada, mas não a doutrina. No Espírito podemos falar sobre descobertas, mas quanto a doutrina não pode haver qualquer invenção. Você deve examinar o que tem recebido, o que tem ouvido, e guardar e arrepender-se.

“Virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei” (VRC). “Vir” é vir descendo. “Em cima” ou “sobre” em grego é epi; desse modo, a frase significa: “eu descerei ao seu lado, e não virei sobre você, mas separado de você. A vinda de um ladrão é uma vinda de epi. Estamos aqui, e ele espreita-nos ao nosso lado. O modo de escrever do Senhor é muito sábio. Você pode traduzir assim: “virei e passarei por você, contudo você não saberá”. O ladrão não vem par roubar coisas sem valor; ele sempre rouba o melhor. O Senhor também roubará o melhor da terra. O melhor está em Suas mãos, não fora Dele. Estamos na casa: um será arrebatado, e outro será deixado. Por isso o Senhor diz que se você não vigiar, Ele virá e passará por você como um ladrão. Muitos filhos de Deus sentem que o Senhor Jesus estará voltando em breve. O dia está aproximando-se. Devemos ser preciosos suficiente par sermos “roubados” pelo Senhor!

“Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas (nomes – lit) que não contaminaram as suas vestiduras, e andarão de branco junto comigo, pois são dignas “. Jacó levou setenta almas para o Egito (Ex. 1:15). Comumente as Escrituras dizem muitos homens, muitas almas. Mas o Senhor diz aqui que há poucos nomes; o Senhor presta atenção especial ao nosso nome. Ele diz: “Você tem uns poucos nomes que não contaminaram suas vestiduras”. Esta vestidura são nossos atos de justiça. Quando permanecemos diante de Deus, vestimos Cristo, pois Cristo é nossa veste branca. Contudo, aqui não estamos diante de Deus, mas diante de Cristo, diante do trono do julgamento (Rm 14:10).
Portanto, aqui não vestimos Cristo, mas o que Apocalipse 19 diz é “Linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos”. A palavra justiça em grego está no plural. Há uns poucos nomes que não contaminaram suas vestes; isso quer dizer que seu comportamento é limpo. Eles andarão com o Senhor, pois eles são dignos.

“O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do livro da vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.” A questão aqui não é se o nome está registrado, mas se o nome será confessado. Aqueles que o Senhor confessa participarão de algo; aqueles que o Senhor não confessa não participarão. Todo os nomes estão registrados no livro da vida, mas aquele que não é confessado pelo Senhor é como se tivesse assinalado, e ele não participará. O problema aqui não é de vida eterna na eternidade, mas se poderemos reinar ou não com o Senhor. É uma infelicidade ser registrado e, todavia, não ser capaz de participar. Que o Senhor seja gracioso conosco para que venhamos a vestir a veste branca diante Dele.
Você tem a veste branca para vestir diante de Deus. Mas, e diante do Senhor? 

Capitulo 6 do Livro A Ortodoxia da Igreja - W.Nee - Ed. Árvore da Vida

Receber a vida de Deus e deixá-la crescer.


Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pe 1:10-11)

Mt 16:23-24; 25:34-41; Jo 3:3-5; Fp 2:12; Hb 2:5; Ap 13:16-17

A meta de Deus é entregar ao homem redimido o governo do mundo que há de vir (Hb 2:5). Para alcançar esse objetivo primeiramente nos foi pregado o evangelho da graça, que mostra que o Senhor nos salvou e, mediante Seu sangue, perdoou nossos pecados para recebermos a vida de Deus.
A regeneração é o critério básico para quem deseja ver o reino e entrar nele (Jo 3:3-5). Somente conseguiremos governar o reino vindouro por meio da vida de Deus que recebemos no novo nascimento. Depois de sermos regenerados, porém, essa vida precisa crescer. A igreja tem um papel fundamental nesse crescimento.
Essa é a razão de o Senhor Jesus, depois de revelar a igreja aos Seus discípulos, ter mostrado que, se queremos viver a realidade da vida da igreja, precisamos segui-Lo, e isso requer que neguemos a vida da alma, o nosso eu, que é o maior impedimento para a vontade de Deus ser feita na terra (Mt 16:23-24). Quando negamos a nós mesmos, a vida de Deus pode crescer em nós, nossa salvação pode ser desenvolvida, e assim nos será garantida a entrada no reino (Fp 2:12; 2 Pe 1:10-11).
A vida de Deus deve crescer em nosso viver, pois só assim o Senhor nos confiará o governo do mundo que há de vir. Mateus 5, 6 e 7 mostra como deve ser nosso viver. Antes pensávamos que seríamos o povo do reino, mas Deus nos revelou que não seremos o povo do reino; Ele nos chamou para sermos governantes.
A terceira parábola de Mateus 25 mostra quem será o povo que será governado durante o reino, isto é, quem serão as pessoas que ficarão para ser as nações na era vindoura. Nessa parábola elas são chamadas de ovelhas.
Durante a grande tribulação a imagem da besta será colocada no templo e “a todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome” (Ap 13:16-17). Estes receberão uma marca e lhes será permitido comprar e vender.
No passado não sabíamos como isso se daria, mas hoje já nos é possível prever como será, por causa da ampla utilização da informática. Sabemos que todo sistema de pagamento, compra e venda será controlado pelo anticristo. Não haverá cédulas ou qualquer outro sistema de compensação e troca, apenas quem tiver a marca da besta poderá comprar alimentos, roupas, remédios etc.
Os filhos de Deus, por não adorarem a imagem da besta e não aceitarem receber sua marca, não terão sustento e serão perseguidos. Mas haverá um grupo de pessoas – as ovelhas em Mateus 25, que, ao ver os cristãos em necessidade, movidas por compaixão e pelo temor a Deus, suprirão os filhos de Deus com alimentos, roupas etc.
Então, quando o Senhor voltar, dirá às ovelhas: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me” (vs. 34-36). Ao suprir os filhos de Deus, eles, na verdade, supriram o próprio Senhor Jesus (v. 40).
Já aqueles que não se importarem com os filhos de Deus, pelo contrário, os escarnecerem e os perseguirem, serão chamados de cabritos, e na volta do Senhor eles serão julgados e lançados para o fogo eterno (v. 41).
Os cabritos serão eliminados, e as ovelhas serão as nações do reino milenar. Eles entrarão no reino, por terem um bom coração e se preocuparem em ajudar os cristãos, mas, porque não têm a vida de Deus, não poderão governar o mundo vindouro. A função de governar caberá àqueles que foram regenerados e negaram a vida da alma nesta era, permitindo assim que a vida de Deus crescesse neles. Louvado seja o Senhor!

04 junho, 2012

Refletindo...

Uma questão de visão...



Leitura bíblica: 2Co 3:13-18; 4:3-11,16-17

Um espelho reflete tudo o que contempla. Por isso quando estamos contemplando o Senhor o refletimos. Precisamos perceber que se desejamos viver no espírito, temos de estar fora da religião e temos de ser libertados de toda tradição. A religião é um problema real para as pessoas que buscam a Deus. Quem condenou Jesus à morte? Os religiosos judeus com o Velho Testamento nas mãos. Quem tem perseguido os seguidores do Senhor ao longo de toda a história da igreja? O povo religioso.

Algumas vezes você pode ser seu próprio opositor por ser tão religioso. Em 2Co 3:16 diz nos que quando o coração "se converte ao Senhor,o véu é retirado." Se não tem andado, vivido, agido e se conduzido no espírito, você pode ter abandonado algumas tradições, mas vivendo em suas próprias tradições. Você pode ter abandonado uma religião somente para formar outra.Fora do espírito, mesmo você se torna uma religião.

Existe também a religião autoconfeccionada. Um exemplo é você criar seus prórpios conceitos como achar que deve ir para terras estrangeiras para ser um missionário. Todos temos que ser libertados da religião."Ora o Senhor é o espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade" (2CO 3:17). A transformação provém do Espírito e não tem nenhuma relação com qualquer formalidade, religião,regulamentos,ensinamentos diferentes ou qualquer conhecimento pronto. Digo-lhe:não tente escapar do Senhor(Mt7:14).Precisamos perceber que não estamos em nossas próprias mãos.Ninguém sabe o que trará o amanhã.Não devemos temer. Se temos o tesouro dentro de nós,o destino deste é ser quebrado. Precisamos orar cabalmente a fim de cumprir o encargo de expressar o nosso tesouro interior através do Espírito.


(Adaptado do livro "Segunda Coríntios - A autobiografia de uma Pessoa no Espírito")

A obra completa da cruz.

Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade  (Ef 4:22-24)
                                                         Jo 3:16; 19:33-34; Ef 2:15; Hb 2:5

O Senhor nos tem mostrado que o objetivo de Deus ao criar o homem é que este governe no mundo que há de vir (Hb 2:5). Infelizmente, no jardim do Éden, o homem foi enganado por Satanás e comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Assim a natureza pecaminosa foi injetada no homem, e sua alma se tornou autossuficiente, isto é, independente de Deus. A essa vida independente de Deus que se instalou na alma humana chamamos de vida da alma.

A vida da alma possui uma parte boa e uma parte má. O inimigo de Deus usa a parte má para induzir o homem a viver no pecado. Mas ele também é capaz de usar a parte boa da vida da alma para impedir Deus de fazer Sua vontade.

Uma vez que Adão e Eva desobedeceram à determinação de Deus e se tornaram pecadores, Deus os expulsou do jardim do Éden, para que não se alimentassem da árvore da vida naquela condição.

Louvado seja o Senhor! Deus ama o homem e enviou Seu Filho unigênito para morrer na cruz e salvar todos os que Nele cressem (Jo 3:16). Os três primeiros evangelhos enfatizaram mais a morte do Senhor Jesus para resolver o problema dos nossos pecados. Então, o apóstolo João, depois de algum tempo, em sua maturidade, recebeu a revelação do Espírito de que primeiro Jesus morrera na cruz para crucificar nosso velho homem, nossa vida da alma, e depois, então, derramou Seu sangue para nos redimir de nossos pecados (Jo 19:33-34).

Além disso, no momento da crucificação do Senhor Jesus, por sempre segui-Lo de perto, João estava junto à cruz e viu que, além de sangue, de Seu lado fluiu água. Essa água representa a vida divina que fluiu de Jesus para gerar a igreja, a fim de nos suprir e encher da vida de Deus.

Vemos, assim, que a obra do Senhor Jesus na cruz foi completa, pois terminou com nosso velho homem; por meio de Seu sangue, nossos pecados foram perdoados, e, por meio da água, Sua vida nos foi dada para nos tornarmos o novo homem (Ef 2:15; 4:24). Mediante Sua redenção o homem foi restaurado para governar o mundo que há de vir.

Todavia, pela nossa experiência, vemos que ainda há a manifestação da vida da alma em nosso viver, mesmo após termos recebido o perdão de pecados e nosso velho homem ter sido terminado na cruz. Como poderemos governar no reino vindouro se o homem natural ainda prevalece em nosso viver? Para resolver essa questão, o Senhor nos deu a igreja.

A igreja não se refere a um lugar físico onde nos reunimos para ouvir mensagens bíblicas. A igreja é a realidade, a esfera do reino dos céus. É nela que recebemos nutrição espiritual para negarmos a vida da alma e aprendermos a andar no caminho do Espírito e vida, praticando a Palavra de Deus. Louvado seja o Senhor!

02 junho, 2012

A prioridade para quem quer ser aperfeiçoado.

E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim (Lc 22:19)
                                                                   Jó 42:5-6; 1 Jo 1:9

A vida da alma é a origem de todos os problemas do homem, principalmente no que diz respeito a fazer a vontade de Deus. No Antigo Testamento, por exemplo, vemos a história de Caim, que tentou agradar a Deus por seus próprios métodos, mas fracassou. Outro exemplo é Jó, um homem reto e íntegro que temia a Deus, mas ainda se deixava ser influenciado pela vida da alma. Quando, por fim, Deus se revelou a Jó, ele percebeu a própria condição e abominou a si mesmo, se arrependendo no pó e na cinza (Jó 42:5-6). Isso significa que nossa primeira reação ao nos deparar com a vida da alma deve ser o arrependimento. Para obter arrependimento, precisamos receber uma revelação diretamente do Senhor, que mostra quem nós realmente somos.

Quando pecamos ou nos deixamos ser influenciados pela vida da alma, podemos nos arrepender e confessar os nossos pecados perante o Senhor. Ao aproveitarmos a oportunidade de arrependimento, provamos que o Senhor é fiel e justo para nos perdoar e purificar de todo pecado pelo Seu precioso sangue, pois este é o sangue do Filho de Deus, cuja eficácia é eterna (1 Jo 1:9). Aleluia!

Como já vimos, além de nos perdoar os pecados, o Senhor Jesus crucificou o velho homem, eliminando, assim, na cruz, a fonte da vida da alma. No aspecto objetivo, o problema da vida da alma já foi resolvido pelo Senhor, mas, no aspecto subjetivo, ainda precisamos aplicar isso em nossa experiência cristã. Essa é nossa responsabilidade hoje. Negar a nós mesmos é uma prioridade para nós se queremos seguir o Senhor. Essa foi a principal exigência que o Senhor fez quando disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). Notemos que Ele não mencionou o perdão de pecados, mas apenas a necessidade de negarmos o ego.

Logo, do ponto de vista divino, eliminar a vida da alma é até mais importante do que resolver os problemas dos pecados. Por exemplo, na mesa do Senhor, Ele nos ensina primeiro a dar graças pelo pão, que representa o Seu corpo, entregue por nós. Depois, damos graças pelo cálice, que é o sangue derramado em nosso favor. Primeiro, o Senhor morreu na cruz, isto é, Seu corpo foi partido por nós. Depois, Ele derramou sangue. Esse testemunho é verdadeiro e bastante significativo.

Já recebemos o cálice da bênção, o cálice da nova aliança, mas, se não negarmos o ego, não temos como crescer na vida de Deus. Infelizmente nem todos percebem como é prejudicial e quão danoso é preservar o ego, a vida da alma. Mas, graças ao Senhor, Ele nos tem revelado que podemos nos arrepender. Nós cremos nessa palavra e queremos praticá-la: negar a nós mesmos, tomar a cruz dia a dia e segui-Lo.

Aperfeiçoados por ouvir e praticar a Palavra.

Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo (Ap 1:3)
                                                  Jo 14:16-17, 26; Gl 5:18; Ef 4:1; 5:2, 8; 3 Jo 4

João escreveu em seu evangelho detalhes profundos que ainda não haviam sido registrados. Ele deu testemunho do sangue e da água que fluíram do lado do Senhor após Sua morte na cruz. Em razão desse importante relato, obtemos a revelação de que na cruz o Senhor Jesus gerou a igreja, assim como Adão gerou Eva de uma costela retirada de seu lado. Também vemos o cumprimento de uma profecia do Antigo Testamento, segundo a qual nenhum dos ossos do Senhor Jesus seria quebrado (Jo 19:36).

Provavelmente João não entendia muita coisa no momento em que testemunhou os fatos ocorridos com o Senhor na cruz. Mas, quando ele amadureceu, o Espírito da realidade o fez lembrar de tudo o que havia testemunhado na juventude. Graças a Deus por isso!
Paulo também havia recebido revelação acerca do propósito de Deus e escreveu essas palavras em sua Epístola aos Efésios. Infelizmente, os que receberam aquela carta se limitaram a estudá-la e deixaram de lado aquilo que promove a Fé, isto é, a prática da Palavra (1 Tm 1:3-4).

A Fé a que Paulo se referia em sua epístola é o próprio Espírito da realidade, que já havia sido mencionado pelo Senhor Jesus em Seu ministério terreno (Jo 14:16-17). Quando Paulo escreveu a epístola, sua intenção era que a Fé objetiva, o plano eterno de Deus, se tornasse a fé subjetiva dos irmãos. Em outras palavras, Paulo queria que, pelo Espírito da realidade, a igreja recebesse revelação acerca da vontade de Deus e praticasse Sua Palavra. Infelizmente, isso não ocorreu, porque os irmãos permaneceram influenciados pela alma e não se voltaram ao espírito.

No final do primeiro século, foi a vez de João ser utilizado pelo Senhor para aperfeiçoar os irmãos da igreja em Éfeso, levando-os, no espírito, a praticar a palavra que já havia sido ministrada por Paulo. João foi útil àquela igreja porque o Espírito da realidade o fez lembrar de todas as palavras que o Senhor Jesus havia dito (Jo 14:26).

No Espírito da realidade não está apenas o Espírito Santo, mas o Pai e também o Filho. No evangelho, João registrou a revelação de que Deus era inacessível a nós, mas um dia Ele Se encarnou na pessoa do Filho. O Filho, por sua vez, participou de carne e sangue, vivendo na terra com a semelhança da carne pecaminosa, para realizar a obra de redenção e, por meio de Sua morte e ressurreição, tornar-se o Espírito que dá vida. Como o Espírito da realidade, que é o outro Consolador, agora Deus pode estar para sempre conosco!

João confirmou o que já havia sido escrito por Paulo. Em Efésios, vemos que a obra do Pai é nos predestinar para a filiação, dispensando-nos Sua vida. A obra do Filho é nos redimir dos pecados pelo derramamento de Seu sangue. A obra do Espírito Santo, por sua vez, é nos selar, ou seja, todas as vezes que fazemos algo aprovado por Deus, o Espírito Santo nos sela. Que obra maravilhosa o Pai, o Filho e o Espírito fazem em nós!

Vamos valorizar o ministério do apóstolo João em sua maturidade, porque ele nos ajuda a andar na graça, amor, na luz, na verdade e no espírito (Ef 4:1; 5:2, 8; 3 Jo 4; Gl 5:18).

01 junho, 2012

A importância de seguir de perto


Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade (1 Jo 5:5-6)

Lc 23:49; Jo 14:26; 19:26

Ao lermos sobre a crucificação do Senhor nos três primeiros evangelhos, temos a impressão de que Ele morreu após verter Seu sangue. Esse é o conceito tradicional sobre a morte de Jesus: que Ele teria sangrado pela coroa de espinhos e pelos cravos em Suas mãos, até expirar. Porém essa narrativa é imprecisa, baseada na observação dos discípulos que acompanharam os fatos de longe (Lc 23:49).
Pedro e João foram mencionados juntos em vários trechos dos evangelhos, mas, durante o julgamento e a crucificação do Senhor, Pedro apenas O seguiu de longe (Mt 26:58). O relato de Pedro serviu de base ao evangelho escrito por Marcos. João, por sua vez, acompanhou o Senhor Jesus de perto, inclusive sendo testemunha ocular da crucificação. Isso lhe permitiu observar todos os fatos e escrever um evangelho mais completo, com detalhes que trazem revelação (Jo 19:26).
Naquela época, João era jovem e ainda não tinha percebido a importância dos acontecimentos que observou. Ao contrário de Pedro, que muitas vezes tomava a iniciativa de expor sua opinião perante os outros, João era apenas um dos demais discípulos e não se destacava entre eles. Setenta anos após o nascimento de Cristo, os cristãos passaram a ser perseguidos por um general romano chamado Tito. Os que tinham maior destaque, como Pedro, foram martirizados. João, porém, por ser alguém de menor importância, não foi morto, mas apenas exilado em uma ilha chamada Patmos.
Esses fatos ocorreram sob a soberania divina, pois o Espírito precisava de João para completar a revelação do propósito de Deus. Ele, em Sua sabedoria, permitiu que João ficasse preso no exílio por vinte anos. Nesse período o Espírito Santo o fez se lembrar de tudo o que havia visto e ouvido durante o tempo em que esteve com o Senhor Jesus. Antes, João não entendia o que o Senhor queria dizer, mas depois, pela obra do Espírito, ele se lembrou das palavras do Senhor e recebeu revelação (14:26).
Na leitura dos três primeiros evangelhos, percebemos que os discípulos se maravilharam com as curas e os milagres realizados pelo Senhor Jesus. No entanto a crucificação não foi registrada ali com tantos detalhes. Já no Evangelho de João, o Espírito detalhou com precisão a ordem dos fatos, dando-lhes a devida importância. Primeiro, o Senhor Jesus morreu na cruz. Depois, um dos soldados Lhe feriu o lado com uma lança.
Com a morte do Senhor na cruz, Ele eliminou o velho homem, ou seja, crucificou a vida da alma. Após isso, Ele foi ferido, e do Seu lado fluiu sangue e água. O sangue visa à remissão dos pecados; a água serve para nos gerar com a vida de Deus. A prioridade de Deus foi eliminar a vida da alma, a origem de todos os problemas que impedem o homem de fazer Sua vontade.
Agora, em nossa experiência de fé e conversão, primeiro somos purificados pelo sangue precioso de Cristo, para recebermos a vida de Deus. E então prosseguimos, tomando a cruz para eliminar a vida da alma em nosso viver e, desse modo, seguir o Senhor.

O evangelho de Deus visa ao nosso aperfeiçoamento


Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo (2 Co 5:10)

Mt 19:28; Rm 1:3-4; 1 Co 9:17; Tt 1:7-9
Hoje é o tempo de sermos aperfeiçoados na igreja, onde há irmãos que nos servem como mordomos, despenseiros na casa de Deus (Gl 4:1-2; 1 Co 9:17; Tt 1:7-9). Para sermos vencedores, precisamos ser aperfeiçoados na obra do ministério. Os vencedores receberão aprovação no tribunal de Cristo, quando o Senhor premiará os que O seguem (Mt 19:28). Nossos pecados já não serão lembrados (Hb 8:12), porque fomos perdoados e purificados pelo precioso sangue de Cristo.
Receberemos aprovação no tribunal de Cristo se naquele dia já houvermos alcançado a plena salvação de Deus, que abrange espírito, alma e corpo (1 Ts 5:23). O espírito foi salvo no passado, quando cremos no Senhor e obtivemos Sua vida. Na volta do Senhor, nosso corpo redimido será transfigurado de corruptível em incorruptível, num abrir e fechar de olhos (Rm 8:23; 1 Co 15:52), para que possamos ser arrebatados e ver a glória do Senhor (1 Ts 4:17). Logo, a redenção do espírito e do corpo acontecem por obra do Senhor, ao passo que a salvação da alma é de nossa total responsabilidade. Por isso nosso crescimento espiritual e nossas obras é que serão o principal objeto de julgamento no tribunal de Cristo (2 Co 5:10), e não os pecados.
O evangelho de Deus é completo e ocorre em duas etapas, conforme Romanos 1:3-4. A primeira etapa é o evangelho da graça, segundo o qual o Senhor Jesus, como descendente de Davi (v. 3), morreu na cruz derramando sangue e água (Jo 19:34). Pelo sangue, houve a remissão dos pecados; pela água, recebemos a vida de Deus, experimentando o novo nascimento.
Antes éramos carnais, pecadores distantes de Deus e Seus inimigos, sem acesso à Sua presença. Como a natureza do pecado havia sido inserida em nós, éramos incapazes de agradar a Deus (Rm 7:18-23; 8:8) e estávamos condenados à morte (6:23; Hb 9:22). Mas o Senhor Jesus, como Filho do homem, veio em carne e morreu em nosso lugar. Ele, que não tinha pecado, morreu em favor dos pecadores. Graças a Deus por tão grande salvação! Uma vez perdoados e reconciliados com Deus, nos tornamos Seus filhos (Jo 1:12) e fomos colocados na igreja. Essa é a primeira etapa do evangelho de Deus.
Nesse ponto, tem início a segunda etapa do evangelho, que diz respeito ao fato de o Senhor Jesus, como homem, ter sido designado Filho de Deus pela ressurreição dentre os mortos (Rm 1:4). Jesus, por meio de sofrimentos, foi aperfeiçoado e se tornou o Autor da nossa salvação (Hb 2:10). Ele morreu, ressuscitou e foi coroado com glória e honra a fim de que todas as coisas sejam sujeitas a Ele. Essa etapa está relacionada à nossa preparação para o reino vindouro.
Inicialmente, o evangelho do reino foi pregado pelo Senhor Jesus com as seguintes palavras: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4:17). A cada dia que passa o reino dos céus está cada vez mais próximo. Com isso, percebemos a necessidade de nos arrepender. O arrependimento não diz respeito só aos nossos erros, mas consiste em negarmos a nós mesmos para seguir o Senhor. Sem arrependimento, não conseguimos anular nossa vida da alma, que se torna um obstáculo para seguirmos o Senhor. Graças a Deus, podemos ser ajudados a nos arrepender quando somos aperfeiçoados na igreja.

30 maio, 2012

Refletindo...


O Seu Barco

O Evangelho de João, no capítulo seis, apresenta um mundo faminto e atribulado. Não importa quem você seja, rico ou pobre, culto ou iletrado, de alta posição social ou não, o mundo à sua volta é cheio de problemas. Somos atribulados no estudo, no casamento, na vida profissional, enfim, em todos aspectos da vida humana (vs.16-21).

O mar agitado pelo vento forte indica a vida humana cheia de problemas. Jesus, porém, andava por sobre as ondas agitadas, sem ser perturbado por elas. O Senhor é o único que possui o domínio pleno sobre todos os problemas da vida humana, e toda a intranqüilidade está sob seus pés. Este é o Cristo que dá paz. Quando você O recebe para dentro do seu “barco”, como os Seus discípulos fizeram, chegará ao seu destino em paz. O seu “barco” pode ser sua vida conjugal, familiar ou profissional. Sem Cristo, o mundo está faminto e conturbado. Com Ele, todavia, temos satisfação e paz.
 

Aperfeiçoados dia a dia.

Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará (Lc 9:23-24)
                                                        2 Co 4:10; Cl 3:5; 1 Pe 1:9

Atualmente o Senhor tem nos mostrado que a igreja não é uma organização para a realização de atividades nem para que certos métodos sejam colocados em prática. O genuíno viver da igreja é seguir o Senhor (Mt 16:24), e a condição para seguirmos o Senhor é negar a nós mesmos. Isso exige que deixemos de lado a opinião que, mesmo parecendo boa, entra em conflito com a vontade de Deus.

Quando nos dispomos a seguir o Senhor, temos facilidade em rejeitar aquilo que é claramente mau, mas dificilmente lançamos fora alguma boa intenção proveniente de nossa alma. Assim, Satanás encontra ocasião para tentar frustrar o propósito de Deus, fazendo uso da nossa opinião aparentemente boa. Isso, porém, não significa banirmos toda e qualquer opinião na igreja. Quando estamos no espírito, Deus pode nos revelar algo, assim como revelou a Pedro que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (16:16). Mas quando somos influenciados pelo ego reagimos de maneira natural e, sem perceber, somos usados pelo inimigo de Deus.

Foi o que ocorreu com Pedro, quando o Senhor Jesus disse aos discípulos que era necessário ser entregue aos escribas e fariseus, morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Esse era o plano de Deus para providenciar a redenção do homem. Pedro, porém, ao ouvir essas palavras, começou a reprovar o Senhor, dizendo que tivesse compaixão de Si mesmo, pois isso de modo algum Lhe aconteceria. Nesse momento, ele parecia estar demonstrando apreço pelo Senhor, pois O amava, mas na verdade estava se opondo ao propósito de Deus. O Senhor Jesus percebeu que Pedro estava sendo utilizado por Satanás, por isso falou: “Arreda, Satanás!” (Mt 16:23), e ainda disse claramente aos discípulos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (v. 24).

Ao negarmos o ego, estamos permitindo que a vida de Deus ocupe espaço em nós. Por outro lado, se o preservamos, impedimos que a vida de Deus seja aumentada em nós. É como um copo cheio de água. Para que seja preenchido com um novo conteúdo, ele precisa primeiro ser esvaziado. Aos poucos, esvaziamo-nos de conceitos e opiniões provenientes da vida da alma, para receber mais da vida divina.

Negar a si mesmo não é algo que se faz uma vez por todas. Repetidas vezes nossa vida da alma reaparece, porque ainda nos deixamos influenciar por ela. Desse modo, ainda precisamos tomar a cruz dia a dia para fazer morrer a velha natureza terrena (Lc 9:23; 2 Co 4:10; Cl 3:5). Se hoje nos preservamos, na vinda do Senhor não obteremos a salvação da alma (1 Pe 1:9). Mas, quando nos permitimos sofrer perda, na verdade estamos salvando nossa alma para o reino vindouro, conforme disse o Senhor: “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mt 16:25). Diante disso, vamos tomar a cruz no dia de hoje e permitir que a vida divina ocupe mais espaço em nós.

29 maio, 2012

Refletindo...


A Igreja em Éfeso

Apocalipse 2:1-7 


A Igreja em Éfeso é uma profecia a respeito da condição do primeiro estágio da Igreja depois da era apostólica, isto é depois de 96.DC. A era apostólica acabou, e muitas coisas erradas começaram a ser infiltrada. Uma vez que este é um livro de profecia, os nomes no livro são também proféticos. Éfeso significa “desejável”. A igreja que continuou após a igreja apostólica ainda era desejável.

O Senhor disse: “Conheço as tuas obras, assim o teu labor como a tua perseverança”. O pronome teu usado nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse está nos singular. Entre as sete igrejas, cinco foram censuradas, uma não recebeu nem censura nem louvor, e apenas uma foi louvada. Éfeso é uma das que foram censuradas. Mas aqui o Senhor primeiro fala ao mensageiro de Éfeso sobre a realidade espiritual. Alguns acham que o Senhor tenta dizer algo bom antes de censurar para que sendo censurada ela não se sinta tão mal, como se o Senhor fosse diplomata. Mas não é assim com o Senhor. Aqui, o Senhor expõe a realidade espiritual na igreja. Há algo chamado realidade espiritual que existe independente da condição exterior. Embora os israelitas fossem indignos a vista dos homens, contudo, por meio de Balaão, Deus disse que Ele não viu iniqüidade em Jacó (Nm.23:21). Não é que Deus não veja, pelo contrario, Ele vê, contudo, não enxerga nada errado. Não é que os olhos de Deus podem ver melhor que os nossos, mas que Deus vê a realidade espiritual.

Não nos é difícil ver que a condição da igreja hoje está desolada. Algumas vezes achamos que certos irmãos ou irmãs estão igualmente desolados. Mas, se os filhos de Deus são iluminados pelo Senhor, eles verão que suas muitas fraquezas e falhas são mentiras. Se a realidade espiritual é verdadeira, então tudo aquilo é mentira. Por exemplo, considere um garotinho que foge para a rua e volta coberto com lama. Embora ao entrar em casa ele esteja sujo, eu digo que ele é limpo e bonito. É verdade que seu corpo está coberto com sujeira, mas a sujeira não veio dele. Uma vez lavado, ele ficará limpo novamente. Cada filho de Deus deve ver que mesmo antes de ser lavado, ele é bom. A sujeira é uma mentira; a realidade dele é boa. Hoje a Igreja não parece tão gloriosa quanto Deus diz, mas hoje a igreja é gloriosa. Se você tem discernimento espiritual, embora a igreja não esteja lavada, você ainda consegue ver que ela é boa. Por essa razão, você também pode agradecer a Deus continuamente pela igreja. Hoje a igreja é gloriosa, sem macula, nem ruga, nem coisa alguma semelhante (Ef.5:25-27). Sem mácula significa sem pecado, e sem ruga significa não envelhecida, sempre conservando seu frescor diante do Senhor. Deus disse que a igreja de Éfeso é boa, sua realidade espiritual é que é boa.

“E que puseste a prova os que a si mesmo se declaram apóstolos e não são, e os achates mentirosos”. O Senhor disse algo sobre provar os apóstolos, o que prova que após a era apostólica ainda havia apóstolos na igreja. Se houvesse apenas doze apóstolos, então todos eles teriam de perguntar se o declarado apóstolo era João ou não. Se não fosse João, então ele não poderia ser um apóstolo, porque nesta época todos os outros onze apóstolos haviam morrido e restava apenas João. A necessidade de os apóstolos serem provados confirma que após os doze apóstolos houve ainda mais apóstolos.

Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. A palavra primeiro em grego é prôten. Isto se refere não apenas a primazia em tempo, mas também em natureza. Em Lucas capitulo 15, o pai deu a melhor veste para vestir o filho pródigo; a palavra melhor também é prôten.

E se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. As igrejas nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse, não são apenas as igrejas proféticas, mas também as igrejas que estavam realmente em sete localidades na Ásia. É extraordinário, porque a história diz-nos que por mais de mil anos, não tem havido igreja em Éfeso. O candeeiro foi removido; mesmo a sua aparência exterior foi removida. Hoje em dia há igrejas em Corinto, Roma e assim por diante, mas nenhuma em Éfeso. Porque não se arrependeu o candeeiro foi removido.

“Tens, contudo, a teu favor, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio”. Os nicolaítas não podem ser encontrados na historia da igreja. Uma vez que Apocalipse é um livro de profecia, ainda devemos atentar para o significado da palavra – nicolaítas – em grego é composta de duas palavras: nikao - significa conquistar ou sobre os outros.- Laos – significa povo comum ou povo secular ou laicado. Então, nicolaita significa conquistado o povo comum, subindo sobre o laicado. Nicolaítas, portanto, refere-se a um grupo de pessoas que se auto-avaliam muito acima dos crentes comuns. O Senhor está acima, os crentes comuns estão abaixo. Os nicolaítas estão abaixo do Senhor, contudo acima dos crentes comuns. O Senhor odeia o comportamento dos nicolaítas. A conduta de elevar-se sobre e acima dos crentes comuns como uma classe mediadora é o que o Senhor detesta, é algo para ser odiado. Mas naquela época havia somente o comportamento; este ainda não se havia tornado um ensinamento.

No Novo Testamento há um princípio fundamental: todos os filhos de Deus são os sacerdotes de Deus. Em Êxodo capitulo 19, Deus convocou o povo de Israel dizendo: Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos: porque toda a terra é minha, vos me sereis reino de sacerdotes e nação santa. Deus ordenou no principio, que toda a nação fosse sacerdotes, mas não muito depois ocorreu o incidente da adoração ao bezerro de ouro. Moises quebrou as tábuas da lei e disse: Quem estiver do lado de Deus mate seu irmão. Naquela ocasião os Levitas permaneceram ao lado do Senhor, e como resultado, naquele dia três mil israelitas foram mortos (Ex.32:25-29). Doravante, somente os levitas poderiam ser sacerdotes: o reino de sacerdotes tornou-se uma tribo de sacerdotes. O restante do povo de Israel não poderia ser sacerdote, e deveria depender dos levitas para que estes fossem os sacerdotes em seu favor. A classe sacerdotal no Velho Testamento era uma classe mediadora. Mas, no Novo Testamento, Pedro diz: Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus (I Pe.2:9). Nós, a igreja toda, somos sacerdotes; isto retorna a condição do inicio. (Ap.1:5-6 diz que todos quantos foram lavados no sangue são sacerdotes. Os sacerdotes estão encarregados dos negócios de Deus, cada crente está encarregado dos negócios de Deus. Não deve haver uma classe mediadora na igreja. A igreja tem apenas um sumo sacerdote, o Senhor Jesus).

Antes de haver mudança na igreja, todos os crentes cuidavam dos assuntos do Senhor. Mas, depois dos apóstolos, esta condição começou a mudar, os homens começaram a perder o interesse quanto à questão de servir ao Senhor. Quando a Igreja Católica Romana começou (na época de Pérgamo), havia poucos que eram salvos, mas muitos que eram batizados, portanto incrédulos encheram a igreja. Então, apareceram uns grupos de “cléricos”. Desde que havia membros que não eram espirituais, que deveriam eles fazer? Dizer-lhes para colocarem de lado o livro da contabilidade e pegar a Bíblia para pregar, não seria conveniente. Assim, um grupo de pessoas foi separado para ter cuidado especial pelos assuntos espirituais, enquanto o restante fazia o trabalho secular. Portanto, o clero foi produzido contrariamente ao desejo de Deus, pois Ele deseja que todos nós devamos fazer o trabalho secular e também tomar conta dos assuntos espirituais.

Na Igreja Católica Romana, distribuir o pão, impor as mãos, batizar, etc., e tudo realizado pelos padres católicos, mesmo casamentos e funerais devem ser dirigidos pelo clero. Nas Igrejas Protestantes há os pastores. Para doenças chame o médico, para assuntos legais chame o advogado, para assuntos espirituais chame o pastor. E quanto a mim? Eu posso dedicar-me ao trabalho secular sem distração. Por favor, lembre-se, no taoísmo há sacerdotes taoístas para cantar a liturgia para o povo, no judaísmo há sacerdotes para lidar com as coisas de Deus para os homens, mas na igreja, não deve haver qualquer classe mediadora, porque nós mesmos somos todos sacerdotes.

É por esta razão que nestes vinte anos temos gritado a respeito do “sacerdócio universal”. Abel pode oferecer sacrifícios, assim como Noé. No inicio todo o povo de Israel podia oferecer sacrifícios, mais tarde, por causa do incidente do bezerro de ouro, eles não mais podiam oferecer sacrifícios por si mesmos. Deus diz que cada crente pode vir diretamente a Deus. Mas, agora, há o pessoal mediador na igreja. Hoje há os nicolaítas na igreja, então, o cristianismo tornou-se judaísmo.

O Senhor fica satisfeito com os que rejeitam a classe mediadora. Se o sangue o lavou, você tem participação direta nos assuntos espirituais. A igreja pode ser fundamentada apenas sobre esta base, do contrário é Judaísmo. Portanto, aquilo pelo qual lutamos não é somente a questão de seitas, mas a questão do privilégio do sangue. Hoje há três categorias principais de igrejas no mundo: uma é a igreja do mundo, isto é, a Igreja Católica Romana, outra, são as igrejas estatais, tais como a Igreja Anglicana e a Igreja Luterana, e a outra, são as igrejas independentes, tais como a Igreja Wesleyana, a Igreja Presbiteriana, etc. A Igreja que Deus quer estabelecer é aquela na qual Ele coloca todo o evangelho sem a classe mediadora. Todo o que excede quanto o evangelho todo entra não pode ser a Igreja.

Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz as Igrejas. O Senhor fala da mesma maneira a todas as sete igrejas, mostrando que não somente a igreja em Éfeso necessita ouvir, mas todas as igrejas devem ouvir.

Ao vencedor dar-lhe-ei que se alimente da arvore da vida que se encontra no paraíso de Deus. A questão não é o que a arvore da vida é, mas se você está disposto a seguir a intenção inicial de Deus – comer o fruto da arvore da vida no jardim de Deus. Apenas os vencedores podem comer. 



Capitulo 2 do Livro A Ortodoxia da Igreja - W.Nee - Ed. Árvore da Vida

Aperfeiçoados para aperfeiçoar outros.


Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (2 Tm 2:15)

Rm 6:6; Ef 4:13

O objetivo do aperfeiçoamento, no tempo presente, é a edificação do Corpo de Cristo e, no futuro, é nos preparar para governar o mundo que há de vir. Essa é a finalidade da obra do ministério. Se temos a vida de Deus prevalecendo em nossa alma, preenchemos o primeiro requisito para reinar com o Senhor. Mas só seremos capacitados a exercer alguma função no reino se estamos sendo aperfeiçoados hoje para a obra do ministério.
Por exemplo, uma criança precisa crescer para se tornar um adulto, mas apenas o crescimento físico não é suficiente para alguém assumir responsabilidades. Uma criança somente se tornará um adulto responsável e capacitado a trabalhar se estiver recebendo educação, instrução e estudo durante o seu crescimento. Da mesma maneira, para reinarmos no futuro não basta obtermos o crescimento da vida divina; é fundamental recebermos o aperfeiçoamento para a obra do ministério (Ef 4:13). Graças ao Senhor, Ele mesmo concedeu para a igreja esses ministros que, por já terem sido aperfeiçoados, podem aperfeiçoar os santos para que estes executem a obra do ministério. Dessa maneira, todos estaremos preparados para exercer as funções que nos serão entregues no reino dos céus.
O aspecto mais importante na obra do ministério é o ministério da Palavra. O ministro da Palavra se encarrega do profetizar, isto é, falar por Deus. Há muitos cristãos que foram salvos há anos, mas ainda não aprenderam a falar pelo Senhor, ou seja, não receberam o devido aperfeiçoamento. Se alguém já possui o ministério da palavra, precisa ajudar outros a desempenharem essa função. O profeta deve ensinar os outros a ser profetas, a receber a revelação de Deus no espírito e a ministrar a Palavra de Deus com encargo, suprindo a vida divina aos irmãos na igreja. Do mesmo modo, um evangelista também precisa falar por Deus. Ele deve auxiliar os irmãos a pregar o evangelho, levando a fé às pessoas. Pregar o evangelho não é somente ensinar o caminho para o perdão dos pecados, mas levar outros filhos de Deus a desempenhar a função de evangelistas. O mestre, por sua vez, ensina as verdades bíblicas aos irmãos, ajudando-os a receber luz e revelação na Palavra de Deus.
Também devemos exercer nossa função no segundo aspecto do ministério, que são os serviços na igreja. Além disso, é muito importante desempenharmos o terceiro aspecto do ministério, que trata das ofertas de riquezas materiais. Quando ofertamos nosso dinheiro ao Senhor, essa oferta serve de suporte aos demais ministérios, cooperando com os serviços e com a propagação do evangelho em vários lugares.