Eu rogarei ao Pai, e ele vos
dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da
verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o
conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós
(Jo
14:16)
Mt 1:23; Jo 14:9-11; 16:13; 1
Tm 6:16
Tempos após a morte e
ressurreição do Senhor, os discípulos passaram a sofrer perseguição. Pedro foi
condenado à morte, e João, ao exílio. Por cerca de vinte anos, João permaneceu
preso na ilha de Patmos. Na verdade essa foi uma oportunidade dada por Deus a
ele, para que o Espírito da realidade lhe revelasse muitas coisas e também o
fizesse lembrar-se das palavras ditas pelo Senhor Jesus (Jo 14:26;
16:13).
Quando João escreveu seu
evangelho, já contava com mais de noventa anos de idade. Nessa época ele estava
em Éfeso, onde a igreja havia recebido a Epístola de Paulo aos Efésios. Embora
as palavras de Paulo já trouxessem a revelação do plano de Deus e o suprimento
do Seu Espírito, a igreja não praticou o conteúdo daquela epístola. Isso
possivelmente aconteceu porque os irmãos passaram a estudar e analisar as
verdades ali contidas, sem usar o espírito. Assim, eles se deixaram ser guiados
pela mente, pela alma, e não ganharam a vida contida na Palavra.
Nesse contexto, o Espírito
inspirou João para escrever mais um evangelho, registrando com detalhes as
palavras do Senhor. Os outros evangelhos deram ênfase aos milagres e feitos
realizados pelo Salvador, deixando de destacar o quanto precisamos da vida
divina.
Em seu evangelho, João iniciou
com as seguintes palavras: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram
feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida
estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as
trevas não prevaleceram contra ela. [...] E o Verbo se fez carne e habitou entre
nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito
do Pai” (Jo 1:1-5, 14).
João mostrou que antes Deus
habitava em luz inacessível (1 Tm 6:16), muitíssimo distante do homem; era
impossível alcançá-Lo. Mas um dia Ele nasceu de uma mulher e viveu na terra na
pessoa do Senhor Jesus. Como o homem Jesus era um ser humano normal, sujeito aos
limites do tempo e do espaço, Ele não poderia estar para sempre na terra (Jo
14:9). Quando Jesus falava, Deus falava; quando Ele agia, Deus agia (14:10-11).
Agora Deus não é mais inalcançável, e sim próximo de nós, sendo possível
conhecê-Lo em Jesus Cristo. Por isso Ele também é chamado de Emanuel, que
significa Deus conosco (Mt 1:23).
Como o homem Jesus, Ele era um
ser humano normal sujeito aos limites do tempo e do espaço, não poderia estar
para sempre na terra. Por essa razão, o Senhor precisou se tornar o Espírito da
realidade (Jo 14:16-17). Como o Espírito, Ele pode estar em nós, habitando nosso
espírito humano em qualquer tempo e lugar.
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