Porque eu desci do céu, não
para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou (Jo
6:38). Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu
respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade (Hb 10:7)
Mt 3:2, 11, 15; Lc 1:41; Fp
2:8
João Batista, desde seu
nascimento, estava destinado a ser sacerdote. Seu pai, Zacarias, era um
sacerdote e, portanto, transmitiria esse ofício a seu filho. O sacerdote possuía
características próprias, como, por exemplo, servir no templo, usar as vestes
sacerdotais e comer da comida ofertada a Deus, como os pães assados no forno, o
peito e a coxa do animal sacrificado.
João Batista, no entanto,
rejeitou tudo isso. Embora fosse um sacerdote, não queria exercer o sacerdócio
da maneira antiga, tradicional. Em vez de ficar no templo, ele ia para o
deserto, onde se vestia com pelo de camelo, animal considerado imundo pelos
judeus; em vez de comer a comida destinada aos sacerdotes, ele se alimentava de
gafanhotos e mel silvestre.
A fim de preparar o caminho
para o Senhor, ele pregava: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos
céus” (Mt 3:2). Mas qual era a maneira de se arrepender? Sendo batizado por ele.
Por isso ele era chamado João Batista, porque batizava as pessoas com água. O
batismo indicava o fim da velha maneira de vida e a necessidade de ter uma
mudança na maneira de pensar, isto é, ter uma renovação da mente.
Ele dizia: “Eu vos batizo com
água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do
que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito
Santo e com fogo” (v. 11). O batismo era apenas uma preparação para que eles
recebessem o Filho de Deus e por Ele fossem batizados com o Espírito Santo e com
fogo.
João Batista já conhecia o
Senhor Jesus desde o ventre materno. O Evangelho de Lucas registra que, quando a
mãe de Jesus, Maria, foi visitar a mãe de João Batista, Isabel, a criança
estremeceu no seu ventre (1:41). Ele mesmo dizia ser o precursor do Senhor
Jesus, tendo a responsabilidade de abrir a vereda, aplainar a estrada, para que
o Filho de Deus nos trouxesse o reino dos céus. João Batista, portanto, sabia
que Aquele que viria depois dele era o Rei do reino dos céus.
Deus tornou-se homem em Jesus
e viveu na terra para ter a experiência da vida humana. Em Jesus, a natureza
divina foi trabalhada na natureza humana a fim de que Ele, como um homem,
pudesse cumprir a vontade de Deus. Aos trinta anos de idade, Jesus foi até João
Batista para ser batizado. Ao ser interpelado por João sobre o que estava para
fazer, o Senhor disse: “Convém cumprir toda a justiça de Deus” (cf. Mt 3:15). A
justiça de Deus se refere a tudo o que Deus determinou, a fazer toda a Sua
vontade.
Dessa forma, como homem, o
Senhor Jesus veio para cumprir tudo o que o Pai determinou. Ele não apenas foi
batizado por João, como também se submeteu a toda vontade do Pai. Ele morreu em
nosso lugar e derramou Seu sangue pelos nossos pecados. Ele foi obediente até a
morte, e morte de cruz (Fp 2:8). Após Sua ressurreição, Ele veio para nos
batizar com o Espírito Santo, acrescentando Sua vida a nós, e com fogo para
queimar as impurezas da nossa alma.
Que aprendamos com o modelo de
obediência do Senhor, a fim de cumprirmos a justiça de Deus e recebermos o
galardão de reinar com Cristo no mundo que há de vir!
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