O vencedor herdará estas
coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho (Ap
21:7)
Mt 13:4-8, 19, 24-32; Ap 2:7,
11, 17, 26-27; 3:5, 12, 21
O falar do Senhor aos
vencedores das sete igrejas da Ásia, mencionadas em Apocalipse 2 e 3, está
relacionado às parábolas de Mateus 13. A primeira parábola é a do semeador: “Eis
que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho e,
vindo as aves, a comeram. Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era
pouca e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo porém o sol, a
queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. Outra caiu entre os espinhos e os
espinhos cresceram e a sufocaram. Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a
cem, a sessenta e a trinta por um” (vs. 3-8).
A condição inicial da igreja
em Éfeso pode ser comparada à semente lançada à beira do caminho e que é
arrebatada pelas aves. No princípio, a igreja apresentava uma situação anormal
por causa do predomínio das discussões sobre doutrinas, gerando ensinamentos
diferentes, uma vez que se ocupavam com fábulas e genealogias sem fim (1 Tm
1:3-4). Isso levou o coração dos irmãos a endurecer, como era a terra à beira do
caminho, e consequentemente abandonaram o primeiro amor. Depois de receber ajuda
do apóstolo João, a igreja foi restaurada à condição de boa terra, de modo que
os irmãos se tornaram frutíferos e estavam prontos a sofrer por causa do
evangelho.
Foi nessa condição que surgiu
a igreja em Esmirna. Ela passou por um período de perseguição e sofrimento que
pode ser comparado ao que o trigo sofre por causa do joio na segunda parábola:
“O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo;
mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do
trigo e retirou-se. E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o
joio. [...] Deixai-os crescer juntos até à colheita e, no tempo da colheita,
direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser
queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro” (Mt 13:24-26, 30). Como nós já
vimos, o joio concorre com o trigo para receber a luz do sol e os nutrientes da
terra a fim de crescer. Isso ilustra o quanto a igreja sofreu debaixo das
perseguições no período da igreja em Esmirna. Todo esse sofrimento, contudo,
produziu muitos vencedores.
A terceira parábola é a do
grão de mostarda: “O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um
homem tomou e plantou no seu campo; o qual é, na verdade, a menor de todas as
sementes e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que
as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos” (vs. 31-32). A mostarda é uma
hortaliça que serve de alimento para o homem, mas nessa parábola apresenta uma
situação anormal, pois cresceu e se tornou uma grande árvore. Isso não está de
acordo com o princípio da criação de Deus quando, no terceiro dia, a terra
produziu relva, ervas e árvores, cada uma segundo a sua espécie (Gn
1:11-12).
Essa parábola está relacionada
com a igreja em Pérgamo. A igreja como grão de mostarda deveria alimentar as
pessoas com a revelação da Palavra de Deus e supri-las de vida, mas no período
de Pérgamo ela se desenvolveu de maneira anormal a ponto de se tornar habitação
de Satanás (Ap 2:13). De acordo com o princípio adotado pelo Senhor na parábola
do semeador, as aves são o maligno (Mt 13:4, 19, 32); então, quanto mais ramos,
mais espaço há para o maligno. Mesmo nessa condição, Deus chama vencedores.
Todavia não devemos buscar um crescimento anormal, abrindo portas para o maligno
vir “aninhar-se”. Nossa função é tão somente alimentar, suprir as pessoas com
Espírito e vida.
Louvado seja o Senhor! Hoje,
em cada igreja, Deus está chamando vencedores. Aleluia!
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