O Senhor lhe disse: Vai,
porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os
gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei
quanto lhe importa sofrer pelo meu nome (At 9:15-16).
Sou grato para com aquele
que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel,
designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e
perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na
incredulidade (1 Tm 1:12-13)
At 2:41; 4:4, 32-37; 8:1;
9:1-23; 11:25-26; 13:1-3
Logo no início da vida
da igreja em Jerusalém a religião judaica queria eliminar os primeiros cristãos
e, por isso, levantou-se grande perseguição contra a igreja; aqueles que
invocavam o nome do Senhor eram encarcerados e mortos. Assim muitos, por medo,
deixaram de invocar. Os que não quiseram deixar essa prática, porque invocar o
nome do Senhor já fazia parte de seu viver, foram para outros
lugares.
Uma expressão muito
interessante é registrada após essa perseguição: “Todos, exceto os apóstolos,
foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria” (At 8:1b). Enquanto os
apóstolos continuavam em Jerusalém, o evangelho era pregado aos gentios em
outros lugares por meio dos cristãos que foram dispersos. Dessa maneira, em
várias cidades foram gerados os que invocavam o nome do Senhor.
Pode ser que os apóstolos
tenham permanecido para cuidar daqueles que estavam receosos de invocar.
Todavia, para ficar em Jerusalém era preciso deixar de invocar o nome do Senhor
publicamente. Como consequência, pouco a pouco, o ministério dos doze apóstolos
foi cessando.
Entrementes, Saulo assolava a
igreja e “respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor,
dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a
fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres,
os levasse presos para Jerusalém” (At 9:1-2). Ele foi a Damasco para prender a
todos que invocavam o nome do Senhor (v. 14). Mas aconteceu que “seguindo ele
estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao
seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por
que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou
Jesus, a quem tu persegues” (vs. 3-5). Então Saulo entendeu que ao perseguir
aqueles que invocavam o nome do Senhor, ele estava perseguindo o próprio
Jesus.
Saulo creu, foi batizado e
ousadamente pregava o evangelho. Ele era muito jovem e por onde passava discutia
com os judeus, e estes intentavam matá-lo. Para guardá-lo, ele foi enviado para
Tarso, sua terra natal. Tempos depois, Barnabé o levou para servir na igreja em
Antioquia e o ajudou a exercitar seus dons.
Paulo ganhou muita graça e, de
perseguidor daqueles que invocavam o nome do Senhor, se tornou um instrumento
útil nas mãos de Deus. Um dia, quando ele estava servindo e jejuando junto com
os demais irmãos em Antioquia, “disse o Espírito Santo: Separai-me, agora,
Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13:2). Eles foram
enviados para pregar o evangelho, receberam o ministério e
apostolado.
Apóstolo é aquele que é
enviado da parte de Deus. O Senhor abençoou a obra deles porque estavam no
espírito. Provavelmente eles invocavam o nome do Senhor e levavam as pessoas ao
espírito. Isso nos revela um princípio: se pararmos de invocar o nome do Senhor,
como os doze apóstolos fizeram, perderemos nossa função e o ministério que
recebemos será entregue a outros, assim como ocorreu naquela época, quando o
ministério foi passado para Barnabé e Paulo. Isto é, a responsabilidade de levar
adiante a obra do Senhor recaiu sobre eles.
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