Depois de haver ceado, tomou 
também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue  (1 Co 
11:25).
O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da 
letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica (2 Co 
3:6)
Êx 30:22-25; Mt 27:51; Lc 
23:45; Hb 10:19-22
O ministério neotestamentário 
iniciou-se com o Senhor Jesus ainda em carne e continuou depois de Sua morte e 
ressurreição. Morrer e ressuscitar foi o modo pelo qual o Senhor se tornou o 
Espírito que dá vida (1 Co 14:45b). Uma vez que o Senhor é o Espírito, quem O 
toca, ganha vida. O Espírito que dá vida se refere ao Espírito Santo adicionado 
ao processo pelo qual o Senhor passou em Sua encarnação, morte e ressurreição. O 
Evangelho de João o chama de o Espírito da verdade, ou da realidade (Jo 14:17; 
15:26; 16:13). O Espírito que dá vida inclui o Deus Triúno com Sua vida e obra. 
Em certos trechos, a Bíblia simplesmente O chama de “o Espírito”.
Para compreender melhor o 
Espírito que dá vida, ou simplesmente “o Espírito”, após a encarnação, morte e 
ressurreição do Senhor, podemos usar como exemplo o óleo composto da unção do 
Antigo Testamento, com o qual se ungiu o tabernáculo com seus móveis e 
utensílios, Arão, seus filhos e suas vestes. De acordo com Êxodo 30:22-25, o 
óleo da unção era formado por cinco elementos, que são o azeite de oliveira mais 
quatro especiarias: mirra, cinamomo, cálamo e cássia. Na Bíblia, o número quatro 
se refere à criatura, especialmente o homem, e o número um simboliza Deus. 
Dentre as quatro especiarias, temos a mirra fluida, uma substância amarga usada 
para embalsamar o corpo das pessoas após a morte e retardar sua decomposição. A 
palavra mirra vem de um radical que quer dizer amargo. Ao ser 
crucificado, o Senhor tomou o cálice da amargura em nosso favor (Mt 26:39, 42). 
Mirra, portanto, se refere à morte do Senhor.
A segunda especiaria é o 
cinamomo odoroso, uma planta que exala uma fragrância doce. Isso prefigura a 
eficácia da morte do Senhor. A terceira é o cálamo, um junco ou haste que nasce 
nos pântanos, ou seja, em águas mortas, paradas. Cálamo, portanto, prefigura a 
ressurreição. Por fim, temos a cássia, erva usada como repelente de insetos e 
serpentes, que simboliza a eficácia da ressurreição do Senhor. Recapitulando, 
temos a mirra (morte), o cálamo (ressurreição), o cinamomo (eficácia da morte) e 
a cássia (eficácia da ressurreição). Uma vez que o número quatro se refere à 
criatura, ele refere-se também ao Senhor como o Primogênito da criação (Cl 
1:15).
Falemos agora sobre o peso de 
cada especiaria. Primeiro temos quinhentos siclos de mirra. Em segundo lugar, 
temos duzentos e cinquenta siclos de cinamomo odoroso, isto é, a metade da 
primeira especiaria. Em terceiro lugar, temos duzentos e cinquenta siclos de 
cálamo e, por último, quinhentos siclos de cássia. Se tomarmos quinhentos siclos 
como unidade básica, temos três unidades. Quinhentos siclos da primeira 
especiaria (mirra); quinhentos siclos divididos em dois: duas especiarias de 
duzentos e cinquenta siclos cada (cinamomo e cálamo); e quinhentos siclos da 
terceira especiaria (cássia).
O número três simboliza o Deus 
Triúno: Pai, Filho e Espírito. A primeira unidade é o Pai, a segunda, o Filho, e 
a terceira, o Espírito. Porém a segunda unidade de quinhentos siclos, que 
prefigura o Filho, foi dividida ao meio, indicando que Ele foi partido por nós 
na cruz por nossos pecados. Na morte do Senhor, o véu do santuário que separava 
o Santo Lugar do Santo dos Santos foi partido ao meio de alto a baixo (Mt 27:51; 
Lc 23:45), o que indica que já não há separação entre Deus e nós. Podemos 
achegar-nos com intrepidez ao Senhor no trono da graça (Hb 10:19-22). Aleluia! 
Que bênção desfrutar, por meio do Espírito, de tudo o que o Deus Triúno é e 
fez!
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário