Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5:3)
Mt 5:3-6; 13:36-42
Como
vimos ontem, o Senhor possui um elevado padrão para aqueles que
reinarão com Ele na era vindoura. Esse padrão está descrito em Mateus 5,
6 e 7. Em Mateus 5 vemos que o Senhor subiu ao monte e passou a ensinar
os Seus discípulos. Essas palavras não foram dirigidas às multidões,
mas apenas aos Seus discípulos (Lucas 6:20). Era como se Ele dissesse:
“Um dia o reino dos céus irá se manifestar, e vocês precisam se preparar
para sua vinda. Por isso vocês precisam observar esses preceitos”.
Vejamos, então, quais são esses ensinamentos.
O Senhor iniciou
apresentando as nove bem-aventuranças. A primeira diz respeito à
necessidade de sermos humildes de espírito (Mt 5:3). Ser humilde de
espírito, ou pobre em espírito (lit.), significa que precisamos esvaziar
nosso coração de todo orgulho, soberba e tudo que possa ocupar o lugar
de Deus.
Além das três
partes da alma (mente, vontade e emoção), o coração humano também é
composto por uma parte do espírito, a consciência. Por meio dessa
ligação, o coração do homem pode ser cheio de si mesmo ou da vida de
Deus. Deus é Espírito, e somente em nosso espírito podemos percebê-Lo e
ouvi-Lo (Jo 4:24). Sozinha, a alma humana não consegue contatar a Deus.
Por isso precisamos ser humildes de espírito, negando a nós mesmos, para
que nosso coração seja cheio da vida de Deus.
O reino dos céus
será entregue àqueles que negarem a vida da alma, esvaziando seu
coração de todo orgulho. Os humildes de espírito são como o trigo, que,
quando cresce e amadurece, frutifica e se “dobra”. Os orgulhosos de
espírito são como o joio, que, ao crescer, permanece “empinado”,
“altivo”, mas sem fruto. O galardão e a autoridade que receberemos no
reino será proporcional a quanto negarmos a nós mesmos hoje.
A segunda
bem-aventurança diz: “Bem-aventurados os que choram, porque serão
consolados” (Mt 5:4). Quando olhamos para a situação das pessoas no
mundo, bem como para a condição degradada de muitos cristãos, que
estacionaram em sua busca espiritual, não devemos julgar, tampouco
condenar ninguém. Assim como Deus se entristece ao ver isso, nós
igualmente devemos chorar por essas pessoas, e clamar ao Senhor pela
vida delas. Se esse for nosso coração, o próprio Senhor nos consolará ao
vermos Sua grande salvação.
A terceira
bem-aventurança é atribuída aos mansos, pois herdarão a terra (v. 5). A
mansidão é uma característica do amadurecimento. Não importa quão
intensa sejam as críticas ou ofensas que recebamos, precisamos ser
mansos de coração. Quando vemos as dificuldades criadas pelo joio,
muitas vezes queremos arrancá-lo. Mas o Senhor nos ensina a mansidão e
nos instrui a deixá-lo crescer junto com o trigo (13:36-42).
A quarta
bem-aventurança é para os que têm fome e sede de justiça (5:6). Isso se
relaciona a cumprir toda a justiça de Deus. Precisamos ser como o Senhor
Jesus, que cumpriu toda a justiça de Deus, submetendo-se à vontade do
Pai. Por exemplo, quando Jesus foi questionado por João Batista: “Eu é
que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”, Ele lhe respondeu:
“Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça”
(3:13-15).
Praticar a
justiça significa fazer a vontade de Deus. Alguns podem pensar que
somente podemos ser justos se formos irrepreensíveis. Todavia, mesmo que
sejamos pecadores e cheios de falhas, quando nos arrependemos e fazemos
o que Deus determinou, somos considerados justos. Essa é a vontade de
Deus para nós.
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