05 junho, 2012

Receber a vida de Deus e deixá-la crescer.


Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pe 1:10-11)

Mt 16:23-24; 25:34-41; Jo 3:3-5; Fp 2:12; Hb 2:5; Ap 13:16-17

A meta de Deus é entregar ao homem redimido o governo do mundo que há de vir (Hb 2:5). Para alcançar esse objetivo primeiramente nos foi pregado o evangelho da graça, que mostra que o Senhor nos salvou e, mediante Seu sangue, perdoou nossos pecados para recebermos a vida de Deus.
A regeneração é o critério básico para quem deseja ver o reino e entrar nele (Jo 3:3-5). Somente conseguiremos governar o reino vindouro por meio da vida de Deus que recebemos no novo nascimento. Depois de sermos regenerados, porém, essa vida precisa crescer. A igreja tem um papel fundamental nesse crescimento.
Essa é a razão de o Senhor Jesus, depois de revelar a igreja aos Seus discípulos, ter mostrado que, se queremos viver a realidade da vida da igreja, precisamos segui-Lo, e isso requer que neguemos a vida da alma, o nosso eu, que é o maior impedimento para a vontade de Deus ser feita na terra (Mt 16:23-24). Quando negamos a nós mesmos, a vida de Deus pode crescer em nós, nossa salvação pode ser desenvolvida, e assim nos será garantida a entrada no reino (Fp 2:12; 2 Pe 1:10-11).
A vida de Deus deve crescer em nosso viver, pois só assim o Senhor nos confiará o governo do mundo que há de vir. Mateus 5, 6 e 7 mostra como deve ser nosso viver. Antes pensávamos que seríamos o povo do reino, mas Deus nos revelou que não seremos o povo do reino; Ele nos chamou para sermos governantes.
A terceira parábola de Mateus 25 mostra quem será o povo que será governado durante o reino, isto é, quem serão as pessoas que ficarão para ser as nações na era vindoura. Nessa parábola elas são chamadas de ovelhas.
Durante a grande tribulação a imagem da besta será colocada no templo e “a todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome” (Ap 13:16-17). Estes receberão uma marca e lhes será permitido comprar e vender.
No passado não sabíamos como isso se daria, mas hoje já nos é possível prever como será, por causa da ampla utilização da informática. Sabemos que todo sistema de pagamento, compra e venda será controlado pelo anticristo. Não haverá cédulas ou qualquer outro sistema de compensação e troca, apenas quem tiver a marca da besta poderá comprar alimentos, roupas, remédios etc.
Os filhos de Deus, por não adorarem a imagem da besta e não aceitarem receber sua marca, não terão sustento e serão perseguidos. Mas haverá um grupo de pessoas – as ovelhas em Mateus 25, que, ao ver os cristãos em necessidade, movidas por compaixão e pelo temor a Deus, suprirão os filhos de Deus com alimentos, roupas etc.
Então, quando o Senhor voltar, dirá às ovelhas: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me” (vs. 34-36). Ao suprir os filhos de Deus, eles, na verdade, supriram o próprio Senhor Jesus (v. 40).
Já aqueles que não se importarem com os filhos de Deus, pelo contrário, os escarnecerem e os perseguirem, serão chamados de cabritos, e na volta do Senhor eles serão julgados e lançados para o fogo eterno (v. 41).
Os cabritos serão eliminados, e as ovelhas serão as nações do reino milenar. Eles entrarão no reino, por terem um bom coração e se preocuparem em ajudar os cristãos, mas, porque não têm a vida de Deus, não poderão governar o mundo vindouro. A função de governar caberá àqueles que foram regenerados e negaram a vida da alma nesta era, permitindo assim que a vida de Deus crescesse neles. Louvado seja o Senhor!

04 junho, 2012

Refletindo...

Uma questão de visão...



Leitura bíblica: 2Co 3:13-18; 4:3-11,16-17

Um espelho reflete tudo o que contempla. Por isso quando estamos contemplando o Senhor o refletimos. Precisamos perceber que se desejamos viver no espírito, temos de estar fora da religião e temos de ser libertados de toda tradição. A religião é um problema real para as pessoas que buscam a Deus. Quem condenou Jesus à morte? Os religiosos judeus com o Velho Testamento nas mãos. Quem tem perseguido os seguidores do Senhor ao longo de toda a história da igreja? O povo religioso.

Algumas vezes você pode ser seu próprio opositor por ser tão religioso. Em 2Co 3:16 diz nos que quando o coração "se converte ao Senhor,o véu é retirado." Se não tem andado, vivido, agido e se conduzido no espírito, você pode ter abandonado algumas tradições, mas vivendo em suas próprias tradições. Você pode ter abandonado uma religião somente para formar outra.Fora do espírito, mesmo você se torna uma religião.

Existe também a religião autoconfeccionada. Um exemplo é você criar seus prórpios conceitos como achar que deve ir para terras estrangeiras para ser um missionário. Todos temos que ser libertados da religião."Ora o Senhor é o espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade" (2CO 3:17). A transformação provém do Espírito e não tem nenhuma relação com qualquer formalidade, religião,regulamentos,ensinamentos diferentes ou qualquer conhecimento pronto. Digo-lhe:não tente escapar do Senhor(Mt7:14).Precisamos perceber que não estamos em nossas próprias mãos.Ninguém sabe o que trará o amanhã.Não devemos temer. Se temos o tesouro dentro de nós,o destino deste é ser quebrado. Precisamos orar cabalmente a fim de cumprir o encargo de expressar o nosso tesouro interior através do Espírito.


(Adaptado do livro "Segunda Coríntios - A autobiografia de uma Pessoa no Espírito")

A obra completa da cruz.

Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade  (Ef 4:22-24)
                                                         Jo 3:16; 19:33-34; Ef 2:15; Hb 2:5

O Senhor nos tem mostrado que o objetivo de Deus ao criar o homem é que este governe no mundo que há de vir (Hb 2:5). Infelizmente, no jardim do Éden, o homem foi enganado por Satanás e comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Assim a natureza pecaminosa foi injetada no homem, e sua alma se tornou autossuficiente, isto é, independente de Deus. A essa vida independente de Deus que se instalou na alma humana chamamos de vida da alma.

A vida da alma possui uma parte boa e uma parte má. O inimigo de Deus usa a parte má para induzir o homem a viver no pecado. Mas ele também é capaz de usar a parte boa da vida da alma para impedir Deus de fazer Sua vontade.

Uma vez que Adão e Eva desobedeceram à determinação de Deus e se tornaram pecadores, Deus os expulsou do jardim do Éden, para que não se alimentassem da árvore da vida naquela condição.

Louvado seja o Senhor! Deus ama o homem e enviou Seu Filho unigênito para morrer na cruz e salvar todos os que Nele cressem (Jo 3:16). Os três primeiros evangelhos enfatizaram mais a morte do Senhor Jesus para resolver o problema dos nossos pecados. Então, o apóstolo João, depois de algum tempo, em sua maturidade, recebeu a revelação do Espírito de que primeiro Jesus morrera na cruz para crucificar nosso velho homem, nossa vida da alma, e depois, então, derramou Seu sangue para nos redimir de nossos pecados (Jo 19:33-34).

Além disso, no momento da crucificação do Senhor Jesus, por sempre segui-Lo de perto, João estava junto à cruz e viu que, além de sangue, de Seu lado fluiu água. Essa água representa a vida divina que fluiu de Jesus para gerar a igreja, a fim de nos suprir e encher da vida de Deus.

Vemos, assim, que a obra do Senhor Jesus na cruz foi completa, pois terminou com nosso velho homem; por meio de Seu sangue, nossos pecados foram perdoados, e, por meio da água, Sua vida nos foi dada para nos tornarmos o novo homem (Ef 2:15; 4:24). Mediante Sua redenção o homem foi restaurado para governar o mundo que há de vir.

Todavia, pela nossa experiência, vemos que ainda há a manifestação da vida da alma em nosso viver, mesmo após termos recebido o perdão de pecados e nosso velho homem ter sido terminado na cruz. Como poderemos governar no reino vindouro se o homem natural ainda prevalece em nosso viver? Para resolver essa questão, o Senhor nos deu a igreja.

A igreja não se refere a um lugar físico onde nos reunimos para ouvir mensagens bíblicas. A igreja é a realidade, a esfera do reino dos céus. É nela que recebemos nutrição espiritual para negarmos a vida da alma e aprendermos a andar no caminho do Espírito e vida, praticando a Palavra de Deus. Louvado seja o Senhor!

02 junho, 2012

A prioridade para quem quer ser aperfeiçoado.

E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim (Lc 22:19)
                                                                   Jó 42:5-6; 1 Jo 1:9

A vida da alma é a origem de todos os problemas do homem, principalmente no que diz respeito a fazer a vontade de Deus. No Antigo Testamento, por exemplo, vemos a história de Caim, que tentou agradar a Deus por seus próprios métodos, mas fracassou. Outro exemplo é Jó, um homem reto e íntegro que temia a Deus, mas ainda se deixava ser influenciado pela vida da alma. Quando, por fim, Deus se revelou a Jó, ele percebeu a própria condição e abominou a si mesmo, se arrependendo no pó e na cinza (Jó 42:5-6). Isso significa que nossa primeira reação ao nos deparar com a vida da alma deve ser o arrependimento. Para obter arrependimento, precisamos receber uma revelação diretamente do Senhor, que mostra quem nós realmente somos.

Quando pecamos ou nos deixamos ser influenciados pela vida da alma, podemos nos arrepender e confessar os nossos pecados perante o Senhor. Ao aproveitarmos a oportunidade de arrependimento, provamos que o Senhor é fiel e justo para nos perdoar e purificar de todo pecado pelo Seu precioso sangue, pois este é o sangue do Filho de Deus, cuja eficácia é eterna (1 Jo 1:9). Aleluia!

Como já vimos, além de nos perdoar os pecados, o Senhor Jesus crucificou o velho homem, eliminando, assim, na cruz, a fonte da vida da alma. No aspecto objetivo, o problema da vida da alma já foi resolvido pelo Senhor, mas, no aspecto subjetivo, ainda precisamos aplicar isso em nossa experiência cristã. Essa é nossa responsabilidade hoje. Negar a nós mesmos é uma prioridade para nós se queremos seguir o Senhor. Essa foi a principal exigência que o Senhor fez quando disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). Notemos que Ele não mencionou o perdão de pecados, mas apenas a necessidade de negarmos o ego.

Logo, do ponto de vista divino, eliminar a vida da alma é até mais importante do que resolver os problemas dos pecados. Por exemplo, na mesa do Senhor, Ele nos ensina primeiro a dar graças pelo pão, que representa o Seu corpo, entregue por nós. Depois, damos graças pelo cálice, que é o sangue derramado em nosso favor. Primeiro, o Senhor morreu na cruz, isto é, Seu corpo foi partido por nós. Depois, Ele derramou sangue. Esse testemunho é verdadeiro e bastante significativo.

Já recebemos o cálice da bênção, o cálice da nova aliança, mas, se não negarmos o ego, não temos como crescer na vida de Deus. Infelizmente nem todos percebem como é prejudicial e quão danoso é preservar o ego, a vida da alma. Mas, graças ao Senhor, Ele nos tem revelado que podemos nos arrepender. Nós cremos nessa palavra e queremos praticá-la: negar a nós mesmos, tomar a cruz dia a dia e segui-Lo.

Aperfeiçoados por ouvir e praticar a Palavra.

Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo (Ap 1:3)
                                                  Jo 14:16-17, 26; Gl 5:18; Ef 4:1; 5:2, 8; 3 Jo 4

João escreveu em seu evangelho detalhes profundos que ainda não haviam sido registrados. Ele deu testemunho do sangue e da água que fluíram do lado do Senhor após Sua morte na cruz. Em razão desse importante relato, obtemos a revelação de que na cruz o Senhor Jesus gerou a igreja, assim como Adão gerou Eva de uma costela retirada de seu lado. Também vemos o cumprimento de uma profecia do Antigo Testamento, segundo a qual nenhum dos ossos do Senhor Jesus seria quebrado (Jo 19:36).

Provavelmente João não entendia muita coisa no momento em que testemunhou os fatos ocorridos com o Senhor na cruz. Mas, quando ele amadureceu, o Espírito da realidade o fez lembrar de tudo o que havia testemunhado na juventude. Graças a Deus por isso!
Paulo também havia recebido revelação acerca do propósito de Deus e escreveu essas palavras em sua Epístola aos Efésios. Infelizmente, os que receberam aquela carta se limitaram a estudá-la e deixaram de lado aquilo que promove a Fé, isto é, a prática da Palavra (1 Tm 1:3-4).

A Fé a que Paulo se referia em sua epístola é o próprio Espírito da realidade, que já havia sido mencionado pelo Senhor Jesus em Seu ministério terreno (Jo 14:16-17). Quando Paulo escreveu a epístola, sua intenção era que a Fé objetiva, o plano eterno de Deus, se tornasse a fé subjetiva dos irmãos. Em outras palavras, Paulo queria que, pelo Espírito da realidade, a igreja recebesse revelação acerca da vontade de Deus e praticasse Sua Palavra. Infelizmente, isso não ocorreu, porque os irmãos permaneceram influenciados pela alma e não se voltaram ao espírito.

No final do primeiro século, foi a vez de João ser utilizado pelo Senhor para aperfeiçoar os irmãos da igreja em Éfeso, levando-os, no espírito, a praticar a palavra que já havia sido ministrada por Paulo. João foi útil àquela igreja porque o Espírito da realidade o fez lembrar de todas as palavras que o Senhor Jesus havia dito (Jo 14:26).

No Espírito da realidade não está apenas o Espírito Santo, mas o Pai e também o Filho. No evangelho, João registrou a revelação de que Deus era inacessível a nós, mas um dia Ele Se encarnou na pessoa do Filho. O Filho, por sua vez, participou de carne e sangue, vivendo na terra com a semelhança da carne pecaminosa, para realizar a obra de redenção e, por meio de Sua morte e ressurreição, tornar-se o Espírito que dá vida. Como o Espírito da realidade, que é o outro Consolador, agora Deus pode estar para sempre conosco!

João confirmou o que já havia sido escrito por Paulo. Em Efésios, vemos que a obra do Pai é nos predestinar para a filiação, dispensando-nos Sua vida. A obra do Filho é nos redimir dos pecados pelo derramamento de Seu sangue. A obra do Espírito Santo, por sua vez, é nos selar, ou seja, todas as vezes que fazemos algo aprovado por Deus, o Espírito Santo nos sela. Que obra maravilhosa o Pai, o Filho e o Espírito fazem em nós!

Vamos valorizar o ministério do apóstolo João em sua maturidade, porque ele nos ajuda a andar na graça, amor, na luz, na verdade e no espírito (Ef 4:1; 5:2, 8; 3 Jo 4; Gl 5:18).

01 junho, 2012

A importância de seguir de perto


Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade (1 Jo 5:5-6)

Lc 23:49; Jo 14:26; 19:26

Ao lermos sobre a crucificação do Senhor nos três primeiros evangelhos, temos a impressão de que Ele morreu após verter Seu sangue. Esse é o conceito tradicional sobre a morte de Jesus: que Ele teria sangrado pela coroa de espinhos e pelos cravos em Suas mãos, até expirar. Porém essa narrativa é imprecisa, baseada na observação dos discípulos que acompanharam os fatos de longe (Lc 23:49).
Pedro e João foram mencionados juntos em vários trechos dos evangelhos, mas, durante o julgamento e a crucificação do Senhor, Pedro apenas O seguiu de longe (Mt 26:58). O relato de Pedro serviu de base ao evangelho escrito por Marcos. João, por sua vez, acompanhou o Senhor Jesus de perto, inclusive sendo testemunha ocular da crucificação. Isso lhe permitiu observar todos os fatos e escrever um evangelho mais completo, com detalhes que trazem revelação (Jo 19:26).
Naquela época, João era jovem e ainda não tinha percebido a importância dos acontecimentos que observou. Ao contrário de Pedro, que muitas vezes tomava a iniciativa de expor sua opinião perante os outros, João era apenas um dos demais discípulos e não se destacava entre eles. Setenta anos após o nascimento de Cristo, os cristãos passaram a ser perseguidos por um general romano chamado Tito. Os que tinham maior destaque, como Pedro, foram martirizados. João, porém, por ser alguém de menor importância, não foi morto, mas apenas exilado em uma ilha chamada Patmos.
Esses fatos ocorreram sob a soberania divina, pois o Espírito precisava de João para completar a revelação do propósito de Deus. Ele, em Sua sabedoria, permitiu que João ficasse preso no exílio por vinte anos. Nesse período o Espírito Santo o fez se lembrar de tudo o que havia visto e ouvido durante o tempo em que esteve com o Senhor Jesus. Antes, João não entendia o que o Senhor queria dizer, mas depois, pela obra do Espírito, ele se lembrou das palavras do Senhor e recebeu revelação (14:26).
Na leitura dos três primeiros evangelhos, percebemos que os discípulos se maravilharam com as curas e os milagres realizados pelo Senhor Jesus. No entanto a crucificação não foi registrada ali com tantos detalhes. Já no Evangelho de João, o Espírito detalhou com precisão a ordem dos fatos, dando-lhes a devida importância. Primeiro, o Senhor Jesus morreu na cruz. Depois, um dos soldados Lhe feriu o lado com uma lança.
Com a morte do Senhor na cruz, Ele eliminou o velho homem, ou seja, crucificou a vida da alma. Após isso, Ele foi ferido, e do Seu lado fluiu sangue e água. O sangue visa à remissão dos pecados; a água serve para nos gerar com a vida de Deus. A prioridade de Deus foi eliminar a vida da alma, a origem de todos os problemas que impedem o homem de fazer Sua vontade.
Agora, em nossa experiência de fé e conversão, primeiro somos purificados pelo sangue precioso de Cristo, para recebermos a vida de Deus. E então prosseguimos, tomando a cruz para eliminar a vida da alma em nosso viver e, desse modo, seguir o Senhor.

O evangelho de Deus visa ao nosso aperfeiçoamento


Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo (2 Co 5:10)

Mt 19:28; Rm 1:3-4; 1 Co 9:17; Tt 1:7-9
Hoje é o tempo de sermos aperfeiçoados na igreja, onde há irmãos que nos servem como mordomos, despenseiros na casa de Deus (Gl 4:1-2; 1 Co 9:17; Tt 1:7-9). Para sermos vencedores, precisamos ser aperfeiçoados na obra do ministério. Os vencedores receberão aprovação no tribunal de Cristo, quando o Senhor premiará os que O seguem (Mt 19:28). Nossos pecados já não serão lembrados (Hb 8:12), porque fomos perdoados e purificados pelo precioso sangue de Cristo.
Receberemos aprovação no tribunal de Cristo se naquele dia já houvermos alcançado a plena salvação de Deus, que abrange espírito, alma e corpo (1 Ts 5:23). O espírito foi salvo no passado, quando cremos no Senhor e obtivemos Sua vida. Na volta do Senhor, nosso corpo redimido será transfigurado de corruptível em incorruptível, num abrir e fechar de olhos (Rm 8:23; 1 Co 15:52), para que possamos ser arrebatados e ver a glória do Senhor (1 Ts 4:17). Logo, a redenção do espírito e do corpo acontecem por obra do Senhor, ao passo que a salvação da alma é de nossa total responsabilidade. Por isso nosso crescimento espiritual e nossas obras é que serão o principal objeto de julgamento no tribunal de Cristo (2 Co 5:10), e não os pecados.
O evangelho de Deus é completo e ocorre em duas etapas, conforme Romanos 1:3-4. A primeira etapa é o evangelho da graça, segundo o qual o Senhor Jesus, como descendente de Davi (v. 3), morreu na cruz derramando sangue e água (Jo 19:34). Pelo sangue, houve a remissão dos pecados; pela água, recebemos a vida de Deus, experimentando o novo nascimento.
Antes éramos carnais, pecadores distantes de Deus e Seus inimigos, sem acesso à Sua presença. Como a natureza do pecado havia sido inserida em nós, éramos incapazes de agradar a Deus (Rm 7:18-23; 8:8) e estávamos condenados à morte (6:23; Hb 9:22). Mas o Senhor Jesus, como Filho do homem, veio em carne e morreu em nosso lugar. Ele, que não tinha pecado, morreu em favor dos pecadores. Graças a Deus por tão grande salvação! Uma vez perdoados e reconciliados com Deus, nos tornamos Seus filhos (Jo 1:12) e fomos colocados na igreja. Essa é a primeira etapa do evangelho de Deus.
Nesse ponto, tem início a segunda etapa do evangelho, que diz respeito ao fato de o Senhor Jesus, como homem, ter sido designado Filho de Deus pela ressurreição dentre os mortos (Rm 1:4). Jesus, por meio de sofrimentos, foi aperfeiçoado e se tornou o Autor da nossa salvação (Hb 2:10). Ele morreu, ressuscitou e foi coroado com glória e honra a fim de que todas as coisas sejam sujeitas a Ele. Essa etapa está relacionada à nossa preparação para o reino vindouro.
Inicialmente, o evangelho do reino foi pregado pelo Senhor Jesus com as seguintes palavras: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4:17). A cada dia que passa o reino dos céus está cada vez mais próximo. Com isso, percebemos a necessidade de nos arrepender. O arrependimento não diz respeito só aos nossos erros, mas consiste em negarmos a nós mesmos para seguir o Senhor. Sem arrependimento, não conseguimos anular nossa vida da alma, que se torna um obstáculo para seguirmos o Senhor. Graças a Deus, podemos ser ajudados a nos arrepender quando somos aperfeiçoados na igreja.

30 maio, 2012

Refletindo...


O Seu Barco

O Evangelho de João, no capítulo seis, apresenta um mundo faminto e atribulado. Não importa quem você seja, rico ou pobre, culto ou iletrado, de alta posição social ou não, o mundo à sua volta é cheio de problemas. Somos atribulados no estudo, no casamento, na vida profissional, enfim, em todos aspectos da vida humana (vs.16-21).

O mar agitado pelo vento forte indica a vida humana cheia de problemas. Jesus, porém, andava por sobre as ondas agitadas, sem ser perturbado por elas. O Senhor é o único que possui o domínio pleno sobre todos os problemas da vida humana, e toda a intranqüilidade está sob seus pés. Este é o Cristo que dá paz. Quando você O recebe para dentro do seu “barco”, como os Seus discípulos fizeram, chegará ao seu destino em paz. O seu “barco” pode ser sua vida conjugal, familiar ou profissional. Sem Cristo, o mundo está faminto e conturbado. Com Ele, todavia, temos satisfação e paz.
 

Aperfeiçoados dia a dia.

Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará (Lc 9:23-24)
                                                        2 Co 4:10; Cl 3:5; 1 Pe 1:9

Atualmente o Senhor tem nos mostrado que a igreja não é uma organização para a realização de atividades nem para que certos métodos sejam colocados em prática. O genuíno viver da igreja é seguir o Senhor (Mt 16:24), e a condição para seguirmos o Senhor é negar a nós mesmos. Isso exige que deixemos de lado a opinião que, mesmo parecendo boa, entra em conflito com a vontade de Deus.

Quando nos dispomos a seguir o Senhor, temos facilidade em rejeitar aquilo que é claramente mau, mas dificilmente lançamos fora alguma boa intenção proveniente de nossa alma. Assim, Satanás encontra ocasião para tentar frustrar o propósito de Deus, fazendo uso da nossa opinião aparentemente boa. Isso, porém, não significa banirmos toda e qualquer opinião na igreja. Quando estamos no espírito, Deus pode nos revelar algo, assim como revelou a Pedro que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (16:16). Mas quando somos influenciados pelo ego reagimos de maneira natural e, sem perceber, somos usados pelo inimigo de Deus.

Foi o que ocorreu com Pedro, quando o Senhor Jesus disse aos discípulos que era necessário ser entregue aos escribas e fariseus, morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Esse era o plano de Deus para providenciar a redenção do homem. Pedro, porém, ao ouvir essas palavras, começou a reprovar o Senhor, dizendo que tivesse compaixão de Si mesmo, pois isso de modo algum Lhe aconteceria. Nesse momento, ele parecia estar demonstrando apreço pelo Senhor, pois O amava, mas na verdade estava se opondo ao propósito de Deus. O Senhor Jesus percebeu que Pedro estava sendo utilizado por Satanás, por isso falou: “Arreda, Satanás!” (Mt 16:23), e ainda disse claramente aos discípulos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (v. 24).

Ao negarmos o ego, estamos permitindo que a vida de Deus ocupe espaço em nós. Por outro lado, se o preservamos, impedimos que a vida de Deus seja aumentada em nós. É como um copo cheio de água. Para que seja preenchido com um novo conteúdo, ele precisa primeiro ser esvaziado. Aos poucos, esvaziamo-nos de conceitos e opiniões provenientes da vida da alma, para receber mais da vida divina.

Negar a si mesmo não é algo que se faz uma vez por todas. Repetidas vezes nossa vida da alma reaparece, porque ainda nos deixamos influenciar por ela. Desse modo, ainda precisamos tomar a cruz dia a dia para fazer morrer a velha natureza terrena (Lc 9:23; 2 Co 4:10; Cl 3:5). Se hoje nos preservamos, na vinda do Senhor não obteremos a salvação da alma (1 Pe 1:9). Mas, quando nos permitimos sofrer perda, na verdade estamos salvando nossa alma para o reino vindouro, conforme disse o Senhor: “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mt 16:25). Diante disso, vamos tomar a cruz no dia de hoje e permitir que a vida divina ocupe mais espaço em nós.

29 maio, 2012

Refletindo...


A Igreja em Éfeso

Apocalipse 2:1-7 


A Igreja em Éfeso é uma profecia a respeito da condição do primeiro estágio da Igreja depois da era apostólica, isto é depois de 96.DC. A era apostólica acabou, e muitas coisas erradas começaram a ser infiltrada. Uma vez que este é um livro de profecia, os nomes no livro são também proféticos. Éfeso significa “desejável”. A igreja que continuou após a igreja apostólica ainda era desejável.

O Senhor disse: “Conheço as tuas obras, assim o teu labor como a tua perseverança”. O pronome teu usado nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse está nos singular. Entre as sete igrejas, cinco foram censuradas, uma não recebeu nem censura nem louvor, e apenas uma foi louvada. Éfeso é uma das que foram censuradas. Mas aqui o Senhor primeiro fala ao mensageiro de Éfeso sobre a realidade espiritual. Alguns acham que o Senhor tenta dizer algo bom antes de censurar para que sendo censurada ela não se sinta tão mal, como se o Senhor fosse diplomata. Mas não é assim com o Senhor. Aqui, o Senhor expõe a realidade espiritual na igreja. Há algo chamado realidade espiritual que existe independente da condição exterior. Embora os israelitas fossem indignos a vista dos homens, contudo, por meio de Balaão, Deus disse que Ele não viu iniqüidade em Jacó (Nm.23:21). Não é que Deus não veja, pelo contrario, Ele vê, contudo, não enxerga nada errado. Não é que os olhos de Deus podem ver melhor que os nossos, mas que Deus vê a realidade espiritual.

Não nos é difícil ver que a condição da igreja hoje está desolada. Algumas vezes achamos que certos irmãos ou irmãs estão igualmente desolados. Mas, se os filhos de Deus são iluminados pelo Senhor, eles verão que suas muitas fraquezas e falhas são mentiras. Se a realidade espiritual é verdadeira, então tudo aquilo é mentira. Por exemplo, considere um garotinho que foge para a rua e volta coberto com lama. Embora ao entrar em casa ele esteja sujo, eu digo que ele é limpo e bonito. É verdade que seu corpo está coberto com sujeira, mas a sujeira não veio dele. Uma vez lavado, ele ficará limpo novamente. Cada filho de Deus deve ver que mesmo antes de ser lavado, ele é bom. A sujeira é uma mentira; a realidade dele é boa. Hoje a Igreja não parece tão gloriosa quanto Deus diz, mas hoje a igreja é gloriosa. Se você tem discernimento espiritual, embora a igreja não esteja lavada, você ainda consegue ver que ela é boa. Por essa razão, você também pode agradecer a Deus continuamente pela igreja. Hoje a igreja é gloriosa, sem macula, nem ruga, nem coisa alguma semelhante (Ef.5:25-27). Sem mácula significa sem pecado, e sem ruga significa não envelhecida, sempre conservando seu frescor diante do Senhor. Deus disse que a igreja de Éfeso é boa, sua realidade espiritual é que é boa.

“E que puseste a prova os que a si mesmo se declaram apóstolos e não são, e os achates mentirosos”. O Senhor disse algo sobre provar os apóstolos, o que prova que após a era apostólica ainda havia apóstolos na igreja. Se houvesse apenas doze apóstolos, então todos eles teriam de perguntar se o declarado apóstolo era João ou não. Se não fosse João, então ele não poderia ser um apóstolo, porque nesta época todos os outros onze apóstolos haviam morrido e restava apenas João. A necessidade de os apóstolos serem provados confirma que após os doze apóstolos houve ainda mais apóstolos.

Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. A palavra primeiro em grego é prôten. Isto se refere não apenas a primazia em tempo, mas também em natureza. Em Lucas capitulo 15, o pai deu a melhor veste para vestir o filho pródigo; a palavra melhor também é prôten.

E se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. As igrejas nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse, não são apenas as igrejas proféticas, mas também as igrejas que estavam realmente em sete localidades na Ásia. É extraordinário, porque a história diz-nos que por mais de mil anos, não tem havido igreja em Éfeso. O candeeiro foi removido; mesmo a sua aparência exterior foi removida. Hoje em dia há igrejas em Corinto, Roma e assim por diante, mas nenhuma em Éfeso. Porque não se arrependeu o candeeiro foi removido.

“Tens, contudo, a teu favor, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio”. Os nicolaítas não podem ser encontrados na historia da igreja. Uma vez que Apocalipse é um livro de profecia, ainda devemos atentar para o significado da palavra – nicolaítas – em grego é composta de duas palavras: nikao - significa conquistar ou sobre os outros.- Laos – significa povo comum ou povo secular ou laicado. Então, nicolaita significa conquistado o povo comum, subindo sobre o laicado. Nicolaítas, portanto, refere-se a um grupo de pessoas que se auto-avaliam muito acima dos crentes comuns. O Senhor está acima, os crentes comuns estão abaixo. Os nicolaítas estão abaixo do Senhor, contudo acima dos crentes comuns. O Senhor odeia o comportamento dos nicolaítas. A conduta de elevar-se sobre e acima dos crentes comuns como uma classe mediadora é o que o Senhor detesta, é algo para ser odiado. Mas naquela época havia somente o comportamento; este ainda não se havia tornado um ensinamento.

No Novo Testamento há um princípio fundamental: todos os filhos de Deus são os sacerdotes de Deus. Em Êxodo capitulo 19, Deus convocou o povo de Israel dizendo: Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos: porque toda a terra é minha, vos me sereis reino de sacerdotes e nação santa. Deus ordenou no principio, que toda a nação fosse sacerdotes, mas não muito depois ocorreu o incidente da adoração ao bezerro de ouro. Moises quebrou as tábuas da lei e disse: Quem estiver do lado de Deus mate seu irmão. Naquela ocasião os Levitas permaneceram ao lado do Senhor, e como resultado, naquele dia três mil israelitas foram mortos (Ex.32:25-29). Doravante, somente os levitas poderiam ser sacerdotes: o reino de sacerdotes tornou-se uma tribo de sacerdotes. O restante do povo de Israel não poderia ser sacerdote, e deveria depender dos levitas para que estes fossem os sacerdotes em seu favor. A classe sacerdotal no Velho Testamento era uma classe mediadora. Mas, no Novo Testamento, Pedro diz: Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus (I Pe.2:9). Nós, a igreja toda, somos sacerdotes; isto retorna a condição do inicio. (Ap.1:5-6 diz que todos quantos foram lavados no sangue são sacerdotes. Os sacerdotes estão encarregados dos negócios de Deus, cada crente está encarregado dos negócios de Deus. Não deve haver uma classe mediadora na igreja. A igreja tem apenas um sumo sacerdote, o Senhor Jesus).

Antes de haver mudança na igreja, todos os crentes cuidavam dos assuntos do Senhor. Mas, depois dos apóstolos, esta condição começou a mudar, os homens começaram a perder o interesse quanto à questão de servir ao Senhor. Quando a Igreja Católica Romana começou (na época de Pérgamo), havia poucos que eram salvos, mas muitos que eram batizados, portanto incrédulos encheram a igreja. Então, apareceram uns grupos de “cléricos”. Desde que havia membros que não eram espirituais, que deveriam eles fazer? Dizer-lhes para colocarem de lado o livro da contabilidade e pegar a Bíblia para pregar, não seria conveniente. Assim, um grupo de pessoas foi separado para ter cuidado especial pelos assuntos espirituais, enquanto o restante fazia o trabalho secular. Portanto, o clero foi produzido contrariamente ao desejo de Deus, pois Ele deseja que todos nós devamos fazer o trabalho secular e também tomar conta dos assuntos espirituais.

Na Igreja Católica Romana, distribuir o pão, impor as mãos, batizar, etc., e tudo realizado pelos padres católicos, mesmo casamentos e funerais devem ser dirigidos pelo clero. Nas Igrejas Protestantes há os pastores. Para doenças chame o médico, para assuntos legais chame o advogado, para assuntos espirituais chame o pastor. E quanto a mim? Eu posso dedicar-me ao trabalho secular sem distração. Por favor, lembre-se, no taoísmo há sacerdotes taoístas para cantar a liturgia para o povo, no judaísmo há sacerdotes para lidar com as coisas de Deus para os homens, mas na igreja, não deve haver qualquer classe mediadora, porque nós mesmos somos todos sacerdotes.

É por esta razão que nestes vinte anos temos gritado a respeito do “sacerdócio universal”. Abel pode oferecer sacrifícios, assim como Noé. No inicio todo o povo de Israel podia oferecer sacrifícios, mais tarde, por causa do incidente do bezerro de ouro, eles não mais podiam oferecer sacrifícios por si mesmos. Deus diz que cada crente pode vir diretamente a Deus. Mas, agora, há o pessoal mediador na igreja. Hoje há os nicolaítas na igreja, então, o cristianismo tornou-se judaísmo.

O Senhor fica satisfeito com os que rejeitam a classe mediadora. Se o sangue o lavou, você tem participação direta nos assuntos espirituais. A igreja pode ser fundamentada apenas sobre esta base, do contrário é Judaísmo. Portanto, aquilo pelo qual lutamos não é somente a questão de seitas, mas a questão do privilégio do sangue. Hoje há três categorias principais de igrejas no mundo: uma é a igreja do mundo, isto é, a Igreja Católica Romana, outra, são as igrejas estatais, tais como a Igreja Anglicana e a Igreja Luterana, e a outra, são as igrejas independentes, tais como a Igreja Wesleyana, a Igreja Presbiteriana, etc. A Igreja que Deus quer estabelecer é aquela na qual Ele coloca todo o evangelho sem a classe mediadora. Todo o que excede quanto o evangelho todo entra não pode ser a Igreja.

Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz as Igrejas. O Senhor fala da mesma maneira a todas as sete igrejas, mostrando que não somente a igreja em Éfeso necessita ouvir, mas todas as igrejas devem ouvir.

Ao vencedor dar-lhe-ei que se alimente da arvore da vida que se encontra no paraíso de Deus. A questão não é o que a arvore da vida é, mas se você está disposto a seguir a intenção inicial de Deus – comer o fruto da arvore da vida no jardim de Deus. Apenas os vencedores podem comer. 



Capitulo 2 do Livro A Ortodoxia da Igreja - W.Nee - Ed. Árvore da Vida

Aperfeiçoados para aperfeiçoar outros.


Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (2 Tm 2:15)

Rm 6:6; Ef 4:13

O objetivo do aperfeiçoamento, no tempo presente, é a edificação do Corpo de Cristo e, no futuro, é nos preparar para governar o mundo que há de vir. Essa é a finalidade da obra do ministério. Se temos a vida de Deus prevalecendo em nossa alma, preenchemos o primeiro requisito para reinar com o Senhor. Mas só seremos capacitados a exercer alguma função no reino se estamos sendo aperfeiçoados hoje para a obra do ministério.
Por exemplo, uma criança precisa crescer para se tornar um adulto, mas apenas o crescimento físico não é suficiente para alguém assumir responsabilidades. Uma criança somente se tornará um adulto responsável e capacitado a trabalhar se estiver recebendo educação, instrução e estudo durante o seu crescimento. Da mesma maneira, para reinarmos no futuro não basta obtermos o crescimento da vida divina; é fundamental recebermos o aperfeiçoamento para a obra do ministério (Ef 4:13). Graças ao Senhor, Ele mesmo concedeu para a igreja esses ministros que, por já terem sido aperfeiçoados, podem aperfeiçoar os santos para que estes executem a obra do ministério. Dessa maneira, todos estaremos preparados para exercer as funções que nos serão entregues no reino dos céus.
O aspecto mais importante na obra do ministério é o ministério da Palavra. O ministro da Palavra se encarrega do profetizar, isto é, falar por Deus. Há muitos cristãos que foram salvos há anos, mas ainda não aprenderam a falar pelo Senhor, ou seja, não receberam o devido aperfeiçoamento. Se alguém já possui o ministério da palavra, precisa ajudar outros a desempenharem essa função. O profeta deve ensinar os outros a ser profetas, a receber a revelação de Deus no espírito e a ministrar a Palavra de Deus com encargo, suprindo a vida divina aos irmãos na igreja. Do mesmo modo, um evangelista também precisa falar por Deus. Ele deve auxiliar os irmãos a pregar o evangelho, levando a fé às pessoas. Pregar o evangelho não é somente ensinar o caminho para o perdão dos pecados, mas levar outros filhos de Deus a desempenhar a função de evangelistas. O mestre, por sua vez, ensina as verdades bíblicas aos irmãos, ajudando-os a receber luz e revelação na Palavra de Deus.
Também devemos exercer nossa função no segundo aspecto do ministério, que são os serviços na igreja. Além disso, é muito importante desempenharmos o terceiro aspecto do ministério, que trata das ofertas de riquezas materiais. Quando ofertamos nosso dinheiro ao Senhor, essa oferta serve de suporte aos demais ministérios, cooperando com os serviços e com a propagação do evangelho em vários lugares.

28 maio, 2012

Refletindo...

A Palavra de Deus


“Hoje temos de estar esclarecidos diante do Senhor. Não podemos estar sob nenhuma outra autoridade que não seja a Palavra de Deus. Não conheço nenhuma outra autoridade. Não sei o que é teologia; não sei o que é a palavra do homem; não sei o que é a tradição da igreja. Eu sei apenas o que a Bíblia diz, e somente o que ela diz é que interessa. Devemos sujeitar-nos somente a ela. Não podemos mudar a Palavra de Deus. A Palavra de Deus relata-nos o destino de Seus filhos. Ela nos conta o que experimentaremos no reino. Devemos prestar atenção a estas questões, pois cedo ou tarde nos depararemos com elas novamente. Se dermos atenção a elas, seremos cuidadosos na maneira de viver na terra hoje.”
Fonte: O evangelho de Deus - Watchman Nee

Aperfeiçoados para reinar.

Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar (1 Pe 5:10)

1 Co 14:5; Ef 4:11-12


A vida da igreja não é somente realizar atividades. Mesmo que nos envolvamos com muitas atividades, devemos perceber que isso é para que aprendamos o mais importante: negar a nós mesmos. Quando realizamos a obra que o Senhor nos entrega, é que nos deparamos com a manifestação de nossa vida da alma. Nesse momento, surge a oportunidade de tomarmos a cruz para fazer morrer a nossa velha natureza. Louvamos ao Senhor, pois Ele nos revelou que isso é o item mais importante na vida da igreja.

Quanto mais negamos a nós mesmos, tomando a cruz, mais da vida de Deus nos é acrescentada. De certa forma, isso nos torna aptos a reinar com Cristo no mundo que há de vir, mas ainda não é tudo. Além disso, ainda precisamos ser aperfeiçoados na obra do ministério, pois aqueles que reinarão receberão responsabilidades. Portanto, por um lado, pagamos o preço de negar a vida da alma; por outro, somos aperfeiçoados servindo a Deus na igreja.

Quem nos aperfeiçoa? Conforme Efésios 4:11-12, Deus concedeu à igreja determinadas pessoas para o aperfeiçoamento dos santos. Primeiro são mencionados os apóstolos, irmãos que já passaram por certo aperfeiçoamento e auxiliam outros a negar a si mesmos. Há também os profetas, que foram aperfeiçoados para falar por Deus e podem auxiliar os demais irmãos nesse ministério; em seguida, temos os evangelistas, que os ajudam a pregar o evangelho. Além desses, temos os pastores, que apascentam os irmãos; e os mestres, que lhes ensinam a Palavra. Cada uma dessas funções foi concedida por Deus para o nosso aperfeiçoamento, com o objetivo de nos preparar para reinar no mundo vindouro.

Se alguém tem a função de apóstolo, evangelista, pastor ou mestre, deve se lembrar de que isso foi concedido por Deus para o aperfeiçoamento dos irmãos e a edificação da igreja. Quem recebeu alguma dessas funções não deve se portar como se fizesse uma obra própria, nem deve tomar para si as funções dos outros membros do Corpo de Cristo.

O objetivo de Deus não é ter poucos apóstolos monopolizando a obra na igreja, mas multiplicar essas funções para muitos outros irmãos. Quanto aos profetas, eles não falam por Deus com exclusividade. A principal função de um profeta como ministro da Palavra, além de ministrar o falar de Deus hoje, o Seu encargo, é levar outros a também falar por Deus. Ele deve desejar que haja muitos participando do ministério da Palavra (1 Co 14:5). De igual modo, os evangelistas não são os únicos a pregar o evangelho. Quando participamos da propagação do evangelho, não fazemos esse serviço sozinhos, porque podemos contar com os evangelistas para nos aperfeiçoar. O desejo de Deus é que muitos filhos Seus sejam ministros do evangelho. O mesmo pode ser dito com relação às funções de pastor e mestre que cuidam do rebanho de Deus e o ensinam a praticar a Palavra. Isso significa que cada um de nós deve ser ativo na edificação do Corpo de Cristo.

Quanto mais somos aperfeiçoados, maior será nossa função na era vindoura, onde seremos úteis para cooperar com o Senhor Jesus em Seu reino.

27 maio, 2012

Refletindo...

Chamado do Alto
Se Deus tem chamado você para que seja verdadeiramente com Jesus com todas as forças de seu espírito, Ele estimulará você para que leve uma vida de crucificação e de humildade e exigirá tal obediência que você não poderá imitar os demais cristãos, pois Ele não permitirá que você faça o mesmo que fazem os outros, em muitos aspectos.

Outros, que aparentemente são muito religiosos e fervorosos, podem ter a si mesmos em alta estima, podem buscar influência e ressaltar a realização de seus planos; você, porém não deve fazer nada disso, pois, se tentar fazê-lo, fracassará de tal modo e merecerá tal reprovação por parte do Senhor, que você se converterá em um penitente lastimável.

Outros poderão fazer alarde de seu trabalho, de seus êxitos, de seus escritos, mas o Espírito Santo não permitirá a você nenhuma dessas coisas. Se você começar a proceder dessa forma, Ele consumirá em uma mortificação tão profunda que você depreciará a si mesmo tanto quanto a todas as suas boas obras.

A outros será permitido conseguir grandes somas de dinheiros e dar-se a luxos supérfluos, porém Deus só proporcionará a você o sustento diário, porque quer que você tenha algo que é muito mais valioso que o ouro: uma absoluta dependência Dele e de Seu invisível tesouro.

O Senhor permitirá que os demais recebam honras e se destaquem, enquanto mantém você oculto na sombra, porque Ele quer produzir um fruto seleto e fragrante para Sua glória vindoura, e isso só pode ser produzido na sombra.

Deus pode permitir que os demais sejam grandes, mas você deve continuar sendo pequeno; Deus permitirá que outros trabalhem para Ele e ganhem fama, porém fará com que você trabalhe e se desgaste sem que saiba ao menos quanto está fazendo. Depois, para que seu trabalho seja ainda mais valioso, permitirá que outros recebam o crédito pelo que você faz, com o fim de lhe ensinar a mensagem da cruz: a humildade e algo do que significa participar de Sua natureza. O Espírito Santo manterá sobre você uma estrita vigilância e, com zeloso amor, lhe reprovará por suas palavras, ou por seus sentimentos indiferentes, ou por malgastar seu tempo, coisas essas que parecem não preocupar aos demais cristãos.

Por isso, habitue-se à idéia de que Deus é um soberano absoluto que tem o direito de fazer o que Lhe apraz com os que Lhe pertencem e que não pode explicar-lhe a infinidade de coisas que poderiam confundir sua mente pelo modo como Ele procede com você. Deus lhe tomará a palavra; e se você se vende para ser Seu escravo sem reservas, Ele o envolverá em um amor zeloso que permitirá que outros façam muitas coisas que a você não são permitidas. Saiba-o de uma vez por todas: você tem de se entender diretamente com o Espírito Santo acerca dessas coisas, e Ele terá o privilégio de atar sua língua, ou de colocar algemas em suas mãos ou de fechar seus olhos para aquilo que é permitido aos demais. Entretanto, você conhecerá o segredo do reino. Quando estiver possuído pelo Deus vivo de tal maneira que se sinta feliz e contente no íntimo de seu coração com essa peculiar, pessoal, privada e zelosa tutoria e com esse governo do Espírito Santo sobre sua vida, então haverá encontrado a entrada dos céus, o chamado do alto, de Deus.


Autor desconhecido.

Viver o evangelho do reino.

Por dois anos, permaneceu Paulo na sua própria casa, que alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo
(At 28:30-31)
Mt 3:17; 4:17, 23; 6:9-10, 33; 7:21; 9:35; 11:12; 13:11; 21:43; 25:1

O primeiro livro do Novo Testamento, embora apresente a revelação da igreja, mostra que o foco de Deus é o Seu reino (Mt 3:17; 4:17, 23; 6:9-10, 33; 7:21; 9:35; 11:12; 13:11; 21:43; 25:1). O Senhor deseja voltar e estabelecer Seu reino na terra. Por isso Ele deu à igreja as chaves do reino e nos incumbiu de pregar o evangelho do reino em todo lugar (Mt 16:19; 24:14). Mas para isso é preciso ir até onde as pessoas estão.

Aleluia! Isso é que temos praticado. O viver da igreja não pode se restringir a um salão de reuniões nas cidades, a um lugar fixo para a concentração de pessoas. Para vencer essa limitação e levar vida para o maior número de pessoas em nossa cidade, o Senhor nos deu duas ferramentas: o bookafé e a colportagem.

O bookafé é um espaço, um ambiente informal, preparado para receber as pessoas. Ali qualquer pessoa pode entrar, tomar um café e, ao mesmo tempo, ser conduzido à Fé por meio dos livros espirituais expostos e disponíveis para leitura ou aquisição. No bookafé também há um lugar de oração para conversarmos com as pessoas, apresentar seus
pedidos a Deus, ajudá-las a invocar o nome do Senhor e ganhar a salvação. Nossa meta é que haja pelo menos um bookafé em cada bairro. Se em cada bairro houver um bookafé, com colportores dando apoio, muitas casas serão abertas e muitos filhos de Deus serão despertados a crescer na vida divina para reinar com o Senhor.

No livro de Atos vemos que muitas igrejas começaram sem haver sequer um local de reuniões, ou templo. Na igreja em Filipos, por exemplo, o que vemos é um lugar de oração junto ao rio, a partir do qual a casa de Lídia foi aberta para os irmãos. Depois o carcereiro se converteu e abriu sua casa para reuniões (cf. At 16:13, 15, 32-33, 40). Provavelmente até mesmo os prisioneiros que ouviram Paulo e Silas cantar e dar louvores a Deus, e que viram o terremoto e as cadeias se romperem, mas que não saíram dali, devem ter se convertido e, depois de serem libertos, abriram suas casas. Essa era a igreja em Filipos.

Além do bookafé, temos os colportores, que são aperfeiçoados nos CEAPEs (Centro de Aperfeiçoamento para Propagação do Evangelho). Colportor não é aquele que vende os livros para sustentar-se. Podemos dizer que quem pensa assim tem um pensamento caído, degradado. Aos olhos de Deus, o colportor é um sumo sacerdote, que deve suprir Urim e Tumim, isto é, a Palavra revelada, às pessoas.

Um colportor supre a Palavra revelada de Deus às pessoas, por meio dos livros, e dessa maneira as ajuda a conhecer a vontade do Senhor. O trabalho deles é o trabalho de um sumo sacerdote. Além disso, seu objetivo não é apenas passar o livro para elas, mas ajudálas a compreender o que estão lendo, visitando-as e até mesmo lendo os livros com elas. Em seguida, visitará seus vizinhos, ou seus amigos, e logo haverá ali, naquele bairro, um grupo de pessoas se reunindo. Nesse momento, portanto, o colportor atuou como um apóstolo.

Também temos visto que é necessário pregar o evangelho do reino em outros continentes para apressar a volta do Senhor. Graças ao Senhor já entramos na Europa. Também o Senhor já abriu a obra na África. No México, assim como em outros lugares, a obra está se expandindo. Para a obra na Europa, por exemplo, pelo fato de se falarem outras línguas além do português e do espanhol, surgiu a necessidade de termos o Projeto Línguas e Nações, em Goiânia, que é um CEAPE com ênfase no ensino de línguas, principalmente o inglês e o francês, com vistas a equipar os irmãos que têm encargo de servir em outros países e habilitá-los a comunicar-se bem nesses lugares.

Mas ainda faltava, entre os países que têm aceitação ao evangelho, a América do Norte. Então, este ano o presidente norte-americano facilitou a concessão de vistos para cidadãos do Brasil e da China e deu-lhes as boas-vindas para quem quiser entrar nos Estados Unidos. Isso foi um sinal para nós de que o Senhor está nos dando a oportunidade de ter um novo início naquele continente. O Senhor tem pressa de voltar e estabelecer Seu reino na terra e por isso tem aberto diversas portas para isto.

“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24:14). Vemos que nossa incumbência é pregar o evangelho do reino por toda a terra habitada. É esse viver da igreja que o Senhor quer que vivamos!

26 maio, 2012

Refletindo...

A vida que vence

“Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.”Cl 3:3

A vida que Deus determinou para os cristãos é aquela vida que está oculta com Cristo em Deus. Nada pode tocar, afetar ou abalar essa vida. Assim como Cristo é inabalável, também o somos. Assim como Cristo transcende todas as coisas, também nós. Assim como Cristo está perante Deus, também nós estamos perante Ele. Jamais devemos nutrir o pensamento de que somos fracos e derrotados. Para o cristão, não existe fraqueza e derrota; pois "Cristo é a nossa vida" (Cl 3:4). Nada pode tocar nosso Senhor. Essa é a vida de Cristo!
Livro: A Vida que Vence.

Pregar o evangelho do reino por toda a terra.

E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor (Mt 9:35-36)
Mt 14:16; 24:14; Mc 1:32-39; 16:15-16


Junto com algumas famílias provenientes da Ásia começamos a nos reunir na cidade de São Paulo e, por não conhecer a língua portuguesa, pregávamos o evangelho somente aos chineses. Assim a igreja em São Paulo foi crescendo em número, porém sem nenhum brasileiro se reunindo conosco.

Durante quinze anos no Brasil, embora estivesse envolvido com vários negócios em São Paulo, o Senhor me levou a visitar algumas cidades nos finais de semana para cuidar de irmãos que estavam dispersos em outros estados.

Então, em 1975, a obra do Senhor entre nós teve um novo começo forte entre os de língua portuguesa. A um grupo de jovens cristãos em Ribeirão Preto, de tendência “hippie”, foram apresentados livros de Watchman Nee que falavam da unidade da igreja, e, interessados em praticar o que estavam vendo nesses livros, finalmente nos encontraram em São Paulo e nos convidaram para visitá-los.

Tomei o encargo de ir até eles e já no primeiro contato ajudei-os a invocar o nome do Senhor. Foi uma reação tremenda, pois, naquela reunião, aqueles jovens começaram a invocar o Senhor de tal maneira que não queriam parar mais de fazê-lo. Todos ficaram cheios do Espírito, e muita alegria e gozo transbordaram dali. Muitos desses jovens entraram em diferentes universidades de outras cidades. Aonde iam, pregavam o evangelho e ensinavam as pessoas a invocar o nome do Senhor. Foi um verdadeiro marco. Essa é a razão de ter dito antes que a obra do Senhor no Brasil começou com o invocar o nome do Senhor.

Desde então, vários irmãos, em várias cidades do Brasil e América do Sul começaram a invocar o nome do Senhor e se reunir como igreja em sua cidade. Hoje, essa prática tem sido levada também ao continente europeu, africano, centro e norte-americano. Graças ao Senhor!

Vale ressaltar que durante esses anos a revelação da Palavra de Deus não cessou em nosso meio. A cada semestre, junto com a Palavra ministrada, ganhamos uma orientação prática. No início, por causa da orientação que recebíamos dos irmãos que estavam a nossa frente na obra do Senhor, dávamos muita ênfase ao nosso desfrute nas reuniões da igreja. Por causa disso, concentrávamos nossas atividades no local de reuniões das igrejas: mensagens, serviços, pregação do evangelho da graça, e nossa expectativa era que as pessoas viessem reunir conosco. Sem querer dávamos a impressão de sermos fechados para a comunhão com outros cristãos. O Senhor, porém, teve misericórdia de nós e nos mostrou que precisávamos nos arrepender. Foi com esse sentimento que surgiu o Jornal Árvore da Vida em 1989.

Com o passar dos anos o Senhor nos mostrou algo mais: que o viver da igreja não pode ser apenas para nós. A vida que está em nós deve ser suprida a outras pessoas. Diante disso começamos a ver melhor a vontade do Senhor e Seu encargo pelas pessoas. Ele nos abriu os olhos para ver os “campos prontos” e as “multidões famintas e exaustas” e, movidos com a mesma compaixão que houve no Senhor (Mt 9:35-38; 14:16; Mc 1:32-39; 16:15-16), despertou em nós o encargo de alimentar nossos conservos com aquilo que estávamos recebendo da Palavra de Deus (Mt 24:14). Vida para todos!

Infelizmente muitos cristãos estacionaram em sua busca espiritual e estão contentes com as bênçãos que receberam. É nossa responsabilidade, portanto, levar a palavra que supre vida aos filhos de Deus. Precisamos ajudá-los a invocar o nome do Senhor e serem despertados para o crescimento espiritual a fim de fazer a vontade do Senhor, pois o reino
dos céus está próximo.

24 maio, 2012

Minha experiência de salvação e vinda para o Brasil.

O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação (At 17:24-26)
Rm 8:28

Louvado seja o Senhor, um dia o evangelho também chegou até mim. Eu era um empresário bem sucedido na ilha de Taiwan, mas, mesmo tendo empresas, comércios e indústrias, ainda me sentia vazio e sem saber aonde ir.

Eu não conhecia a igreja, mas conhecia um homem chamado Cha, que era um cristão que sempre visitava meus pais para falar-lhes o evangelho. Todos os domingos, não importasse o tempo ou as dificuldades, ele vinha à nossa casa. Enquanto meus pais liam a Bíblia com ele, eu, por outro lado, passava a tarde jogando, mas o irmão Cha nunca me recriminou por isso.

Até que um dia estava caminhando na cidade de Taipei, e entrei no templo da igreja onde o senhor Cha se congregava. Todos estavam ajoelhados no chão, recebendo um pedaço do pão, e, embora não soubesse que aquilo se tratava da ceia do Senhor, eu também comi do pão e tomei do cálice ali. O Senhor Jesus já estava começando a trabalhar em meu interior, mas eu não sabia.

Naquela época, pouco a pouco as igrejas que buscavam a unidade se levantaram em Taiwan, e eu comecei a me congregar em um dos lugares de reunião da igreja em Taipei. Quem estava na liderança da igreja era o irmão Witness Lee, que fora cooperador de W. Nee na China.

No final dos anos 50, o irmão Lee nos encorajou a migrar para levarmos esse evangelho da unidade da igreja a outros continentes. Em obediência a esse chamamento, decidi vir para o Brasil. Aqui já havia famílias chinesas de Hong Kong, Filipinas e Malásia se reunindo como igreja em São Paulo. Um desses irmãos era o irmão Samuel Ma, que se mudara de Hong Kong para o Brasil com sua família alguns anos antes e me encorajou a não vir sozinho, mas com toda minha família. Ele nos escreveu uma carta convite, e nós viemos.

O navio para o Brasil, porém, saía uma vez por mês de Hong Kong. Fomos para lá e esperamos o dia do embarque, hospedados no local de reuniões da igreja em Hong Kong. Havia ali duas irmãs inglesas, que eram cooperadoras do irmão Watchman Nee. Elas nos orientaram a adotar nomes ocidentais para mim e familiares. Deram-me o nome de João, embora nunca tenha usado esse nome. Assim, eu, minha esposa, mais cinco filhos viajamos quarenta e oito dias de Hong Kong até Santos. Graças ao Senhor, tudo estava debaixo de Seu arranjo soberano (At 17:24-26; Rm 8:28).

A revelação da unidade da igreja.

Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos (Ef 4:4-6)
1 Co 12:12-13; Ap 1:11; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 7, 14


Watchman Nee foi salvo bem jovem e em seu coração ardia o desejo que seus colegas de escola fossem salvos. Ele não tinha um método específico para pregar o evangelho, mas orava por todos eles e os convidava para juntos lerem a Bíblia. Então, pouco a pouco, o número de pessoas que liam a Bíblia com ele passou a aumentar. Como resultado, pelo seu testemunho, numa turma de cerca de cem pessoas, apenas dois ou três não se haviam convertido.

As reuniões eram feitas no jardim do colégio, o que atraiu a atenção dos missionários estrangeiros, que lhes sugeriram transferir as reuniões do colégio para onde eles faziam as suas. Contudo esses missionários pertenciam a grupos diferentes; uns eram metodistas, outros luteranos, outras batistas e outros ainda pentecostais. Dessa forma, o grupo dos irmãos que se reuniam com W. Nee no colégio se dividiu entre os vários grupos missionários existentes, e, por fim, a doce comunhão entre eles acabou.

Watchman Nee pensou: “Por que isso está acontecendo? Nós fomos salvos, fomos batizados no Espírito para dentro de um só Corpo (1 Co 12:13). Agora, as pessoas que eu trouxe para o Senhor se dividiram, o amor que nós pregávamos por meio da Palavra não se vê mais e os irmãos se tratam como inimigos”.

Foi quando ele começou a perceber a importância do trabalho da unidade (Ef 4:4-6) e viu que na Bíblia não há denominações, mas somente há a igreja em cada cidade, como a igreja que estava em Corinto (1 Co 1:2), a igreja em Éfeso, a igreja em Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia (Ap 1:11; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 7, 14), todas cidades da Ásia.

Portanto ele começou a pregar isso, esperando que as pessoas deixassem de defender as bandeiras doutrinárias, que os dividiam, e juntas buscassem o Senhor, mas a resposta não foi grande na época.

Graças ao Senhor, esses ensinamentos saudáveis sobre a unidade entre os filhos de Deus chegaram até nós, e hoje podemos desfrutar da realidade da vida da igreja, vivendo em unidade e amor uns com os outros, não enfatizando doutrinas ou ensinamentos que nos dividem, mas a fé comum que nos une (Tt 1:4)!

23 maio, 2012

Refletindo...


Ficar Firme

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, Para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo. Ef. 6:11

A expressão "ficar firme" significa, neste contexto, "defender seu território". Não é, na linguagem moderna, uma ordem para marchar, para invadir um território estrangeiro com o objetivo de ocupá-lo e conquistá-lo. Deus não nos disse para fazê-lo. "Ficar firme" implica que o território disputado pelo o inimigo é, de fato, de Deus e, consequentemente, nosso. Foi o Senhor Jesus quem tomou a ofensiva contra o reino de Satanás para conquistar, pela morte e ressurreição, uma poderosa vitória.

Hoje, lutamos apenas para manter e consolidar a vitória que Ele já conquistou.
Talvez esta seja a razão por que a armadura descrita aqui é extremamente defensiva. O território é Dele. Não lutamos para conquistar um lugar nele. Precisamos apenas defendê-lo de todos os inimigos. 


(Livro: Uma Mesa no Deserto) 

A experiência de conversão na família de Watchman Nee.


Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus (Mt 5:16)

At 2:38-40

Damos graças ao Senhor por termos recebido muitas verdades com respeito à unidade da igreja e a base para se praticar essa unidade por meio do irmão Watchman Nee. De sua história também podemos aprender algumas lições.
Cerca de duzentos anos atrás, iniciou-se a entrada do cristianismo na China, por parte de missionários enviados da Europa e da América do Norte. Naquela época, praticamente todo o país estava debaixo do ensinamento de Confúcio. Embora o confucionismo em si não seja uma religião, mas uma filosofia, todo o povo chinês estava debaixo dessa influência filosófica. A religião predominante entre os chineses era o budismo.
Os missionários cristãos enviados para a China certamente tinham um forte desejo de apresentar Jesus para o povo chinês. Muitos deles, porém, acabaram não pregando somente a pessoa de Jesus, mas o ideal de sua missão, de modo que se espalharam no meio do povo chinês muitos e muitos ensinamentos cristãos diferentes. Também aconteceu que muitos chineses se agregaram às missões estrangeiras para obter delas algum benefício financeiro.
O pai do irmão Watchman Nee era rico, e sua mãe fazia parte de um grupo cristão, mas não havia tido ainda uma experiência genuína de conversão ao Senhor Jesus. Nas horas ociosas, sua família tinha por hábito jogar em casa majon, um jogo disputado entre quatro pessoas numa mesa, no qual se ganhava ou se perdia dinheiro. Usavam como desculpa que jogavam para fazer amigos, mas ignoravam que jogar para ganhar dinheiro dos outros era cobiçar o que era do outro.
Visto que seu pai era próspero e sua mãe fazia parte de um grupo cristão, o irmão W. Nee viu várias vezes em sua casa missionários e pastores estrangeiros, que os visitavam com o intuito de arrecadar alguma oferta para a missão. Às vezes o pastor chegava durante o jogo, entrava em sua casa e, de maneira muito humilde, sentava-se ao lado da mesa para acompanhar o jogo. Quando a mãe do irmão Nee ganhava dinheiro na mesa, entregava ao pastor como oferta para a igreja. Vendo a maneira como sua mãe se comportava, W. Nee se tornou bastante avesso ao cristianismo.
Um dia, porém, sua mãe mudou. Ocorreu que um belo e precioso vaso foi encontrado quebrado na casa dela, e, ao encontrá-lo, W. Nee foi culpado e severamente repreendido por sua mãe. Embora tentasse explicar que não fora ele, de nada adiantou, por isso ele se ofendeu e, abatido pela atitude injusta da mãe, tornou-se ainda mais avesso ao cristianismo. Entretanto, após alguns dias, sua mãe voltou do culto e, ao encontrá-lo, ela se aproximou e lhe pediu perdão por tê-lo culpado e repreendido severamente. Surpreso, o jovem W. Nee quis saber o que teria causado tamanha mudança nela.
Ele então descobriu que uma missionária havia pregado o evangelho puro para sua mãe, ela se convertera e, como resultado, pediu-lhe perdão. A pregadora chinesa era Dora Yu, enviada por uma missão coreana, e o evangelho que ela pregava era verdadeiramente o evangelho de perdão de pecados (At 2:38-40). Por isso a mãe de Watchman Nee, numa atitude rara na China, foi constrangida a pedir-lhe perdão.
Graças ao Senhor, o evangelho chegou até a família do irmão Nee, de modo que também ele se converteu e, posteriormente, foi muito usado por Deus para apresentar as verdades que o Senhor lhe revelou. Jesus é o Senhor!