22 junho, 2012

Refletindo...

Separação


Quero, agora, convidá-lo a prestar atenção às palavras que Jesus dirigiu aos judeus, em João 8.23:
"Vós sois de baixo, Eu sou de cima; vós sois deste mundo, Eu não sou deste mundo".
Prestemos especial atenção ao uso, aqui, das palavras "de" e "deste". A palavra grega que aparece em cada caso é ek, que significa "fora de" e implica origem. Ek tou kosmos é a expressão usada em "deste mundo", expressando a idéia de origem. Portanto, o significado todo da passagem é:

"Vosso lugar de origem é de baixo; Meu lugar de origem é de cima; vosso lugar de origem é este mundo, Meu lugar de origem não é este mundo".

Assim, a questão não é se você é uma boa ou má pessoa, mas: Qual é seu lugar de origem. Não temos de perguntar: "Isso é certo?" ou: "Isso é errado?", mas: "De onde isso vem?". Sua origem é que determina tudo. "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito" (3.6).

Então, quando Jesus se volta para Seus discípulos pode dizer, usando a mesma preposição grega:

"Se vós fôsseis do mundo (ek tou kosmos), o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia." (15.19).

Aqui temos a mesma expressão "não sois do mundo", mas, em adição, temos outra e com mais forte expressão: "Eu vos escolhi do mundo". Nesta última instância, há uma dupla ênfase. Antes, há um ek, "fora de", mas há, em adição, o verbo "escolher", eklego, que traz em si mesmo outro ek. Assim, Jesus está dizendo que Seus discípulos foram "escolhidos fora para fora do mundo".

Há um duplo ek na vida de todo cristão. Para fora daquela vasta organização chamada kosmos, para fora de toda a grande massa de indivíduos que lhe pertencem e que nela estão envolvidos, para fora, limpos de tudo isso, Deus nos chama.

Daí vem o título Igreja, ekklesia, "os chamados para fora" de Deus. Do meio do grande kosmos, Deus chama um aqui e outro ali, e a todos quantos chama, Ele os chama para fora. Não há algo como um chamamento de Deus que não seja um chamamento "para fora" do mundo. A Igreja é ekklesia. No propósito divino não há klesia sem o ek.

Se você foi chamado, então, foi chamado para fora. Se Deus o chamou, Ele o fez para que você viva, em espírito, fora do sistema mundano. Originariamente, estávamos naquele sistema satânico, sem chance de escapar; mas fomos chamados, e tal chamamento trouxe-nos para fora.

É verdade que tal declaração é uma negativa, mas também há um lado positivo para nossa constituição, pois, como povo de Deus, temos dois títulos, cada um com um significado de acordo com a forma como enxergamos a nós mesmos. Se olharmos para nossa história passada, somos ekklesia, a Igreja; mas se olharmos para nossa vida presente em Deus, somos o Corpo de Cristo, a expressão na terra Daquele que está no céu.

Do ponto de vista da escolha de Deus, estamos "fora" do mundo, mas, do ponto de vista de nossa nova vida, não somos mais do mundo, mas de cima. Por um lado, somos o povo escolhido, chamados e libertados do sistema do mundo. Por outro, somos o povo regenerado, sem qualquer relação com aquele sistema, pois, pelo Espírito, somos nascidos de cima. Por isso, João vê a cidade santa "que de Deus descia do céu" (Ap 21.10). Como povo de Deus, o céu não é apenas nosso destino, mas nossa origem. [O autor detalha esse assunto no livro What Shall This Man Do? (sem título em português), a ser lançado por esta editora - Nota dos Editores.]

É extraordinário o fato de que em você e em mim haja um elemento que é essencialmente de outro mundo. De fato é de outro mundo, pois, não importa o quanto este mundo satânico possa evoluir, jamais conseguirá ser igual àquele.

A vida que recebemos como dom de Deus veio do céu e jamais esteve neste mundo. Não tem nenhuma similaridade com o mundo, mas está em perfeita similaridade com o céu; e, por mais que estejamos diariamente neste mundo, ela jamais nos permitirá estabelecer-nos ou sentir-nos em casa aqui.

Consideremos, por um momento, este dom divino, a vida de Cristo habitando no coração do homem regenerado. O apóstolo Paulo tem algo de grande importância para dizer sobre isso. Em uma passagem esclarecedora, em 1 Coríntios, ele faz uma dupla e formidável declaração: a) que o próprio Deus nos colocou em Cristo, e b) que Cristo "para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1.30).

Temos, aqui, exemplos de toda uma série de necessidades humanas cuja satisfação Deus encontrou em Seu Filho. Nós mostramos em outra ocasião2 que Deus não nos distribui essas qualidades de justiça, santificação aos poucos, para "serem usadas conforme a necessidade". O que Ele faz é nos dar Cristo como a resposta inclusiva a todas as nossas necessidades. Ele faz Seu Filho ser minha justiça e minha santificação, e tudo o mais de que preciso, na base de ter Ele me colocado no Cristo crucificado e ressurrecto.

Agora, quero chamar sua atenção à última palavra, "redenção", pois esta tem muita relação com o mundo. Os israelitas, você deve lembrar-se, foram "redimidos" para fora do Egito, que, àquela época, era todo o mundo que conheciam, e é para nós uma figura deste mundo sob o domínio de Satanás. "Eu sou Jeová", disse Deus a Israel, "e vos hei de remir com braço estendido" (Êx 6.6 - TB). Então Deus trouxe o povo para fora, estabelecendo uma barreira de julgamento entre este e o exército de Faraó que o perseguia e, assim, Moisés poderia cantar sobre Israel como "este povo que redimiste" (15.13 - BJ).

À luz disto, tomemos agora a dupla declaração de Paulo. Se (a) Deus nos colocou em Cristo, então, uma vez que Cristo está totalmente fora do mundo, nós também estamos totalmente fora do mundo. Cristo é nossa esfera agora e, estando Nele, estamos, por definição, fora daquela outra esfera. O Pai "nos resgatou do poder das trevas e nos trasladou para o reino do Seu Filho muito amado, no Qual temos a nossa redenção" (Cl 1.13, 14 - TB). Esta transferência foi o assunto de nossos dois últimos capítulos.

Além disso, também (b) Cristo "para nós foi feito (...) redenção". Se assim está escrito, é porque para isso Ele nos foi dado, o que significa que dentro de nós Deus colocou o próprio Cristo como uma barreira para resistir ao mundo. Tenho conhecido muitos jovens cristãos tentando resistir ao mundo, tentando de uma maneira ou de outra viver uma vida não-mundana. Eles descobriram que isso é muito difícil e, quanto mais se esforçam, mais seu esforço é, sem dúvida, totalmente desnecessário. Por Sua própria "natureza de ser outro" essencial, Cristo é nossa barreira contra o mundo, e de nada mais necessitamos. Temos de fazer tanto pela nossa redenção quanto Israel fez pela sua: simplesmente o povo confiou no braço redentor que Deus estendeu em seu favor. E Cristo foi feito redenção para nós. Em meu coração há uma barreira levantada entre mim e o mundo, a barreira de outro tipo de vida, a saber, a do meu próprio Senhor, e Deus a levantou ali. E por causa de Cristo, o mundo não pode tocar-me.

Que devo, então, fazer para tentar resistir ou escapar do sistema de coisas? Se olhar para dentro de mim mesmo, tentando encontrar algo com que possa enfrentar e vencer o mundo, no mesmo momento encontrarei tudo em mim clamando por aquele mundo e, quanto mais lutar para afastar-me dele, simplesmente me tornarei mais e mais envolvido. Mas, que venha o dia em que eu reconheça que, dentro de mim, Cristo é minha redenção e que Nele estou totalmente "fora". Aquele dia verá o fim da luta. Simplesmente dir-Lhe-ei que não posso fazer nada a respeito desta história de "mundo", mas ser-Lhe-ei grato com todo o meu coração porque Ele é meu Redentor.

Correndo o risco de ser monótono, deixe-me dizer novamente: o caráter do mundo é moralmente diferente da vida infundida pelo Espírito que recebemos de Deus. Fundamentalmente, por termos essa nova vida, que é uma dádiva de Deus, é que o mundo nos odeia, pois não há nada em comum entre eles. Essa diferença radical deixa-nos, de fato, sem nenhuma possibilidade de fazer com que o mundo nos ame. "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia" (Jo 15.19).

O mundo aprecia quando encontra em nós honestidade e decência naturalmente humanas e está pronto para dar-nos o devido respeito e depositar em nós sua confiança. Mas, tão logo encontre em nós o que não é de nós mesmos, ou seja, a natureza divina da qual fomos feitos participantes, sua hostilidade é despertada. Mostre ao mundo os frutos do Cristianismo, e este irá aplaudi-lo; mostre-lhe o Cristianismo, e lhe fará forte e vigorosa oposição.

Por mais que o mundo evolua, como há de acontecer, jamais conseguirá gerar um cristão. Ele pode imitar a honestidade cristã, a cortesia cristã, a caridade cristã, sim, mas jamais poderá gerar um único cristão. A chamada civilização cristã conquistou o reconhecimento e o respeito do mundo. Isso o mundo pode tolerar; pode, até, assimilar e utilizar-se disso. Mas a vida cristã - a vida de Cristo no cristão - isso ele odeia e, onde quer que a encontre, seguramente lhe fará oposição até a morte.

A civilização cristã é o resultado de uma tentativa de reconciliar o mundo e Cristo. No Antigo Testamento, vemos uma figura disso, representada por Moabe e Amom, fruto indireto do envolvimento e compromisso de Ló com Sodoma (Gn 19.37, 38); e nem Moabe nem Amom provaram ser menos hostis a Israel do que foram as nações pagãs.

A civilização cristã prova que pode misturar-se com o mundo e até pode tomar o partido deste durante uma crise. No entanto, há uma coisa que está eternamente separada do mundo e jamais poderá misturar-se a este: a vida de Cristo. Suas naturezas são mutuamente antagônicas e não podem reconciliar-se. Entre o melhor espécime da natureza humana e o mais insignificante cristão não há nada em comum e, portanto, nenhuma base para comparação. Então, a bondade natural é algo que temos pelo nascimento natural e que, por nossos próprios esforços, podemos naturalmente desenvolver, mas a bondade espiritual, conforme as palavras de João, só tem quem "é nascido de Deus" (1 Jo 5.4).

Deus estabeleceu a Igreja em seu aspecto universal no mundo; aqui e ali tem plantado muitas igrejas locais [com "a Igreja em seu aspecto universal", o autor se refere a todos os redimidos, de todos os tempos e lugares, enquanto "igreja local" não é um nome ou denominação nem se aplica a qualquer grupo cristão, mas designa os cristãos em uma cidade que se reúnem como igreja, manifestando a expressão local da Igreja universal - Nota dos Editores.]. Eu disse que Deus tem feito isto. Portanto, seria irracional achar que Seu modo de livrar-nos do mundo seria por meio da separação física deste. Mas, como conseqüência, muitos cristãos sinceros estão muito confusos com o problema da absorção. "Se Deus planta uma igreja local aqui", eles questionam, "será que algum dia ela será reabsorvida pelo mundo?"

Isso, de fato, não representa problema algum para o Deus vivo. Já que sua origem não é do mundo, a família de Deus não tem nenhuma correspondência com este e, portanto, nenhuma possibilidade de o mundo a absorver. É claro que em nós, Seus filhos, não há nenhum mérito por isso. A Igreja não é santa porque desejamos sinceramente ser santos, mas porque somos nascidos do céu. E se nada pudemos fazer para obter nossa origem celestial, do mesmo modo não há nada que possamos fazer para manter-nos afastados fisicamente deste mundo.

Como pode o mundo misturar-se com o que é de outro mundo? Tudo o que há no mundo é como o pó, enquanto tudo o que é de Deus tem a miraculosa qualidade da vida divina. Alguns de nossos irmãos em Nanquin estavam, certa vez, ajudando no trabalho de rescaldo após a cidade ter sido bombardeada pelos aviões japoneses. De repente, enquanto estavam parados em frente aos escombros de uma casa, perguntando-se por onde começar, violentamente ergueu-se um monte de tijolos e madeiras, e um homem emergiu. Tirando o pó e o entulho que estavam sobre ele, levantou-se e saiu caminhando. As vigas e caibros derrubados caíram para trás e o pó assentou-se novamente, mas ele saiu caminhando vivo! Enquanto houver vida não há porque temer a mistura.

A oração que Jesus fez a Seu Pai, que João registrou no capítulo 17, contém um apelo muito impressionante. Tendo repetido a declaração de que "o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo", Jesus continua: "Não peço que os tires do (ek) mundo, mas que os livres do (ek) mal" (vv. 14, 15).

Aqui temos um importante princípio que ocupará nosso próximo capítulo. Os cristãos têm um lugar vital no mundo. Apesar de salvos do diabo, o mal, e de seu sistema, ainda não foram removidos de seu território. Eles têm um papel a desempenhar para o qual são indispensáveis.

As pessoas religiosas, como vimos, tentam vencer o mundo isolando-se deste. Mas não é essa a nossa atitude como cristãos, de forma alguma. Somos chamados para vencer o mundo exatamente aqui. Criados separados do mundo, aceitamos com alegria o fato de que Deus nos colocou nele. Essa separação, presente para nós da parte de Deus em Cristo, é toda a salvaguarda de que precisamos.

(Este texto é o sexto capítulo do livro "Não Ameis o Mundo", de Watchman Nee, publicado pela Editora dos Clássicos, em 2003. Vedado o uso comercial. Favor não divulgar sem mencionar a fonte.)

A necessidade de queimar as impurezas da alma.

Esbraseou-se-me no peito o coração; enquanto eu meditava, ateou-se o fogo; então, disse eu com a própria língua: Dá-me a conhecer, SENHOR, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade (Sl 39:3-4)

Mt 17:4-5, 24-27; 1 Pe 1:7


O Evangelho de Mateus 3:11 diz: “Ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo”. Esse versículo não diz “ou” com fogo, mas “e” com fogo. No Espírito Santo há fogo para queimar as impurezas da alma.

A necessidade de queimar as impurezas da alma ficou evidente para nós na experiência de Pedro. Por ser muito forte em seu temperamento e cheio de opiniões naturais, o Senhor Jesus teve de expor sua vida da alma em várias situações, principalmente durante o tempo em que Pedro Lhe seguiu.

Certa vez, Pedro foi levado pelo Senhor ao monte da transfiguração, onde viu Moisés e Elias. Então seu impulso natural o levou a dizer: “Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias” (Mt 17:4).

Moisés tirou o povo de Israel do Egito, e Elias era profeta, que falava a Palavra de Deus no Antigo Testamento. Portanto ambos possuíam elevada posição para o povo de Israel e eram por eles venerados. Mas uma voz vinda do céu interrompeu o discurso de Pedro, dizendo: “Este é o meu Filho amado; a ele ouvi” (v. 5). Isso expôs a vida da alma de Pedro, que não deveria ter colocado o Senhor Jesus na mesma posição de Moisés e Elias.

Outra experiência de Pedro é relatada em Mateus 17:24-27: “Tendo eles chegado a Cafarnaum, dirigiram-se a Pedro os que cobravam o imposto do templo e perguntaram: Não paga o vosso Mestre as duas dracmas? Sim, respondeu ele. Ao entrar Pedro em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Simão, que te parece? De quem cobram os reis da terra impostos ou tributo: dos seus filhos ou dos estranhos? Respondendo Pedro: Dos estranhos, Jesus lhe disse: Logo, estão isentos os filhos. Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o e entrega-lhes por mim e por ti”. Pedro respondeu precipitadamente, sem primeiro consultar o Senhor. Então, para resolver o problema que criara, o Senhor o mandou buscar o valor do imposto na boca de um peixe que ainda iria pescar. Certamente, enquanto esperava pelo peixe, Pedro considerou o que havia feito e se arrependeu.

O Senhor Jesus aproveitava cada situação para expor a vida da alma de Pedro, com suas opiniões e “boas” sugestões, para que ele pudesse perceber quão terrível era sua vida natural, pois só assim ele iria negá-la.

Semelhantemente, hoje, Ele sempre vem expor a nossa vida da alma. Sua intenção é que, ao sermos iluminados, possamos nos arrepender, a fim de que as impurezas em nosso interior sejam queimadas pelo fogo do Espírito e sejamos mais puros do que o ouro depurado (1 Pe 1:7). Louvado seja o Senhor!

21 junho, 2012

Cumprir toda a justiça de Deus.

Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou (Jo 6:38). Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade (Hb 10:7)

Mt 3:2, 11, 15; Lc 1:41; Fp 2:8

João Batista, desde seu nascimento, estava destinado a ser sacerdote. Seu pai, Zacarias, era um sacerdote e, portanto, transmitiria esse ofício a seu filho. O sacerdote possuía características próprias, como, por exemplo, servir no templo, usar as vestes sacerdotais e comer da comida ofertada a Deus, como os pães assados no forno, o peito e a coxa do animal sacrificado.

João Batista, no entanto, rejeitou tudo isso. Embora fosse um sacerdote, não queria exercer o sacerdócio da maneira antiga, tradicional. Em vez de ficar no templo, ele ia para o deserto, onde se vestia com pelo de camelo, animal considerado imundo pelos judeus; em vez de comer a comida destinada aos sacerdotes, ele se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.

A fim de preparar o caminho para o Senhor, ele pregava: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2). Mas qual era a maneira de se arrepender? Sendo batizado por ele. Por isso ele era chamado João Batista, porque batizava as pessoas com água. O batismo indicava o fim da velha maneira de vida e a necessidade de ter uma mudança na maneira de pensar, isto é, ter uma renovação da mente.

Ele dizia: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (v. 11). O batismo era apenas uma preparação para que eles recebessem o Filho de Deus e por Ele fossem batizados com o Espírito Santo e com fogo.

João Batista já conhecia o Senhor Jesus desde o ventre materno. O Evangelho de Lucas registra que, quando a mãe de Jesus, Maria, foi visitar a mãe de João Batista, Isabel, a criança estremeceu no seu ventre (1:41). Ele mesmo dizia ser o precursor do Senhor Jesus, tendo a responsabilidade de abrir a vereda, aplainar a estrada, para que o Filho de Deus nos trouxesse o reino dos céus. João Batista, portanto, sabia que Aquele que viria depois dele era o Rei do reino dos céus.

Deus tornou-se homem em Jesus e viveu na terra para ter a experiência da vida humana. Em Jesus, a natureza divina foi trabalhada na natureza humana a fim de que Ele, como um homem, pudesse cumprir a vontade de Deus. Aos trinta anos de idade, Jesus foi até João Batista para ser batizado. Ao ser interpelado por João sobre o que estava para fazer, o Senhor disse: “Convém cumprir toda a justiça de Deus” (cf. Mt 3:15). A justiça de Deus se refere a tudo o que Deus determinou, a fazer toda a Sua vontade.

Dessa forma, como homem, o Senhor Jesus veio para cumprir tudo o que o Pai determinou. Ele não apenas foi batizado por João, como também se submeteu a toda vontade do Pai. Ele morreu em nosso lugar e derramou Seu sangue pelos nossos pecados. Ele foi obediente até a morte, e morte de cruz (Fp 2:8). Após Sua ressurreição, Ele veio para nos batizar com o Espírito Santo, acrescentando Sua vida a nós, e com fogo para queimar as impurezas da nossa alma.

Que aprendamos com o modelo de obediência do Senhor, a fim de cumprirmos a justiça de Deus e recebermos o galardão de reinar com Cristo no mundo que há de vir!

O arrependimento e o reino.

O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho (Mc 1:15). Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento (2 Pe 3:9)

Rm 8:6; Ap 20:6

Desde os tempos de João Batista, já se pregava sobre o reino dos céus. Contudo muitos cristãos ainda não têm clareza sobre o que é o reino dos céus ou o que significa dizer que ele está próximo. Em geral, sabe-se que haverá novo céu e nova terra na eternidade futura, mas, antes disso, haverá a manifestação do reino dos céus na terra por mil anos. Esse reino milenar, no qual o Filho de Deus estabelecerá Sua autoridade, é também chamado de o mundo que há de vir (Hb 2:5; Lc 18:29-30). Nesse período, Ele não governará sozinho, mas terá um grupo de pessoas que O ajudará a reinar (Ap 20:6).

Nós queremos ser os que governarão com Cristo em Seu reino, mas, para isso, precisamos estar preparados. O caminho para entrar na manifestação do reino dos céus ocorre dia a dia na vida da igreja, quando negamos a nós mesmos e crescemos na vida de Deus.

Por isso, em primeiro lugar, precisamos arrepender-nos. O arrependimento significa mudança de mente, isto é, a mente, que é a parte principal da alma, precisa mudar de direção. Romanos 8:6 diz que a mente posta na carne dá para a morte; mas no Espírito, para vida e paz. A mente é a parte líder da alma, e esta precisa estar no espírito para cogitar das coisas de Deus (Mt 16:23). Para colocá-la no espírito, a vida natural e independente da alma tem de ser negada; nossos pensamentos naturais e caídos precisam ser rejeitados. Quando isso acontece, a vida de Deus que está em nosso espírito tem espaço e passa a nos governar. O resultado é vida e paz.

O arrependimento está ligado a negar a nós mesmos e é fundamental para o reino que há de vir. Quanto mais você nega a vida da alma nesta era, permitindo que a vida de Deus cresça em seu interior, mais habilitado estará para governar o mundo vindouro.

Além do crescimento em vida, precisamos ser aperfeiçoados para a obra do ministério. Na vida da igreja somos encorajados a usar os dons que recebemos de Deus para ganhar mais graça, que é o próprio Cristo acrescentado a nós. Dessa maneira, podemos ser mais úteis ao Senhor hoje e também na era vindoura.

Eis o tempo sobremodo oportuno para quem deseja reinar com o Senhor! O reino dos céus está próximo, portanto vamos aproveitar o tempo que temos e as oportunidades que o Senhor nos dá para negar a nós mesmos, rejeitando os pensamentos e opiniões naturais, e nos dispor a cumprir a obra do ministério. Aleluia!

20 junho, 2012

Nascer de novo, negar o ego e ser aperfeiçoado.

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra  (2 Tm 3:16-17)

Jo 3:3-5, 16; Rm 3:23

O livro de Romanos nos mostra o evangelho de Deus, que possui dois aspectos: o evangelho da graça e o evangelho do reino. Os dois juntos compõem a obra completa de Deus para o homem e resultam em sua entrada no reino dos céus.

Para alguém entrar no reino dos céus, em primeiro lugar, precisa resolver a questão dos pecados e nascer de novo, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3:23; Jo 3:3-5). Por isso o evangelho da graça mostra que Jesus Cristo, o Filho de Deus, morreu e foi crucificado pelos pecados da humanidade, derramando Seu sangue para purificá-la de todo pecado. Quando os pecadores creem no nome do Senhor Jesus, são salvos pela graça; não perecerão, mas terão a vida eterna (Jo 3:16).

O segundo passo é ser colocado na vida da igreja. Quando fomos salvos, ganhamos a vida de Deus, mas ainda somos como um bebê recém-nascido que precisa de alimento para crescer (Gl 4:1-2; 1 Pe 2:2). A vida da igreja é o ambiente preparado por Deus para sermos supridos com a Palavra e crescermos na vida divina, negando a vida da alma. Nele somos aperfeiçoados para nos preparar para governar com Cristo no reino vindouro.

Antes, tínhamos o conceito de que seríamos povo no reino dos céus, mas o Senhor nos tem mostrado, à luz da Bíblia, que iremos governar juntamente com Ele sobre as nações no Seu reino milenar. Contudo, para ganhar tal responsabilidade, precisamos mais da vida de Deus. Para isso, sempre que nossa vida da alma se manifestar devemos renunciá-la, mantendo, assim, o nosso eu caído na cruz. À medida que negamos a vida natural, a vida de Deus cresce.

A crucificação de Jesus pôs fim ao velho homem uma vez por todas, mas, em nossa experiência, precisamos mortificar nosso ego caído. Quanto mais a vida da alma é negada, mais guiados pela vida divina seremos.

Por outro lado, a vida da igreja também nos aperfeiçoa para a obra do ministério. Esse aperfeiçoamento é necessário para sermos capacitados a administrar o mundo que há de vir. Sabemos que os ministérios se dividem em três categorias: da Palavra, dos serviços e das ofertas de riquezas materiais.

Graças ao Senhor, temos sido aperfeiçoados no ministério da Palavra. Somos estimulados a falar a Palavra de Deus e todos podemos fazê-lo compartilhando nas reuniões da igreja e pregando o evangelho. Também temos praticado os diversos aspectos dos serviços na igreja; e ainda somos encorajados a dispor de nossas riquezas materiais para ofertar para as necessidades da obra do Senhor.

Isso tudo faz parte do evangelho do reino, das boas-novas que nos foram anunciadas e que devemos proclamar a todos os filhos de Deus, para que possamos crescer, amadurecer espiritualmente e ser aperfeiçoados para reinar no mundo que há de vir.

18 junho, 2012

Refletindo...

Ansiedade

"NÃO ANDEIS ANSIOSOS DE COISA ALGUMA"
(FILIPENSES 4:6,7).

Todos nós supomos que há muitas desculpas para ficarmos ansiosos, mas Deus
não admite nenhuma razão para a nossa ansiedade. Para Deus toda ansiedade é
sem motivo e por isso nos instrui: "Não andeis ansiosos de coisa alguma" (Fp
4:6). Nenhuma ansiedade é legítima e permitida por Deus.
"Em tudo porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela
oração e pela súplica, com ações de graça" (Fp 4:6). Seria bom colocarmos
nas mãos de Deus todo o que enfrentamos. ORAR É UM PRIVILÉGIO DE TODO
CRISTÃO. Podemos orar não só por grandes e pequenas coisas, mas podemos orar
por tudo.

Temos Aquele a quem podemos tornar conhecidas as nossas petições, Aquele em
que podemos confiar e que carregará o nosso fardo. Não precisamos nos
preocupar, porque podemos confiar tudo a Deus pela oração. A ORAÇÃO É A
NOSSA SAÍDA, DEUS É A NOSSA SAÍDA.
De acordo com Filipenses 4:6 além da oração e súplica, também temos as ações
de graça. Precisamos nos lembrar: tudo o que nos sobrevêm e é colocado em
nossas mãos são provenientes das mãos que foram transpassadas e, é ordenado
pelo Senhor que morreu por nós. Por isso, podemos de antemão agradecer a
Deus: "Ó Deus, Tu não podes errar".
Orar é ganhar algo de Deus, ao passo que dar graças é apresentar-lhe nossa
oferta de ações de graça.

1 Pedro 5:7 diz-nos: "Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele
tem cuidado de vós". Isaías 53:4: "Certamente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si".
Perceba que, exatamente agora, Deus quer que você lance sobre Ele tudo o que
te preocupa. Hoje, você não precisa preocupar-se mais! (Mateus 6:25-34;
Mateus 10:29-31).

"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos
corações e as vossas mentes em Cristo Jesus" (Filipenses 4:7).
Deus ordena que em tudo, pela oração, súplica e ações de graça, tornemos
conhecidas as nossas petições a Ele. Ele também promete que permitirá que a
Sua própria paz haja como soldados a nos guardar, excluindo assim, todos os
distúrbios, intolerâncias e inquietações exteriores. Realmente, a paz de
Deus é a paz que transcende o nosso entendimento, você jamais imaginou tal
coisa. Se confiarmos Nele em tudo, a paz que homem algum pode imaginar irá
guardar nosso coração, capacitando-nos assim a atravessar com segurança toda
tempestade no mar que é este mundo. "Guardará os vossos corações e as vossas
mentes", não quer dizer guardar o ambiente ao seu redor, nem eliminar as
perturbações à sua volta, antes, quer dizer trazer paz ao seu coração.

(Fonte: Doze Cestos Cheios, Editora Árvore da Vida, volume 1)

A maneira de entrar no reino e governar com o Senhor.

Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pe 2:11)

Jo 3:3; Rm 6:6; 1 Co 12:3; Ef 4:7; Hb 2:5


Graças ao Senhor, Sua obra na cruz resolveu o problema do pecado e aniquilou nosso velho homem (Rm 6:6). Deus coloca todos aqueles que ouviram o evangelho da graça e receberam Sua vida na vida da igreja, um ambiente propício para negar a vida da alma e crescer na vida divina.

O nosso objetivo de crescer em vida é reinar com o Senhor no mundo que há de vir (Hb 2:5). Essas boas-novas se referem ao evangelho do reino, que possui duas exigências: a primeira é ter a vida de Deus (Jo 3:3), e a segunda é viver a vida da igreja.

Fomos justificados e santificados, e o problema dos pecados foi resolvido, por isso pudemos receber a vida de Deus. Agora essa vida precisa crescer a fim de apressarmos a vinda do Senhor com o Seu reino.

Para isso, em primeiro lugar, precisamos estar no espírito, invocando o nome do Senhor (1 Co 12:3). Quando dizemos: “Ó Senhor Jesus!”, estamos no espírito. Em segundo lugar, precisamos exercitar os dons que recebemos do Espírito. Quando usamos esses dons, a graça, que é o próprio Senhor Jesus, vem até nós (Ef 4:7). Quanto mais usamos os dons, mais a graça vem, e mais de Cristo nos é acrescentado.

O resultado dos dons acrescidos da graça é que se tornam ministérios. Na vida da igreja, também somos aperfeiçoados para desempenharmos a obra do ministério. Aperfeiçoados nessa obra, teremos as qualificações para entrar no reino dos céus. A igreja possui as chaves do reino dos céus (Mt 16:19) e, se vivermos adequadamente a vida da igreja, as portas dos céus estarão abertas para nós e para os que estão ao nosso redor.

A Bíblia nos mostra que o reino dos céus está próximo. Há pelo menos três trechos que falam da necessidade de arrepender-se, porque está próximo o reino dos céus. A primeira vez foi com João Batista, que pregava que estava próximo o reino dos céus (Mt 3:2). Depois, após ser batizado e ungido com o Espírito, Jesus passou a pregar sobre o arrependimento, pois estava próximo o reino dos céus (4:17). Então, na terceira vez, o Senhor Jesus escolheu doze discípulos, que passaram a ser chamados de apóstolos, e os enviou a pregar que o reino estava próximo (10:5). Aleluia!

Que sejamos despertados para o arrependimento a fim de fazer a vontade de Deus hoje e governar com o Senhor em Seu reino!

Suportar uns aos outros em amor.

Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4:1-3)

Gl 5:6; 1 Pe 1:6-7, 9; 4:8; 2 Pe 1:5-8


No passado tínhamos um conceito muito doutrinal acerca de 1 Coríntios 13. Mas fomos alcançados pela misericórdia do Senhor e hoje podemos não apenas entender, como também viver de acordo com essas palavras. Rogamos ao Senhor que o que está descrito ali seja cada vez mais visto em nosso meio.

O Senhor já resolveu o problema de nossos pecados; tomamos posse dessa realidade por meio da fé no poder de Seu sangue precioso. Quanto ao nosso corpo corruptível, temos a esperança da promessa de que seremos transformados em Sua segunda vinda. No entanto nossa responsabilidade hoje é obter a salvação da alma (1 Pe 1:9). Para isso usamos o fogo santificador que há em nosso espírito, para queimar as impurezas da alma (vs. 6-7). Todavia, para mantermos a chama da fé ardendo em nosso espírito, o caminho é vivermos intensamente a vida da igreja em amor (Gl 5:6; Ef 3:17-19). A fé regenerou nosso espírito, mas o fluir do amor de Deus em nós é o que transforma nossa alma.

Quando vivemos a realidade da vida da igreja, no espírito, passamos a lidar em amor com as diferenças entre os irmãos. Muitas divergências de opiniões e contendas entre irmãos surgem pela falta de crescimento na vida espiritual. É precisamente por isso que devemos exercitar o amor, que é o fluir da vida divina. Somente assim somos capazes de negarmos nosso ego e aceitar os outros como eles são.

Em Efésios 4:1-3 vemos que por meio do amor somos capazes de suportar-nos, ou seja, sustentar-nos uns aos outros, preservando a unidade do Espírito no vínculo da paz. Em nossos atos, comunhões e no cuidado para com os que nos cercam, o amor de Deus em nós é o que deve prevalecer.

Desse modo, ao sermos confrontados em nossas opiniões, não devemos discutir e tentar fazer prevalecer nossa vontade. Pacientemente esperamos, crendo que o Senhor está à nossa frente e cuidará de tudo. Nós também continuamos invocando o nome do Senhor, para que Cristo seja expresso em nós. Se ainda assim alguém insistir, não querendo negar o ego, devemos ser pacientes e orar por esse irmão, cobrindo-o com amor (1 Pe 4:8). Se procedermos assim, seremos guardados de todo falar maldizente e, por certo, um dia, o Senhor mudará esse irmão.

Por fim, em 2 Pedro 1:5-8 vemos que o fruto final produzido pela fé é o amor. Se as coisas relacionadas nesses versículos existirem em nós e em nós aumentarem, farão com que não sejamos nem inativos nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (v. 8).

Como resultado de andar no caminho sobremodo excelente do amor, não tropeçaremos em tempo algum, e assim nos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (vs. 10b-11). Que sejamos abundantes no viver da igreja, servindo com um espírito fervoroso e amando ardentemente uns aos outros. Amém!

16 junho, 2012

O amor é paciente.


Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas (Tg 5:7)


Mt 23:45-46; Rm 8:6; 1 Co 13:4-7; 1 Ts 2:7-12

Como vimos em mensagens passadas, a mente é a parte dominante da alma. Uma vez que inclinemos nossa mente para as coisas do espírito, ganhamos vida e paz (Rm 8:6). Essa vida se expressa em nós por meio do amor, manifestado nas atitudes de um caráter transformado.
À luz de nossa experiência podemos confirmar isso. Com o passar dos anos percebemos o trabalhar de Deus em muitos irmãos. Já não mais murmuram diante das dificuldades nem reclamam dos irmãos ou de suas características, pois estão cheios do amor de Deus. Estes são aqueles que buscam constantemente invocar o Senhor, vivendo intensamente a vida da igreja.
Esse amor também nos capacita a cuidar dos irmãos com paciência, alimentando-os com a Palavra (Mt 23:45-46). No passado lidamos com um grupo de jovens desobedientes, que vinham às conferências e causavam problemas. Eles não participavam das reuniões e ficavam dispersos. Contudo, com o passar do tempo, o Senhor, pouco a pouco, transformou o coração deles. Hoje vemos que a vida cresceu neles, pois desfrutam o Senhor e estão envolvidos com os serviços na igreja.
Isso é o resultado do labor do amor, pois no amor temos paciência (1 Co 13:4). Por meio dessa paciência aguardamos o trabalhar de Deus nos irmãos, e não nos inquietamos ou os desprezamos quando eles apresentam dificuldades por não negarem a si mesmos.
Para que sejamos iluminados em nosso coração acerca da maneira que temos tratado aqueles que nos cercam, precisamos ler com oração estes versículos: “O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (vs. 4-7).
O labor do amor é como cultivar uma plantação. Ao fazê-lo, não podemos forçar seu crescimento, tampouco exigir frutos dela. O lavrador pacientemente aguarda o fruto, com cuidado e nutrição, e seu amadurecimento (Tg 5:7). Essa paciência também deve ser vista na relação entre pais e filhos e em nosso cuidado para com os irmãos, tal qual Paulo descreve em 1 Tessalonicenses 2:7-12. Que o Senhor encha nosso coração com Seu incondicional amor a fim de cuidarmos uns dos outros da mesma maneira.

A pregação do evangelho é o fluir do amor


Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16). Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos (1 Jo 3:16)


Is 12:3-4
Quando pregamos o evangelho mais do amor de Deus cresce em nós, levando-nos a amar as pessoas como Deus as ama. Por amar o homem, Deus enviou Seu próprio Filho para nos salvar e dar a vida eterna (Jo 3:16). Glória a Deus!
Porque vivemos segundo a vida divina, o amor pelas pessoas é produzido em nós. Quanto mais invocamos o nome do Senhor Jesus, mais enchidos pelo Espírito somos e, assim, espontaneamente ganhamos o encargo de pregar o evangelho e permitir que esse amor flua para as pessoas.
Quando nosso alvo é apenas fluir esse amor, nossa preocupação não é ensinar ou debater doutrinas com as pessoas. Nosso interesse é tão somente pregar-lhes o evangelho da graça, para que a vida de Deus seja infundida naqueles que creem. Por isso procuramos ajudar as pessoas a receberem a vida de Deus por meio de invocar o nome do Senhor Jesus. Damos graças ao Senhor, pois isso é muito prático. Ao levar as pessoas a invocar esse nome maravilhoso, estamos ajudando-as a beber da fonte da salvação (Is 12:3-4).
No passado recebemos a visão do CEAPE (Centro de Aperfeiçoamento para Pregação do Evangelho), onde inicialmente os irmãos se consagravam por um ano para a obra do Senhor. Metade desse tempo era dedicada às lições bíblicas, e a outra metade era voltada para saídas às cidades para pregação do evangelho. Louvamos ao Senhor pela visão que recebemos acerca do CEAPE, e encorajamos os irmãos a se apresentarem para esse aperfeiçoamento.
Contudo, com o passar dos anos, o Senhor aumentou nossa visão sobre como conduzir esse aperfeiçoamento. Atualmente, vimos que, ao aperfeiçoar os irmãos, podemos ser mais práticos do que teóricos. Embora seja importante conhecermos as verdades sobre a salvação, o principal é ajudarmos os irmãos a ver a importância de invocar o nome do Senhor para ganhar a salvação e estar no espírito (At 2:21; Rm 10:13). Ao contatar as pessoas, elas precisam ser tocadas pelo amor de Deus e ajudadas a invocar o nome do Senhor crendo no coração (v. 9). Portanto o requisito para pregarmos o evangelho não é sabermos falar sobre as verdades bíblicas, mas simplesmente amar as pessoas, fluindo a vida de Deus para elas (1 Jo 3:16).
Nosso encargo deve ser prosseguir e ajudar os que já receberam o evangelho da graça, tendo crido no Senhor Jesus, a ver a necessidade de seguir o Senhor, negando a vida da alma. Nesse momento precisamos ajudá-las a se alimentar e desfrutar da Palavra de Deus e dos livros espirituais que nos ajudam a entendê-la, promovendo um tempo de leitura com elas. Também podemos encorajá-las a convidar seus amigos e parentes a participar dessas reuniões para que eles igualmente sejam supridos com a vida de Deus. Tudo isso faz parte do fluir do amor!

14 junho, 2012

Refletindo...

Antes de Tudo

Antes que possa haver uma vida cristã próspera, nobre, resistente ao mundo, firme na tentação, inabalável nas provações, cheia de bons frutos, deve haver uma estreita união com Deus em secreto.

Paul E. Billheimer

O caminho para o aperfeiçoamento.

Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição (Cl 3:13-14)

Mt 24:14; Rm 12:4-8; 1 Co 12:27-28, 31; Ef 4:11


Muitos cristãos dão atenção excessiva aos dons miraculosos, como o dom de falar em línguas ou de curar. Existem diversos dons espirituais, mas precisamos dar mais atenção aos melhores dons (1 Co 12:31). Os melhores dons sempre visam ao beneficio dos outros, e não meramente ao benefício próprio.

Tanto em 1 Coríntios 12:12-27 como em Romanos 12:4-5, vemos que cada um de nós foi constituído membro do Corpo de Cristo. Assim como todo membro do corpo possui sua função, também nós, como membros do Corpo de Cristo, quando desenvolvemos nossa função, passamos a ter um ministério.

Por exemplo, em um corpo humano normal as duas mãos possuem basicamente as mesmas funções, mas somente aquela que é treinada e aperfeiçoada consegue escrever bem. Podemos dizer que essa mão, por ter desenvolvido sua função mais do que a outra, possui o ministério de escrever.

O ministério está relacionado com a vida e com o aperfeiçoamento. Logo, quanto mais seu ministério amadurecer e for aperfeiçoado, maior será sua função no Corpo de Cristo. E tudo isso vem do exercício dos dons.

Para que alcancemos essa realidade, o amadurecimento de nossos dons e ministérios, precisamos da comunhão do Corpo de Cristo, do suprimento e ajuda mútua dos demais membros. Ainda em Colossenses 3:13-14 Paulo mostra-nos que o amor é o vínculo da perfeição, é o que nos leva a manter a unidade, mesmo diante de qualquer diferença que exista entre nós. E isso é o que chamamos de a vida da igreja.

Ao considerarmos nosso encargo de pregar o evangelho do reino e levar vida para todos, precisamos reconhecer nossa necessidade de aperfeiçoamento, pois o Senhor quer levar essa revelação para toda a terra habitada (Mt 24:14). A pregação do evangelho é um ministério que todos nós podemos desenvolver. Para tanto, precisamos cooperar uns com os outros, nos encorajando e admoestando mutuamente. Todavia tal objetivo somente poderá ser alcançado se houver amor, isto é, se a vida de Deus se manifestar por meio de nós.

Louvado seja o Senhor, o amor é o caminho sobremodo excelente para sermos aperfeiçoados e reinarmos com Cristo. Aleluia!

13 junho, 2012

Refletindo...

Andando sem tropeçar

Ele não permitirá que os teus pés vacilem. Salmos 121.3
Se o Senhor não permitirá isto, nem homens, nem demônios podem fazê-lo acontecer. Quão intensamente eles se regozijariam, se pudessem nos causar uma queda desastrosa, mover-nos de nossa posição e enterrar-nos sem deixarmos recordação! Eles seriam capazes de fazer tais coisas, para contentar seu próprio coração, se não houvesse apenas um obstáculo: o Senhor não permitirá. E, se Ele não o permitirá, nós não tropeçaremos.

O caminho da vida é semelhante a viajar pelos Alpes. Caminhando pelas veredas das montanhas, uma pessoa está constantemente exposta aos deslizes de seus pés. Onde o caminho é mais elevado, a cabeça mostra-se propensa a sentir tonturas, e, deste modo, os pés logo escorregam. Existem lugares lisos como o vidro, e outros que são bastante ásperos, com muitas pedras soltas. Em qualquer desses lugares, uma queda é difícil de ser evitada. Aquele que, durante toda a sua vida, é capacitado a preservar-se de pé e a andar sem tropeços tem muitas razões para ser grato a Deus. Nenhum filho de Deus permaneceria de pé, por um momento sequer, diante de abismos, armadilhas, fraquezas físicas e inimigos sutis, se não fosse por causa do fiel amor de Deus, que não permitirá que os pés de seus filhos vacilem.

Estou em pé, rodeado de armadilhas,

Por tua mão sustentado e guardado.

Tua mão invisível ainda me susterá

E ao teu monte santo me levará.



C.H.Spurgeon

12 junho, 2012

A estrutura da vida cristã.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor (1 Co 13:13)
Rm 10:17; 1 Co 12:31; 15:53; 1 Ts 1:2-3


Nesta semana daremos continuidade à nossa comunhão acerca dos dons espirituais, destacando o maior e principal deles, que é o amor. O desejo de Deus é nos conceder os maiores dons e, nesse propósito, nos revelar o caminho para alcançá-los. Em 1 Coríntios 12:31 Paulo menciona a existência de um caminho sobremodo excelente para encontrarmos os melhores dons e, no capítulo 13, ele descreve esse caminho.

No versículo 13 desse capítulo vemos: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”. Esses três constituem a estrutura da vida cristã. Em 1 Tessalonicenses também encontramos esses três itens essenciais: “Damos sempre graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações, e sem cessar recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (1:2-3). Nessa passagem encontramos a operosidade da fé, a abnegação do amor ou labor do amor e a firmeza da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo.

A fé possui relação com o nosso espírito humano. Por termos crido no Senhor Jesus e em Sua obra redentora, nosso espírito humano foi salvo. O amor está relacionado com a nossa alma. O amor de Deus é que nos constrange a não viver mais para nós mesmos, isto é, a negar a vida da alma, e seguir o Senhor, juntamente com nossos irmãos (2 Co 5:14-15). A esperança relaciona-se com o nosso corpo. No grande dia em que o Senhor retornar, irá transformar nosso corpo corruptível em um corpo de glória (1 Co 15:53).

Assim temos os itens que compõem a estrutura da vida cristã. A fé é o primeiro item da vida cristã, obtida por crer no Senhor, por ouvir Sua palavra (Rm 10:17 - VRC). Após crermos, podemos viver a vida da igreja, que compreende expressarmos o amor de Deus que recebemos por meio de Sua vida. Nossa esperança, por sua vez, está vinculada à volta do Senhor Jesus, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua glória (Fp 3:21).

Dentre os três, o amor é o maior e principal item da vida cristã, por meio do qual podemos renunciar a nós mesmos em favor do Senhor e dos irmãos. Se o nosso viver e labor na obra do Senhor forem provenientes do amor, certamente haverá a expressão da vida de Deus, e a vontade do Senhor será feita.

Ser aperfeiçoados pela prática do amor.

Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo (1 Jo 4:17)

Mt 16:24; Rm 8:6, 8; 1 Co 12:5; Ef 4:7, 15-16.

Pelo exercício de nossos dons e pelo acréscimo da graça, cada um desenvolve seu ministério, cooperando com a edificação do Corpo de Cristo em amor (Ef 4:15-16). Como já vimos, a graça é concedida a cada de nós segundo a proporção do dom de Cristo (v. 7). Quanto mais graça, mais da vida divina é infundida em alguém, e, assim, maior será seu ministério. A Palavra nos revela que o Senhor concedeu funções especiais para alguns membros do Corpo, a fim de ajudar outros irmãos a desenvolver seus dons e ministérios (1 Co 12:28; Ef 4:11). Embora haja diversidade de ministérios (1 Co 12:5), e também diferença nos níveis dos ministérios, o ministério de cada membro é indispensável para a edificação do Corpo de Cristo.

Uma vez que a vida de Deus cresce em nós, somos aperfeiçoados para realizar a obra do ministério, que consiste em edificar o Corpo de Cristo hoje e sermos preparados para o governo do mundo vindouro. Por essa razão, o Senhor Jesus nos incluiu na igreja, para que a prática do amor, proveniente de Sua vida, nos transforme e nos faça cada vez mais parecidos com Ele. Hoje precisamos que o amor seja aperfeiçoado em nós (1 Jo 4:17).

Entretanto, para que sejamos aperfeiçoados, precisamos negar a vida da alma, ou seja, negar a nós mesmos e seguir o Senhor (Mt 16:24). Esse ensinamento não é uma mera ordenança, mas um requisito prático para O seguirmos. Aqueles que não negam sua vida da alma permanecem na esfera anímica, não mudam e não conseguem seguir o Senhor.

Poucos cristãos percebem que será impossível reinar com o Senhor se a alma não for transformada. Para que haja transformação, a alma precisa inclinar-se para as coisas do espírito, precisa negar a si mesmo e colocar sua mente no espírito, pois de outro modo se inclinará para a carne, cujo resultado será morte (Rm 8:6). E os que estão na carne não podem agradar a Deus (v. 8).

Por esse motivo, o Senhor intencionalmente nos colocou na igreja, para que possamos negar a vida da alma, vivendo no espírito junto com Seus escolhidos. Precisamos liberar nosso espírito, quebrando todas as barreiras de nossa alma que nos impedem de desfrutar o Senhor e de ter comunhão com todos os irmãos. Se assim praticarmos, desempenharemos nossas funções no Corpo de Cristo, seremos aperfeiçoados no amor e estaremos nos preparando para reinar com o Senhor em Seu reino.

O amor é a expressão da vida divina.

Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus (Lc 6:35)

Rm 8:5-6; 1 Co 12:3b; 1 Tm 1:5a

Quando consideramos Primeira Tessalonicenses, vemos que a ordem dos itens da estrutura da vida cristã descrita por Paulo começa pela operosidade da fé, seguida pela abnegação do amor, e por último a firmeza da esperança. Esses três itens podem ser interpretados, respectivamente, como: a obra da fé, o labor do amor e a perseverança da esperança.

Como vimos na leitura passada, o labor do amor é nossa necessidade atual, devendo ser praticado no viver da igreja. Tudo o que vimos acerca dos dons, ministérios e das operações do Espírito, tem por finalidade levar-nos à prática do amor.

No passado recebemos essas palavras de maneira muito doutrinária. Mas, com o passar dos anos, a vida divina foi sendo trabalhada em nosso interior, e passamos a ter real experiência do labor de amor. Contudo, embora tenhamos avançado até aqui, algumas vezes ainda nos deixamos ser influenciados pela vida da alma, por causa de nossa natureza caída. Todavia, quando invocamos o nome do Senhor, voltamos nossa mente ao espírito e desfrutamos novamente de Sua vida e paz (Rm 8:5-6). Dessa maneira, invocando o nome do Senhor, todos nós podemos nos voltar ao espírito (1 Co 12:3) e viver segundo a vontade de Deus na vida da igreja.

O amor é a expressão da vida de Deus. Isso significa que a medida do amor que temos em nós é de acordo com o crescimento da vida de Deus em nosso interior. Se quisermos medir o quanto temos da vida de Deus em nós, basta considerar o quanto amamos os irmãos, as pessoas e principalmente aqueles com quem não temos afinidade. Quanto mais a vida cresce, mais do amor será expresso em nós (Mt 5:44; 1 Pe 1:22; 1 Jo 3:16).

Por essa razão, louvamos ao Senhor por Sua longanimidade, porquanto, conhecendo nossa situação, pacientemente nos tem levado a praticar essas verdades no viver da realidade da vida da igreja.

10 junho, 2012

Refletindo...

Confiar somente em Deus


O momento de oração, quando nos encontramos face a face com Deus, é de vital importância, não apenas para fazermos petições e súplicas, mas principalmente para sermos renovados em Sua presença. Pela oração, entramos na presença de Deus e permanecemos em Sua presença. Somente aqueles que têm a experiência genuína de encontrar-se com Deus por meio da oração é que podem avaliar corretamente a preciosidade desse momento. Jeanne Guyon, serva do Senhor de séculos atrás, popularmente conhecida como Madame Guyon, disse: "Orar nada mais é que voltar nosso coração em direção a Deus e receber em troca Seu amor".

Orar é o maior privilegio que um ser humano pode ter, ou seja, é ter acesso direto e sem intermediários ao Deus criador, falar a Ele e ser ouvido por Ele. 0 salmista disse: "De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apresento a minha oração e fico esperando" (Salmos 5:3). Ainda que estejamos em uma situação em que ninguém possa nos ouvir, Deus está sempre atento às nossas orações. "Amo o Senhor, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas. Porque inclinou para mim os seus ouvidos, invoca-lo-ei enquanto eu viver" (Salmos 116:1-2).

O irmão Watchman Nee certa vez disse que "a oração é o ato mais maravilhoso na esfera espiritual, assim como o assunto mais misterioso". É, na verdade, a primeira ação de um cristão, para ser salvo, quando este invoca o Senhor de todo coração. De fato, invocar o Senhor e a oração mais simples e é praticada pelos cristãos de todas as eras em todo lugar (1 Coríntios 1:2). Na esfera espiritual, orar é como respirar. Desde que fomos salvos até nos encontrarmos com o Senhor, nossa vida deve ser permeada pela oração. A oração não demanda um lugar específico ou um horário determinado. Deus está sempre pronto para nos ouvir. Podemos orar em voz alta, em voz baixa ou sem emitir qualquer som. Podemos orar em pé, sentados, ajoelhados ou deitados. Podemos orar individual ou coletivamente. Podemos orar nos momentos de alegria ou de aflição. 0 local de oração onde nos encontramos com Deus é nosso espírito regenerado. 0 momento adequado para orar é "agora", a qualquer momento.

Orar nos leva à presença de Deus e nos consola, revigora, encoraja, confirma na fé. A oração nos capacita a resistir a Satanás e nos liberta de sua opressão. Em oração exercitamos o amor pelos irmãos e pelos que ainda não conhecem a Deus. Orando, deixamos toda nossa ansiedade nas mãos do Senhor, rendemo-nos a Ele e paramos de nos debater, tentando resolver nossos problemas por nós mesmos. A oração também é instrumento de louvor e ações de graças, por tudo que Deus é para nós. Nos momentos de intimidade com Deus, abrimos nosso coração a Ele e derramamos lágrimas de gratidão por Seu infinito amor e por Sua longanimidade para conosco. Falar com Deus e ser ouvido por Ele é um privilégio do qual não deveríamos abrir mão.

Contudo, apesar de todos esses benefícios, não são muitos os cristãos que têm uma vida saudável de oração. Muitos dizem que não sabem como orar, não sabem o que falar para Deus. Outros afirmam que, quando vão orar, logo seus pensamentos começam a passear e são distraídos de Deus. Outros ainda dizem que não oram porque sua fé é muito pequena. Para todos esses amados irmãos e irmãs, apresentamos uma arma poderosa que vence todos esses problemas: a Palavra de Deus. Todos precisamos aprender a "orar a Palavra". Quando for a Deus em oração, abra sua Bíblia no trecho de sua leitura diária e faça das palavras da Bíblia as palavras de sua oração.

Fonte: Jornal Árvore da Vida

Viver no Espírito, negar o eu e negociar os talentos.

Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar [...] chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes. Bemaventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos (Ap 11:17-18; 20:6)

Lc 19:16-19; Ap 2:26-27; 11:17-18; 12:5; 19:17-18; 20:6

Hoje em dia, pouco se fala sobre o reino e sua manifestação, porque poucos cristãos viram a necessidade de viver a realidade da vida da igreja nesta era com vistas ao reino que Deus tem preparado para Seus filhos maduros e crescidos na vida divina. Louvamos ao Senhor porque Ele nos deu essa revelação: Deus não confiará a anjos o mundo que há de vir, mas Seu governo será entregue ao homem (Hb 2:5). Por causa dessa revelação temos buscado viver mais no espírito, invocando o nome do Senhor, pois no espírito ganhamos vida e crescemos espiritualmente.

Isso é misericórdia de Deus, pois não somos melhores do que outros irmãos que buscam a verdade. Somos simplesmente “pescadores galileus”, que, por viver no espírito, têm recebido grandes revelações do Senhor.

Vimos que a vida da igreja nos foi dada para negarmos a vida da alma e, assim, recebermos mais vida de Deus. Nela também somos aperfeiçoados para a obra do ministério. Deus nos colocou na vida da igreja e nos deu dons, talentos; quanto mais os usarmos, mais graça ganharemos, isto é, mais Cristo ganharemos, e assim esses dons se tornarão ministérios. Além disso, vimos que, se exercitarmos nossos ministérios, seremos úteis ao Senhor nesta era e, quando o Senhor voltar, poderemos governar as nações (Ap 2:26-27; 12:5).

Hoje há mais de duzentas nações na terra e todos esses reinos desaparecerão; não haverá quem os governe, não haverá presidentes ou reis (19:17-18). As ovelhas, as pessoas boas, que não possuem a vida de Deus, mas têm bom coração, serão os povos na terra durante o milênio e os cristãos vencedores regerão as nações Aleluia! Segundo o empenho com que negociarmos os nossos talentos hoje, o Senhor nos colocará em cargos de maior ou menor responsabilidade no reino para governar sobre as cidades (Lc 19:16-19).

Se aproveitarmos o dia que se chama hoje para praticarmos o que tem sido revelado a nós e nos dispusermos a ser aperfeiçoados em Sua obra, o Senhor nos dará o galardão de reinar com Ele durante mil anos, desfrutando com antecedência a realidade da nova Jerusalém (Ap 11:17-18; 20:6). Aleluia!

Galardão ou disciplina.

Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo (1 Co 3:14-15)

Mt 8:12; 22:13; 25:30; 16:24-27; 1 Co 3:15; 2 Pe 3:8; Ap 2:7; 3:12; 20:6

Para fazer parte do governo do mundo que há de vir, é preciso aproveitar as oportunidades hoje para crescer em vida por meio de negar a vida da alma e ser aperfeiçoado na obra do Senhor mediante o exercício dos dons. Exercitando os dons, mais graça é acrescentada, e os ministérios são formados. Os ministérios são diversos e podem ser agrupados em três aspectos: da Palavra, dos serviços e de oferta de riquezas materiais. Assim teremos funções, e Deus poderá nos usar para Suas operações na era da igreja e também no reino do mundo vindouro.

Em Mateus 16, depois de revelar que a vida da igreja é seguir o Senhor, tomando nossa cruz e negando a nós mesmos, o Senhor Jesus mostrou que Ele virá e estabelecerá Seu tribunal para julgar todos os Seus filhos e lhes dar galardão ou disciplina. Esse tribunal não é para nos punir, e sim para nos avaliar a fim de definir nossa posição futura no reino.

Sem negar sua vida da alma hoje você não receberá galardão diante do tribunal de Cristo, ou seja, não fará parte do governo no mundo que há de vir. Por já ter recebido a vida de Deus, você não será lançado no lago de fogo, mas será punido e lançado fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes (Mt 8:12; 22:13; 25:30). Esse ranger de dentes é o arrependimento tardio. Talvez, por diversas vezes, você tenha participado de conferências cristãs, ouvido que precisava negar a vida da alma para crescer em vida e ser conformado ao Senhor Jesus, todavia não quis praticar, não quis negar a si mesmo (16:24-27). Se esse for o caso, naquele dia, por ter insistido em manter sua vida da alma, será disciplinado no tribunal de Cristo e lançado nas trevas exteriores.

Por amar os que não cresceram o suficiente, o Senhor não os lançará no lago de fogo, mas os colocará em outro lugar, nas trevas, fora da esfera do gozo do reino, para serem disciplinados e amadurecerem na vida divina (1 Co 3:15). Isso acontecerá durante o milênio. Para o Senhor será como um dia, mas, para os que tiverem sendo disciplinados, será como mil anos (2 Pe 3:8).

Se você, porém, buscar crescer na vida de Deus e ser um vencedor hoje, ganhará o galardão de reinar com Cristo durante os mil anos e desfrutará, com antecedência, a realidade da cidade santa, a nova Jerusalém (Ap 2:7; 3:12; 20:6).

Após o milênio, todos os filhos de Deus, os que reinarão com Cristo e os que forem disciplinados nas trevas e ranger de dentes, estarão maduros para serem introduzidos na nova Jerusalém; todavia o Senhor espera que sejamos servos fiéis e prudentes, que estão dispostos a segui-Lo hoje, a negar a nós mesmos hoje, a negociar nossos talentos hoje, para que o reino nos seja um galardão. Aleluia!