29 fevereiro, 2012

O poder purificador do Espírito

Esbraseou-se-me no peito o coração; enquanto eu meditava, ateou-se o fogo (SI 39:3a). Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei como se purifica a prata, e a provarei como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: é meu povo, e ela dirá: O SENHOR é meu Deus (Zc 13:9)
Mt 3:11; 2 Co 11:23-27; Gl 6:17; 1 Pe 1:7-9

João Batista tinha poder, mas reconhecia que Jesus era mais poderoso do que ele. A pregação de João Batista consistia em levar as pessoas ao arrependimento batizando-as com água para que deixassem para trás o que era velho, isto é, abandonassem os pensamentos carnais e vinculados à velha religião.
Ele mesmo testificou: ''Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mt 3:11). Por um lado, o Espírito Santo foi soprado pelo Senhor sobre os discípulos (Jo 20:22) e depois, no dia de Pentecostes, batizou-os para dentro de um só corpo (At 1:5; 1 Co 12:13). Por meio do batismo do Espírito Santo, eles receberam a autoridade de evangelizar (At 1:8; 2:14-21, 36); por meio do batismo com fogo lhes foi dado o poder interior que purifica a alma.

Quando lemos o evangelho de Mateus, vemos que o Senhor Jesus ensinava muitas lições específicas para Pedro. Todavia foi quando estudamos suas epístolas que entendemos com que finalidade o fogo do Espírito Santo nos batiza. Pedro comparou nossa fé ao ouro que passa pelo processo de purificação no fogo (1 Pe 1:7-9). Quando o ouro é apurado pelo calor do fogo, torna-se líquido, e as impurezas, mais leves que o metal precioso, sobem para a superfície, podendo assim ser retiradas pelo ourives e lançadas fora. Pedro aprendeu a identificar sua própria vida da alma, que se manifestava em diversas circunstâncias por meio de suas palavras, ações e até mesmo pensamentos naturais, e se arrependia profundamente.

Assim como Pedro, temos muitas impurezas em nossa alma e precisamos do fogo do Espírito ardendo em nosso interior para nos purificar. Mesmo tendo sido libertos da velha religião, temos a tendência natural de preservar em nossa alma coisas que, com o passar do tempo, sem que percebamos, se tornam uma "nova religião". Essas coisas não são necessariamente ruins, mas são impurezas que nos afastam da perfeita vontade de Deus. Nessa situação, aquilo que falamos ou fazemos fica permeado dos nossos pensamentos, que limitam o poder de Deus e nos enganam, levando-nos a pensar que estamos fazendo Sua vontade, quando, na verdade, estamos satisfazendo nosso ego. São essas impurezas que o fogo do Espírito precisa eliminar para nos purificar gradualmente.

No passado, ao estudar os escritos do apóstolo Paulo, tínhamos o entendimento que as impurezas da alma eram removidas por meio dos sofrimentos provenientes de circunstâncias exteriores (2 Co 11:23-27; Gl 6:17). Os sofrimentos oriundos de acidentes, doenças ou perdas financeiras servem para nos levar à presença de Deus, e essas situações nos purificam até certo ponto. Cessado o sofrimento, porém, muitas vezes a alma volta a condição anterior, e nos esquecemos de continuar negando o ego e de permitir que a vontade do Senhor seja feita em nós.

Por isso é necessário sermos purificados pelo fogo do Espírito que arde interiormente. Quando as impurezas da alma se manifestam em nosso interior e somos iluminados pelo Espírito para identificá-Ias, podemos nos arrepender e lançá-Ias fora, pedindo ao Senhor para queimá-Ias. Isso é negar a vida da alma. Quanto mais permanecermos na comunhão com o Senhor, mais oportunidade Seu Espírito terá para fazer essa obra maravilhosa de purificação.

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