15 agosto, 2012

Aprender com o apóstolo Pedro.


Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus (Mt 17:5, 8)


Mt 17:1-8; Lc 22:50-51
Árvore da Vida, Dong Yu Lan, Alimento Diário

No passado, achávamos que Deus utilizava o sofrimento físico como a principal maneira de nos levar a negar a vida da alma. Por exemplo, quando algum acidente ou doença nos acometia, entendíamos que Deus estava nos levando a negar a nós mesmos naquela situação. Quando o problema era resolvido, pensávamos já haver negado a vida da alma o suficiente. Com o tempo, percebemos que essa não é a maneira mais eficaz para receber o trabalhar de Deus em nosso coração. Infelizmente, mesmo depois de passar por situações difíceis e até mesmo dramáticas, muitos continuam orgulhosos, inflexíveis e fortes em sua opinião natural.
A maneira que Deus utilizou para amadurecer Pedro foi prová-lo com o fogo ardente do Espírito. Em Mateus 16, Pedro obteve de Deus Pai a revelação de que Cristo é o Filho do Deus vivo; imediatamente após isso, o Senhor Jesus lhe revelou a igreja como o ambiente onde negamos a nós mesmos para segui-Lo (Mt 16:17-18). Embora já tivesse recebido a revelação de Cristo e da igreja, Pedro ainda estava cheio de si mesmo e de suas próprias opiniões. Por essa razão, o Senhor lhe revelou que para segui-Lo, Pedro ainda precisava negar a si mesmo, isto é, o seu ego.
Em Mateus 17, vemos Deus lidando com a vida da alma de Pedro. Quando o Senhor Jesus foi transfigurado, Pedro, Tiago e João presenciaram Elias e Moisés falando com Ele. Nessa ocasião, Pedro disse a Jesus: “Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias” (v. 4). No mesmo instante, ele foi interrompido por uma nuvem luminosa que os envolveu e uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” (v. 5). Isso mostra que devemos negar nossas preferências e dar ouvidos somente ao Senhor.
Ainda em Mateus 17, ocorreu outra situação em que Pedro manifestou sua opinião sem antes ouvir o Senhor. Quando os cobradores do imposto para o templo lhe perguntaram se Jesus pagava tributo, ele respondeu que sim. Mas quando entrou em casa, o Senhor Jesus lhe
disse: “Simão, que te parece? De quem cobram os reis da terra impostos ou tributo: dos seus filhos ou dos estranhos? Respondendo Pedro: Dos estranhos, Jesus lhe disse: Logo, estão isentos os filhos” (vs. 25-26). Sendo Filho de Deus, o Senhor Jesus estaria isento de impostos. Contudo, como Pedro se adiantou em dizer que Ele pagaria, dando lugar à sua própria opinião, o Senhor lhe disse que fosse ao mar e lançasse o anzol. O primeiro peixe fisgado traria na boca um estáter para ser pago como imposto pelo Senhor e por Pedro.
O Senhor fez isso para que Pedro aprendesse a lição de não abrir a boca precipitadamente, sem depender Dele. Cremos que enquanto esperava para apanhar o peixe, Pedro teve tempo de se arrepender e perceber o quanto sua vida da alma era prejudicial. Enquanto aguardava e se arrependia, ele deve ter experimentado um fogo ardente queimando suas impurezas.
O aprendizado de Pedro foi gradual, pois em outras ocasiões sua vida da alma voltou a se manifestar, como quando, no jardim do Getsêmani, usou uma espada e cortou a orelha do soldado que estava para prender o Senhor Jesus. Novamente, as características naturais de Pedro vieram à tona e o Senhor lhe ensinou mais uma lição, curando a orelha do soldado e mostrando que não precisava de sua ajuda natural (Lc 22:50-51).
Louvado seja o Senhor, pois em toda situação temos a chance de negar a vida da alma e, assim como Pedro, aprender a ouvir o Filho de Deus.

Nenhum comentário: