17 julho, 2012

Refletindo...


O Reino e a Igreja - Parte 3



O REINO EDIFICA A IGREJA


“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16:18-19).

“Vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pe 5:5).

“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento levanta um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; pois aquele dia a demonstrará, porque será revelada no fogo, e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se permanecer a obra que alguém sobre ele edificou, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele prejuízo; mas o tal será salvo, todavia como que pelo fogo” (1 Co 3:11-15).

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito” (Ef 2:20-22). 



Vamos orar:

Querido Pai celestial, quando nos reunimos no nome do Teu Filho amado, nosso Senhor Jesus, Ti louvamos e Ti agradecemos porque Tu amaste a igreja e Ti deste por ela. Ti agradecemos e louvamos porque Tu também amas Teu reino e, Senhor, pedimos que nós, também, possamos amar Tua igreja e possamos amar Teu reino. Oramos para que Tu aumentes em nosso coração tal amor por Teu reino e pela Tua igreja porque são coisas que Tu carinhosamente amas. Oh Senhor Tu irás pelo teu Espírito falar ao nosso coração e nos conduzir àquilo que Tu estas buscando.Encomendamos este tempo em Tuas mãos no nome de nosso Senhor Jesus. Amém.

Estamos olhando para o reino e para a igreja de quatro ângulos diferentes. Número um: o reino é um com a igreja. Quando entre na realidade espiritual, descobre que o reino e a igreja realmente são o mesmo. Eles são os dois aspectos de uma mesma coisa. Quando você pensa na igreja, pensa na vida; quando você pensa no reino, pensa na autoridade. Quando você pensa na igreja, pensa na liberdade; quando você pensa no reino pensa no governo.Quando você pensa na igreja, pensa em comunhão. Quando você pensa na igreja, pensa em amor, mas quando pensa no reino pensa em disciplina. Estes dois aspectos têm que funcionar juntos porque na realidade espiritual o reino e a igreja são um.

O segundo ângulo é que o reino é maior do que a igreja. Muito embora o conceito da realidade da igreja esteja em Deus, mesmo antes da fundação do mundo,contudo ele permanece um mistério. Não até que este mistério fosse revelado aos apóstolos e profetas pelo Espírito Santo viemos a conhecer aquele mistério de Cristo que é a igreja.

O próprio nosso Senhor enquanto estava na terra lançou um fundamento. Ele mencionou a igreja duas vezes, conforme encontramos em Mateus 16 e Mateus 18, mas ainda não havia a igreja. Ele lançou um fundamento através da Sua morte. Do Seu lado saiu sangue e água, e com esse material Ele edificará Sua igreja.

No dia de Pentecostes o Espírito Santo veio sobre cento e vinte que estavam reunidos e oravam unânimes. Em um Espírito estes cento e vinte crentes foram batizados em um corpo. Este é começo da igreja. Em um sentido, dizemos que a igreja começou, no que concerne à sua história no tempo, com a primeira vinda de nosso Senhor Jesus. Ela permanecerá e continuará a crescer e aumentar, continuará a ser amadurecida até a segunda vinda de nosso Senhor Jesus, quando virá para tomar Sua igreja para ser Sua noiva.

Quando pensamos no reino, dizemos que ele começa de fato com a criação. Quando Deus criou os céus e a terra, Ele que é o Soberano se tornou o Soberano do universo. Ele que é o Rei começou a ter domínio sobre aquilo que reina e no qual pode conceder, manifestar e expressar Seu próprio caráter. Por isso dizemos que o reino de Deus começa com a primeira criação e continua através das eras, não apenas no tempo do Velho Testamento, mas também no tempo do Novo Testamento. Assim encontramos que ele é paralelo à igreja, e ainda é maior do que a igreja. Por que? É porque sempre que o evangelho do reino dos céus é pregado, onde quer que o som vá e as pessoas vêem sob a influência daquele som, você encontrará que uma aparência exterior daquele reino dos céus irá aparecer sobre esta terra. E está aparência exterior está mostrado nas parábolas de Mateus, o mistério do reino dos céus.

Agora devemos lembrar que estas parábolas, o mistério do reino dos céus, representam a cristandade. Isso é, sempre que o som do evangelho se espalha, você encontra trigo e joio reunidos juntos. Isso é a cristandade, não é a igreja. Por isso neste sentido, o reino é maior que a igreja.

Então, certamente, na vinda de nosso Senhor Jesus, Ele estabelecerá o Seu reino sobre esta terra, o reino milenar. Na realidade, existem duas partes no reino milenar. A parte mais inferior que é o Reino Messiânico sobre esta terra cujo trono estará estabelecido em Jerusalém e a nação de Israel será a principal das nações. Eles serão uma nação de sacerdotes como Deus prometeu. Eles sairão e liderarão os povos para adorarem a Deus. Também, naquele tempo, haverá a parte superior, a parte celestial. Na parte celestial você encontra os santos no alto, aqueles vencedores da igreja. Eles reinarão com Cristo por mil anos. É um tempo quando o céu reinará sobre a terra. Assim você encontra que reino realmente é maior que a igreja.

Então, certamente, depois do milênio haverá a eternidade. Na eternidade haverá novos céus e nova terra, e a nova Jerusalém descerá do céu para esta terra. Este é o tempo em que a igreja é fundida com o reino eterno de Deus. Por isso dizemos que o reino é maior que a igreja.

Na verdade, durante as duas sessões passadas sobre o reino e a igreja, estivemos apenas lançando o fundamento. Nosso encargo na realidade é com a inter-relação entre o reino e a igreja. Agora gostaríamos de considerar juntos diante do Senhor: O Reino Edifica a Igreja.

Nas quatro passagens que lemos, você encontra a palavra edificar em cada passagem. Em outras palavras, a igreja tem que ser edificada. Em Mateus 16, nosso Senhor Jesus mesmo disse: “Eu edificarei Minha igreja”. A igreja não é algo que surge repentinamente. A igreja não é apenas algumas pedras jogadas juntas. A igreja precisa ser edificada. Mas como a igreja é edificada? Qual é a chave para a edificação da igreja de Deus?

Hoje, temos que reconhecer que tanto quanto podemos ver, parece como se a igreja não estivesse sendo edificada. Parece como se estas pedras vivas não estivessem sendo edificadas juntas. Muito embora creiamos que quando o Senhor disse: “Eu edificarei a Minha igreja”, Ele está edificando, parece que Ele não está edificando tão rápido, tão amplamente como deveria ser. E provavelmente esta é uma razão pela qual o Noivo ainda está esperando pela noiva. Por isso é muito importante para nós sabermos como a igreja é edificada. Qual é a chave para a edificação da igreja? 



AS CHAVES DO REINO

Nosso Senhor Jesus disse: “Tu és Pedro, uma rocha, uma pedra. Sobre esta rocha (isto é Ele mesmo, a confissão Dele como o Cristo, o Filho do Deus vivo) Eu edificarei a Minha igreja” (ver Mateus 16:18). Isso é o que Ele está fazendo, mas como? No verso seguinte Ele disse: “Ti darei as chaves do reino, e tudo o que ligares nesta terra será ligado no céu, e tudo o que desligares nesta terra será desligado no céu”. No original nos é dito: “Tudo o que vós ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que vós desligardes na terra será desligado no céu”.

Estas chaves do reino não são dadas apenas a Pedro. No verso paralelo em Mateus 18 nosso Senhor Jesus disse:

“Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu. Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (versos 18-20).

Em Mateus 16, as chaves do reino foram dadas a Pedro, mas então em Mateus 18 elas foram realmente dadas à igreja, aos crentes. “Tudo o que vós ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que vós desligardes na terra será desligado no céu”. Quem são essas pessoas que estão ligando e desligando? “Se dois de vós na terra concordarem... Pois onde se acharem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. Assim podemos dizer que estas chaves são dadas aos crentes, à igreja.

O que são as chaves? O que representam as chaves? Certamente, as chaves representam autoridade ou poder. Há a autoridade, o poder de ligar a o poder e autoridade para desligar. O que realmente é autoridade? Depois da ressurreição de nosso Senhor Jesus, Ele apareceu aos Seus discípulos a João disse:

“E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, são-lhes retidos” (Jo 20:22-23).

Em outras palavras, o poder e autoridade do reino dos céus é o Espírito Santo que é dado, não Pedro, não os crentes, mas o Espírito Santo neles. O Espírito Santo é a autoridade e o poder do reino dos céus. Em Isaías 22:22, é dito:

“Porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro; ele abrirá, e ninguém fechará; fechará, e ninguém abrirá”.

“Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre” (Ap 3:7).

Aqui você encontra a chave da casa de Davi e a chave de Davi. Creio que todos nós sabemos que Davi é a representação do reinado. Assim, esta é a chave do reino de Deus e com esta chave você pode abri-lo; abrir a porta da casa de Davi, do reino, ou você pode fechá-la. É interessante que aqui em Isaías 22 e em Apocalipse 3 a chave está no singular. Você não precisa de duas chaves – uma para abrir a porta e uma para fechá-la, trancá-la. Esta única chave é suficiente para abri-la e para fechá-la. Mas em Mateus 16 as chaves estão no plural.

Agora certamente a interpretação aceita é que Pedro usou duas chaves – uma para abrir a porta do reino aos judeus e uma para abrir a porta do reino para os gentios. No dia de Pentecostes, depois do Espírito Santo vir sobre aquelas pessoas e começarem a engrandecer o Senhor, uma grande multidão começou a se reunir em torno deles. E Pedro se levantou com os onze, e pregou o reino dos céus para a multidão. Ele concluiu sua mensagem dizendo:

“Saiba, pois com certeza toda a casa de Israel que a esse mesmo Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2:36).

Ele é exaltado, Ele é o Senhor do universo, Ele é o Rei sobre tudo. Este é o evangelho do reino de Deus que ele pregou, e depois de pregar as pessoas foram tocadas no coração. Estavam convictas, por isso perguntaram o que deveriam fazer. E Pedro disse:

“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”(At 2:38).

Os cristãos evangélicos diriam: “Pedro, você está errado. Quando as pessoas estão convictas, você precisa dizer a elas que devem crer nos Senhor Jesus. Você nem ao menos disse a elas que deveriam crer”. Mas Pedro não disse: “Creiam no Senhor Jesus”. Tudo o que ele disse foi: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”. Por que? Porque para os judeus daquele tempo a crucificação, a morte e a ressurreição de nosso Senhor Jesus tinha sido diante de seus olhos. Em outras palavras, era algo efetuado diante deles por isso tudo o que precisavam fazer era se arrependerem; se arrependerem de sua rejeição ao Messias e serem batizados em Seu nome, para pertencerem a Ele. E ao fazerem isso seus pecados seriam cancelados e eles poderiam receber o dom do Espírito Santo. Assim Pedro, usou aquela chave para abrir a porta do reino aos judeus.

Então, em Atos 10, Pedro foi enviado à casa de Cornélio que era toda composta de gentios e começou a pregar novamente. Na verdade, Pedro foi apenas até a primeira parte do seu sermão. Depois de ter pregado algo sobre o Senhor Jesus, fez uma pequena conclusão, não com alguma idéia que fosse para concluir sua mensagem. Ele apenas resumiu o que tinha dito e estava para continuar. Ele não tinha terminado a mensagem ainda. Provavelmente ele tinha muito para prosseguir, então disse: “A ele todos os profetas dão testemunho de que todo o que nele crê receberá a remissão dos pecados pelo seu nome” (At 10:43). Aqui você descobre que sua mensagem é realmente evangélica. Ele disse: “Creia”. Você precisa crer no Senhor Jesus para a remissão dos seus pecados. Bem, estes eram gentios. Eles nem mesmo sabiam que o Senhor tinha ressuscitado, por isso tinham que crer no Senhor Jesus para a remissão dos seus pecados. Assim as pessoas dizem que realmente Pedro teve que usar duas chaves diferentes, uma para os judeus e uma para os gentios. Isso pode ser assim, não sei. 




AS CHAVES DA MORTE E DO HADES



Há uma outra Escritura que menciona mais do que uma chave. Nosso Senhor declarou ao Seu discípulo amado João:

“Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre! e tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:18).

Aqui, chave está no plural mais uma vez. A morte e o hades. Pergunto se há um tipo de contraste ou um tipo de complemento ali. As chaves da morte e do hades são negativas. As chaves do reino dos céus são positivas.

Satanás tem o poder da morte, a força da morte porque o salário do pecado é a morte. Como ele tenta as pessoas para pecar, então elas estão sob seu domínio. Em outras palavras, ele tem a chave da morte, e a usa para ameaçar as pessoas. Em Hebreus 2, você encontra que as pessoas temem a morte e ele usa esse temor da morte para as escravizar. A morte é tão poderosa que quando vem, você não pode pedir por mais cinco minutos de graça. A morte é tão poderosa que uma vez que ela agarra você, nunca o deixará ir. Através dos séculos incontáveis pessoas entraram na morte e nenhuma jamais retornou. Satanás tem a chave da morte, e ele a abre a todo aquele que peca, e então ele apenas a fecha. Mas, graças a Deus, há um Homem!

Na mensagem de Pedro no dia de Pentecostes, ele mencionou Salmos 16, uma profecia sobre o Messias, e disse que a morte não poderia retê-Lo, o hades não poderia retê-Lo. Em outras palavras, nosso Senhor Jesus propositalmente, voluntariamente entrou na morte a fim de despojar a morte do seu poder e tomar a chave das mãos de Satanás e tomá-la em Sua própria mão.

Por isso, irmãos e irmãs, Ele nos libertou do temor da morte. “Aquele que crê em mim”, disse o Senhor, “nunca perecerá”. Esta é a razão do porque quando um crente, um santo, um filho de Deus morre fisicamente, a Bíblia diz que ele dormiu. Você não tem medo de ir dormir. Penso que você dá boas vindas ao sono. Depois de um dia cansativo, você busca ter uma doce noite de sono. E ir dormir significa que um dia você se levantará, você espera ser despertado. Para os crentes, o aguilhão da morte já se foi. O aguilhão do pecado é a morte, e o poder da morte foi tragado pela vida. Nosso Senhor Jesus entrou na morte, despojou a morte do seu poder, e Ele voltou da morte em ressurreição, e tem a chave da morte. Irmãos e irmãs, não estamos debaixo do temor do pecado.

Espiritualmente falando, há uma lei da morte justamente como há uma lei do pecado, mas nós que somos do Senhor, nós que estamos em Cristo estamos acima da lei da morte porque a lei do espírito de vida venceu a lei do pecado e da morte. A lei do pecado é que você tem que fazer aquilo que você sabe que não deveria fazer. A lei da morte é que você não faz aquilo que você deveria fazer. Mas graças a Deus, Ele venceu a morte e estamos aptos para fazer Sua vontade.

Agora, Ele não tem apenas a chave da morte, mas também a chave do hades. Hades é o lugar para onde o ímpio que morre vai. É como uma casa de detenção para todos os que são ímpios (e por ímpio quero dizer à vista de Deus). Pode haver muitas pessoas que são normais, muito religiosas, mas não têm a vida, a vida eterna. Quando elas morrem sem crerem no Senhor Jesus, sem serem salvas, irão para o hades. Este é o lugar dos ímpios. Nosso Senhor Jesus tem esta chave, também. Esta é a razão pela qual Ele disse: “Eu edificarei a minha igreja sobre esta rocha e as portas do hades não prevalecerão sobre ela”. Ele tem a chave.

Nos é dito que em Mateus 16 não há artigo definido antes da palavra “portas”. O hades parece ter muitas portas porque o caminho do hades é espaçoso e há muitas portas pelas quais você pode entrar. É muito fácil de entrar. Já que não há artigo definido “as” antes de portas, isso expressa a característica do poder ao invés de um objeto definido.

Em outras palavras, “portas do hades” representam o poder maligno, o poder das trevas, a habitação da malignidade. E aqui nosso Senhor Jesus disse que as portas do hades não prevalecerão contra a igreja que Ele edifica. Todas as portas podem ser abertas, mas com Sua permissão. Ele tem a chave. Ele pode abrir as portas do hades e permitir que a impiedade venha e tente e teste Sua igreja, mas Ele também a fecha. Assim, qualquer coisa que possa acontecer – perseguição, ataques, qualquer poder que parece vir do hades, lembre-se que tudo está sob o controle do nosso Senhor. Ele autoriza, Ele os permite por uma razão, para nos aperfeiçoar. Graças a Deus, nosso Senhor Jesus tem a chave da morte e do hades. Não há temor para nós da morte ou do poder das trevas. Isso é negativo.

Então você encontra uma coisa positiva. Nosso Senhor Jesus tem as chaves do reino dos céus e Ele as deu ao Seu povo. Você não precisa concordar comigo, mas pergunto porque é que Ele disse as chaves? Agora se existem chaves da morte e do hades e o hades é o próximo passo da morte, pergunto se as chaves do reino dos céus são similares. Isso significa que você usa uma chave para abrir a porta para entrar no reino dos céus. Mas o reino dos céus tem muitos compartimentos e você precisa mais chaves para abrir as portas para cada compartimento para que você possa realmente entrar no reino abundantemente. E tanto quanto o que concerne à nossa experiência, esse parece ser o caso. Entramos por nascimento. “Em verdade, em verdade eu digo que a menos que alguém seja nascido da água e do espírito não pode entrar no reino de Deus”. Esta é a chave que abre e você nasce no reino, mas isso não significa que porque você está no reino você é do reino. Você precisa ser violento, para se apoderar dele, tomá-lo por força.
 




PREGANDO O EVANGELHO DO REINO



A chave para a edificação da igreja é o reino. Como o reino edifica a igreja? Primeiro de tudo, é a pregação do evangelho do reino. Sem a pregação do evangelho do reino não haverá material para edificar a igreja. Infelizmente, quando pregamos o evangelho, pregamos de acordo com Lucas e paramos ali. Quando lemos o evangelho de acordo com Lucas, depois que nosso Senhor Jesus ressuscitou e apareceu aos Seus discípulos, disse que fossem e pregassem o arrependimento e a remissão dos pecados. Assim algumas vezes dizemos que o evangelho conforme Lucas é o evangelho da graça (ver Lucas 24). Em outras palavras, você apenas diz às pessoas que Cristo morreu por eles na cruz, portanto os pecados delas podem ser perdoados se elas apenas se arrependerem e crerem Nele. Então os pecados delas serão perdoados e elas estarão bem.

Este é o evangelho que é pregado hoje, mas quando você vai à Palavra de Deus, dos quatro evangelhos, Deus colocou o de Mateus primeiro. O evangelho de Mateus é o evangelho do Rei, o evangelho do reino e essa parece ser a parte principal do evangelho de Jesus Cristo. Há apenas um evangelho. Não é que você tem um evangelho da graça e um evangelho do reino, como se houvessem dois evangelhos diferentes. Não, eles são diferentes aspectos do evangelho de Jesus Cristo. Poço dizer que o evangelho da graça é para o evangelho do reino. o reino é o propósito de Deus. A graça é o Seu meio para aquele fim porque sem a graça vocês nunca estarão capacitados para ganhar o reino



Graça



O que é graça? Dizemos que graça é o favor imerecido que Deus apenas dá livremente, geralmente, liberalmente, sem acepção de pessoa, para pessoas que não merecem. Isso é verdade. Mas você sabe que a palavra graça no original grego é composta de três significados diferentes e que eles estão juntos? A graça dada livremente, gratuitamente e geralmente, é o meio dos três. Isto é, a única que pregamos e recebemos.

Na realidade, a palavra graça em primeiro lugar significa que há um objeto ou uma pessoa que é bela, que é graciosa para se ver. A graça não começa com dar, a graça começa com aquele que dá. Agora, estamos interessados com o que é dado, mas nos esquecemos daquele que dá. Assim a graça, primeiro de tudo, é para ver Aquele que é belo, que é tão gracioso. Quem é Aquele que é tão gracioso, tão belo? Certamente é o nosso Senhor. A primeira parte é a pessoa graciosa. Então aquela pessoa graciosa deu graciosamente e esta é a segunda parte. A terceira parte é aquele que recebe a graça, que a graça irá operar tanto nele, irá movê-lo tanto, irá mudá-lo tanto que ele se tornará gracioso também, como aquele que é tão gracioso. Se dissermos que recebemos graça e ainda não somos mudados, não somos graciosos, não somos belos, mas feios, não sabemos o que é graça. É justamente como aquele servo, que sendo perdoado pelo seu mestre de tanto, ainda assim saiu e agarrou o pescoço de seu companheiro justamente por um pequeno e minúsculo débito. Ele foi lançado de volta na prisão.

Vamos nos lembrar que não há na verdade oposição entre graça e reino. Algumas vezes pensamos da graça como sendo gratuita; você não faz nada e o reino, este demanda muito. É muito custoso. Você tem que trabalhar por ele e você descobre que estas são colocações inteiramente opostas. Não, elas são uma. Se você conhece realmente o que é a graça, quando você vê tal beleza, tal Pessoa graciosa, nosso Senhor, que deu a Si mesmo por você, você é tão constrangido pelo Seu amor que pode apenas dar-se novamente a Ele e reconhecê-Lo como seu Rei, como seu Senhor, e deixá-Lo reinar sobre você. Isso é natural, espontâneo, e isso é o reino, o reinado. Não há oposição. É somente pela graça que entramos ou ganhamos o reino.

Porque a igreja não é edificada? É porque, hoje, há deficiência na pregação do evangelho de Jesus Cristo. Pregamos um evangelho barato, e qual é o resultado? Agora, graças a Deus somos salvos; graças a Deus que recebemos vida, mas isso é tudo. Sabemos que estamos seguros eternamente, e então vamos embora e vivemos nossa própria vida. O reino não está em vista. O Rei não está em vista. O aceitamos como nosso Salvador, mas ainda não nos rendemos a Ele como nosso Senhor, nosso Soberano, nosso Rei. Você pode edificar uma igreja com pessoas que são salvas, mas carnais? Não há forma de edificar a igreja. O evangelho do reino precisa ser pregado.

O Evangelho do Reino

O que é o evangelho do reino? Jesus é Senhor, Jesus é Rei, Jesus é Soberano. O evangelho não é somente para crer nele, é para obedecer a ele. Em Romanos 1 é dito:

“Obediência para a fé”. Em Pedro 1 é dito: “A obediência e a aspersão do sangue de nosso Senhor Jesus”. No evangelho não há apenas crer, há também obedecer. Hoje, você encontra pessoas que crêem, mas aquilo que crêem é muito deficiente. Elas não sabem que o Único a quem crêem é o Senhor dos senhores, o Rei dos reis. Elas não sabem que Ele é a Majestade a quem elas devem entregar-se e obedecer. Esta é a razão pela qual você encontra em Romanos 12:

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (verso 1). 




PEDRAS VIVAS



Graças a Deus, nós que estávamos mortos agora estamos vivos. Somos as pedras vivas que Pedro disse que seriam edificadas juntas em uma casa espiritual. Mas, você sabe que muito embora você seja uma pedra viva, uma pedra com vida, há uma porção de arestas, muita sujeira, muita poeira, muitas outras coisas que estão sobre você?

Disseram-me que quando se tenta minerar ouro, é preciso minerar talvez uma tonelada de minério para se obter um minúsculo pedaço de ouro. Todo o resto é lixo. Você sabe que muito embora sejamos salvos, muito embora haja vida em nós, muito embora tenhamos nos tornado uma pedra, a poeira da terra rodeia esta pedra? Inicialmente estávamos sujos; éramos feitos de pó, mas nosso Senhor disse: “Tu és Pedro agora, tu és uma pedra”. Muito embora tenha havido uma mudança dentro de nós em nosso espírito, nascemos de novo, e nos tornamos pedra, tudo o que vocês podem ver é poeira, não pedra.

É justamente como Paulo disse: “Temos este tesouro em vasos de barro” (2 Co 4:7). Somos vasos terrenos e o tesouro está escondido ali, e enquanto esse vaso terreno não é rachado ou quebrado, não há forma do brilho do tesouro resplandecer. E irmãos e irmãs, isso é o que somos. Somos pedras vivas, mas há tanta poeira e sujeira ao nosso redor – nossa carne, nossos velhos hábitos, nós mesmos. A menos que estas coisas estejam sendo tratadas, sendo lançadas fora, como você pode edificar estas pedras? Elas não podem estar juntas.

Suponha que você tem uma pedra aqui, um pedaço minúsculo de pedra, e esta pedra está cercada com muita terra, e há outra pedra do mesmo jeito. Quando você as coloca juntas, elas nem ao menos se encontram. O que se encontra é a terra e é isso o que esta acontecendo na igreja hoje. Irmãos e irmãs, não encontramos Cristo em cada um dos outros. Nos encontramos uns aos outros em Adão. Esta é a razão do porque a igreja não pode ser edificada. É por isso que a cruz precisa funcionar.





A LEI DO REINO 



A cruz é a lei do reino. a cruz tem que operar em nossa vida para tirar todas estas coisas terrenas. Aquilo que é terreno, mundano, tem que ser tirado para que possamos ser pessoas celestiais. Aquilo que é natural tem que ser tratado, para que aquilo que é espiritual possa ser manifestado. Aquilo que é de nós mesmos tem que ser tratado, para que aquilo que é de Cristo possa ser expresso. Por quanto tratamento temos de passar, e isso é a cruz. A cruz é onde somos crucificados. “Fora com ele”. A cruz é onde somos colocados para morrermos para que todas estas coisas possam ser tiradas.

É muito interessante quando você olha para a Escritura para encontrar que o apóstolo Paulo disse que o fundamento foi colocado, e o fundamento não é outro senão Jesus Cristo. Não pode haver outro fundamento, mas ele disse para sermos cuidadosos com o que edificamos sobre ele. Se você edifica com ouro, prata ou pedras preciosas ou com madeira, feno e palha, um dia o fogo revelará. Se você edifica com madeira, feno e palha eles serão queimados. Você será salvo, mas meramente, apenas salvo. Se você edifica com ouro, prata e pedras preciosas então o fogo só exibirá o esplendor. Você será recompensado, e sabemos que a recompensa é o reino (ver 1 Co 3).

Em Apocalipse 21 e 22, você encontra a nova Jerusalém edificada, o produto final. O que você encontra ali? Você encontra que toda a cidade, a nova Jerusalém, é edificada com ouro, pedras preciosas e pérola – nada mais. A prata não é mencionada ali porque a obra da redenção fez sua obra. Sabemos que o ouro representa a natureza, a vida de Deus. As pedras preciosas representam o caráter de Cristo. As pérolas é a obra paciente do Espírito Santo.


PEDRAS PRECIOSAS

Não somos apenas pedras vivas, todos nós devemos ser pedras preciosas. Apenas ser vivo não o suficiente, você precisa ser precioso. O próprio Senhor Jesus é uma pedra preciosa. Em Isaías 28 Deus disse: “Eis que ponho em Sião como alicerce uma pedra, uma pedra provada, pedra preciosa de esquina, de firme fundamento; aquele que crer não se apressará” (verso 16). Por isso, nosso Senhor Jesus não é apenas uma pedra, uma pedra provada, uma pedra que foi testada, Ele é uma pedra preciosa. Este é o fundamento, e o edifício sobre este fundamento tem que ser de pedras preciosas.

Irmãos e irmãs somos pedras vivas, mas somos preciosos? Nos tornamos pedras vivas por recebermos Sua vida em nós, mas como nos tornaremos pedras preciosas? Você sabe, as pedras preciosas não são elementos, elas são compostas. Elementos diferentes são soberanamente colocados juntos, originalmente colocados juntos sob pressão, sob calor, em escuridão, através de um longo período de tempo, e isto produz pedras preciosas. Portanto, pedras preciosas não são baratas, elas são preciosas.

Como podemos nos tornar pedras preciosas para que possamos ser edificados naquela cidade, a nova Jerusalém; a menos que permitamos que o Espírito Santo ponha em ordem nosso meio ambiente. Chamamos isso de disciplina do Espírito Santo. Esta é a lei do reino. Ele põe em ordem nosso meio ambiente, nos coloca com certas pessoas, nos coloca em certo lugar, uma certa localização, permite que certas coisas aconteçam em nossa vida. Estas são as pressões. Você sente a pressão diária? Há calor. Você o sente? Algumas vezes você sente que está tudo escuro. E isso não apenas por um dia. Estas coisas vêem sobre você mais e mais vezes por um longo período de tempo. Você não entende porque. Você pensa que uma vida cristã é uma navegação tranqüila. Você não sabe que é o caminho da cruz? Você está sob pressão, sob fogo, em escuridão. O Espírito Santo está colocando juntos os aspectos do caráter de nosso Senhor Jesus em sua vida.




Jaspe



Alguém pode ser como uma pedra de jaspe. Na nova Jerusalém, o brilho de toda a cidade é como uma pedra de jaspe. O muro é feito de jaspe. E quando você volta para Apocalipse 4, você encontra Aquele que está sentado no trono cuja aparência é como uma pedra de jaspe. O jaspe é uma aparência de Deus, o brilho de Deus. É a primeira pedra que forma o fundamento da nova Jerusalém. É a última pedra sobre o peitoral do sumo sacerdote. Ela tem uma cor azul, a cor do céu. Ela fala dos lugares celestiais.

Nos tempos antigos eles pensavam que jaspe denotava satisfação. De acordo com a tradição, na igreja primitiva, eles se referiam a Pedro como jaspe. Pedro encontrou sua satisfação no Senhor: “Senhor, Tu tens a palavra da vida, para onde iremos?” E através de muitos tratamentos, Pedro se tornou uma satisfação para o coração de Deus. Ele se tornou celestial, não terreno – não mais Simão, mas Pedro. Há tal transformação em sua vida? Você espera que possa viver uma vida carnal por toda vida, e então, quando o Senhor vier, repentinamente você é transformado em jaspe como Ele? Nunca. Você precisa ser transformado hoje. A obra está sendo feita enquanto você vive.

Vocês sabem, algumas vezes quando me levanto pela manhã agradeço ao Senhor porque ainda estou vivo. Ele me deu mais um dia de oportunidade. Ele ainda está nos mudando de terrenos para celestiais. Nada terreno pode entrar no céu. Somente aquilo que é celestial pode herdar o reino celestial. Você encontra satisfação no Senhor? Você precisa ir ao mundo para encontrar sua satisfação? Somos uma satisfação para o Senhor? Ele está satisfeito conosco? Isso é a pedra de jaspe, e esta pedra pode ser edificada naquela cidade santa, a Nova Jerusalém. 



Sárdio

Tome outra pedra, o sárdio. Esta pedra é a primeira no peitoral do sumo sacerdote. É a sexta pedra no fundamento da nova Jerusalém. Em Apocalipse 4, a aparência de Deus sobre o trono é como um jaspe e sárdio. Nos é dito que em hebraico sárdio, odem, significa “vermelho”. É uma pedra vermelha. Tradicionalmente, ela está conectada ao nosso Senhor Jesus, nosso Salvador, e Seu sangue. Nos é dito que dentre todas as pedras, esta pedra pode ser polida muito perfeitamente. Ela é tão transparente que quando você a coloca diante da luz, a luz brilhará através dela.

Agora, isso diz a você que através do sangue de nosso Senhor Jesus, Ele nos limpou a tal grau que nos tornamos transparentes. A vida de nosso Senhor Jesus na terra foi transparente. Nele não havia nenhuma opacidade, nem frente nem costa. Ele não era de um jeito diante do homem e de outra diante Dele mesmo. Nosso Senhor Jesus era transparente, nada escondido. Este é o Seu caráter que precisa ser edificado em nós. Quão opacos somos, vasos terrenos. Não temos recursos para sermos transparentes. Temos que representar como um ator neste mundo, e não apenas no teatro deste mundo, mas mesmo na igreja, representamos. Não somos reais, não somos transparentes. Como precisamos do Espírito Santo para nos convencer, tirar toda esta opacidade e escuridão em nós, para que a luz de Deus possa brilhar através de nós. Esta é a pedra de sárdio, e esta pedra é um fundamento da nova Jerusalém.



Esmeralda

Tome uma outra pedra, a esmeralda. (A razão de eu usar estas três pedras é porque elas são encontradas em Apocalipse 4). A aparência de Deus sobre o trono é como jaspe e sárdio, e há um arco íris em torno do trono como esmeralda. A pedra de esmeralda é a quarta pedra do peitoral do sumo sacerdote. É também encontrada no fundamento da nova Jerusalém. A palavra esmeralda, tanto em grego como em hebraico, significa “carne”. Ela é de uma cor verde vívida e aveludada, e foi considerada como que representando a ressurreição, a vida. A cor verde é a cor da vida. A canção da esmeralda é a canção da salvação – você precisa ser nascido de novo. Nos é dito que nos tempos antigos ela era uma pedra que poderia testar o que era falso e o que era verdadeiro. Era uma pedra de teste.

Irmãos e irmãs, aquilo que deve ser edificado em nossa vida é essa vida de ressurreição. O Senhor disse: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Esta vida testará se é real, verdadeira, ou se é irreal e falsa. Você não discerne o bem e o mal comendo da árvore do conhecimento do bem e do mal. Você discerne o bem e o mal comendo da árvore da vida. Isso é discernimento espiritual. A vida dirá se é real ou se é representação. O conhecimento não pode dizer. Algumas pessoas podem representar muito bem para que você pense que é real. É como as flores de imitação que as pessoas podem fazer hoje que parecem tão reais que você as regaria, mas você não pode enganar uma abelha. É a vida que testa todas as coisas.

Precisamos ser como pedras preciosas. Com estas pedras preciosas Ele está habilitado a edificar Sua igreja. Porque é que a igreja não é edificada? Não somos preciosos à Sua vista. Não somos preciosos? Não estamos querendo pagar o preço. Sob a pressão quebramos, ao invés de: “Na angustia [pressão] me deste largueza” (Sl 4:1). Quando passamos pelo fogo clamamos. E, contudo Pedro disse: “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1:7). Irmãos e irmãs, é caro, mas é digno. Se não quisermos pagar o preço, a igreja não pode ser edificada. O reino edifica a igreja. 



AS PEDRAS EDIFICADAS JUNTAS

Finalmente, não é suficiente apenas ser pedras vivas. Não é suficiente que sejamos pedras preciosas. Hoje, quando você tem uma pedra preciosa, você pode exibi-la em um museu, colocá-la em um pedestal e permitir que todos a vejam e a admirem. Nosso Deus é muito econômico. Ele é muito funcional. Ele nos faz pedras preciosas, não para exibição, mas para edificação. Quando você realmente quer edificar com pedras preciosas, o que você faz? Você tem que edificar uma pedra preciosa com outra pedra preciosa. Você precisa fazer uma porção de cortes, lapidações, entalhes e polimentos porque, muito embora elas sejam preciosas, têm suas diferenças, formas singulares. Elas não podem ser colocadas juntas.

É verdade que há um caráter de Cristo sendo edificado em nós, mas você encontrará muitos irmãos e irmãs que amam o Senhor e você realmente pode ver nelas não apenas vida mas preciosidade e caráter de Cristo, mas coloque-as juntas e elas não se ajustam juntas. Por que? Mesmo com estas pedras preciosas deve haver mais trabalho. Você pode ser de dez quilates, mas para ser edificado naquele lugar onde Deus o coloca, você pode ter que ser reduzido a um quilate. Como precisamos estar juntos, unidos juntos em um.

É bonito, maravilhoso que quando Moisés edificou o tabernáculo usou tábuas de dez côvados de altura, um côvado e meio de largura, com dois encaixes, isto é duas pernas. Ele colocou estas tábuas juntas, e elas se ajustaram umas às outras. Não era apenas uma tábua em pé ali para exibição, mas estas tábuas eram colocadas juntas.

Quando Salomão edificou o templo, pedras maciças foram cortadas na pedreira, e quando eram cortadas tudo era feito de acordo com o padrão. Se você é uma pedra para ser colocada em uma certa posição com as outras pedras, então você é dimensionado daquela forma. Você é cortado e serrado, por dentro e por fora. Então você é alisado, numerado e transportado para o monte Muriá. Ali você é apenas colocado no lugar. Não há som de martelo ou aço, é apenas encaixar. Todo o trabalho é feito no escuro. Em outras palavras, não apenas nossa vida natural tem que ser tratada pela cruz, mesmo a vida de Cristo em nós precisa passar pela cruz para ser ajustada com nossos irmãos e irmãs.

Certamente precisamos de graça. Sem a graça quem pode suportá-lo? E você encontra que a graça está ali. “A Minha graça ti basta”. Pela Sua graça seremos transformados. Pela Sua graça seremos capacitados a nos ajustar uns aos outros para que a igreja seja edificada.

Deixe-me resumir dessa foram. A igreja é edificada com vida, com a vida de Cristo, não com a sua vida, não com a minha vida, mas com a vida de Cristo em você e em mim. Mas estranhamente, a vida sozinha não pode ser edificada junta, mesmo se tivermos a mesma vida. Para que a igreja seja edificada, não precisamos apenas de vida, precisamos de autoridade. Vida mais autoridade é como a igreja é edificada. Certamente, autoridade sem vida é tirania e isso destrói. A autoridade tem que ser exercitada em amor, em vida.

Encontramos vida na igreja, mas onde está a autoridade? Não estou falando em autoridade humana. Estou falando sobre autoridade divina. Em outras palavras, retenham firme a cabeça e então todos os membros do corpo estarão juntos e ajustados. Reter firme a cabeça simplesmente significa o senhorio de Cristo. Se todos respeitamos, retemos firmes, nos submetemos à autoridade do cabeça da igreja, Cristo, fluiremos juntos. Onde está a autoridade do cabeça? A autoridade do cabeça está representada pelo Espírito Santo hoje. O Espírito Santo é a autoridade; Ele representa a autoridade do cabeça. Como precisamos obedecer ao Espírito Santo.

O irmão Watchman Nee nos disse que quando chegamos a uma igreja a primeira coisa não é encontrar sobre quem teremos autoridade. A primeira coisa que você faz é encontrar a quem você deve se submeter. Se aprendermos a nos submeter uns aos outros no temor de Cristo, se vermos a autoridade de Cristo, do Espírito Santo, em cada um dos outros e nos submetemos uns aos outros no temor de Cristo, a igreja será edificada. Não haverá problemas.

Hoje todos nós queremos liberdade. Graças a Deus, se você conhece a verdade, a verdade o libertará. Se você conhece o Senhor, o Filho de Deus, Ele o fará livre. Graças a Deus somos livres, mas como abusamos de nossa liberdade. Quando vamos à igreja, dizemos que somos completamente livres – livres para tudo. Isso é a igreja. A igreja pode ser edificada com esse tipo de liberdade? Bem, dizemos que onde está o Espírito ali há liberdade. Mas muitas vezes, não é o Espírito Santo, é o seu próprio espírito sob a carne.

Na igreja hoje há tal conflito. Algumas pessoas crêem na liberdade, livre para tudo. Outras pessoas crêem na ordem, tudo deveria ser em ordem, e elas lutam umas contra as outras. Há liberdade, mas há ordem porque nosso Deus é um Deus de ordem. E é somente dentro da ordem é que você tem a mais plena liberdade. Algumas pessoas crêem no amor. A igreja é toda amor. Você ama de tal forma que ama até mesmo o pecado naquela pessoa. Se você quiser a disciplinar, bem, disciplina não está no dicionário. Mas a igreja nunca pode ser edificada sem a disciplina.

Em Mateus 18 você encontra que a igreja local deve ser edificada e ali há disciplina. Uma igreja que não tem disciplina não é igreja. Esta é a razão pela qual dizemos que o reino edifica a igreja. A pregação do evangelho do reino nos traz para a igreja, nas depois que estamos na igreja, os princípios do reino têm que continuar a operar em nós para a edificação da igreja.

Porque é que a igreja não é edificada? É porque não vemos o reino. Não vemos o Rei. Ante de eu vir esta manhã, a palavra que veio a mim, a oração em meu coração foi: Eu amo o Teu reino, Senhor. Eu amo a Tua igreja. Quando vim e vi que este era o cântico que seria cantado, agradeci ao Senhor. Amamos a igreja? Dizemos que amamos a igreja, mas se não amamos o reino, nosso amor pela igreja é vazio. Assim, que o Senhor nos ajude a amar o reino para que possamos amar a igreja. 





Vamos orar: 

Querido Pai celestial, Tu amaste Teu Filho, Teu Filho primogênito. E por causa disso Tu propuseste dar a Ele um reino como Sua herança. Tu O fizeste herdeiro de todas as coisas. Oh, nosso Pai celestial, Ti adoramos e agradecemos porque Tu amaste tanto o Teu Filho que determinaste dar a Ele uma noiva para ser Sua ajudadora, para ser uma com Ele, Ti agradecemos porque Teu Filho, pelo reino e pela igreja, derramou Sua própria vida. Oh, nossa oração nesta noite é que possamos amar a Tua igreja e amar o Teu reino. Queremos ver Teu reino vir, mas Teu reino não pode vir se Tua noiva não estiver pronta. Senhor, queremos que Tua noiva esteja pronta, portanto, oramos para que venha o Teu reino hoje, para nós, para que Tua igreja possa ser edificada, para que possamos apressar a vinda do Rei, nosso noivo. No nome de nosso Senhor Jesus. Amém 




Stephen Kaung - Editora Restauração
(Site Igreja em Uberaba)

A ênfase nas doutrinas causa divisão.


Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; [...] seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo (Ef 4:3, 15)


Rm 8:3; Ef 1:7; 2:8

Sabemos que o evangelho de Deus tem dois aspectos: o primeiro apresenta o Senhor Jesus como Filho do Homem e, segundo a carne, descendente de Davi; o segundo diz respeito a Jesus como o Filho de Deus, designado assim pela ressurreição dos mortos (Rm 1:3-4). Podemos dizer que Davi representa bem um pecador, uma vez que nele conseguimos encontrar vários tipos de pecados como cobiça, adultério e homicídio. Quanto ao Senhor Jesus, Este ganhou um corpo humano por meio de Maria, a qual era descendente de Davi. Todavia, Ele não tinha pecado, mas possuía somente a semelhança de carne pecaminosa (8:3) e, por isso, estava apto a morrer em nosso lugar.


Quando foi crucificado, o Senhor resolveu todos os problemas ligados ao pecado, ou seja, ligados a Davi e a toda a humanidade. Louvado seja o Senhor! A esse aspecto do evangelho chamamos de evangelho da graça, o qual todos os cristãos conhecem. Nele nos é mostrado que nós cometemos os pecados e merecíamos morrer por causa deles, mas o Senhor Jesus foi castigado em nosso lugar, sendo que a nós coube receber o perdão, gratuitamente, pela fé (Ef 1:7). Essa é uma graça muito grande, por isso nós chamamos essas boas-novas de evangelho da graça (2:8).


Infelizmente, o conhecimento de muitas verdades bíblicas, de maneira meramente doutrinária, também foi motivo de divisões na igreja. No século XVI, quando Martinho Lutero traduziu a Bíblia do latim para o alemão, e ela foi impressa, vários reis que estavam debaixo do controle do Vaticano se aproveitaram da oportunidade para ficar livres desse controle e criar suas próprias igrejas. Esse movimento ficou conhecido como Reforma.


Em muitos países da Europa, surgiram as igrejas estatais: na Alemanha, a igreja Luterana; na Inglaterra, a igreja Anglicana. Outros países como a Holanda e a França também se rebelaram contra a autoridade papal e criaram vertentes religiosas. Outros começaram a estudar a Bíblia e analisá-la, assim, cada um teve a visão de um aspecto da verdade, e isso foi usado como base para formar inúmeros credos religiosos, principalmente após o século XVIII.


Embora a unidade seja um princípio bíblico da igreja, ou seja, apenas uma igreja em toda a terra, após a Reforma, muitas assim chamadas “igrejas” surgiram e caíram na mesma condição que pode ser vista na carta escrita à igreja em Sardes, cujo nome significa restauração. Por meio dela, o Senhor queria restaurar a prática da igreja nos primeiros séculos, ou seja, que voltassem a invocar o Seu nome. Em Apocalipse 2:3 vemos que a igreja em Éfeso suportou provas por causa do nome do Senhor e não se deixou esmorecer. A igreja em Esmirna certamente conseguiu manter-se fiel, mesmo debaixo da intensa perseguição por parte do império romano, porque conservou o nome do Senhor até Antipas ser morto (vs. 10c, 13). Contudo, após a Reforma, muitos líderes além de não restaurarem o que era essencial para a vida da igreja, centraram-se em doutrinas, que por fim causaram mais divisões entre o povo de Deus. As verdades reveladas durante aqueles anos poderiam ter sido usadas para restaurar a genuína unidade da igreja, mas a obstinação humana e a demasiada ênfase nas doutrinas foram usadas pelo inimigo para causar mais divisão, contrariando o desejo do coração do Senhor para o Seu povo.

16 julho, 2012

Refletindo...

O Reino e a Igreja - Parte 2

O REINO É MAIOR DO QUE A IGREJA

“Por esta razão eu, Paulo, o prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vós gentios... Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como pela revelação me foi manifestado o mistério, conforme acima em poucas palavras vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como se revelou agora no [poder do] Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, a saber, que [aqueles que são] os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da [sua] promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho”.(Ef 3:1-6).

“E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; pois ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem nem entendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e de maneira alguma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira alguma percebereis. Porque o coração deste povo se endureceu, e com os ouvidos ouviram tardiamente, e fecharam os olhos, para que não vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure. Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois, em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram” (Mt 13:10-17).


Vamos orar:

Querido Pai celestial, quando nos reunimos esta manhã em Tua presença, como Ti adoramos e agradecemos porque grande é a Tua fidelidade porque estamos aqui esta manhã e é por causa da Tua fidelidade que cremos que Tu tens uma palavra para nós. Senhor, encomendamos este tempo em Tuas mãos e buscamos a Ti para as bênçãos para que Tu sejas glorificado. No precioso nome de nosso Senhor Jesus. Amém.

Minha parte neste tema: Venha o Teu Reino, é sobre o reino e a igreja. Olharemos para isso de quatro ângulos diferentes. Com a finalidade de termos uma continuidade e apenas para relembrar vocês, nós compartilhamos brevemente que o reino é um com a igreja. É uma e a mesma coisa. A igreja fala da vida, e o reino fala da autoridade. Vocês não podem ter vida sem autoridade, nem podem ter autoridade sem vida. Estas coisas caminham juntas. Na realidade, elas são uma.

Quando pensamos na igreja, pensamos em crescimento porque é o corpo de Cristo. O corpo de Cristo tem que crescer continuamente até que alcance a maturidade, na plenitude da estatura de Cristo. Quando pensamos no reino, pensamos no governo. Deus reina sobre tudo. Então quando pensamos na igreja, pensamos no amor porque é a casa de Deus. Na casa de Deus, o governo da casa é o amor. Quando pensamos no reino, pensamos em disciplina. Você precisa disciplinar através do amor. Se há um amor verdadeiro deve haver disciplina, de outra forma não há amor. Você não pode separar estas duas coisas.

Quando pensamos na igreja, provavelmente o símbolo que vem a nossa mente é a mesa. Nos reunimos em torno da mesa do Senhor, e certamente, isso fala de comunhão. Temos comunhão não somente com o Senhor, mas temos comunhão uns com os outros. Isso é o que é a igreja. Quando pensamos no reino, provavelmente a figura que se ergue em nossa mente é o trono. Deus sentado no trono e o Cordeiro sentado no trono. Esta é a figura que temos, assim nos curvamos e adoramos.

Um outro símbolo na Escritura no qual pensamos quando falamos da igreja é um candeeiro. O candeeiro é aquilo que sustenta a luz, e isso é o que a igreja realmente é. É um candeeiro, um instrumento para a luz, e sabemos que a luz não é outra senão o nosso Senhor Jesus. É a responsabilidade, o ministério e o testemunho da igreja engrandecer nosso Senhor Jesus para que Ele possa ser visto e ouvido. Quando pensamos no reino, a figura na Escritura é uma cidade, a cidade de Deus, a nova Jerusalém onde a glória de Deus é manifesta. E em Apocalipse 21 e 22, encontramos que esta cidade santa é na realidade um candeeiro gigante. Os fundamentos são a base do candeeiro e a luz é o Senhor. Assim encontramos que o reino é um com a igreja. Em outras palavras, quando você entra na realidade espiritual não há diferença entre o reino e a igreja.

Agora gostaríamos de considerar juntos o segundo aspecto: O Reino é Maior do que a Igreja. Nós já dissemos que o reino é um com a igreja, agora porque dizemos que o reino é maior do que a igreja? Quando falamos do reino como sendo um com a igreja, pensamos na realidade espiritual. A realidade espiritual é aquela que transcende o tempo e o espaço. É eterna, ela nunca muda, e por causa disso, quando entramos na realidade espiritual, encontramos que o reino e a igreja verdadeiramente são um, um e a mesma coisa. Mas quando vamos para o tempo e espaço, quando vamos para a história, encontramos que há uma diferença. O reino é maior do que a igreja.



O MISTÉRIO DE CRISTO

O apóstolo Paulo disse que Deus, por revelação, deu a ele o conhecimento e entendimento do mistério (ver Efésios 3). Este é chamado de o mistério de Cristo. Este mistério esteve escondido através das eras até que foi revelado pelo Espírito de Deus aos apóstolos e os profetas. Certamente sabemos que quando ele menciona o mistério de Cristo, se refere à igreja. Assim como Cristo é o mistério de Deus, a igreja é o mistério de Cristo.

O que é um mistério? Um mistério é nada mais que algo misterioso, desconhecido, ou completamente secreto. Um mistério é um segredo, isso é verdade, mas o mistério de Deus é um segredo que está escondido na mente, no coração de Deus e está relacionado com o propósito. Deus tem um propósito em Seu coração. Na eternidade passada, era um segredo escondido Nele, mas era um segredo glorioso, isto é, era algo sobre o qual colocou Seu coração. É algo que deseja consumar. Está dentro Dele mesmo, mas é um mistério. Este segredo de Deus tem estado escondido na mente de Deus através das eras.

Nosso Deus é alguém que pode guardar um segredo. Nós não podemos guardar segredo. Dizemos: “Isso é segredo”, e o dizemos, mas nosso Deus é alguém que pode realmente guardar um segrego. Há algo tão glorioso, algo tão precioso, algo que Ele deseja tanto, e ainda assim, Ele pode escondê-lo em Si mesmo através das eras, não apenas um dia, não apenas um ano, não apenas um século, mas através das eras. Está escondido dentro Dele.

Pergunto o que acontece quando tentamos guardar um segredo? Tentamos muito duramente não dizê-lo, mas compreendemos que é tão precioso, é tão importante que temos que negar a nós mesmos e realmente fazer violência a nós mesmos para guardar um segredo. Pergunto o que acontece com Deus? Há algo que Deus propôs na eternidade passada, algo que Ele deseja ter. Em um sentido, sabemos que com Deus não há passado, nem futuro, não há amanhã, nem ontem. É sempre agora. Em outras palavras, quando Deus o propôs, Ele já o possuía, mas de alguma forma está dentro Dele mesmo, e nunca o revelou ao homem através das eras. Ele sabe que a hora não é chegada. Ele precisa esperar até o tempo certo então começa a revelar aquele segredo. Isso é chamado de mistério. Porque é um mistério, é a profundeza de Deus. Não é algo na periferia. É algo bem no centro de Seu coração, bem no centro de Sua mente. Portanto não há forma de conhecer este mistério a não ser pela revelação. Em outras palavras, Deus tem que revelá-las a nós pelo Seu Espírito. O Espírito de sabedoria e revelação tem que ser dado, e graças a Deus, tem sido dado.

Este mistério é algo que os profetas do passado buscavam e desejavam conhecer, mas Deus as revelou, não o revelou a eles. É um mistério, um segredo, que mesmo os anjos gostariam de conhecer, mas Deus não o revelou a eles. Deus esperou até o momento certo e o revelou pelo Seu Espírito aos apóstolos e aos profetas do tempo do Novo Testamento. Depois de ser revelado, agora se tornou um segredo aberto. Em outras palavras, hoje, este mistério foi revelado, e se ainda é um mistério para você, a responsabilidade é sua. Encontramos que depois do mistério ter sido revelado, ter sido aberto, então todos nós que somos do Senhor devemos saber qual é o mistério de Cristo. O mistério de Cristo é a igreja, e precisamos saber o que é a igreja.


A IGREJA UNIVERSAL

Deus guardou este segredo até a plenitude dos tempos. Ele enviou Seu Filho a este mundo, nascido de uma mulher, nascido sob a lei, e encontramos que nosso Senhor Jesus, quando tinha trinta anos, começou a pregar as boas novas do reino de Deus. Mas estranhamente, nos registros dos quatro evangelhos, a palavra igreja é usada pelo nosso Senhor somente duas vezes. Ele pregou as boas novas do reino, o evangelho do reino, por algum tempo. Ele tinha reunido em torno de Si mesmo algumas pessoas, mas esperou até um dia quando perguntou aos Seus discípulos: “Quem os homens dizem que sou?”.

Certamente, os discípulos deram a Ele todas as boas notícias. Eles não iriam dar a Ele as más notícias. “Tu és Elias. Tu és João o batista que ressuscitou. Tua és o Profeta, aquele de quem profetizou Moisés, que Deus haveria de levantar entre os irmãos a quem vocês devem prestar a atenção”.

Mas o Senhor não estava satisfeito, por isso disse: “Quem vocês pensam que sou? Vocês são Meus discípulos, vocês Me seguem, vocês têm Me conhecido, quem vocês pensam que Sou?”.

E todos nós nos lembramos como Simão Pedro, sendo o interlocutor dos discípulos, disse: “Tu és o Cristo, o ungido de Deus, Tu és o Filho do Deus vivo”.

Depois de Pedro confessar nosso Senhor Jesus de tal forma, então nosso Senhor Jesus disse: “Simão Barjonas, tu és bem-aventurado porque isto não é algo revelado a ti pelo homem, é revelado a ti pelo Meu Pai que está no céu. Tu és uma pedra. Sobre está rocha edificarei a minha igreja e as portas do hades não prevalecerão contra ela” (ver Mt 16:13-19).

Esta é a primeira vez que nosso Senhor mesmo revelou esta palavra igreja aos Seus discípulos. “Sobre esta rocha edificarei a minha igreja”. O que é esta rocha? Creio que todos nós sabemos que esta rocha não é Pedro. Pedro é apenas uma pedra, não uma rocha imensa, maciça. Pedro é apenas uma lasca daquela Pedra viva, por isso se tornou uma pedra viva. Esta rocha é nosso Senhor Jesus. A rocha é a confissão de nosso Senhor Jesus. É a confissão de Pedro. É a confissão de todo aquele que confessa nosso Senhor Jesus como o Cristo. Isso se refere a Sua obra como o Filho do Deus vivo; se refere a Sua Pessoa. Assim nós que cremos no Senhor Jesus e que confessamos a Ele como tal, seremos edificados juntos por Ele para sermos Sua igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra ela.


A IGREJA LOCAL

A outra menção desta palavra igreja pelo nosso Senhor Jesus está em Mateus 18. Aqui nosso Senhor Jesus disse que se seu irmão pecar contra você, vá a ele em amor. Tente ajudar seu irmão e faça-o lembrar que ele pode ser restaurado e recuperado. Você não vai por uma revanche, ou para tentar provar que você está certo, mas você vai por amor. Você já o perdoou, por isso você tenta restaurá-lo na comunhão com você. Se ele não ouvir a você, pegue outro irmão ou irmã que o conheçam e respeitem, e então vá novamente e dê a ele uma segunda oportunidade. Agora se ele não ouvir, então você vai e diz à igreja.

Certamente que quando nosso Senhor menciona a palavra igreja aqui, há uma leve diferença no contexto. Em Mateus 16, quando disse: “Eu edificarei a minha igreja”, se referiu à igreja universal. Ela é edificada sobre o princípio da confissão. Então quando Ele disse: “Vá e diga à igreja”, certamente, você não pode dizer à igreja universal porque ela é muito grande para você. Você tem que dizer à igreja local onde você se reúne. Aqui é mostrada a igreja local que coloca todos os princípios espirituais em prática.


A IGREJA QUE É O SEU CORPO

Nosso Senhor Jesus mencionou a palavra igreja apenas duas vezes. Mas me pergunto, quando Ele usou esta palavra igreja, os discípulos realmente entenderam o que é a igreja? Duvido que eles entenderam até que nosso Senhor Jesus foi para a cruz do Calvário. Para que pudesse ter a Sua igreja, ter este mistério consumado, nosso Senhor Jesus teve que ir ao Calvário e ali ser crucificado sobre a cruz. Quando Ele foi crucificado, sofreu não apenas nas mãos dos homens, isso foi a menor parcela; Ele sofreu nas mãos do inimigo. Quanto o inimigo O cercou e tentou atacá-Lo ferozmente. Mas Seu maior sofrimento foi nas mãos de Seu Pai amado. Ali Ele se tornou pecado por nós para que pudéssemos nos tornar justos para Deus.

Ao final das seis horas, Ele disse: “Está consumado”. A obra estava feita, mas Ele ainda estava na cruz. O dia seguinte seria um grande dia, um grande sábado e de acordo com a tradição judaica, ninguém poderia estar pendurado na cruz porque isso é uma maldição. Assim todos os que eram crucificados tinham que ser tirados e sepultados. Quando os soldados vieram, descobriram que nosso Senhor já tinha morrido. Os dois ladrões ainda estavam vivos por isso suas pernas tinham que ser quebradas para acelerar a morte deles. Mas quando chegaram a nosso Senhor Jesus, Ele já tinha morrido. Para terem certeza que Ele realmente estava morto, um soldado enfiou sua lança no lado de nosso Senhor. Creio que ela atingiu Seu próprio coração. E quando aquela lança foi retirada, saiu sangue e água. O apóstolo João estava lá e disse: “Eu o vi. Vi sangue e água sair, e o testemunhei e meu testemunho é verdadeiro”.

Porque é que o apóstolo João enfatizou tanto este ponto? Há uma razão. Algo saiu do lado de nosso Senhor Jesus e este é o material para a edificação da igreja. Mencionamos que nosso Deus colocou Adão para dormir, e do lado de Adão tomou uma costela (literalmente “algo”) e com este algo edificou Eva. Portanto, Eva é osso de seu osso e carne de sua carne, e eles se tornaram um. Isso é apenas um tipo, mas aqui encontramos a realidade. Nosso Senhor Jesus tinha que morrer. Foi uma morte violenta, não como Adão, que foi apenas um sono muito doce. Adão foi apenas adormecido porque não havia pecado no mundo ainda. Mas nosso Senhor morreu uma morte violenta porque o pecado já estava no mundo, e Ele se tornou a oferta de pecado por nós. De Seu lado saiu sangue para a remissão de nossos pecados e água para nos dar vida. Sua própria vida liberada através da cruz. Irmãos e irmãs, é pelo sangue, pela água e pela vida de nosso Senhor que Ele edifica Sua própria igreja. Esta é a base para a igreja.

Então, depois de três dias Ele ressuscitou da morte. Ele ascendeu e se sentou à direita de Seu Pai, e no dia de Pentecostes o Espírito Santo veio. O significado do Pentecostes é muito significante porque marca o início da história da igreja sobre a terra. Sobre a base da morte de nosso Senhor Jesus e Sua ressurreição, na base do sangue e da água que fluíram Dele, o Espírito Santo veio, e em um Espírito os cento e vinte foram batizados em um corpo. Eles não eram mais cento e vinte crentes individuais. Eles não eram mais uma congregação de cento e vinte membros. Eles se tornaram um corpo de cento e vinte membros – uma grande diferença.

Este corpo, esta igreja começou a crescer, e desde o dia de Pentecostes, a igreja tem estado crescendo. Primeiro, ela foi estabelecida em Jerusalém, então em toda a Judéia, então Samaria, e até os confins do mundo. Deus ainda está edificando Sua igreja. Ele não apenas está chamando pessoas de todas as nações, todas as tribos, todas as línguas e povos, mas Ele as está congregando. Ele as está edificando juntas organicamente, e esta é a obra que tem continuado por estes milhares de anos, até um dia que cheguemos à medida da estatura da plenitude de Cristo. Então nosso Senhor Jesus virá e receberá aquele corpo crescido para ser Sua noiva. Depois disso, eles reinarão com Ele por mil anos, e na eternidade a igreja será fundida ao reino eterno de Deus. Agora isso é a igreja.


O REINO

Agora, e quanto ao reino? Já mencionamos que de eternidade a eternidade Ele é Deus. Nosso Deus é o grande Jeová, o grande EU SOU, Aquele que existe por Si mesmo. Na eternidade passada, antes de haver o tempo, havia Deus, supremo, tudo por Si mesmo. Também mencionamos que Deus é Rei, Rei do universo. Onde Deus está, há o Seu reino, mas para ser mais exato, quando Seu reino começa?

“O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura por todas as gerações” (Sl 145:13).

“O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio de geração em geração” (Dn 4:3b).

Quando você pensa nas eras, quando você pensa nas gerações, o que você tem? Você tem o tempo. Quando você pensa na eternidade, ela é além das eras e além das gerações. Assim em um sentido estrito, na eternidade passada Deus, Aquele que É, tudo é por Ele mesmo. Ele é supremo. Ele é Rei, mas no momento em que Ele começou a criar o universo, Ele teve Seu reino. No princípio Deus criou ou céus e a terra, e Deus, sendo o Criador, tinha todo o direito sobre o que criou. Ele tinha domínio sobre aquilo que governava, por isso Seu reino é um reino de todas as eras. Desde então, era após era, geração após geração, você encontra que Deus reina supremo sobre tudo o que criou.

No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, não havia ainda criado o homem. O homem veio mais tarde. Na primeira criação, os anjos eram a criação mais elevada de Deus. Não sei se estou teologicamente correto, estou aberto para correções. Provavelmente quando Deus criou primeiro os céus e a terra, criou primeiro os anjos.

Se vocês lerem Jó 38, encontrarão que quando Deus lançou o fundamento da terra, as estrelas da manhã se reuniram e os filhos de Deus cantaram de alegria. Sabemos que a “estrela da manhã” se refere à primeira estrela, os “filhos de Deus” se referem aos anjos. Quando Deus lançou o fundamento da terra, os anjos já estavam ali, e cantaram de alegria. Eles estavam muito contentes porque Deus criou a terra.

Provavelmente, o primeiro ser criado, o primeiro anjo criado, foi Lúcifer, e por isso ele tinha uma posição elevada entre os anjos. Ele era um anjo, um querubim, um querubim ungido que estava servindo como o guarda do trono de Deus. Foi dada a ele beleza, talento, autoridade, domínio. No princípio quando Deus criou os céus e a terra, os anjos conduziam a adoração a Deus. Provavelmente, Lúcifer era o chefe da música, conduzindo todo o universo nas canções de louvor a Deus. “Ele é digno, o Criador, o Todo Poderoso, Aquele que é exaltado, Aquele que é incomparável”. Havia harmonia no universo. Havia paz ali. Todas as coisas falavam da glória de Deus e a glória de Deus enchia o universo. Você não via as coisas criadas, você via a Deus.

Infelizmente, o orgulho entrou no coração deste arcanjo. Ele se rebelou contra Deus. Por causa dessa rebelião, a harmonia no universo foi quebrada. Deus lançou este arcanjo para fora do céu, e muito provavelmente, ele desceu para a terra. Esta é a razão pela qual você encontra em Gênesis 1:2, que havia trevas cercando a terra; a terra estava em ruínas, completamente arruinada. Evidentemente, o planeta terra ou pode ser nosso sistema solar foi dado a ele para governar. Em outras palavras, quando Deus puniu a rebelião do arcanjo, aquilo que estava sob seu domínio entrou em ruína, desolação, vacuidade e despropósito.

Não sabemos por quanto tempo isso continuou, mas graças a Deus, o que propôs em Seu coração nunca mudou. Ele começou a recuperar, a reparar esta terra. Muito embora a terra estivesse em ruína, muito embora as trevas estivessem sobre ela, ela ainda pertencia ao nosso Deus. Ele não tinha abandonado Seu reinado, Seu senhorio. O “pequeno livro” ainda está em Sua mão, por isso tem todo direito de reparar a terra e a restaurar para se tornar habitável.


O PLANO DE DEUS

Deus tinha um plano glorioso em mente para restaurar esta terra para que fosse habitável para o homem que iria criar. Deus tinha um plano maravilhoso para restaurar Seu reino sobre está terra. Deus tinha um plano maravilhoso para remover o inimigo e substituí-lo por outro ser – o homem. Irmãos e irmãs, você precisam se lembrar disso. A Escritura diz: “O que é o homem?” O homem foi feito um pouco mais baixo que os anjos. Quanto ao que concerne à ordem divina, os anjos são uma ordem mais elevada do que o homem. O homem é mais baixo que os anjos. Os anjos são espíritos, eles não estão limitados por um corpo físico. Nós temos um espírito, mas nosso espírito está confinado em um pequeno corpo, e este corpo na realidade nos limita em grande medida. A inteligência deles é mais elevada e maior do que a do homem.

Deus fez o homem um pouco mais baixo do que os anjos, e ainda assim, quando fez o homem, Ele o criou a Sua própria imagem. Isso é algo que Deus nunca havia feito antes. Quando criou os anjos, Ele não os criou de acordo com Sua própria imagem. Ele os criou de acordo à Sua idéia. Quando Ele criou todas as outras coisas vivas, criou de acordo com Seus pensamentos, mas apenas o homem foi criado em Sua imagem. Por quê? É porque Deus tem um propósito para o homem. Ele quer dar ao homem Sua vida e, através do homem, arrancar esta terra da mão do inimigo e estabelecer Seu reino bem aqui na terra.

Ele deu ao homem que criou o domínio sobre todas as coisas que Ele tinha criado. E disse: “Subjugue todas as coisas”. A missão do homem era de trazer todas as coisas de volta aos pés de Deus. O homem deveria ser o instrumento na mão de Deus para trazer Seu reino de volta a está terra. Que tarefa tremenda é essa e, certamente, sabemos que esta tarefa só pode ser feita com Sua vida dada e recebida no homem. Em outras palavras, Ele o faria no homem e através do homem.

Mas mais uma vez veio a tragédia. Satanás compreendeu que Deus usaria o homem para trazer Seu reino, para remover o reino das trevas, por isso tentou o homem e o homem caiu. Mais uma vez você encontra que houve maldição sobre esta terra, mas Deus começou a trabalhar mais uma vez. Ele começou mesmo no jardim do Éden. Depois do homem pecar, Deus não apenas vestiu o homem com pele para cobrir sua nudez, mas deu ao homem uma promessa: “A semente da mulher esmagará a cabeça da serpente” (Gn 3:15).


A OBRA DE DEUS PARA A RESTAURAÇÃO

Deus começou Sua obra de restauração para recuperar o homem com o objetivo de recuperar Seu reino na terra já no jardim do Éden, imediatamente depois da queda do homem. Mas na era dos Patriarcas tudo o que Deus pode ter entre os homens foram apenas uns poucos aqui e ali. Deus teve Abel que representou o reino de Deus na terra em sua geração. Deus tomou um homem chamado Enoque, e ele representou Seu reino na terra em sua geração. Deus tomou a Noé, e ele representou o reino de Deus na terra. Deus também tomou Abraão. E assim você encontra que na era dos Patriarcas tudo o que Deus foi capaz de recuperar de Seu reino na terra foram apenas umas poucas pessoas aqui e ali.

Mais tarde na dispensação da lei, Deus foi capaz de redimir um povo, uma nação, a nação de Israel que representava o reino de Deus na terra no tempo deles. Todas as demais nações adoravam ídolos. Elas eram o reino das trevas, mas havia luz no reino de Israel. Deus era a luz deles. Eles adoravam a um Deus e representavam o reino de Deus no tempo deles. Mas, temos de reconhecer que seja nos indivíduos da era dos Patriarcas, ou seja, sob a lei na nação de Israel, a representação era muito, muito incompleta. Encontramos que não era apenas incompleta era muito fraca. Muito embora estes homens, muito embora este povo fosse redimido e caminhasse com Deus, ainda assim havia muita fragilidade humana. Não era uma representação perfeita do reino de Deus. Em outras palavras, não havia esta obediência perfeita, submissão perfeita. Deus não era capaz de colocar todo Seu caráter neles. Eles podiam ter um pouco do caráter aqui e ali, mas não todo ele. Assim em um sentido, Deus ainda não tinha Seu reino sobre esta terra, não até a vinda de nosso Senhor Jesus.


O REINO DOS CÉUS

Quando nosso Senhor Jesus veio a este mundo, a Palavra se fez carne e tabernaculou entre os homens, cheio de graça e verdade. Ele é a realidade do reino de Deus sobre esta terra. Ele representa completamente a Deus. A plenitude do caráter de Deus era Seu caráter. Ele era o Rei, Ele era o reino. E então vocês encontram que um novo termo é introduzido – o reino dos céus. O reino dos céus é um termo que nunca foi usado antes. A única pista que temos no Velho Testamento está em Daniel 4 onde é dito: “Os céus governam”. Os céus governam sobre os acontecimentos dos homens. Há uma pista aqui. No Novo Testamento há uma outra pista. Em 1 Timóteo 4, Paulo disse: “O Senhor me guardará para o Seu reino celestial” (verso 18). Estas são as duas únicas ocasiões em que você encontra em toda a Bíblia, afora do evangelho segundo Mateus, onde é feita referência ao reino dos céus.

Assim, vocês encontram um aspecto novo que parece ser introduzido no reino de Deus. Ele é chamado de reino dos céus porque os céus vieram sobre a terra. Nosso Senhor Jesus veio do céu. Ele é o homem celestial e quando estava na terra, ainda estava no céu. Ele é o representante daquilo que o céu é. Ele carregava com Ele mesmo uma atmosfera celestial. Ele tinha um toque celestial sobre todas as coisas. Ele é muito diferente de qualquer coisa que é da terra e terrena.

O reino de Deus é completamente diferente do reino desta terra, deste mundo. Ele é celestial, não terreno; ele é espiritual, não material; ele é vida, não apenas forma, e aqui você encontra o homem celestial. Nosso Senhor Jesus é um homem que veio do céu, e trouxe o céu para esta terra. Assim o reino dos céus é chegado.

Quando João o batista começou a pregar disse: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus é chegado”. Aquilo que é real veio. No tempo do Velho Testamento, o que você tem é apenas sombra, mas agora a realidade veio em Cristo Jesus. E porque Ele veio, João o batista disse: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus é chegado”.

Vocês sabem, sempre pregamos o arrependimento, porque pecamos, portanto precisamos nos arrepender. Certamente, precisamos nos arrepender de nossos pecados, mas aqui vocês encontram um novo significado para o arrependimento. Arrepender porque o reino dos céus esta vindo e vocês não estão preparados para o reino dos céus. Vocês não apenas não estão preparados, mas quando ele vier julgará a vocês, portanto vocês precisam se arrepender. Vocês precisam mudar completamente. Vocês precisam se arrepender não somente de seus pecados, mas mesmo de suas boas obras, suas obras mortas. Vocês precisam se arrepender de vocês mesmos, de sua religião; vocês precisam se arrepender de sua piedade. Vocês precisam se arrepender de tudo para receber o reino dos céus que está vindo. Esta é a mensagem. O Rei está vindo. Esteja preparado para ele. Se vocês estão indo encontrar o Rei, vocês precisam estar preparados. Se vocês não estiverem preparados, quando Ele vier vocês serão lançados fora.


DISCÍPULO DO REINO

Quando nosso Senhor Jesus tinha trinta anos, começou a pregar e continuou a dizer: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus está próximo”. Por quê? Porque o Rei está aqui, mas onde está Seu povo? Ele não tem um domínio sobre o qual possa reinar, mas logo você descobre que Ele começou a ajuntar discípulos ao Seu redor (ver Mateus 4). Ele chamou a Pedro e a André. Ele chamou a dois filhos de Zebedeu, Tiago e João. Ele chamou a outros para serem Seus discípulos, aqueles que se reuniriam em torno Dele e aprenderiam Dele, aqueles que colocariam a si mesmos sob Seu reinado, aqueles que seriam discipulados por Ele, estariam sob Sua disciplina, aprendendo obediência, e sendo sujeitos a Ele em todas as coisas. Aqui você encontra que Ele começou a ter Seu reino.

Em Mateus 5-7, havia uma multidão ali. Eles amavam ouvir, mas o Senhor deixou a multidão e foi ao monte. Seus discípulos O seguiram e Ele sentou-se e falou aos Seus discípulos. O interesse do Senhor não é pela multidão, uma multidão heterogênea. O interesse do Senhor está em Seu reino, naqueles que são Seus discípulos, e começou a dizer a eles o que chamamos de sermão do monte. O sermão do monte é na realidade o Senhor descrevendo a eles o reino dos céus. Quem são os filhos do reino dos céus? O que os caracteriza? Que tipo de pessoa está no reino dos céus? “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o reino dos céus”. Em outras palavras, para estar realmente vivendo no reino, você precisa ser pobre de espírito. O reino dos céus não é para o orgulhoso. O reino dos céus é para aqueles que são humildes, aqueles que são quebrados. O reino dos céus é para aqueles que são falidos em si mesmos. Você descobre que você está totalmente arruinado, você não é nada. Não há nada bom em sua carne e você se humilha diante de Deus, o reino é seu. O reinado de Cristo vem sobre você. Este é o tipo de povo no reino dos céus, e eles são a luz do mundo. Eles são o sal desta terra.

“A menos que vossa justiça exceda a justiça dos escribas e fariseus não podeis entrar no reino dos céus”. O que é a justiça dos escribas e fariseus? Em comparação com o mundo, eles parecem ter uma justiça porque guardam a letra da lei. Eles são muito cuidadosos e estritos com relação a ela. Eles até mesmo carregam neles mesmos a lei escrita sobre suas frontes e as amarram em seus braços. Eles têm uma justiça de acordo com a letra da lei. Esta é uma aparência exterior de piedade. Esta é a justiça dos escribas e fariseus. Mas nosso Senhor Jesus disse que se isso é tudo o que você tem, você não pode entrar em Seu reino. Você tem que ter uma justiça que excede, ultrapassa, sobressaia muito acima da justiça dos escribas e fariseus. Ela tem que ser uma justiça interior, uma justiça interna, algo do coração. Você precisa ter uma justiça de acordo com o Espírito da lei. Temos este tipo de justiça?

“Sejais perfeitos como seu Pai celestial é perfeito”. Você diz: “Como pode ser isso?” é impossível para o homem, mas é possível para Deus. É apenas pela graça. Não é por você mesmo. É pela Sua vida em você que você está capacitado a ter esta justiça. É uma justiça interior, uma justiça saída da vida. Cristo nossa justiça. Você precisa ser simples. Se seus olhos são maus, se você tem visão dupla, você não pode ver o que é o reino dos céus. Você precisa ser simples, ter seu coração colocado Nele como o tesouro no céu, então você pode servi-Lo como seu Mestre. É uma porta estreita, um caminho apertado. Poucos o encontram e menos pessoas entram nele e andam nele, mas este caminho conduz à vida.

Este é o reino dos céus que nosso Senhor está estabelecendo sobre esta terra entre Seus discípulos. Ele é assim. Ele é o Rei. Isso é o que Ele é, e Ele quer que nós sejamos como Ele, não através de uma imitação exterior Dele, mas tendo recebido Sua vida, permitindo que a Sua vida assuma a direção para que possamos viver como Ele viveu. Este é o reino dos céus sobre a terra.

Nosso Senhor disse: “O reino dos céus é tomado com violência e os violentos se apoderam dele” (ver Mt 11). Você precisa negar a si mesmo fazer violência a você mesmo, de outra forma nunca se apoderará dele. Ele está além de você.

Nosso Senhor Jesus continuou a pregar o reino de Deus, o reino dos céus, e continuou a expulsar demônios e curar enfermos – o poder do reino de Deus. Mas então no capítulo 12 quando curou alguém que era cego e mudo, fez algo que nunca tinha sido feito na história de Israel. Era um sinal de que Ele era o Messias. Os escribas e fariseus, com muito ódio e oposição a Ele, disseram que expulsava demônios por Belzebu, isto é, expulsava demônios pelo príncipe dos demônios. Por causa disso, o Senhor disse que todo pecado cometido contra o Filho de Deus pode ser perdoado, mas aquele que peca contra o Espírito de Deus não pode ser perdoado, nem nesta era nem na era vindoura (ver Mt 12:31-32). Depois disso Ele não pode mais falar livremente com as pessoas. Ele só falava com elas por parábolas.


AS PARÁBOLAS DO REINO

Mateus 13 nos dá as parábolas que são os mistérios do reino dos céus. O Senhor usou parábolas porque não queria que as pessoas o entendessem. Ele queria que apenas Seus discípulos o entendessem. Àqueles que têm mais será dado. Aqueles que não têm, mesmo o que tem será tirado deles, e aqueles que têm terão em abundância. O Senhor quer que tenhamos em abundância por isso falou com Seus discípulos e explicou estas parábolas a eles. Existem mistérios, algo escondido nas parábolas. As pessoas não entendem, elas ouvem apenas uma história. Mas o Senhor explicou e abriu estes mistérios aos Seus discípulos e pudemos entendê-los.

Quando o evangelho do reino é pregado no mundo e as pessoas ouvem o evangelho, o que acontece? Esta é a parábola do semeador. O semeador aqui, primeiramente, é nosso Senhor mesmo. Ele estava semeando a semente, e a semente é a palavra, e a palavra é a palavra do reino. Isso é o que Ele pregou. Ele semeou a palavra do reino sobre este mundo, e quando as pessoas ouviram a palavra do reino, as reações delas, as respostas foram diferentes. A palavra do reino cai em alguns corações que são como as rodovias, as estradas, duramente pisadas por isso a palavra do reino não pode cair nela. Ela fica ao lado, e os pássaros vêm e as arrebatam. Em outras palavras, Satanás virá e tomará a palavra para que você não a ouça.

Um outro tipo de pessoas que ouve a palavra do reino e são emocionalmente agitadas e parecem recebê-la muito rapidamente e alegremente, mas é temporário. Quando as perseguições vêm elas desfalecem. Ela se vai, não há raiz. E então quando a palavra do reino cai em alguns corações, forma raiz, ela começa a brotar, contudo os espinhos e cardos a sufocam e assim não podem produzir fruto. Os cuidados desta vida, os enganos das riquezas, este mundo, nos sufocam tanto que muito embora tenhamos o evangelho do reino em nosso coração ele não pode produzir nenhum fruto para Deus. Graças a Deus, existem pessoas cujo coração tem sido arado e virado, que são pobres de espírito. Quando a palavra do reino cai em seu coração, ela forma raiz. Pacientemente (isso leva tempo), pacientemente, elas produzem fruto, um a cem vezes, sessenta vezes, trinta vezes, para a glória de Deus. Isso é o que acontece quando a palavra do reino é pregada, e hoje não é diferente do que era no tempo de nosso Senhor Jesus.

Mas vocês sabem, Satanás não estava satisfeito com isso. Muito embora estivesse apto para arrebatar um quarto imediatamente e estivesse apto para sufocar os outros dois, ele soube que ainda havia alguns crescendo. O reino dos céus estava sendo estabelecido sobre esta terra e ele não estava contente com isso. Assim em Mateus 13 vocês encontram a segunda parábola. Os homens dormiram, e notem que são os homens no plural e não no singular. O semeador é singular, é o nosso Senhor. Ele nunca dorme nem cochila, mas aqui vocês encontram “homens” em número plural. Estes são aqueles que servem a Deus, como os apóstolos, como outras pessoas posteriormente, elas dormiram. Em outras palavras, não puderam vigiar e orar por isso o inimigo estava apto para vir e semear sua semente entre as boas sementes.

Nesta segunda parábola, a semente não é mais a palavra do reino. As boas sementes são os filhos do reino. Em outras palavras, a semente foi semeada em seus corações, e eles nasceram de novo, e se tornaram filhos do reino. Irmãos e irmãs, vocês sabem que são filhos do reino e Deus plantou vocês no mundo? O campo aqui não é o coração. O campo aqui é o mundo. Assim Deus nos plantou aqui e ali como filhos do reino. Mas o inimigo veio e plantou seus filhos, filhos do maligno, as pragas, o joio entre os filhos do reino no mesmo mundo. Quando eles cresceram, começaram a se mostrar por isso os homens vieram e disseram ao Senhor: “Encontramos praga aqui. Tu não a plantaste. Como isso aconteceu?”.

O mestre sabia. Ele disse: “O inimigo o fez”. Ele o sabia.

Assim eles disseram: “Queres que os arranquemos?”.

“Não, vocês não podem porque as raízes deles estão entrelaçadas agora. Se vocês tentarem arrancar o joio, arrancarão também o trigo. Deixe-os crescerem juntos até o tempo da colheita”. E não é para o homem fazer alguma coisa. Deus disse que Ele enviará Seus anjos para os separar.

Agora, vocês podem aplicar esta parábola para a igreja? Infelizmente, no cristianismo de hoje, as parábolas do reino dos céus são interpretadas como parábolas da igreja. Em outras palavras, a igreja está no mundo, e na igreja vocês têm filhos de Deus e vocês têm filhos do maligno. Eles têm que estar juntos, vocês não podem separá-los. Se vocês os separam, vocês matam tudo. Assim este é o argumento, dizendo que na igreja vocês têm que ter os não salvos e os salvos juntos, aqueles que são de Deus e aqueles que não são de Deus. Vocês têm que deixá-los crescerem juntos. Isso é o que é a igreja? Não! O que é a igreja? A igreja é o corpo de Cristo. Neste corpo vocês não podem ter nenhum elemento estranho. Cada um na igreja é um chamado para fora. Todos são crentes verdadeiros, filhos de Deus. Isso é o que é a igreja. Assim vocês encontrarão aqui a diferença entre o reino e a igreja.

Quando o evangelho do reino é pregado no mundo, você encontra diferentes respostas. E em qualquer lugar onde o evangelho é difundido e as pessoas vêm pelo som do evangelho, algo acontece, o que conhecemos hoje como cristandade. Dizemos que esta é uma nação cristã, que aquela é uma nação cristã. Dizemos que esta é uma escola cristã, que aquele é um hospital cristão. Dizemos que esta é uma instituição cristã. É uma igreja, uma organização cristã. Sempre que o evangelho do reino é pregado e a influência se propaga pelo mundo, a cristandade ou, se vocês preferem, o cristianismo começa ali. No cristianismo vocês encontram uma grande mistura de trigo e joio. Isso é permitido, mas isso não é permitido na igreja.

Mateus 13 nos mostra a aparência exterior do reino dos céus. Quando o reino dos céus é pregado, isso é o que você encontrará nesta terra. Ele será uma grande mistura. Por um lado, ele é como a semente de mostarda. Há vida nela, mas ela cresceu de maneira anormal e os pássaros dos ares se enraizaram nela. Exteriormente, o cristianismo cresceu.

O Senhor nos diz: “Não temais, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o reino” (Lc 12:32). E, contudo vocês encontram que hoje, a cristandade se tornou um grande poder, uma influência sobre esta terra. Ela se tornou o abrigo de todo tipo de coisas más. E interiormente, a cristandade é corrupta como uma mulher que coloca fermento em três medidas de trigo. Ela começa a fermentar, a inchar – doutrinas corruptas, condutas corruptas. Isso é o que vocês encontram na cristandade hoje.

Por outro lado, na cristandade de hoje, isto é, a aparência do reino dos céus, algo está escondido ali. Há um tesouro escondido na terra. Nosso Senhor o descobriu e vendeu tudo e comprou o campo por causa daquele tesouro nele. O Senhor o descobriu e o escondeu novamente para que as pessoas não pudessem vê-lo, e comprou a terra.

E há outro aspecto como o de uma pérola de grande valor. O Senhor é o negociante buscando uma grande pérola. Ele encontrou esta grande perola e pagou tudo por ela. Ele deu-se a Si mesmo por ela. Este é o Seu amor pela Sua igreja.

Assim vocês encontram que é uma mistura, e isso será resolvido com a última parábola. A rede será lançada. Todas as coisas más serão lançadas fora e as coisas boas serão levadas para dentro da casa.

Aqui vocês encontram a diferença entre a igreja e o reino dos céus. O reino dos céus tem uma aparência exterior que não pode ser aplicada à igreja porque a igreja, quando tem uma aparência exterior ela é a igreja local. E a igreja local tem que ser pura como a igreja universal. Isso é a igreja. E quando vocês vêm a Mateus 24 e 25, descobrem que finalmente o reino dos céus virá para esta terra.

Esta é a história do reino dos céus, o reino de Deus. O reino de Deus é de eternidade a eternidade, mas o reino dos céus é uma porção no reino de Deus. Ele começa com a primeira vinda de nosso Senhor Jesus, e termina com Sua segunda vinda quando estabelecerá Seu reino sobre esta terra. Finalmente, na eternidade os dois se mesclarão em um. Pior isso, o reino é maior do que a igreja.


Vamos orar:

Querido Pai celestial, oramos para que estas palavras possam não ser apenas conhecimento para nós, mas que estas palavras possam ser vida para nós, para que possamos ver que há algo especial hoje porque o reino 28dos céus está aqui. Oramos para que possamos ser um povo que vive sob o governo do céu, para que possamos ser Teu reino nesta terra, representando a Ti no meio dos reinos desta terra. Oramos em Teu precioso nome. Amém.


Stephen kaung - Editora Restauração
 (Site Igreja em Sorriso)

Refletindo...

Cristo tem Preeminência na Vida do Cristão.


Referência bíblica:
Convém que Ele cresça e que eu diminua   (João 3:30)

As experiências dos cristãos são de dois tipos: as doces e as amargas. Deus nos faz pas-sar por ambas, as experiências doces e amargas da vida, para nos capacitar a deixar que Cristo tenha preeminência em todas as coisas.

EXPERIÊNCIAS DOCES:

1) Oração respondida – A oração será atendida se o seu alvo for o de deixar que Cristo tenha o primeiro lugar em todas as coisas. Busquemos primeiro o reino de Deus e a sua justiça e Deus acrescentará tudo mais que precisamos. (Acrescentar não é dar. O primei-ro significa adicionar ao que já temos; o segundo significa conceder o que não temos.) pedir em nome do Senhor é pedir em nome do Pai para o Senhor a fim de que o Senhor possa recebê-lo. De acordo com este princípio aqueles que dão valor à carne não terão nada para pedir em oração. Como precisamos deixar que a cruz acabe com a nossa carne para podermos ser intercessores do Senhor, pedindo aquilo que é a vontade do senhor! Não deveríamos orar pelos nossos propósitos egoístas. Só aqueles que permitem que Cristo tenha preeminência em todas as coisas podem entrar no Santo dos Santos. Vamos transformar os momentos de oração pelas nossas necessidades em um momento de ora-ção pelos negócios de Deus. Então Deus ouvirá a oração que proferimos – isto é, oração pelas coisas de Deus; mas ele também ouvirá a oração que não proferirmos – isto é, a oração pelos nossos próprios negócios. Se primeiro pedirmos que o Senhor receba o que é Dele, ele fará que nós também recebamos o que é nosso. Umas das experiências doces da vida do cristão é ter orações continuamente atendidas. Lembre-se, entretanto, que o motivo de Deus responder nossas orações é permitir que Cristo ocupe o primeiro lugar em todas as coisas.

2) Crescimento – O crescimento também é uma doce experiência do cristão. Devemos ser como crianças, mas não permanecer crianças. Aumento de conhecimento das Escri-turas Sagradas não é crescimento; crescimento é aumento de Cristo em nós. Menos ego, ausência total do ego, isso é crescimento. Pensar pouco em si mesmo – mais ainda, não pensar em nada – isso é crescimento. Por exemplo, a verdadeira humildade é ignorar-se completamente. Quando nos vemos, a humildade é relativa, mas quando não nos vemos mais, a humildade é absoluta; e isso é crescimento. Crescimento é deixar que Cristo tenha preeminência em minha vida: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” – mas Ele não cresce em mim de acordo com a porção de conhecimento bíblico que tenho, mas de acordo com a minha consagração. Na medida em que eu me colocar na mão de Deus, Cristo terá preeminência em todas as coisas. O verdadeiro crescimento está no engrandecimento de Cristo.

3) Iluminação – Outra experiência doce da vida cristã é receber a luz de Deus, isto é, visão espiritual. Revelação é o que Deus dá – uma dádiva objetiva. Quando Deus nos ilumina para percebermos o que há na revelação – isto é percepção subjetiva. Visão é o que vemos quando a luz de Deus brilha sobre nós: inclui luz e revelação. Primeiro a iluminação, depois a fé. Se quisermos ser continuamente iluminados, temos de permitir sempre que Cristo tenha preeminência em todas as coisas. “Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso” (Mateus 6:22). Não temos capacidade de entender, não porque nossos olhos não são bons. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8). O coração tem de ser puro. “Se alguém quiser fazer a von-tade dele, conhecerá...” (João 7:17). Só aqueles que permitem que Cristo tenha preemi-nência em todas as coisas receberão luz.

4) Poder – Ter poder também é uma das doces experiências na vida do cristão. Para ter poder, é preciso que deixemos que Cristo se assente no trono da nossa vida. Conforme ele cresce, a pessoa tem poder. Sem separação não pode haver poder. A separação não é apenas sair, é também entrar – isto é, entrar em Cristo. O que distingue o cristão do mundo é o fato de pertencer a Cristo e estar revestido de Cristo: Cristo é o seu poder.


EXPERIÊNCIAS AMARGAS:

1) Perdas materiais – Generalizando, os crentes parecem ter dificuldades financeiras. Isto se deve ou à sua falta de habilidade de prosseguir em quaisquer ocupações impró-prias que assumiram antes, ou a motivos espirituais que Deus está resolvendo neles es-pecificamente. Deus às vezes nos priva de nossa riqueza para nos induzir a buscar a Cristo para que Ele tenha preeminência em todas as coisas. Não é impossível ao rico entrar no reino de Deus, é simplesmente difícil. Não que eles não possam servir ao Se-nhor, só que acham difícil servir ao Senhor. “[Se] deitares ao pó o teu ouro... então o Todo poderoso será o teu ouro” (Jó 22:24,25). Deus lidou com os filhos de Israel no deserto, privando-os do suprimento terreno de alimento e vestimentas, para que pudes-sem perceber a abundância de Deus. Quando os suprimentos da terra acabam, descem os suprimentos celestes. Dificuldades materiais levam-nos a buscar o Senhor, a aprender a lição da fé e a conhecer Cristo como o primeiro em todas as coisas. Seja qual for a dificuldade que enfrentamos, vamos crer que vem de Deus, e vamos regozijar-nos. Mas não aguarde as dificuldades, porque Satanás é bem capaz de no-las acrescentar.

2) Angústia emocional – Na perda de pais, marido, esposa, filhos, parentes e amigos, Deus está nos levando a encontrar em Cristo a nossa satisfação. Deus nos priva desses relacionamentos para que possamos aceitar a Cristo como Senhor e deixá-lo ter preemi-nência em nossa vida. Não é que Deus deseje nos maltratar, mas ele quer que Cristo seja nosso Senhor. É mais precioso derramar lágrimas diante do Senhor do que alegrar-se diante dos homens. O que encontramos no Senhor é o que não poderíamos encontrar nos pais, esposa e filhos. No reino da criação Deus só tem um objetivo para os crentes: dar a seu Filho preeminência em todas as coisas. Oferecendo Isaque, ganhamos Isaque. Deus não permitirá que tenhamos qualquer coisa fora do seu Filho.

3) Sofrimento físico – Deus permite que fiquemos doentes e fracos fisicamente para aprendermos: 1) a orar a noite, 2) a vigiar como o pardal sobre o telhado, 3) a tomar conhecimento de como o Senhor prepara a nossa cama, 4) a resolver os pecados, 5) a esperar na quietude, 6) a tocar a bainha das vestes do Senhor, 7) a perceber como Deus envia Sua Palavra para nos curar, 8) a discernir como Deus usa a enfermidade para nos tornar vasos úteis, 9) a compreender que a santidade cura, e 10) a experimentar o poder da ressurreição do Senhor para vencer nossa fraqueza, enfermidade e morte. Deus nos faz aprender através da enfermidade a crer, confiar e obedecer para que Cristo possa ter preeminência em nossa vida.

4) A agonia das perdas das virtudes naturais – Como as pessoas ainda dependem de suas próprias virtudes naturais, mesmo depois que são salvas! Mas, com o passar dos dias, talvez depois de alguns anos, o Senhor retira as virtudes naturais, causando-lhes assim profunda agonia. Ele nos priva de nossas virtudes adâmicas e nos mostra nossa depra-vação. A razão dessa privação é encher-nos de Cristo.



Concluindo, então, seja o que for que Deus nos dê – seja algo doce ou amargo – é para nos induzir a deixar que Cristo tenha preeminência em nossa vida.
Fonte: O Plano de Deus e os Vencedores - Watchman Nee

Bem-aventurados os que veem, ouvem e entendem os mistérios do reino.

Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque veem; e os vossos ouvidos, porque ouvem  (Mt 13:16)

Mt 13:1-8, 15, 24-33, 44-48; Rm 8:9, 11, 16; 1 Co 2:14; 12:3; Ef 1:13


Nesta semana iremos falar dos mistérios do reino dos céus. No capítulo 13 do Evangelho de Mateus, o Senhor Jesus narra aos discípulos sete parábolas relacionadas a esse assunto. Cada parábola retrata um aspecto do reino dos céus, sendo elas: a parábola do semeador (vs. 3-8), a do joio (vs. 24-30), a do grão de mostarda (vs. 31-32), a do fermento (v. 33), a do tesouro (v. 44), a da pérola (vs. 45-46) e a da rede (vs. 47-48).

Sobre a primeira parábola, a do semeador, vemos que, após narrá-la aos discípulos, o Senhor explicou-lhes porque o povo não compreendia os mistérios do reino dos céus: “O coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados” (v. 15). Vemos, portanto, que o Senhor não falou de maneira muito clara ao povo, porque o seu coração estava endurecido, insensível, coberto de gordura. Por causa disso, eles ouviam de mau grado e fechavam os olhos para não ver; em outras palavras, apesar de ouvir Suas palavras, não estavam dispostos a receber o que Jesus queria falar com eles.

Para nós que pregamos o evangelho do reino nos tempos finais é muito importante conhecer esse assunto. Se aplicarmos essas palavras aos dias de hoje, esses que têm o coração endurecido são aqueles que vivem cogitando nas coisas dos homens e não nas de Deus.

Muitos cristãos que começam a ler o Novo Testamento logo que se convertem, têm dificuldades de compreender as palavras da Bíblia. O que dificulta o entendimento da Palavra de Deus é um coração endurecido, e isso acontece quando se vive segundo o homem natural, de acordo com a vaidade dos pensamentos, segundo a vida da alma (1 Co 2:14). Entretanto, quando estamos no espírito, o Senhor pode falar conosco de uma maneira muito especial, revelando-nos Sua vontade, e isso nos torna pessoas bem-aventuradas, felizes.

Portanto devemos sempre atentar para a importância de invocar o nome do Senhor para estarmos no espírito. Quando cremos no Senhor Jesus, o Espírito de Deus entrou em nosso espírito (Ef 1:13; Rm 8:9, 11, 16). A partir de então, todas as vezes que invocamos o Seu nome, estamos no espírito e, por continuar a invocar, permanecemos no espírito (1 Co 12:3). O Espírito que está em nós também nos dá revelação da Palavra de Deus, pois nos permite ver e ouvir com olhos e ouvidos espirituais e compreender o falar do Senhor. Aleluia!

Purificados pelo fogo do Espírito.

Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando  (1 Pe 4:12-13)

Sl 36:9; Rm 8:6


Conforme vimos em mensagens anteriores, precisamos temer viver segundo a vida da alma. O coração é composto pelas três partes da alma (mente, vontade e emoção) e uma parte do espírito (a consciência). Por meio da consciência o homem pode receber a luz da Palavra, que o conduz ao arrependimento.

À medida que estamos na luz do Senhor, recebemos mais luz (Sl 36:9). Assim, ao considerarmos nosso coração, percebemos quão endurecido e rochoso ele é. Algumas rochas são muito grandes e extremamente difíceis de serem removidas. Para removê-las, há necessidade de um labor que leva toda nossa vida. Mesmo uma terra frutífera precisa sempre de cuidado: ser arada, regada, e também que se retirem e queimem os espinhos e ervas daninhas.

A vida de Pedro tem nos ajudado muito. Após ter alcançado a maturidade, ele escreveu sobre a necessidade de sermos purificados pelo fogo. Ele mesmo possuía uma vida anímica muito forte. Frequentemente o Senhor Jesus expunha as “rochas”, as opiniões que havia em seu interior. Mas, graças ao Senhor, Pedro, mesmo sendo tão complicado, perseverou em segui-Lo; por fim, no final de sua vida, vemos Pedro tornando-se uma boa terra e um grande semeador da Palavra.

No final de sua vida ele mesmo havia experimentado do trabalhar desse fogo, que purificou sua alma (1 Pe 1:22). Pedro comparou esse processo à purificação do ouro, que é submetido a temperaturas extremas para esse fim. Quanto a cada um de nós, o Senhor sabe quanto precisamos ser aperfeiçoados e purificados, por isso Ele permite que sejamos contristados por várias provações (v. 6). Todavia, ao final, teremos a confirmação do valor de nossa fé, mais valiosa que o ouro perecível (v. 7). Por isso ele nos encorajou a não estranhar o fogo ardente que surge no meio de nós, destinado a provar-nos (1 Pe 4:12).

Temos visto que, quando nos arrependemos, quando vemos as falhas de nossa alma e colocamos nossa mente no Espírito (Rm 8:6), permitimos que o Senhor trabalhe em nosso coração, queimando nossas impurezas. Por um lado, o próprio Deus trabalha em nosso coração para torná-lo uma boa terra. Por outro lado, nós mesmos nos dispomos a ser
purificados, colocando nossa alma no Espírito para ser purificada por ele. Agora que ganhamos essa revelação, precisamos praticá-la e ajudar outros a receber a semente de vida e se tornar uma boa terra. Aleluia!

14 julho, 2012

Semeadores e lavradores.

Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas (Tg 5:7)

Mt 13:4-8; Jo 15:16


Ao sairmos para semear a Palavra de Deus, muitas vezes nos deparamos com esses tipos de solo. Podemos achar que não devemos desperdiçar tempo com alguém com o coração endurecido. Mas devemos então lembrar que a misericórdia do Senhor um dia nos alcançou e, como Ele, devemos semear a Palavra em todas as pessoas, independentemente de como sejam. Quando a pessoa recebe a semente da vida e permite que o Senhor trabalhe nela, o seu coração pode se tornar uma boa terra.

Nesse ponto vemos que o Senhor deseja nos revelar mais acerca dessas Palavras. Seu objetivo não é apenas fazer de nós uma boa terra, mas também nos fazer frutíferos, sendo Seus semeadores. Isso significa que não somos apenas como uma planta que aguarda seu amadurecimento no devido tempo. Somos também semeadores, lavradores, com a comissão de lavrar e cultivar o coração das pessoas que Deus nos confiou (2 Tm 2:6; Tg 5:7). Para esse labor usamos a vida e a capacidade que Deus nos dá. Assim, somos os que semeiam e lavram o solo, laborando por meio da Palavra o coração das pessoas, bem como os que regam as plantas ministrando Espírito e vida (1 Co 3:9).

O Senhor está nos enviando para semear a semente do reino. Cada um de nós deve ser um semeador, pois é para isso que o Senhor nos aperfeiçoa hoje na igreja. Contudo importa que estejamos preparados para lidar com as dificuldades daqueles que o Senhor nos confiou para cuidar. Laborando com amor ajudamos os irmãos a se tornarem uma boa terra. Há, porém, pessoas que não creem em nossa pregação; outras recebem a palavra no primeiro momento, mas, por causa das angústias ou perseguições, preocupações com seu sustento ou mesmo o amor ao dinheiro, não se tornam frutíferas.

Isso acontece com muita frequência. Ao semearmos a Palavra, encontramos corações com diversos tipos de problemas. Mas não devemos desanimar; antes, precisamos encorajar nossos irmãos a perseverar diante das provações ou das dificuldades pessoais. Precisamos orar com eles, apascentando-os por meio da comunhão da vida, ajudando-os para que o coração deles se torne uma boa terra onde o Espírito e a semente do reino podem entrar e frutificar.

Que o Senhor nos encha com Seu amor e graça, a fim de nos capacitar a lidar com nosso próprio coração, assim como também ajudar nossos amados irmãos a ser uma boa terra, isto é, a viver no espírito, invocando o Senhor e negando a vida da alma.

Um coração adequado produz muito fruto.

Porque a terra que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da parte de Deus (Hb 6:7)

Jo 4:14; 15:1


Somos gratos ao Senhor por Sua palavra. Mediante a revelação da parábola do semeador, podemos discernir o tipo de solo que há no coração das pessoas e, principalmente, no nosso. Segundo essa revelação, precisamos buscar o tratamento adequado para sermos curados.

Vejamos o solo compactado. Nesse solo nem mesmo a água da chuva consegue penetrar, fica somente na superfície. Nesse caso, é necessário arar a terra, descompactando-a. Quando a terra é arada, o ar e a chuva penetram no solo, tornando-o um solo frutífero. Uma vez arado, fica fácil localizar as rochas ocultas em seu interior.

Para o segundo tipo de solo, precisamos remover as pedras. Quando elas são removidas, a terra fica mais arejada, com mais capacidade de absorver água e apta para produzir fruto (Hb 6:7). Como sabemos, a água que sacia o homem representa o Espírito (Jo 7:37-39). Como uma boa terra nós precisamos de muita água. Por isso sempre invocamos o nome do Senhor, para bebermos das fontes da salvação: Cristo, a fonte da vida (4:14; Is 12:3-4). Aleluia! Quando nos voltamos a Ele, somos lavrados, as pedras são removidas, e nosso coração consegue absorver as palavras do Espírito que produzem vida.

O labor não terminou. Ainda, por vezes, precisamos lidar com os espinhos. Para frutificar, a planta precisa da luz solar. Embora a terra seja boa, os espinhos tornam a planta infrutífera, pois seu crescimento a sufoca e impede de receber a luz do sol. Nessa situação, não basta que arranquemos os espinhos, que representam as preocupações do dia a dia e a fascinação das riquezas. É preciso queimá-los para que não voltem a crescer. Para isso usamos o fogo santificador que há em nosso espírito, onde eliminamos nossas ansiedades, ambições e preocupações.

O Senhor veio para nos batizar com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3:11). Glória a Deus! Agora podemos eliminar definitivamente as coisas que nos impedem de ser frutíferos, usando o fogo purificador do Espírito. Todos nós podemos ser uma boa terra, desde que nos deixemos ser trabalhados por Ele, e frutificar a cem, a sessenta e a trinta por um.