27 fevereiro, 2012

PARABOLA DO JOIO E DO TRIGO.

MATEUS 13

(Mt 13:24) Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeou boa semente no seu campo;

(Mt 13:25) mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.

(Mt 13:26) Quando, porém, a erva cresceu e começou a espigar, então apareceu também o joio.

(Mt 13:27) Chegaram, pois, os servos do proprietário, e disseram-lhe: Senhor, não semeaste no teu campo boa semente? Donde, pois, vem o joio?

(Mt 13:28) Respondeu-lhes: Algum inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo?

(Mt 13:29) Ele, porém, disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis com ele também o trigo.

(Mt 13:30) Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro.

(Mt 13:31) Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou, e semeou no seu campo;

(Mt 13:32) o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, depois de ter crescido, é a maior das hortaliças, e faz-se árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.

(Mt 13:33) Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.

(Mt 13:34) Todas estas coisas falou Jesus às multidões por parábolas, e sem parábolas nada lhes falava;

(Mt 13:35) para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.

(Mt 13:36) Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.

(Mt 13:37) E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente é o Filho do homem;

(Mt 13:38) o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o o joio são os filhos do maligno;

(Mt 13:39) o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os celeiros são os anjos.

(Mt 13:40) Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.

(Mt 13:41) Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade,

(Mt 13:42) e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.

(Mt 13:43) Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.

(Mt 13:44) O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem, ao descobrí-lo, esconde; então, movido de gozo, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.

(Mt 13:45) Outrossim, o reino dos céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas;

(Mt 13:46) e encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou.

(Mt 13:47) Igualmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanhou toda espécie de peixes.

(Mt 13:48) E, quando cheia, puxaram-na para a praia; e, sentando-se, puseram os bons em cestos; os ruins, porém, lançaram fora.

(Mt 13:49) Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos,

(Mt 13:50) e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.

(Mt 13:51) Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Entendemos.

(Mt 13:52) E disse-lhes: Por isso, todo escriba que se fez discípulo do reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.

(Mt 13:53) E Jesus, tendo concluido estas parábolas, se retirou dali.

(Mt 13:54) E, chegando à sua terra, ensinava o povo na sinagoga, de modo que este se maravilhava e dizia: Donde lhe vem esta sabedoria, e estes poderes milagrosos?

(Mt 13:55) Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas?

(Mt 13:56) E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?

(Mt 13:57) E escandalizavam-se dele. Jesus, porém, lhes disse: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra e na sua própria casa.

(Mt 13:58) E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.

PARABOLAS DO SEMEADOR.

Mateus 13

(Mt 13:1) No mesmo dia, tendo Jesus saído de casa, sentou-se à beira do mar;

(Mt 13:2) e reuniram-se a ele grandes multidões, de modo que entrou num barco, e se sentou; e todo o povo estava em pé na praia.

(Mt 13:3) E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.

(Mt 13:4) e quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram.

(Mt 13:5) E outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda;

(Mt 13:6) mas, saindo o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou-se.

(Mt 13:7) E outra caiu entre espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram.

(Mt 13:8) Mas outra caiu em boa terra, e dava fruto, um a cem, outro a sessenta e outro a trinta por um.

(Mt 13:9) Quem tem ouvidos, ouça.

(Mt 13:10) E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?

(Mt 13:11) Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;

(Mt 13:12) pois ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.

(Mt 13:13) Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem nem entendem.

(Mt 13:14) E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e de maneira alguma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira alguma percebereis.

(Mt 13:15) Porque o coração deste povo se endureceu, e com os ouvidos ouviram tardamente, e fecharam os olhos, para que não vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure.

(Mt 13:16) Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.

(Mt 13:17) Pois, em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram.

(Mt 13:18) Ouvi, pois, vós a parábola do semeador.

(Mt 13:19) A todo o que ouve a palavra do reino e não a entende, vem o Maligno e arrebata o que lhe foi semeado no coração; este é o que foi semeado à beira do caminho.

(Mt 13:20) E o que foi semeado nos lugares pedregosos, este é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria;

(Mt 13:21) mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e sobrevindo a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.

(Mt 13:22) E o que foi semeado entre os espinhos, este é o que ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.

(Mt 13:23) Mas o que foi semeado em boa terra, este é o que ouve a palavra, e a entende; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.

MENSAGEM PARA OS JOVENS.

Uma história diferente

Os jovens vivem hoje um contexto paradigmático: por um lado, a sociedade da informação, a sociedade globalizada, iconizada na pessoa do jovem, é cada vez mais socialmente consciente, atuando positivamente em favor da preservação ambiental, do crescimento sustentável, dos regimes de igualdade, justiça e desenvolvimento humano. Por outro lado, os mesmos mecanismos de socialização, os mesmos instrumentos de comunicação que tornam o mundo globalizado criam pessoas isoladas. Não é preciso sair de sua reclusão para comunicar-se, trabalhar, comprar, entreter-se. A defesa de minorias acaba encerrando pessoas em grupos sectarizados. A mesma rede que disponibiliza todas as informações faz com que o navegante nunca aprenda. O mundo globalizado, a sociedade consumista, faz com que cada um tome sua direção, viva como bem lhe parece, e tubo parece corromper-se cada vez mais.

Mas esse modo de vida não é exclusividade dos tempos modernos. O livro dos Juízes termina com uma frase marcante: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto” (Juízes 21:25). Após 400 anos, o povo de Israel havia absorvido muito da cultura do Egito, o centro do desenvolvimento humano à época. Ao sair do Egito, passaram 40 anos em peregrinação, anos em que tiveram contato com vários povos do oriente médio. O livro de Josué nos conta, ainda, como foi a entrada de Israel em Canaã e como alguns dos antigos habitantes foram preservados e acabaram integrando e influenciando a nação descrita no livro seguinte, o livro de Juízes. Em Juízes, Israel era uma nação “globalizada”. Haviam traços culturais de muitos povos, haviam vários grupos cuidando de seu interesse particular. Mas não havia direção, cada um fazia o que achava mais reto.

Jovem, você deve se perguntar: esse é o melhor jeito de se viver? Você quer viver assim? Sem ideal? Sem direção? A história do livro de Juízes é uma sucessão de crises, de sofrimento, de instabilidade. Mas Deus queria uma história diferente para Seu povo. Deus quer uma história diferente para você. A efervescência cultural da época dos Juízes fez com que o povo se esquecesse do Senhor e, por várias vezes, O substituísse. Mas Ele nunca os deixou. E não importa quão ocupados, distraídos, desanimados, oprimidos ou ansiosos possamos estar. Deus cuida de nós! Ele está agora mesmo “movendo alguns pauzinhos”, arranjando todas as coisas para nos fazer convergir a Ele (Ef 1:9-10). Essa é a direção que Ele quer para nós, é a nossa nova história.

Uma lei diferente

O que poucos sabem é que, no meio da situação descrita no livro de Juízes foi escrito o livro de Rute. Rute, uma moabita, havia se casado com um israelita, um emigrante que fugia da fome em Israel. Após tornarem-se viúvas, Rute e sua cunhada Orfa resolveram acompanhar sua sogra, Noemi, que voltava para Israel. Orfa, convencida por Noemi, voltou atrás, para viver com seu povo. Mas Rute não foi persuadida a voltar. Pelo contrário, ela respondeu: “aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1:16). Nesse ponto, a história de Rute e a história de Deus passaram a convergir.

Já em Belém, Rute e Noemi, empobrecidas, buscavam uma forma de suster-se. Por isso Rute foi ao campo, para recolher o que os segadores deixavam para trás. Há uma figura maravilhosa do cuidado de Deus aqui. Quando o povo ainda estava no deserto, comendo do maná e sendo totalmente suprido por Deus, receberam a seguinte lei: “Quando também segares a messe da tua terra, o canto do teu campo não segarás totalmente, nem as espigas caídas colherás da tua messe. Não rebuscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv 19:9-10). Rute havia escolhido ao Senhor. E o Senhor já havia escolhido e cuidava de Rute. Mesmo centenas de anos antes de ela saber disso. Aquela lei, escrita em Levítico, foi dada para que Rute e Noemi tivessem algum sustento. Deus as sustentava.

Jovem, o Senhor te escolheu antes da fundação do mundo. Você pode não entender a razão de várias situações em sua vida. Mas tenha certeza disso: Deus cuida de você. Ele está cuidando de tudo, há muito tempo. Há pelo menos dois mil anos atrás Ele providenciou uma lei com o fim de nos suprir. A lei do Espírito e da vida, que nos livra da lei do pecado e da morte (Rm 8:2). Essa lei foi promulgada para que tenhamos liberdade de viver com Deus. Podemos viver no Espírito e desfrutar vida e paz (Rm 8:4-6). Agora, temos outra constituição, podemos viver de maneira diferente, “como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus” (1 Pe 2:16).

Um lugar diferente

Nossa história com Deus não tem apenas um desenrolar feliz. O final, a exemplo da história de Rute, também é muito feliz. Boaz, parente de Noemi, observou o que Rute fazia por sua sogra. Ele insistiu que ela continuasse a rebuscar espigas em seus campos. Ele também ordenou aos servos que deixassem boas espigas para trás, para que Rute pudesse colher (Rt 2:15-16). Boaz foi generoso. Aliás, o campo de Boaz era um lugar diferente. No livro de Juízes não há muitos indícios de que o povo mantivesse recordação de Deus, ou que tivesse intimidade com Ele. Mas o campo de Boaz era uma esfera de bênção, de generosidade, de amizade. Até os rapazes falavam acerca de Deus com ternura. Diziam: “O Senhor te abençoe”. Dizer “Deus te abençoe” pode ser algo impessoal, mas eles usavam o título “o Senhor”, por que tinham intimidade com Ele.

Por fim, Boaz se tornou o resgatador de Rute, isto é, usou das prerrogativas de parente e casou-se com ela, para dar-lhe amparo. Havia outro parente mais próximo, mas este não quis pagar o preço por Rute (Rt 4:6). Há muitas pessoas que nos cercam, a quem dedicamos atenção, mas não estão dispostas a pagar o preço que o Senhor pagou por nós. O final do livro de Rute nos mostra que “Salmom gerou a Boaz, Boaz gerou a Obede, Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi” (Rt 4:21-22). O rei Davi, em seu tempo, foi um homem segundo o coração de Deus, que pastoreou o povo de Deus e os conduziu a amar o Senhor. O livro de Mateus, escrito quase 1500 anos depois, inicia dizendo: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. E foi assim que a história de Rute se tornou parte da história de Deus.

Jovem, a igreja é um lugar diferente. Aqui Deus quer dar-nos amparo. A igreja não é um lugar de cobrança ou restrição. A igreja é um campo de bênção, generosidade, amizade, fraternidade e amor. O Senhor quer nos resgatar, mudar nossa história. Ele quer nos tirar do ambiente de confusão, de isolamento, para um lugar onde a vida é gerada e pode crescer. O Senhor nos ama. Ele deseja guardar-nos em Sua presença, em comunhão com Ele. É na igreja que temos aqueles que nos ajudam a rebuscar espigas, aqueles que têm intimidade com o Senhor e conseguem encontrar suprimento abundante na Palavra. Na igreja temos uma lei diferente, a lei do Espírito, que nos conduz a viver em Deus.

A igreja é também o ambiente podemos gerar pessoas para Deus. Nos últimos 5 versículos do livro de Rute o verbo “gerou” aparece pelo menos 9 vezes. Quando nossa história muda, quando vivemos pela lei do Espírito, quando permanecemos na vida normal da igreja, muitos serão pastoreados, conduzidos a Deus. Jovem, é tempo de cuidar de alguém. Leve outros jovens a conhecerem o Senhor, a terem sua história mudada. Cuide dos outros jovens da igreja. Seja a continuação da história de Deus na sua cidade. O resultado final de nossa história com Deus é o estabelecimento do Seu reino. “Ele reinará pelos séculos dos séculos”, “se perseveramos, também com Ele reinaremos” (Ap 11:15; 2 Tm 2:12).

A renovação que produz vida e paz.

Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho (Mc 1:1-2)
Mt 3:2-5; Lc 1:5, 36, 41-44; Rm 8:6; 12:2

João Batista foi a primeira pessoa a pregar o arrependimento no Novo Testamento (Mt 3:2). Ele foi enviado por Deus para preparar o caminho do Senhor Jesus e iniciou seu ministério transmitindo aos judeus a mensagem do arrependimento.
Como vimos, desde o ventre materno João Batista percebeu, pelo Espírito Santo, que Jesus era o Filho de Deus. A mãe de João Batista, Isabel, era parenta de Maria, a mãe de Jesus (Lc 1:36). Certo dia, quando Maria foi visitar Isabel, estando ambas grávidas, João, que estava no ventre de Isabel, estremeceu. Isabel reconheceu que aquele que estava no ventre de Maria era o Senhor, o Rei do reino dos céus (vs. 41-44).

O pai de João Batista era o sacerdote Zacarias (v. 5). Um dia o próprio João Batista poderia se tornar um sacerdote e, assumindo a mesma função no templo, vestiria roupas de linho e se alimentaria da comida consagrada aos sacerdotes - o peito e a coxa dos sacrifícios -, mas isso não ocorreu. Quando adulto ele passou a pregar o evangelho no deserto e usava vestes de pelos de camelo e comia gafanhotos e mel silvestre.

Isso significa que, por meio de João Batista, Deus queria que as pessoas fossem libertadas das tradições, rituais e ordenanças do Antigo Testamento para com elas estabelecer uma nova maneira de se relacionar. Por isso todos precisavam se arrepender, deixando a velha maneira de pensar e a velha religião.

O arrependimento é a mudança que provém da renovação da nossa mente (Rm 12:2). Quando a mente é colocada no Espírito, ganhamos vida e paz (8:6). Os pensamentos renovados não tendem ao pecado nem à carne.

Como a mente é uma parte da nossa alma, renovar a mente também significa negar a vida da alma, que é independente de Deus e oposta a Ele. Que o Senhor revele a cada um de nós o ponto específico em que precisamos de renovação. Para isso, precisamos ir diante Dele em oração e, ao ser iluminados por Ele, nos arrepender para sermos libertados dos nossos conceitos, da velhice espiritual e das tradições.

25 fevereiro, 2012

Ser despertado, levantar-se, subir e edificar.

Ao passar pregão por todo o seu reino, Ciro pretendia despertar todos os judeus para subir a Jerusalém (Ed. 1). Ciro os encorajou dizendo que Deus seria com eles. No entanto, nem todos subiriam, pois alguns já se haviam estabelecido na terra do cativeiro com casa, gado, terra e etc. 

Aos que decidissem ficar, foi dada uma ordem para que ajudassem com bens materiais os que subiriam. Quem foram os primeiros a se levantar? Foram os cabeças de famílias de Judá e Benjamim, sacerdotes e levitas. Além deles, havia outros cujo espírito fora despertado. 

Entre ser despertado e subir há uma sensível diferença. Podemos dizer que todos foram despertados interiormente com o edito do rei. Quantos, porém, deram continuidade a esse sentimento interior? Um grupo menor levantou-se. Dentre os que se levantaram nem todos subiram. Alguns desistiram no início da caminhada ao encontrar alguma dificuldade, outros foram um pouco mais além. Ao final, apenas uma pequena minoria alcançou o objetivo final de chegar em Jerusalém. 

Por que era tão difícil chegar a Jerusalém? Porque Jerusalém estava situada num monte, a distância desde a terra do cativeiro era grande e a carga que precisavam levar era pesada. Enfim, muitas coisas podem ter gerado desânimo e desencorajamento. 

Subir a Jerusalém requer o pagamento de um alto preço. Quantos israelitas chegaram a Jerusalém? Aproximadamente dois milhões de israelitas foram levados para o cativeiro e, destes, apenas cinqüenta mil levantaram-se e chegaram a Jerusalém. Esse número, no entanto, não deve ser motivo de desânimo, mas de louvor e ações de graças ao Senhor, pois alguns subiram. Esses foram os primeiros dentre outros que ainda subiriam. Foram eles que iniciaram a restauração do templo e da cidade, restaurando o testemunho da unidade. 

De igual modo, hoje Deus está chamando Seus filhos para a restauração da igreja, para que ela seja o testemunho da unidade do Seu povo. Mas, para isso, é preciso pagar um alto preço, especialmente no que diz respeito a negar a nós mesmos e tomar a cruz. Alguns são despertados para isso, mas ao perceber as implicações, desistem. Outros começam, mas desistem logo depois, por não estarem dispostos a tomar a cruz. Mas há os que pagam qualquer preço e vão até o fim. De que grupo você faz parte? 


Contribuição recebida por e-mail.

Cristo tem Preeminência na Vida do Cristão

Referência bíblica: 
Convém que Ele cresça e que eu diminua (João 3:30) 

As experiências dos cristãos são de dois tipos: as doces e as amargas. Deus nos faz pas-sar por ambas, as experiências doces e amargas da vida, para nos capacitar a deixar que Cristo tenha preeminência em todas as coisas. 

EXPERIÊNCIAS DOCES: 

1) Oração respondida – A oração será atendida se o seu alvo for o de deixar que Cristo tenha o primeiro lugar em todas as coisas. Busquemos primeiro o reino de Deus e a sua justiça e Deus acrescentará tudo mais que precisamos. (Acrescentar não é dar. O primei-ro significa adicionar ao que já temos; o segundo significa conceder o que não temos.) pedir em nome do Senhor é pedir em nome do Pai para o Senhor a fim de que o Senhor possa recebê-lo. De acordo com este princípio aqueles que dão valor à carne não terão nada para pedir em oração. Como precisamos deixar que a cruz acabe com a nossa carne para podermos ser intercessores do Senhor, pedindo aquilo que é a vontade do senhor! Não deveríamos orar pelos nossos propósitos egoístas. Só aqueles que permitem que Cristo tenha preeminência em todas as coisas podem entrar no Santo dos Santos. Vamos transformar os momentos de oração pelas nossas necessidades em um momento de ora-ção pelos negócios de Deus. Então Deus ouvirá a oração que proferimos – isto é, oração pelas coisas de Deus; mas ele também ouvirá a oração que não proferirmos – isto é, a oração pelos nossos próprios negócios. Se primeiro pedirmos que o Senhor receba o que é Dele, ele fará que nós também recebamos o que é nosso. Umas das experiências doces da vida do cristão é ter orações continuamente atendidas. Lembre-se, entretanto, que o motivo de Deus responder nossas orações é permitir que Cristo ocupe o primeiro lugar em todas as coisas. 

2) Crescimento – O crescimento também é uma doce experiência do cristão. Devemos ser como crianças, mas não permanecer crianças. Aumento de conhecimento das Escri-turas Sagradas não é crescimento; crescimento é aumento de Cristo em nós. Menos ego, ausência total do ego, isso é crescimento. Pensar pouco em si mesmo – mais ainda, não pensar em nada – isso é crescimento. Por exemplo, a verdadeira humildade é ignorar-se completamente. Quando nos vemos, a humildade é relativa, mas quando não nos vemos mais, a humildade é absoluta; e isso é crescimento. Crescimento é deixar que Cristo tenha preeminência em minha vida: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” – mas Ele não cresce em mim de acordo com a porção de conhecimento bíblico que tenho, mas de acordo com a minha consagração. Na medida em que eu me colocar na mão de Deus, Cristo terá preeminência em todas as coisas. O verdadeiro crescimento está no engrandecimento de Cristo. 

3) Iluminação – Outra experiência doce da vida cristã é receber a luz de Deus, isto é, visão espiritual. Revelação é o que Deus dá – uma dádiva objetiva. Quando Deus nos ilumina para percebermos o que há na revelação – isto é percepção subjetiva. Visão é o que vemos quando a luz de Deus brilha sobre nós: inclui luz e revelação. Primeiro a iluminação, depois a fé. Se quisermos ser continuamente iluminados, temos de permitir sempre que Cristo tenha preeminência em todas as coisas. “Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso” (Mateus 6:22). Não temos capacidade de entender, não porque nossos olhos não são bons. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8). O coração tem de ser puro. “Se alguém quiser fazer a von-tade dele, conhecerá...” (João 7:17). Só aqueles que permitem que Cristo tenha preemi-nência em todas as coisas receberão luz. 

4) Poder – Ter poder também é uma das doces experiências na vida do cristão. Para ter poder, é preciso que deixemos que Cristo se assente no trono da nossa vida. Conforme ele cresce, a pessoa tem poder. Sem separação não pode haver poder. A separação não é apenas sair, é também entrar – isto é, entrar em Cristo. O que distingue o cristão do mundo é o fato de pertencer a Cristo e estar revestido de Cristo: Cristo é o seu poder. 

EXPERIÊNCIAS AMARGAS: 

1) Perdas materiais – Generalizando, os crentes parecem ter dificuldades financeiras. Isto se deve ou à sua falta de habilidade de prosseguir em quaisquer ocupações impró-prias que assumiram antes, ou a motivos espirituais que Deus está resolvendo neles es-pecificamente. Deus às vezes nos priva de nossa riqueza para nos induzir a buscar a Cristo para que Ele tenha preeminência em todas as coisas. Não é impossível ao rico entrar no reino de Deus, é simplesmente difícil. Não que eles não possam servir ao Se-nhor, só que acham difícil servir ao Senhor. “[Se] deitares ao pó o teu ouro... então o Todo poderoso será o teu ouro” (Jó 22:24,25). Deus lidou com os filhos de Israel no deserto, privando-os do suprimento terreno de alimento e vestimentas, para que pudes-sem perceber a abundância de Deus. Quando os suprimentos da terra acabam, descem os suprimentos celestes. Dificuldades materiais levam-nos a buscar o Senhor, a aprender a lição da fé e a conhecer Cristo como o primeiro em todas as coisas. Seja qual for a dificuldade que enfrentamos, vamos crer que vem de Deus, e vamos regozijar-nos. Mas não aguarde as dificuldades, porque Satanás é bem capaz de no-las acrescentar. 

2) Angústia emocional – Na perda de pais, marido, esposa, filhos, parentes e amigos, Deus está nos levando a encontrar em Cristo a nossa satisfação. Deus nos priva desses relacionamentos para que possamos aceitar a Cristo como Senhor e deixá-lo ter preemi-nência em nossa vida. Não é que Deus deseje nos maltratar, mas ele quer que Cristo seja nosso Senhor. É mais precioso derramar lágrimas diante do Senhor do que alegrar-se diante dos homens. O que encontramos no Senhor é o que não poderíamos encontrar nos pais, esposa e filhos. No reino da criação Deus só tem um objetivo para os crentes: dar a seu Filho preeminência em todas as coisas. Oferecendo Isaque, ganhamos Isaque. Deus não permitirá que tenhamos qualquer coisa fora do seu Filho. 

3) Sofrimento físico – Deus permite que fiquemos doentes e fracos fisicamente para aprendermos: 1) a orar a noite, 2) a vigiar como o pardal sobre o telhado, 3) a tomar conhecimento de como o Senhor prepara a nossa cama, 4) a resolver os pecados, 5) a esperar na quietude, 6) a tocar a bainha das vestes do Senhor, 7) a perceber como Deus envia Sua Palavra para nos curar, 8) a discernir como Deus usa a enfermidade para nos tornar vasos úteis, 9) a compreender que a santidade cura, e 10) a experimentar o poder da ressurreição do Senhor para vencer nossa fraqueza, enfermidade e morte. Deus nos faz aprender através da enfermidade a crer, confiar e obedecer para que Cristo possa ter preeminência em nossa vida. 

4) A agonia das perdas das virtudes naturais – Como as pessoas ainda dependem de suas próprias virtudes naturais, mesmo depois que são salvas! Mas, com o passar dos dias, talvez depois de alguns anos, o Senhor retira as virtudes naturais, causando-lhes assim profunda agonia. Ele nos priva de nossas virtudes adâmicas e nos mostra nossa depra-vação. A razão dessa privação é encher-nos de Cristo. 

Concluindo, então, seja o que for que Deus nos dê – seja algo doce ou amargo – é para nos induzir a deixar que Cristo tenha preeminência em nossa vida. 


Fonte: O Plano de Deus e os Vencedores - Watchman Nee

A igreja em Filadélfia

Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus (Mt 16:19)


Mt 16:19; Ap 3:7-8



Ao longo dos séculos o Senhor preservou um grupo de pessoas que invocava o Seu nome e guardava a Sua Palavra (Ap 3:8). Por fim, estes foram expulsos de Sardes e constituíram a igreja em Filadélfia. Na igreja em Filadélfia há o amor fraternal, pois não há espaço para orgulho e presunção; pelo contrário, ali reconhecem sua condição de pouca força, por isso não negam o nome do Senhor, mas o invocam e guardam a Sua Palavra.
Sabemos que quatro igrejas permanecerão até a volta do Senhor: Tiatira, Sardes, Laodiceia e Filadélfia. Vemos que a Igreja em Filadélfia recebeu a chave de Davi (3:7). Davi era um rei, portanto a chave dele está relacionada ao reino. Essa chave também corresponde às chaves do reino dos céus mencionadas em Mateus 16:19.
A igreja em Filadélfia apresenta uma condição adequada para entrar na manifestação do reino dos céus como vencedora, pois não nega o nome do Senhor, mas o invoca e guarda a Palavra do Senhor ao ler e orá-Ia.
Ela tem a promessa de ser guardada da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, a grande tribulação, porque tem guardado a palavra da perseverança, ou seja, mesmo debaixo de perseguição, não deixa de perseverar em seguir o Senhor.
O versículo 11 menciona que essa igreja já tem a coroa e que precisa conservar o que tem para que ninguém a tome, portanto aqui vemos várias evidências de que haverá nela um grande número de vencedores. Que possamos andar e ajudar outros a também andar nesse caminho até a volta do Senhor!
Graças a Deus por Sua misericórdia que tem nos alcançado, dando-nos sempre novas revelações e a oportunidade de praticá-Ias. O Espírito precisa achar em nós um coração humilde e puro para ter liberdade de revelar muitas outras coisas.

A igreja em Sardes e em Laodiceia

Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, para que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te (Ap 3:18-19)


Jo 5:39-40; Rm 5:1; Ap 3:1-6, 17-19



A Bíblia encontrava-se fechada para a maioria das pessoas. o século XVI surgiu Martinho Lutero. Ele fazia parte do corpo eclesiástico da única instituição religiosa reconhecida na época e tinha acesso à Bíblia, porém não concordava com as práticas de sacrifícios físicos para obter perdão de pecados, salvação pelas obras, venda de indulgências etc.
Essa liderança religiosa universal controlava todas as nações da época. Cada rei tinha de ser nomeado por essa instituição e devia obediência às normas por ela estabelecidas. Até para casar-se era preciso pedir autorização de seu líder máximo. E, se alguém não o obedecesse, ele não seria coroado.
A igreja em Sardes surgiu depois da reforma realizada por Martinho Lutero. Por causa dele temos hoje a Bíblia disponível para leitura. Ele se levantou a favor da justificação pela fé, e, por isso, foi duramente perseguido pelos líderes religiosos.
O nome Sardes significa restauração. Deus queria que eles restaurassem a prática de invocar o nome do Senhor e de  guardar a Sua Palavra que inclui não apenas conhecê-la, mas principalmente praticá-Ia. Muitos reis, todavia, aproveitaram a ocasião para romper com a liderança religiosa única e formar as igrejas nacionais. Surgiram, então, as igrejas estatais na Inglaterra, na Alemanha, na Holanda e várias outras igrejas nacionais.
As práticas saudáveis na igreja haviam sido perdidas desde o tempo de Pérgamo, onde havia o trono de Satanás. Em Tiatira havia os ensinamentos de Jezabel em lugar da Bíblia e outro nome em lugar do nome do Senhor.
Na época de Sardes, com a Palavra de Deus disponibilizada nas principais línguas, muitos começaram a investigar e pesquisar seu conteúdo, e, por causa das diferentes interpretações, diversos grupos cristãos se organizaram em torno dos pontos de vista que defendiam (Jo 5:39-40). Sardes deveria restaurar o nome e a Palavra do Senhor, mas não o fez.
Os fundamentalistas se preocuparam em examinar a Palavra; suas reuniões eram formais, e predominava o silêncio. Dentre esses surgiu um grupo dos que buscavam avivamento e deram início à linha pentecostal no meio cristão.
Tudo o que nos impede de caminhar juntos, em unidade, para o avanço da obra do Senhor, de fazer apenas a Sua vontade, está relacionado com a vida da alma, com a vida natural. Sabemos que a alma possui três partes: mente, emoção e vontade. Dessa forma, de Sardes surgiram os que davam mais ênfase à mente, promovendo a análise pura e simples da Bíblia, e os que preferiam tocar na emoção das pessoas, enfatizando apenas a manifestação exterior do Espírito.
Outro grupo, também proveniente de Sardes, formou a igreja em Laodiceia. Esse grupo é composto de pessoas que têm uma vontade determinada: afirmam que sua maneira de explicar a Bíblia é a melhor e são fechados para novas revelações da Palavra. Acham-se ricos e abastados, pensam que não precisam de coisa alguma e já possuem todas as riquezas espirituais (Ap 3:17).
Para os que se sentem abastados o Senhor diz: "Nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu". Não é miserável na questão humana ou financeira, e sim quanto à prática da Palavra de Deus. Acham-se ricos em espírito, mas isso mostra como eles são orgulhosos. Mais adiante o Senhor diz: "Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (v. 19). Essa é a advertência de Deus para os que se encontram na condição de Laodiceia. O Senhor nos livre de cair neste tipo de situação!

24 fevereiro, 2012

O motivo da perseverança de Esmirna

Não temas as coisas que tens de sofrer [ ... ] o vencedor de nenhum modo sofrerá o dano da segunda morte (Ap 2:10a, 11b)
Mt 13:31-33; Ap 2:10-13, 18-29

Por meio da ajuda de João, a igreja em Éfeso foi conduzida ao exercício do espírito e obteve crescimento da vida divina. Com isso, a igreja resgatou o primeiro amor e se tornou desejável. A seguir vemos, de acordo com a história, que a igreja em Esmirna é a etapa seguinte após a igreja em Éfeso.

A palavra Esmirna quer dizer sofredora e representa uma nova condição da igreja. Apocalipse 2:10 diz: "Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias". O império romano levantou dez grandes perseguições contra a igreja, o que durou cerca de duzentos anos. Quanto mais matavam cristãos, mais pessoas criam em Jesus. Eles suportaram a perseguição porque cresceram na vida divina e encheram-se do Espírito por meio de invocar o nome do Senhor e ler-orar a Palavra.

A igreja em Pérgamo representa a terceira etapa da igreja na história. Ela começa no período final de Esmirna, quando o imperador romano Constantino mudou de estratégia e, em vez de matar os cristãos, começou a exaltá-los dando-lhes melhores condições; decretou que os cristãos não precisavam pagar impostos, não precisavam prestar serviço militar e recebiam roupas gratuitamente. Assim muitos inconversos e incrédulos passaram a fazer parte do cristianismo, e essa mistura fez a igreja entrar em degradação.

O Senhor Jesus diz em Apocalipse 2:12-13: "Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes: Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita". Em Pérgamo havia o trono de Satanás. Isso está relacionado com as aves dos céus aninhando-se nos ramos da grande árvore da parábola do grão de mostarda (Mt 13:31-32), uma situação totalmente anormal.

Antipas, mencionado no versículo acima, veio de Esmirna e significa anti, contrário. Esmirna estava sempre contra essa situação e suportou perseguição porque conservava o nome e a Palavra do Senhor. Semelhantemente, podemos suportar as adversidades e perseguições por meio de invocar o nome do Senhor e ler e orar Sua Palavra.

Esses fatos dizem respeito à história da igreja em Esmirna, até o ano 313 d.C., quando surgiu a igreja em Pérgamo. O último que invocava o nome do Senhor foi morto. O nome do Senhor deixou de ser invocado e a palavra do Senhor deixou de ser falada. Como resultado, houve a união anormal do império romano com o cristianismo, da política com a igreja, e foi assim que o trono de Satanás achou lugar ali.

Cremos, porém, que um remanescente permaneceu, em oculto, invocando o nome do Senhor e guardando a Palavra. Esse remanescente perdura até os dias de hoje, com a igreja em Filadélfia, passando por Pérgamo, Tiatira e Sardes.

A quarta igreja em Apocalipse 2:18-29 está relacionada com a parábola do fermento. A mulher, Jezabel, que representa uma instituição religiosa romana, acrescentou fermento aos ensinamentos de Jesus, as três medidas de farinha (Mt 13:33). A história nos mostra que, nesse período, a Bíblia permaneceu fechada para leitura por vários séculos pelos leigos, exceto para o alto clero. Numa situação assim, foram "acrescentadas" muitas doutrinas estranhas que não correspondiam à Palavra de Deus. A divulgação da Bíblia para o povo comum era ilegal.

Todavia, durante esse período, um grupo de pessoas buscava tornar a Palavra acessível aos outros. Então Pedro Valdo, um nobre negociante, incentivava a divulgação da Palavra por meio dos muitos vendedores que trabalhavam para ele. Estes copiavam porções da Bíblia e escondiam em uma bolsa com alça pendurada ao pescoço.

Quando esses vendedores saíam para vender suas mercadorias e percebiam que alguém demonstrava interesse pelas coisas de Deus, ou fome pela Palavra, tiravam os manuscritos da bolsa e passavam para elas. Foi daí que surgiu pela primeira vez, no século XII, a palavra "colportor". Essas bolsas com porções da Palavra de Deus carregadas sobre o peito nos lembram o éfode da estola sacerdotal que tinha o peitoral com o Urim e Tumim (Êx 28:4, 30).

Hoje o Senhor deseja que muitos colportores se levantem para levar livros que ajudem as pessoas a compreender a vontade de Deus revelada em Sua Palavra. Louvado seja o Senhor!

23 fevereiro, 2012

A cooperação de João em sua meturidade

Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade (3 Jo 4)
At 19:8-10; 20:31; 1 Tm 1:3-4; Ap 1:10; 4:2; 17:3; 21:10

Durante sua terceira viagem missionária, Paulo passou por Éfeso. Ali, durante três meses, Ele tentou convencer os religiosos da cidade a acreditar no reino de Deus; depois, discorreu durante dois anos na escola de Tirano (At 19:8-10). Quando uma pessoa tenta convencer outra com argumentos, isso produz discussões, que não as ajudam a ter a mente no espírito, e sim em suas razões. Provavelmente, sem perceber, tentando persuadir as pessoas, Paulo introduziu os irmãos de Éfeso na esfera anímica.
Quando Paulo deixou Timóteo em Éfeso, ele o fez porque viu que os irmãos estavam ensinando outra doutrina e se ocupavam com fábulas e genealogias sem fim; coisas da esfera da alma que só promoviam discussões e não o propósito de Deus na fé (1 Tm 1:3-4). Embora Éfeso signifique desejável, a condição da igreja ali estava longe de ser desejável. Mas, louvado seja o Senhor, há esperança para todas as igrejas.

Durante a perseguição do império romano, Pedro foi morto porque era um dos principais líderes da igreja. João, porque fora considerado somente cúmplice de Pedro, foi condenado à prisão no exílio (Ap 1:9). Ele ficou exilado em Patmos por vinte anos e nesse período permaneceu no espírito (Ap 1:10; 4:2; 17:3; 21:10). O Espírito da realidade, que é comparado à unção (Jo 14:16-17; 1 Jo 2:20,27), o lembrou de tudo o que Senhor Jesus lhe havia falado ao longo dos três anos e meio em que esteve com Ele (Jo 14:26).

Quando saiu da prisão, João foi para Éfeso. Ministrando Espírito e vida, ele tirou a igreja da esfera doutrinária e de degradação, e a conduziu a praticar a Palavra do Senhor. Dessa maneira, viram onde haviam caído, arrependeram-se, voltaram à prática das primeiras obras e foram restaurados ao amor do princípio.

Por meio da ajuda que receberam do ministério do apóstolo João em sua maturidade, a igreja em Éfeso de fato mudou, a ponto de se tomar o centro da obra do ministério ulterior de João (3 Jo). Eles aprenderam a usar o espírito para gerar as transformações necessárias na igreja. Os irmãos começaram a negar a vida da alma, a viver no primeiro amor, na vida divina, e a sair para a expansão do evangelho por causa do nome do Senhor Jesus (v. 7).

Graças ao Senhor, por causa do labor do apóstolo João naquela "terra", a igreja em Éfeso se tomou desejável. A igreja se encheu de vida e passou a produzir frutos a cem, a sessenta e a trinta por um (Mt 13:23). Isso está relacionado com a parábola do semeador.

22 fevereiro, 2012

Recuperar o amor do princípio

Ao vencedor dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus (Ap 2:7b)

Rm 8:6; Ap 1:19-20; 2:1-7

As sete parábolas de Mateus 13 possuem estreita relação com as sete igrejas na Ásia descritas em Apocalipse 2 e 3. Esses capítulos apresentam a condição da igreja, desde o primeiro século até a vinda do Senhor. Apocalipse 1:19-20 diz: "Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas". O Senhor revelou a João a condição das sete igrejas para nos mostrar em que condição nos encaixamos.
A primeira igreja mencionada é a igreja em Éfeso: "Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer" (2:1-3). A igreja em Éfeso começou bem, mas depois se degradou.

O Senhor é Aquele que conhece as nossas obras e, portanto, sabia qual era a condição da igreja em Éfeso. Então, no versículo 4, diz: "Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor". Aparentemente os irmãos ali estavam muito bem, mas eles abandonaram o mais importante: o amor do princípio. Em outras palavras, perderam o amor de Deus. Só se preocuparam em fazer obras, mas lhes faltava o amor do princípio, que provém da vida divina.

Algumas igrejas realizam a obra com muito primor, parece que está tudo bem, mas lhes falta negar a vida da alma. Fazem tudo certo, porém falta-lhes a verdadeira motivação, o amor que vem de Deus. Em outras palavras, falta a vida de Deus. Mesmo ganhando o mundo inteiro, podemos perder nossa alma caso não neguemos a nós mesmos (Mt 16:25-26).

Apocalipse 2:7b diz: "Ao vencedor dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus". Isso mostra que a ênfase de Deus está na vida divina. Eles precisavam comer da árvore da vida. A igreja em Éfeso estava numa condição muito ruim, especialmente no período em que Paulo ainda estava vivo. Paulo queria levá-los ao espírito, mas eles não obedeciam às suas palavras, pois permaneciam nos arrazoamentos de sua alma (1 Tm 1:4).

Precisamos nos arrepender. Não apenas mudar a mente; colocando-a no Espírito (Rm 8:6). Muito mais do que isso, devemos negar a vida da alma para que haja crescimento de vida. O que faltava na igreja em Éfeso era o amor do princípio, ou seja, fazer as coisas tendo como fonte a vida de Deus, que é amor. Mas, graças ao Senhor, no meio deles surgiu um grupo de vencedores, os quais se alimentavam da árvore da vida e supriam outros de vida.

Sem negar a vida da alma não há crescimento da vida de Deus. Sem o crescimento da vida divina, não há a manifestação do amor. Sem isso não há como entrar no reino dos céus.

21 fevereiro, 2012

As parábolas do grão de mostarda, do fermento, do tesouro escondido e da rede

Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça (Mt 13:43)


Mt 13:4,19,31-33,44-50



Prosseguindo na revelação dos mistérios do reino dos céus, a terceira parábola, do grão de mostarda, diz: "Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo; o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos" (Mt 13:31-32). Alguns aplicam essa parábola ao avanço do evangelho e ao aumento do número de membros na igreja. Eles dizem: "Antes éramos um pequeno grupo, como um grão de mostarda; mas agora crescemos em número e nos tornamos como uma grande árvore. Até os anjos estão habitando em nosso meio!". Mas a Palavra mostra que essa interpretação está incorreta.
Deus determinou que cada planta produzisse sementes segundo sua espécie (Gn 1:11). A mostarda é uma hortaliça, portanto não pode mudar sua natureza e se transformar em uma árvore. Além disso, as aves que vêm aninhar-se sobre ela representam o maligno, já descrito na primeira parábola (Mt 13:4, 19). Isso tudo indica que o crescimento da igreja apresentado nessa parábola não é algo normal.
Isso mostra que não devemos estar em uma condição anormal, onde as coisas são feitas de qualquer maneira, gerando brechas para o inimigo entrar. A igreja deve buscar a direção do Senhor em todas as questões, principalmente quanto ao avanço do evangelho, para não crescer de modo anormal.
A quarta parábola diz: "O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha até ficar tudo levedado" (v. 33). Após a colheita o trigo é moído e se torna farinha. O fermento é acrescentado à farinha para fazer a massa crescer tornando-a de fácil ingestão. Esse crescimento também representa algo anormal.
As quatro primeiras parábolas têm relação com alimento, ou seja, com a vida, e com o tipo de crescimento espiritual que temos ao recebermos a palavra do reino que foi em nós plantada; as três restantes relacionam-se com materiais que podem ser usados na obra do Senhor.
A quinta parábola é a do tesouro escondido: "O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo" (v. 44). O homem encontrou um tesouro oculto no campo, mas não o utilizou para um fim proveitoso; ele o manteve escondido. Sua atitude foi semelhante a do servo que escondeu o talento que recebera de seu senhor na parábola de Mateus 25:18.
A sexta parábola diz que "o reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra" (13:45-46). Diferentemente da parábola anterior, esse negociante não escondeu a pérola, mas investiu tudo o que tinha para adquiri-Ia. Isso indica que ele negociou o que tinha para obter algo de valor superior.
A sétima parábola diz: "O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. E, quando já está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e, assentados, escolhem os bons para os cestos e os ruins deitam fora. Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes" (vs. 47-50).

20 fevereiro, 2012

A boa terra e a parábola do joio e do trigo

Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro (Mt 13:30)

Mt 13:24-30, 36-43; 1 Co 5:9-11; 6:9-10



Louvamos ao Senhor porque Ele nos revelou que as parábolas de Mateus 13, que falam dos mistérios do reino dos céus, descrevem a condição da igreja ao longo da história. Por isso precisamos aprender os princípios de cada uma delas e extrair as lições necessárias para o nosso viver hoje.
Na semana anterior, vimos que a parábola do semeador mostra que devemos laborar, afofar a terra, tirar as pedras e eliminar os espinhos, arrancando-os e queimando-os com o fogo do Espírito; assim a igreja se tornará uma boa terra, saudável, e produzirá frutos a cem, a sessenta e a trinta por um. Nesta semana veremos as demais parábolas e a relação delas com as sete igrejas em Apocalipse 2 e 3.
A segunda parábola começa a ser narrada no versículo 24 de Mateus 13: "Outra parábola lhes propôs dizendo: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo". O solo afofado, livre de pedras e espinhos, se tornou uma boa terra. "Mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se. E quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. Então, vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no seu campo? Donde vem, pois o joio? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe perguntaram: Queres que vamos e arranquemos o joio? Não! Replicou ele, para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo. Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro" (vs. 25-30).
Essa parábola nos adverte para que não caiamos na condição de joio e apresenta a história de igreja, quando, de fato, o joio foi introduzido entre os cristãos na igreja. O semeador semeou a boa semente no campo; mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo e semeou o joio no meio do trigo.
O trigo semeado em boa terra recebeu a umidade e nutrientes do solo para crescer. O joio, por sua vez, concorria com o trigo em busca da água e dos nutrientes da terra, mas o Senhor não permitiu que os servos o arrancassem porque suas raízes estavam entrelaçadas com as raízes do trigo. Arrancando um, inevitavelmente o outro também seria arrancado.
O Senhor orientou os servos a que os deixassem crescer juntos até o tempo da colheita, pois, à medida que os dois crescessem juntos, começariam a se diferenciar. Ao amadurecer, o trigo adquire uma cor dourada, e o joio uma cor escura; isso facilita selecionar um do outro durante a colheita.
Isso se refere à segunda vinda do Senhor, quando Ele, em Seu tribunal, separará aqueles que entrarão no reino daqueles que não poderão entrar (vs. 36-43; 1 Co 5:9-11; 6:9-10). Naquele dia, que será o tempo da colheita, o joio será facilmente identificado, separado do trigo e atado em feixes para ser queimado. O trigo será recolhido no celeiro (Mt 13:30b).
A obra do inimigo é tentar prejudicar o crescimento dos irmãos na igreja, mas devemos procurar o progresso espiritual, mesmo quando a igreja passa por fases difíceis, nas quais parece ser trabalhoso conseguir "nutrientes" espirituais. Ainda assim, precisamos lançar mais raízes e buscar a luz do sol, que representa Cristo, a fim de crescermos mais que as outras coisas.