12 agosto, 2012

Refletindo...

A Igreja em Tiatira

Apocalipse 2:18-29


Neste capítulo examinaremos Tiatira. Aqui devo enfatizar especialmente que foi após a igreja na era apostólica passar, que Éfeso apareceu, e após Éfeso, Esmirna, e após Esmirna, Pérgamo, e após Pérgamo, Tiatira. A igreja no tempo dos apóstolos passou, a época de Éfeso passou, a época de sofrimentos passou, o período de Pérgamo também passou, e o que vem a seguir é Tiatira. Mas a igreja representada por Tiatira continuará até o Senhor Jesus voltar. Não só Tiatira, mas também Sardes, Filadélfia e Laodicéia continuarão até o Senhor Jesus retornar. Nas primeiras três igrejas, não há menção da volta do Senhor, mas, nas quatro últimas, a volta do Senhor é mencionada em cada caso. Laodicéia, contudo, não menciona a segunda vinda do Senhor literalmente, por causa de alguma coisa particular referente a ela, conforme explicaremos mais adiante. Portanto, as últimas quatro igrejas continuarão até o Senhor voltar.

Na bíblia, vemos que o número sete é um número que significa complementação. Sete é composto de três mais quatro. Três é o numero de Deus; o próprio Deus é três-um. Quatro é a criatura de Deus; é o número do mundo, tal qual as quatro direções, os quatro ventos, as quatro estações etc. – todos contêm o número quatro. Sete significa o Criador mais a criatura. Quando Deus é adicionado ao homem, isto é complementação. (Mas esta complementação é deste mundo – Deus nunca coloca sete na eternidade. O número de complementação na eternidade é doze. Sete é formado por três mais quatro; doze é formado por três vezes quatro. Quando Deus e o homem são colocados juntos, há complementação neste mundo. Quando o Criador e criatura são incorporados, então há complementação eterna). O número sete é sempre três mais quatro. As sete igrejas estão divididas em: as três primeiras mais as quatro ultimas. As três primeiras não mencionam a volta do Senhor, enquanto as outras quatro mencionam. Desse modo, três igrejas são de um grupo, enquanto as outras quatro são de outro. A igreja de Tiatira é a primeira entre as quatro igrejas que existirão até o Senhor Jesus voltar.

Tiatira significa “o sacrifício de perfume”, isto é, repleta de muitos sacrifícios. As palavras faladas pelo Senhor tornam-se cada vez mais fortes. O Senhor diz que Ele é O que tem “olhos como chama de fogo”. Nada pode ocultar-se dos Seus olhos. Ele é a luz; Ele próprio é a iluminação. Ao mesmo tempo Ele diz que tem “pés semelhantes ao bronze polido”. Na bíblia, bronze significa julgamento. O que os olhos vêem, os pés julgam. Os estudiosos da bíblia concordam que a igreja em Tiatira refere-se à Igreja Católica Romana. Isto não se refere à confusão que resultou do casamento da igreja com o mundo (Pérgamo) – agora isso passou. A situação tornou-se mais pesada, cheia de heresia e sacrifício. É realmente notável como a Igreja Católica Romana dá muita atenção principalmente a comportamentos e a sacrifício. A missa é seu sacrifício.

A Igreja Católica Romana, de acordo com a nossa observação, não tem nada de bom, mas Deus diz: “Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas ultimas obras, mais numerosas do que as primeiras”. O Senhor reconhece que há realidade na Igreja Católica Romana. Madame Guyon, Tauler e Fenelon¹ estava na Igreja católica romana, e podemos mencionar ainda muitos dos melhores nomes. Na verdade, há muitos na igreja católica romana que conheciam o Senhor. Nunca pense que não há nenhum salvo na igreja católica romana. Também ali o Senhor ainda tem Seu próprio povo – disso devemos ter bastante clareza diante do Senhor.

O que estamos ressaltando agora é quão desolada a igreja se tornou em sua aparência exterior. Primeiro, vimos o comportamento dos nicolaítas; mais tarde, vimos que ele evoluiu tornando-se ensinamento. Mas, e a igreja agora? O Senhor diz aqui: “tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos”.

¹ Irmãos e irmãs que, nos séculos passados, (dentro do catolicismo romano) seguiram a chamada “linha da vida interior”. Com ênfase a experiência de amor a Cristo e à Cruz. Também conhecido como “Quietismo”.

Quem é Jezabel? Jezabel era a esposa que o rei Acabe trouxe da terra dos sidônios, os gentios. Jezabel seduziu o povo de Israel. Ela disse ao povo para adorar a imagem de Baal (1 Reis 16:30 -32). Baal é o deus dos gentios, não o Deus do povo de Israel. Ela disse ao povo para adorar a imagem de Baal. O problema, agora, não são apenas os ídolos, e, sim, que Deus foi substituído: Baal foi introduzido e adorado como seu próprio deus. Na história da nação judaica (Israel) até 1 Reis 16, ninguém havia levado o povo de Israel a pecar de tal maneira como Acabe. Acabe foi o primeiro a conduzir o povo a adorar um deus gentio em larga escala. Nem mesmo Jeroboão igualou-se a ele nos pecados que cometeu.

Queremos, aqui, atentar para quem é Jezabel. É uma mulher. A mulher em Apocalipse 17 refere-se à Igreja Católica romana. Em Mateus 13, a mulher que tomou o fermento e escondeu-o em três medidas de farinha também é a Igreja católica romana. Naturalmente, portanto, a mulher aqui, também representa a Igreja católica romana.

Deus nunca reconhece como legítimo o casamento entre Seu povo e os gentios; Deus diz que isto é prostituição. Como consta, Jezabel não era a rainha; a união deAcabe e Jezabel era prostituição. Prostituição é confusão. O que Deus vê aqui é uma mulher que está misturando coisas às palavras de Deus e ao povo de Deus. O que esta mulher introduziu foi o deus dos gentios. E o resultado da prostituição é idolatria. O Novo Testamento menciona a conferencia em Jerusalém, cujo resultado foi a exortação aos irmãos gentios para se absterem de comidas sacrificadas a ídolos e da fornicação (At 15:29). A prostituição daquela mulher introduziu ídolos no reino de Israel.

Por meio de Jezabel, Acabe foi unido ao mundo. Não importa onde você esteja, é visível que a Igreja católica romana uniu-se aos poderes políticos. Ela envia embaixadores e ministros a várias nações, e, em importantes crises mundiais, ela se levanta para falar. A união da igreja com o mundo é a igreja católica romana. Eles proclamam que seu primeiro papa foi Pedro. Mas acho que Pedro diria:”Eu sou um discípulo do pobre Jesus de Nazaré; essa glória e a honra do mundo não têm nada que ver comigo”. Contudo, a Igreja católica romana mantém sua posição no mundo e exige respeito das pessoas. O fenômeno da Igreja Católica Romana nestes mais de mil anos, de acordo com a Epístola de Tiago, é o maior adultério. Aqui vemos que a igreja perdeu a sua virgindade. Hoje, há um grupo de pessoas que acham que desde que tem tão vasto número de membros, podem negociar com os outros. De acordo com os homens, é uma espécie de progresso a igreja ser capaz de negociar, mas, de acordo com Deus, é um pecado a igreja ganhar o que o mundo ganha.

Qual é o resultado? Idolatria. Os fatos estão colocados diante de nós; não há uma igreja que seja igual à Igreja católica romana com tantos ídolos. Podemos dizer que a melhor classe de ídolos é feita pela igreja católica romana. Estive na cidade de Roma por um mês. Durante esse tempo, eu continuamente sentia algo: “Se a igreja é deles, então não é nossa; se for nossa, então certamente não é deles”. Não há meio termo para ambos se unirem. O mais extraordinário é que eles cumpriram tudo o que foi profetizado na bíblia. Há uma imagem do Pai e uma imagem do Filho; há imagens dos apóstolos e imagens dos santos antigos. Eles adoram Maria; adoram Pedro. Vemos como Jezabel ensina os servos do Senhor a cometer prostituição e a comer a comida ofertada aos ídolos! Jezabel é mencionada porque a igreja trouxe para dentro de si deuses gentios. Vemos isto no livro intitulado Mystery², de G. H. Pember. Eles tomaram os deuses gentios e penduraram neles os símbolos do cristianismo. O mais evidente é a imagem de Maria. Alguns pensam que pelo menos Maria é do próprio cristianismo. Mas o fato é este: a Grécia tem uma deusa, a Índia tem uma deusa, o Egito tem uma deusa, a China tem uma deusa, cada religião do mundo tem uma deusa, exceto o cristianismo. Já que deve haver uma deusa, eles produziram Maria. Na verdade não há deusa, eles produziram Maria. Na verdade não há deusa na fé cristã – a origem do conceito de uma deusa são os gentios. Assim, isto é idolatria, além de prostituição. Isto é Jezabel, trazendo as coisas dos gentios para o reino de Israel.

² não disponível em português. (N.T.)

Ela se autodenomina profetisa porque quer pregar e ensinar. A posição da igreja diante de Deus é a de uma mulher. Sempre que a igreja tem autoridade para pregar, ela é Jezabel. A igreja não tem nada a dizer; em outras palavras, a igreja não tem palavra. O filho de Deus é a Palavra; por isso só Ele tem a palavra. Cristo é o Cabeça da igreja; portanto, somente Ele pode falar. Sempre que a igreja fala, isto é a pregação da mulher. A Igreja católica romana é a mulher pregando. Na Igreja católica romana há o que a igreja diz, não o que a bíblia diz nem o que o Senhor diz. É extraordinário que Deus aqui diz que Jezabel é a profetisa e que a mulher fala. “Meus servos” refere-se a servos individuais. Jezabel tem autoridade para dirigir cada crente. O povo na igreja católica romana não lê a bíblia, porque tem medo de interpretar mal o que Deus pretende. Somente os padres podem entender e somente os padres podem falar; portanto, somente eles podem decidir todas as questões. A igreja católica romana é essencialmente a pregação da mulher que decide o que os filhos de Deus devem fazer. Muitas doutrinas têm sido alteradas, porque ela diz que isto é o que a igreja diz e as pessoas devem ouvir a igreja. Ela não ressalta que o povo deve ouvir o Senhor, mas que o povo deve ouvir a igreja e o papa.

Na história da igreja houve as perseguições do Império Romano, e houve também as perseguições da Igreja Católica Romana. Quando a Igreja Católica Romana na Espanha perseguiu os filhos de Deus, ela matou um sem-número deles. A punição que aplicaram durante a Inquisição foi cruel ao extremo. Após levarem as pessoas a ponto de morrer, entregavam-nas ofegantes nas mãos do governo, dando a entender que ninguém fora morto pela mão deles. Eles sempre o farão aceitar a doutrina deles. A nação Judaica (Israel) tinha apenas uma mulher que matava os profetas; era Jezabel. Nos séculos anteriores quantas testemunhas morreram nas mãos da Igreja católica romana não sabemos. Eles afirmam que tudo o que decidem está sempre certo. O pensamento das pessoas de Tiatira deve-se ao fato de que ela permite o ensinamento de Jezabel em seu meio.

“Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição”. Eles ainda estão unidos com o mundo e cheios do comportamento do mundo. “Eis que aprostro de cama” – não num caixão, mas numa cama. Um caixão significa que acabou; uma cama significa que não acabou. Isto quer dizer que ela não mudará durante toda a sua vida. A paciente não pode ser curada e não pode mudar. Permanecendo em sua presente situação, ela é incurável - esta é a condição da Igreja católica romana. Em 1926, Mussoline e o papa assinaram um acordo, separando o Vaticano da Itália, para que ele pudesse tornar-se um estado independente, possuindo seu próprio tribunal e polícia etc. Os crentes na Igreja católica romana aumentam anualmente. Na China, não há jornal publicado por uma igreja protestante, contudo a Igreja católica romana possui um jornal. Seu número excede três a quatro vezes o dos protestantes ³. Em Apocalipse 17, vemos a que ponto esta igreja irá desenvolver-se. Agora, sem dúvida, ela está tornando-se cada vez mais forte. Mas o Senhor diz ao Seu povo:”Saí dela”. Que o Senhor diz sobre aqueles que têm cometido adultério com ela, e sobre os seus filhos? “Prostro” (...) em grande tribulação os que com ela adulteraram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos” – provavelmente estas palavras referem se à destruição da igreja católica romana por Deus, por intermédio do anticristo e seus seguidores – “e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mente e corações, e vos darei a cada um, segundo as suas obras”.

“Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as cousas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós; tão-somente conservai o que tendes, até que eu venha”. “Os demais de Tiatira”; embora Jezabel esteja aqui, ainda há descanso. Ao ouvir que Jezabel havia decidido matá-lo, Elias ficou muito desencorajado. Que fez ele? Ocultou-se. Então Deus disse: “Que fazes aqui”? Enquanto ele estava murmurando, o Senhor disse; “Também conservei em Israel sete mil” (1Reis 19:9-18). Estes são “os demais de Tiatira”. Quando Jezabel vivia nesta terra havia Elias; portanto, na igreja católica romana também deve haver Elias; portanto deve haver também muitos que pertencem ao Senhor. Não apenas na Espanha, mas também na França e na Grã-Bretanha, houve muitos que foram queimados. O sangue de muitos foi derramado na igreja católica romana. Isto é um fato. Hoje a igreja católica romana ainda está fazendo o melhor que pode para perseguir. Graças ao Senhor, ainda há aqueles que “não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de satanás”. As palavras “coisas profundas” em grego é bathea, que quer dizer mistério. A igreja católica romana gosta demais de usar essa palavra. Eles têm muitos mistérios, ou doutrinas profundas, em seu meio. Essas doutrinas não são do Senhor, mas são as palavras de Jezabel. Sobre os que não seguem essa doutrina, o Senhor não colocará outra carga; estes são os que já têm a Sua Palavra e devem conservá-la: “Conservem Minha palavra que vocês conhecem – isto é suficiente. Não percam o que vocês já têm, até que Eu venha”. “E ao que vencer, e guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, e com vara de ferro as regerá: e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai” (VCR). Essa é a primeira promessa. Qual é o significado disto? Todo aquele que cuida de ovelhas tem uma vara. Quando as ovelhas não se comportam bem, ele usa a vara para bater-lhes gentilmente. O capítulo 13 de Mateus diz que um anjo virá e ajuntará para fora do seu reino todas as coisas que ofendem, isto é, usará força para expulsar todas as coisas que não são corretas. Mas isso não significa que no milênio as nações já não existirão. Sabemos que elas estarão lá. Por meio da vara de ferro Deus quebrará estas coisas em pedaços.

O que Deus produz são pedras; o que o homem produz são tijolos. Os tijolos são muito semelhantes a pedras. A torre de Babel foi construída com tijolos. Quando aos que O imitam, da torre de Babel até a segunda Epístola a Timóteo, o Senhor diz que eles são “vasos de barro” (vasos de oleiro). O Senhor diz que o vencedor pastoreará as nações quebrará os vasos de barro em pedaços. Regerá, no texto original, significa pastoreará. A palavra pastoreará significa que não é algo feito de uma vez, mas, ao contrário, é feito batendo uma por uma, quando há necessidade. Isto é pastorear. Esse tipo de coisa provavelmente será feito continuamente até que o novo céu e a nova terra sejam
introduzidos. O reino é a introdução ao novo céu e nova terra. No novo céu e nova terra, apenas a justiça habita. Esta é a razão pela qual a vara de ferro aqui deve ser usada para pastoreá-las e quebrar em pedaços todas as coisas procedentes dos homens.

“Dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã”. Esta é a segunda promessa. A estrela da manhã é a assim chamada estrela d’alva. Na hora mais escura, exatamente na hora em que o dia está surgindo, ela aparece por um instante, e então o sol desponta. Muitas pessoas vêem o sol, mas poucas vêem a estrela da manhã. Um dia o Senhor será visto pelo mundo todo, como está citado no capítulo quatro de Malaquias: “Nascerá o sol da justiça”. Mas antes que todas veja a luz, você já poderá tê-la visto primeiro enquanto está escuro. Isso é o que significa receber a estrela da manhã. Logo antes do dia nascer, é realmente escuro. Mas é neste exato momento que a estrela da manhã aparece. O Senhor
promete ao vencedor que ele receberá a estrela da manhã na hora mais escura: isso significa que ele verá o Senhor e será arrebatado. Nós vemos o sol sempre durante as horas do dia, mas aquele que vê a estrela da manhã é alguém que prepara um momento especial para levantar-se e contemplar, enquanto os outros estão dormindo. Esta é a promessa para o vencedor.

Nas primeiras três epístolas o chamamento ao vencedor vem após “quem tem ouvidos, ouça” Primeiro lemos “quem tem ouvidos” e, então a promessa ao vencedor. Mas a partir de Tiatira a ordem é invertida. Isso prova que as três primeiras igrejas são um grupo, enquanto as quatro ultimas são outro. Há uma diferença entre os dois grupos. Antigamente foi depois que a época de Éfeso passou que a igreja de Esmirna veio, e depois que passou a época de Esmirna, veio Pérgamo, e depois que Pérgamo passou veio Tiatira. Mas agora não é quando Tiatira se vai que Sardes vem. Tiatira continuará até que o Senhor volte. Não é quando Sardes passa que Filadélfia vem, nem quando Filadélfia se vai que Laodicéia aparece. Sardes, Filadélfia e Laodicéia também continuarão até que o Senhor Jesus volte. Todas as três primeiras vieram e foram-se, mas as quatro últimas surgem gradativamente e continuarão juntas até o Senhor voltar. 


Capitulo 5 do Livro A Ortodoxia da Igreja - W.Nee - Ed. Árvore da Vida
(Site Igreja em Uberaba)

Para Meditar...


O genuíno leite

O leite é realmente um alimento saudável e útil ao crescimento físico do homem, assim como a pura palavra de Deus é para o crescimento espiritual dos filhos de Deus.
Um chefe de família sábio e responsável sabe da importância de proporcionar esse alimento para seus filhos. Da mesma forma, o governo de um país conhece as conseqüências de não dar ou disponibilizar o leite para as famílias daquela nação. Porém, nestes últimos dias, presenciamos notícias alarmantes acerca da qualidade do leite que estamos consumindo. Algumas substâncias foram adicionados ao leite para que a preparação do produto se tornasse mais lucrativa. No entanto tais acréscimos são notadamente prejudiciais à saúde. Esse acontecimento, que foi matéria obrigatória nos noticiários, vem alertar-nos sobre outra questão, talvez ainda mais grave, mas que não é tão percebida, a mistura na palavra de Deus.
O alimento espiritual dos filhos de Deus é proveniente do ensinamento dos apóstolos, que também é o conteúdo do Novo Testamento. Essas palavras, quando são servidas aos crentes de modo puro e sem misturas, podem ajudá-los a crescer de uma maneira normal, até se tornarem espiritualmente saudáveis, fortes e frutíferos. Porém, assim como algumas pessoas, com intenção de lucro indevido, misturaram substâncias nocivas à saúde no leite, algumas pessoas, igualmente perversas e com intenção impura, têm adicionado mistura à genuína palavra de Deus, com o objetivo de obter vantagem indevida.
Nas parábolas acerca do reino dos céus, o próprio Senhor Jesus advertiu os discípulos, profetizando sobre uma mulher que iria adicionar fermento a três medidas de farinha, até que tudo ficasse levedado (Mateus 13:33). Sabemos que o fermento foi comparado pelo Senhor com o ensinamento dos escribas e fariseus (15:11-12), dos quais os discípulos deveriam acautelar-se, ou seja, evitá-los para que a fé deles não fosse contaminada e deixasse de crescer (15:8). Ora, o fermento é algo que faz crescer a massa, porém não necessariamente contribui para melhorar o alimento; ao contrário, produz volume, mas não acrescenta qualidade. Sabemos que o excesso na alimentação pode causar muitas complicações à saúde do homem, tais como a obesidade, as doenças cardíacas, o diabetes etc. Portanto, devemos acautelar-nos em relação às misturas na palavra de Deus e buscar o genuíno leite espiritual, que nos traz crescimento para salvação. Além disso, os escribas e fariseus estavam sempre questionando o Senhor Jesus e opondo-se a Seu ministério, porque estavam interessados em usar a palavra de Deus, mas para seu próprio benefício. Isto também é fermento.
Como responsáveis pela saúde espiritual dos filhos de Deus, começando por nossa própria, devemos atentar acerca do alimento que temos recebido e desfrutado.
Damos graças a Deus pelo JAV, que sempre está atento para tornar disponível aos filhos de Deus um alimento puro e saudável, o qual não visa lucro para nenhum nome em particular ou organização, mas somente ao Senhor Jesus e à Sua noiva, para que ela se torne igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito (Efésios 5:26-27). E também permitir que todos os membros do Corpo de Cristo sejam fortes e ativos e cresçam o crescimento que procede de Deus (Colossenses 2:19).

www.radioarvoredavida.net

Quatro situações que permanecerão até a volta do Senhor.


Vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito (Ef 5:15-18)


Mt 6:33; Ap 2:22-26; 3:3, 7-8, 11, 13, 19

Até que o Senhor volte, as situações das quatro últimas igrejas descritas em Apocalipse 2 e 3 irão permanecer. Dentre as quatro, apenas Filadélfia tem garantida a coroa, mas é advertida a conservar o que tem para que ninguém a tome. Quanto aos que estão em Tiatira, para serem vencedores, o Senhor requer que se arrependam das obras que ela incita (impureza, idolatria), não se envolvam com sua doutrina, conservem o que têm e guardem até o fim as Suas obras (Ap 2:22-26). Para os que estão na condição de Sardes e Laodiceia, vivendo segundo seu ser e opiniões naturais, o Senhor exige que se arrependam de suas obras (3:3, 19).
Portanto, podemos afirmar que até a volta do Senhor haverá irmãos ainda vivendo na esfera da alma, sendo guiados por suas razões, emoções e forte vontade natural. Infelizmente, ainda vemos muita confusão entre os filhos de Deus, que por apegarem-se a pontos de vista doutrinários, ou às suas próprias opiniões, vivem a vida cristã na esfera da mente. Dedicam-se ao estudo das verdades bíblicas, incluindo até o amor divino, mas não conseguem pôr em prática o conhecimento adquirido. Ministram boas e eloquentes mensagens, mas seu viver está bem longe da realidade.
O reino dos céus está próximo e se não reagirmos logo, nossa oportunidade de arrependimento pode passar. Essa palavra nos mostra que a cada dia nosso tempo se abrevia. Como temos vivido? O que temos feito com respeito à vontade de Deus? É hora de despertarmos! Ainda temos tempo, mas não podemos mais desperdiçá-lo com discussões doutrinárias ou com nossas razões. Vamos vencer as coisas de Tiatira, de Sardes e de Laodiceia; vamos vencer as impurezas e também as coisas da vida da alma. É tempo de buscar o Senhor e o Seu reino (Mt 6:33).
Ao vermos esse quadro profético, devemos buscar a realidade do viver de Filadélfia. Nela há uma porta aberta a qual ninguém pode fechar. Essa porta é a porta para o reino e, para abri-la, Filadélfia tem a chave de Davi, a chave do reino (Ap 3:7-8). Graças ao Senhor! Por meio de invocar o nome do Senhor e praticar Sua Palavra, também podemos ter a chave do reino. Se usarmos essa chave para viver no espírito, negar a nós mesmos, expressar Seu amor e praticar Sua Palavra, quando o Senhor vier ganharemos o galardão de vencedores. Louvado seja o nome do Senhor Jesus!

11 agosto, 2012

Feliz Dia dos Pais...

Que o Senhor Jesus abençoei a todos os Pais com muita paz e alegria, que seja um dia muito abençoado por Deus...

Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem desviou de mim a sua misericórdia.

Salmos 66:20


E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Romanos 8:28




Amanhã é Dia dos Pais, deixo aqui a minha homenagem a todos os Pais...


Feliz Dia dos Pais...

Mensagens Evangelicas
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Refletindo...

Os escritos de Paulo, Pedro e João


O autor de Apocalipse foi o apóstolo João. Há muitas evidências que provam isso. Não há necessidade de se falar muito aqui. Contudo, há uma coisa que devemos saber. Devemos conhecer a característica dos escritos de Deus por meio de João e o que distingue os escritos de João dos escritos de Paulo e de Pedro. Sabemos que Pedro e Paulo foram dois homens escolhidos pelo Senhor para a edificação da igreja. João não mencionou muito a respeito da grande verdade sobre a igreja no seu evangelho e nas epístolas. Todavia, o que o Senhor o ordenou escrever nas primeiras duas seções de Apocalipse foi sobre a igreja. Portanto, se quisermos entender a posição, a situação, e as características das igrejas nos primeiros três capítulos de Apocalipse, temos de investigar cuidadosamente as diferenças e as relações entre os seus escritos e os dos outros dois apóstolos, Paulo e Pedro.

Podemos provar pela Bíblia que Pedro e Paulo são ministros respectivamente da circuncisão e da incircuncisão. Pedro e os onze apóstolos permaneceram em Jerusalém. Eles continuaram a obra do Senhor, ajuntando na igreja as ovelhas perdidas da casa de Israel. Paulo foi escolhido e chamado pelo Senhor para desvendar o princípio da igreja, que é pregar a toda criatura debaixo do céu por meio do evangelho (Cl 1). Ele foi quem estabeleceu esta fundação. A maior parte da obra de Pedro era limitada aos judeus. Ele nos considera como peregrinos na nossa jornada celestial para obter a herança celestial. A obra de Paulo foi especificamente focada sobre os gentios. Ele mostrou-nos que a nossa posição é nos céus e que qualquer herança que pertença a Cristo pertence também a nós. Há verdades dispensacionais do Novo Testamento, isto é, Deus lida com os homens de acordo com as dispensações. Em diferentes dispensações Deus tem diferentes maneiras de lidar com os homens e, diferentes e importantes verdades para eles.

A obra de João é muito diferente. Ele não fala a respeito da doutrina de dispensação. No seu evangelho não menciona a ascensão de Jesus. Nas suas epístolas, ele não destaca a posição dos santos nos céus. Ele fala somente da encarnação do Senhor Jesus e a Sua descida do céu para a terra. Para ele, o Senhor Jesus é a vida eterna. No seu evangelho ele explica o nascimento por meio da vida eterna. Nas suas epístolas ele explica o caráter da vida eterna.

Após a destruição de Jerusalém no ano 70 dC, houve uma mudança de dispensação. A igreja judaica que foi formada no dia de Pentecostes terminou. Na verdade, ela havia terminado muito antes, mas não fora anunciado oficialmente até então. A fé cristã e o judaísmo foram completamente separados depois disso. Os cristãos tinham de sair do acampamento judaico. A igreja estabelecida por Pedro entre os judeus fracassara. Cristo não podia mais levar a cabo a Sua autoridade no meio deles. Isso era verdade não somente entre os judeus, mas o era também entre os gentios. As igrejas estabelecidas pelo Senhor por meio de Paulo entre os gentios tinham também caído e não podiam herdar a herança abandonada pelos filhos de Israel. Paulo disse: “Pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus” (Fp 2:21). Todos os da Ásia (incluindo a igreja em Éfeso) me abandonaram (2 Tm 1:15). Mesmo aqueles que conheciam tão bem a verdade sobre a igreja não foram capazes de permanecer na fé. Na verdade, a apostasia já havia começado naquele tempo.

O mistério da iniqüidade já estava operando. Tanto a obra de Pedro como a de Paulo passaram por uma mudança dispensacional, porém a obra de João não envolve a questão de dispensação. Ele declarou somente que o Senhor Jesus é a vida eterna. Essa vida eterna nunca muda. A dispensação muda, as pessoas e coisas mudam, a vida eterna, seja no Senhor Jesus ou nos crentes, nunca mudará. Apesar de a igreja ser vomitada da boca do Senhor, o Senhor permanece imutável. A obra de João continua após Pedro e Paulo, e preenche a lacuna deles. O período de João liga a primeira vinda de Cristo à Sua segunda vinda. Ele trabalha entre essas duas vindas. Ele prega a Pessoa de Cristo e a vida eterna. Mesmo que a dispensação tenha mudado exteriormente e as coisas tenham se corrompido, a vida eterna é a mesma do começo ao fim. Podemos ver isso nos dois últimos capítulos do seu evangelho. No capítulo vinte vemos a figura do remanescente de Israel recebendo Cristo, começando de sua ressurreição até o tempo final. Tomé ter visto o Senhor traspassado era uma prefiguração. No capítulo vinte e um vemos uma prefiguração do ajuntamento total no milênio. E no encerramento do capítulo vinte e um o ministério particular de João e o de Pedro foram mencionados. O ensinamento de Paulo a respeito da igreja, que era totalmente celestial, evidentemente não foi abordado aqui. Os filhos de Israel como as ovelhas de Cristo foram confiados a Pedro. Todavia Pedro morreria. A sua obra não duraria e teria um fim depois de tudo. Finalmente, o ministério de Pedro terminou, e a igreja da circuncisão foi deixada sem pastor. Muito antes, Jerusalém foi destruída e o seu ministério foi completamente terminado. Aqui Pedro pergunta acerca de João. É estranho o nosso Senhor não falar sobre o fim de João. Ele somente disse a Pedro para segui-Lo, isto é, terminar o seu ministério na morte. Pedro deve ter pensado secretamente que o ministério de João permaneceria até que Ele venha. Ainda que o Senhor tenha se demorado e João morrera, o ministério de João nunca morreu. Os seus escritos e ensinamentos continuam a trabalhar até que o Senhor venha outra vez. Os ministérios desses três apóstolos são muito importantes. Se o Senhor permitir, um livro será escrito especificamente sobre eles, em algum outro tempo. O ministério de João está entre as duas vindas de Cristo. Agora podemos ver a verdade a respeito da igreja. Pedro falou sobre o fracasso da igreja judaica; Paulo falou sobre o fracasso da igreja gentílica. João não era nem ministro da circuncisão e nem ministro da incircuncisão. Nenhuma verdade dispensacional foi lhe comissionada. Portanto, ele não falou sobre qualquer mudança na igreja judaica e nem na igreja gentílica. No livro de Apocalipse, ele não disse sobre como a igreja passaria por mudanças até chegar ao seu estado de então. Ele falou somente sobre as condições depois da degradação de cada igreja individual e como o Senhor iria julgá-las. Quando a obra de Pedro e a de Paulo terminaram, João continuou a sua obra e descreveu as situações das igrejas que haviam se degradado no tempo da obra de Pedro e de Paulo.

A igreja que ele se referia, com exceção da única referência em Apocalipse 22:17, era diferente da igreja que Paulo se referia. João testificou do ponto de vista das igrejas individuais. Alguns candeeiros da igreja têm a possibilidade de serem removidos. As igrejas que ele viu se degradaram e retrocederam e foram julgadas por Cristo. As igrejas fracassaram! Os gentios que foram enxertados pela fé não permaneceram na bondade de Deus. A verdade de Paulo acerca da igreja foi transmitida principalmente à igreja em Éfeso. Todavia, como ela perdeu o seu primeiro amor, não demorou muito para o seu candeeiro ser removido. Assim como os filhos de Israel foram cortados no passado, agora a igreja também foi cortada da mesma maneira. Mas a paciência de Deus foi manifestada à igreja assim como o foi com os filhos de Israel. Contudo, assim como Israel, a igreja não sustentou o testemunho de Deus no mundo.

A igreja decaiu e fracassou. Apesar do fato de a dispensação da graça ter sido prolongada, a rejeição de Deus para com a igreja na terra havia começado no tempo de Apocalipse. O Senhor teve de usar outra maneira. Por um lado, o Espírito santo deu indicações de que Deus rejeitara a igreja. Por outro lado, Ele também indicou que Cristo obterá o Seu reino. O reino era a meta a partir daquele momento. O Senhor usou as sete igrejas existentes daquele tempo para representar a igreja como um todo. Ele mostrou que Deus havia rejeitado a igreja e que o fim estava próximo. Se o Senhor demorar-se, essas sete igrejas seriam a história da igreja (exterior) na terra. Assim, o Senhor deu indicações de que o fim estava próximo, e Ele mesmo viria a qualquer tempo. Esta é a sabedoria do Espírito Santo! O Senhor realmente demorou-se, e os capítulos dois e três de Apocalipse tornaram-se uma descrição da situação da igreja desde o tempo de João até a segunda vinda do Senhor.

Devemos perceber que no tempo de Pedro e Paulo, a igreja já havia fracassado. Isso irá nos ajudar a entender os ensinamentos acerca da igreja nos primeiros três capítulos de Apocalipse. Por causa do fracasso da igreja, vemos que Cristo não é mais um Sacerdote intercessor, mas um Sacerdote que julga. A partir disso, entendemos que não há igreja perfeita hoje. Neste sentido, não tenhamos a vã esperança. Saberemos qual deve ser a nossa atitude para com a igreja. Todos os homens são falsos; somente Deus é verdadeiro. 



Fonte: Texto extraído da revista THE CHRISTIAN – primeiro volume, escrito por Watchman Nee em 1925.
(Site Igreja em Uberaba)

Mensagem aos Pais...


Pais que brilham...

Um rico homem na Índia, prestes a aposentar-se, chama seus dois filhos ao escritório para falar-lhes sobre seus planos.
– Vocês são bons filhos e homens capazes, ele disse. Eu não sei com quem deixarei minha propriedade. Então, vou testá-los.  Deu uma moeda a cada um e disse:
– Pegue esta moeda e compre algo que encha a casa.
A moeda que o homem deu para os filhos era de pouco valor e a casa era muito grande e cheia de quartos. Cada um sabia que a tarefa era muito difícil.
O filho mais velho não perdeu tempo e começou a pesquisar o preço de vários materiais. Por fim, decidiu optar por comprar palha, mas a palha que comprou cobriu apenas o chão da casa.
O filho mais novo parou para pensar no teste do pai e verificou que apenas uma compra muito diferente o levaria a passar no teste do pai. Quando voltou, carregava apenas um pequeno pacote. Seu irmão riu e, apontando para o pacote, disse: “Você espera encher a casa com isto?”
O filho mais novo nada respondeu. Abriu o pacote e dirigiu-se a cada quarto deixando ali uma vela. Quando ele acendeu as velas, a casa inteira estava cheia, cheia de luz!
Assim como aquele homem rico, Deus também nos tem testado. Ter recebido a fração de tempo para gerar, cuidar e formar os filhos é a moeda que Deus nos deu. Como estamos investindo essa moeda? Ele espera que possamos fazer muito com a incumbência que recebemos. Muitos pais estão investindo na “palha” deste mundo, em valores transitórios que não são capazes de produzir algo duradouro. Podemos estar investindo em algo que não pode encher a casa.  Se, com a moeda do tempo que Deus nos deu, estamos comprando apenas educação, brinquedos ou criando oportunidades de lazer para os filhos, lamentamos informar que aquilo que estamos colocando dentro de casa não passa de palha, que logo perecerá. O que esse tipo de pai produz são filhos com o coração vazio, indiferentes e distantes de Deus, o Criador.
Investir em “velas” tem um significado simbólico muito especial. A luz da vela aponta para um sacrifício porque, para brilhar, a vela precisa “morrer”. Para produzir luz contínua, consumir-se é o único preço que pode ser pago. Quando investimos a moeda do tempo dando mais atenção para os filhos, acompanhando-os no desenvolvimento escolar, advertindo-os quanto à escolha de companhias e, principalmente, introduzindo-os na presença de Deus, mediante a leitura da Bíblia e oração, estamos morrendo para nós mesmos e deixando consumir-nos em prol dos filhos que Deus nos deu. Comprar velas e acendê-las permitindo que a luz brilhe também implica dar testemunho do Senhor diante dos filhos e das pessoas que estão a nosso redor. Ao alimentarmos a chama dia a dia, obteremos como resultado a manutenção do testemunho do Senhor. Essa luz encherá completamente a casa e, mais tarde, seu brilho se estenderá para outros lugares de modo que as próximas gerações se beneficiarão dela.
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:14-16).

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FELIZ DIA DOS PAIS...

O modelo de vida da igreja que agrada o Senhor.


Conheço as tuas obras – eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar – que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome (Ap 3:8)


Mt 13:45-50; Ap 3:7-22

Louvamos ao Senhor pelo modelo de vida da igreja descrito em Apocalipse 3:7-13, quando Ele fala à igreja em Filadélfia. Ao aprovar o procedimento daqueles irmãos, o Senhor destaca duas práticas no meio deles: “Guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome” (v. 8). Eles invocavam o nome do Senhor e praticavam Sua palavra.
Além disso, tais práticas promoviam o amor fraternal, que é o significado de Filadélfia. Por causa disso, o Senhor afirmou: “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (v. 11). Porque reconhecem que têm pouca força, os de Filadélfia não se ocupam com discussões doutrinárias, tampouco se esforçam para provar qualquer coisa. O próprio Senhor é quem os defende e prova Seu amor por eles (v. 9). Eles não perdem tempo com coisas negativas, mas procuram boas pérolas como descrito em Mateus 13:45-46. Ao encontrar uma pérola de grande valor, vendem tudo o que têm a fim de obtê-la. Isso mostra que eles não estão presos às coisas antigas.
Depois de Filadélfia, o Senhor fala à igreja em Laodiceia (Ap 3:14-22), que significa juízo ou opinião do povo. Nela vemos um grupo de irmãos que querem viver segundo suas razões e opiniões. Por viver na esfera anímica, a igreja em Laodiceia era extremamente orgulhosa e arrogante, a ponto de dizer: “Estou rico e abastado, não preciso de coisa alguma”. Para ela não há mais nada a ser revelado na Palavra. Além disso, era bastante fechada, pois até o Senhor estava do lado de fora procurando uma oportunidade para entrar.
Devido à sua arrogância, o Senhor expõe sua real condição e a repreende dizendo: “Nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te” (Ap 3:17b-19).

10 agosto, 2012

Refletindo...

Manter a base e ministrar Cristo



Quando vamos a um lugar, desde que a igreja lá esteja na base correta, devemos ser um com ela. Ela pode ser fraca, e necessitar de muito aperfeiçoamento, contudo, ela ainda é a igreja na base correta. Se formos lá, precisamos nos reunir com ela. Não temos direito e nem posição para estabelecer outra coisa. Quer ela pratique a aspersão ou não, quer ela pratique falar em línguas ou não, quer tenha o cobrir a cabeça ou não, ainda precisamos caminhar com ela porque ela é a igreja na base correta.

Não devemos nos agarrar a nenhuma doutrina, mas somente aderir à abundância da vida de Cristo. Não importa o que a igreja em um certo lugar pratique, precisamos simplesmente ministrar Cristo a ela. Não devemos nos preocupar com as doutrinas, mas somente com o rico suprimento de Cristo a lhe ser ministrado.

Precisamos estar bem cheios de vida – isso é tudo.

Nada devemos levar aos diferentes lugares, e por nada mais devemos nos posicionar além de Cristo e da igreja na base correta. Se estamos plenos de Cristo e bem fortes no espírito, nada pode impedir-nos de inflamar outros. Por fim, toda a igreja naquele lugar será inflamada por nós.

Precisamos aprender a manter a base e não nos posicionarmos por qualquer outra coisa. Desde que não haja nada pecaminoso na igreja onde estamos, devemos caminhar com ela. Em seguida, deveríamos simplesmente ministrar Cristo às pessoas. Nunca deveríamos causar divisão, sempre ministrar Cristo.

Realmente precisamos ser libertos de todas nossas doutrinas. Por nada mais deveríamos ser além de Cristo e a igreja. Desde que ela esteja na base correta, não importa quão pobre e fraca seja, precisamos ser um com ela. Assim nunca seremos aqueles que causam divisão.

Sem dúvida, não podemos concordar com nenhuma divisão. Isso, porém, não pode impedir nossa comunhão. Não importa se outros estão ou não em divisões, precisamos reconhecer que eles são nossos irmãos. Isso não significa que concordamos com suas divisões, todavia, precisamos amar todos os santos, até mesmo aqueles na Igreja Católica Romana. Há alguns crentes genuínos na Igreja Católica Romana, e todos estes têm a mesma vida divina que nós. Eles podem vestir seus trajes clericais, contudo, em redenção e em vida somos todos iguais.

A nossa prática é uma coisa, mas tomarmos nossa prática como base para comunhão é outra coisa. A nossa prática pode ser de acordo com nossas necessidades. Todavia, não devemos tornar a nossa prática a base da comunhão.

Podemos praticar certas coisas porque elas nos ajudam, mas não devemos fazer de qualquer prática uma base para nossa comunhão. Realmente necessitamos de graça para isso. 

Fonte: A expressão prática da igreja – W.Lee
(Site Igreja em Uberaba)

Para Meditar...


Fogo purificador


Os nossos atos podem ser classificados em dois tipos: ouro, prata e pedras preciosas, o primeiro tipo; madeira, feno e palha, o segundo (cf. 1 Coríntios 3:12). Assim, ao passar pelo teste de fogo, apenas os materiais do primeiro tipo permanecerão: “Manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo” (1 Coríntios 3:13-15). À luz das Escrituras, percebemos que os materiais que subsistem ao fogo representam a Pessoa do Deus Triúno – o ouro representa a natureza de Deus; a prata, a obra redentora do Senhor Jesus; e as pedras preciosas, o resultado transformador do Espírito Santo.

Os materiais do segundo tipo podem ser considerados como uma vida de aparência, porém sem o selar de Deus. Tem a aparência mas não a essência. É o que vemos na parábola do joio (cf. Mateus 13:24-30). Ao fim da colheita, haverá a revelação de quem é o trigo e quem é o joio: “Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro” (13:30).
Hoje, o Senhor permite que incêndios passem por nossas vidas. Isso é o amor de Deus em fazer com que sejamos provados e aprovados na era da graça, pois temos o Espírito como consolador. “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos alegreis exultando” (1 Pedro 4:12-13). Que possamos aceitar as provas do Senhor para ser  purificados. “Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e aprovarei, como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei, direi: É meu povo, e ela dirá: O SENHOR é meu Deus” (Zacarias 13:9).


Texto extraído do Jornal Árvore da Vida, Número 180, publicado pela Editora Árvore da Vida.
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A obra de restauração e a causa das divisões.


Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti. O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos (Ap 3:3, 5)


Mt 13:44; Rm 8:17-19, 29-30; Cl 1:28; 2 Tm 3:17; Ap 3:1-6

Passados mais de mil anos do desvio ocorrido no século IV, diante da degradação da igreja, iniciou-se a reforma protestante no início do século XVI, liderada por Martinho Lutero, que era um sacerdote na Igreja Católica Romana.
Em 1517, ele publicou 95 teses, nas quais protestava contra as doutrinas e práticas da igreja católica e propunha uma reforma no catolicismo. Essa foi sua tentativa de promover uma restauração naquele meio, em virtude das revelações que recebera em seus estudos da Palavra, principalmente de que a justificação do homem é pela fé em Cristo. Alguns anos depois, Lutero também publicou a primeira tradução da Bíblia em alemão, antes exclusivamente em latim, tornando-a um livro acessível. Após isso, várias traduções da Bíblia foram feitas para diversas línguas. Graças ao Senhor!
De fato, Deus desejava tornar Sua Palavra acessível a todos os homens e restaurar Sua igreja. Contudo, à medida que tinham acesso às traduções, vários grupos cristãos foram surgindo e se dividindo segundo suas próprias conveniências e interpretações da Bíblia. Isso deu origem às igrejas estatais e às várias denominações cristãs.
Esse período histórico é profetizado em Apocalipse 3:1-6, referindo-se à igreja em Sardes, cujo nome significa restauração. Embora tivesse esse nome, Sardes não conseguiu completar a obra de restauração, pois em vez de promover a Fé e a unidade no nome e na Palavra do Senhor, os grandes mestres da Bíblia limitaram-se ao mero estudo das doutrinas e interpretações bíblicas.
Não é sem razão que ela foi assim advertida: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto [...] porque não tenho achado íntegras as tuas obras diante da presença do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te” (Ap 3:1b, 2b-3a).
Aqui vemos a ligação da igreja em Sardes com a parábola do tesouro escondido (Mt 13:44). Os cristãos daquela época descobriram o campo, mas em vez de distribuir as riquezas de seu tesouro, deixaram-no oculto. Em outras palavras, a Bíblia foi descoberta, mas não usaram suas riquezas de modo apropriado para completar a obra de restauração.
Por não terem guardado o nome do Senhor e praticado Sua palavra, um número cada vez maior de divisões ocorreu entre os filhos de Deus. Alguns se apegaram às doutrinas, aos detalhes da letra, mas sem muita preocupação com a prática das verdades. Outros, indo contra a situação morta que o mero estudo da letra produziu, buscaram o caminho das manifestações exteriores do Espírito Santo para serem mais avivados. O problema com estes foi que, ao enfatizar as manifestações exteriores do Espírito Santo, deixaram de ver a verdadeira obra que o Espírito quer fazer no homem: transformar sua alma e conformá-lo a imagem de Cristo, tornando-o um filho maduro para reinar com Ele (Rm 8:17-19, 29-30; Cl 1:28; 2 Tm 3:17). Muitos grupos livres surgiram a partir dessas divisões, sem, contudo, completar a obra que Deus determinou para Sua igreja.

09 agosto, 2012

Para Meditar...


Como está o seu apetite espiritual?


“O apetite do trabalhador o obriga a trabalhar; a sua fome o impulsiona” (Pv 16:26 NVI)

Como Pai, Deus sempre se preocupou com a alimentação dos seus filhos. No primeiro livro da Bíblia e também no último, o Senhor se apresenta como alimento. No livro de Gênesis, o Senhor se apresenta como a árvore da vida. “Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda a sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e domal”(Gn 2:9). Apocalipse, o último livro, mostra-nos que Deus dará como recompensa aos vencedores comer da árvore da vida. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”(Ap 2:7).

Se caminharmos por toda a revelação da palavra de Deus, perceberemos que sempre foi desejo do Senhor que o homem sentisse fome e desespero por se alimentar de sua palavra. No livro de Êxodo, encontramos a experiência de Israel com o maná. O maná era oferecido diariamente, demonstrando a preocupação do Pai celestial em dar alimento fresco para seus filhos. O maná guardado para o dia seguinte apodrecia (Ex 16:12-31) indicando que a comida de ontem não nos sustenta hoje.

Do que precisamos hoje? De fome espiritual. Conforme o provérbio acima, a nossa fome nos impulsiona a trabalhar a palavra de Deus no nosso interior.
Muitas vezes, encontramos cristãos com “anorexia espiritual” devido à falta de apetite pela palavra de Deus.
Ao nos examinar, o Senhor como médico dos médicos com certeza nos conduziria a um tratamento espiritual, que certamente surtiria um efeito curativo. Muita água (Espírito), muito descanso (não fazer nada por nós mesmos), e muito exercício na palavra, para que não achemos prazer em “frituras” e “guloseimas”, que apenas nos engordam, mas não são saudáveis para o nosso crescimento.
A coleta do maná era individual, o que leva a crer que havia uma responsabilidade pessoal em se alimentar. O Senhor reservou uma porção para cada um dos seus filhos. Ele nunca desejou que os israelitas se alimentassem da porção exclusiva que Ele deu a Moisés. Deus disponibiliza uma porção para cada um, esperando que experimentemos por nós mesmos o sabor, o frescor, a energia, que procedem de sua palavra diária.
Um faminto não fica esperando apenas pelas reuniões do final de semana. Ele deve coletar o maná diariamente mediante a leitura da palavra misturada com oração, na comunhão matinal e nas reuniões familiares.
Ao oferecer o maná aos seus filhos, o Senhor queria ensinar uma lição fascinante. Cabia ao povo apenas colhê-lo. Hoje, como colhemos o maná? Temos a nossa disposição a Bíblia cheia de suprimento. O maná fresco está contido nela. No primeiro momento, talvez tenhamos alguma dificuldade na coleta diária, mas  à medida em que nós perseveramos e sentimos os efeitos da palavra em nossas vidas, mais habituados nos tornaremos com essa fonte inesgotável de alimento e mais dependente dela nos tornaremos. A fome sempre será renovada, o desejo por Deus aumentará e o suprimento com certeza estará garantido. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mt 5:6).
Uma vez supridos, teremos com que suprir. Todos aqueles que experimentaram o alimento celestial inevitavelmente conduzirão outros a desejá-lo. Isso resultará na produção de mais coletores de maná, mais reuniões ricas da palavra, mais pessoas introduzidas na vida da igreja, mais famílias equilibradas e Deus também ficará satisfeito.

Purificados de toda impureza para reinar.


Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus (2 Co 7:1). Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações (Ap 2:26)


Êx 20:4-5; Mt 13:31-33; 2 Tm 2:22; Ap 2:12-14, 18-21

Após dois séculos de perseguição da igreja, o número de cristãos continuava aumentando. Por isso, no começo do século IV, o imperador romano Constantino passou a apoiar o cristianismo. O que aparentemente parecia ser bom, era na verdade uma mudança na estratégia do inimigo para introduzir o mundo na igreja.
O imperador concedeu vários benefícios aos que abraçassem a Fé cristã: liberação do serviço militar, roupa de graça, ajuda financeira etc. Benefícios como esses, tornaram o cristianismo atraente para muitos romanos, que aceitavam o batismo não porque criam no nome de Jesus, mas para obter os favores do Estado. Assim, pouco a pouco, esses cristãos nominais foram conquistando posições elevadas na sociedade, envolvendo-se com a política. Por isso, em vez de serem perseguidos, passaram a ser exaltados.
Esse contexto é ilustrado pela igreja em Pérgamo e está associado à parábola do grão de mostarda (Ap 2:12-17; Mt 13:31). Pérgamo significa torre alta e também matrimônio. Sem a realidade da fé no nome do Senhor Jesus, muitos se uniram ao cristianismo por conveniência; assim, a igreja se “casou” com a política e “cresceu” de maneira anormal, abrindo portas para o mundo e coisas malignas virem e “aninharemse” sobre seus ramos (Ap 2:14-15; cf. Mt 13:32). Isso alterou a natureza da igreja e foi o início de sua degradação.
Em seguida, Apocalipse 2:18-29 expõe a igreja em Tiatira, que representa os eventos seguintes na história da degradação da igreja. Com um imensurável número de cristãos nominais, os líderes da igreja superaram o domínio político do governo romano. Como resultado disso, no final do século IV, o Estado romano passou a ser oficialmente cristão e quem controlava o império já não era mais o poder político de Roma, e sim o poder do sistema religioso.
Esse sistema é representado pela mulher da parábola de Mateus 13:33, que misturou fermento às três medidas de farinha, levedando toda a massa. Em Apocalipse ela é chamada de Jezabel. O desejo de Deus era restaurar a igreja, mas esse sistema religioso produziu seus próprios ensinamentos, os quais vieram a substituir as verdades fundamentais da Palavra de Deus. O nome do Senhor Jesus também foi para segundo plano e não era mais evidenciado, tampouco invocado, pois o nome de Maria, mãe de Jesus, passou a ser cultuado e adorado (Êx 20:4-5).
Contudo, em Apocalipse 2:25-26, o Senhor encoraja os vencedores a guardarem Suas obras, a fim de receberem seu galardão: ter autoridade sobre as nações. Que o Senhor guarde nosso coração de toda mistura, fermento, idolatria e impureza, tornando-nos puros de coração para reinarmos com Ele.

08 agosto, 2012

Refletindo...

Como está o seu coração?


"Deus usa as circunstâncias a fim de revelar nosso coração". 

As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e reden­tor meu! (Salmo 19:14).

E, tendo tirado a este, levantou-lhes o rei Davi, do qual também, dando testemunho, disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade. Da descendência deste, conforme a promessa, trouxe Deus a Israel o Salvador, que é Jesus (Atos 13:22, 23). 

Primeiro 

Temos aqui duas passagens relacionadas com Davi. Salmo 19:14 é sua oração e Atos 13:22, 23 fala dele como homem. Em sua oração Davi menciona as palavras de sua boca e o meditar de seu coração. Procura fazer com que seus pensa­mentos íntimos e suas palavras externas sejam aceitáveis a Deus; pois as palavras da boca são a expressão do pensamento. Donde se depreende que o principal problema é o coração. A questão central não é se as palavras estejam corretas ou não, nem é também a correção da atitude externa. O problema verdadeiro jaz na intenção do coração. O pensamento e a intenção do coração é a questão que não deve ser negligenciada. Por este motivo Davi ora para que o meditar de seu coração seja aceitável a Deus assim como as palavras de sua boca. Sua oração é que Deus aceite seu desejo interior. Daí Paulo testificar ser Davi um homem segundo o coração de Deus (Atos 13).

Que tipo de pessoa é o homem segundo o coração de Deus? É aquele que permite que Deus lhe toque o coração. Se a pessoa não permitir que Deus lhe toque o coração, mui dificilmente será um homem segundo o coração de Deus. Muitos cristãos têm a tendência de perguntar: Não estou agindo corretamente ao fazer isto ou aquilo? Não é direito falar isto? Minha expressão não está correta? Entretanto a questão essencial não está no seu falar ou expressar a coisa certa ou não, mas na raiz do seu falar, expressar ou agir. Embora a pessoa externamente seja correta, ainda pode ter problemas com o coração. O interesse de Deus e seu toque estão relacionados com o coração do homem. É por este motivo que ele permite que muitas coisas aconteçam na vida de seus filhos. Ele usa estas coisas para tocar o seu coração e revelar o que aí se encontra. 


Segundo 

Observamos na Bíblia, que Davi viaja na vida pelo caminho da cruz, e a vida que ele vive é a vida da cruz. O Novo Testamento inicia com duas pessoas: uma é Abraão e a outra, Davi (veja Mateus 1:1, 3, 6). Isto é porque dois homens trouxeram o Senhor Jesus. Trouxeram Deus dos céus à terra. Deus precisa encontrar pessoas como estas antes de achar um meio de vir dos céus à terra.

Sabemos que Abraão é o pai da fé. Por toda a vida trilhou no caminho da fé. Somente este caminho pode trazer Deus à terra. Por outro lado, Davi andou na vida pelo caminho da cruz. Sua vida é uma vida de cruz. Ele não somente traz Deus aos homens, mas também faz com que Deus dirija os homens.

Se você vive pela fé, tem a maneira de trazer Deus ao meio dos homens; se você vive na cruz fará com que Deus reine sobre os homens. Se os filhos de Deus estivessem mais dispostos a seguir o caminho da cruz e a levar a cruz, Deus, sem dúvida, teria mais domínio sobre os ho­mens. A menos que você viva a vida de cruz, Deus não poderá reinar sobre você. A feição especial da vida de Davi pode ser vista em seu trilhar na estrada da cruz. 


Terceiro 

O que Davi encontrou na vida foi um pouco estranho, mas todos esses acontecimentos reve­laram o estado de seu coração. Primeiro, Davi era desprezado por sua própria família. Quando Deus enviou Samuel a ungir um dos filhos de Jessé rei sobre Israel, Jessé mandou chamar os seus filhos mas negligenciou em chamar Davi. Entretanto o coração deste jovem era correto, pois não perdeu o relacionamento adequado por causa de tal negligência. Deus disse a Samuel: "O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração" (1 Samuel 16:7b). O coração de Davi era aceitável a Deus, de modo que foi escolhido e usado por ele.

Depois de matar a Golias, Deus o colocou numa situação peculiar, pois as mulheres de Israel cantaram: "Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares" (18:7b). Com respeito a estas duas cláusulas, veremos que uma tinha o propósito de testar a Davi e a outra era para provar Saul. Diz-se em Provérbios 27 que "o homem é provado pelos louvores que recebe" (v. 21).

Quando as pessoas o elogiam demais, observe atentamente a fim de ver se você fica orgulhoso; ou quando os elogios são menos do que você merece, fica magoado? Que efeito teve as declarações das mulheres israelitas no coração de Davi e de Saul? Davi não deixou-se impressionar pela aclamação: "Davi feriu os seus dez milhares"; Saul, entretanto, indignou-se muito com a declaração de ter morto somente os seus milhares. É óbvio que o coração ciumen­to de Saul muito sofreu (1 Samuel 18:6-19).

Suponhamos que você e outro irmão façam alguma coisa juntos. Qual será sua reação se alguém lhe disser que o outro irmão fez um excelente trabalho e não mencionar o seu nome? Você, no mínimo, sentir-se-á magoado e um tanto triste. Esse incômodo e tristeza provam que você não está totalmente limpo.

Você não confessa a si mesmo repetidamente que fez tal coisa para Deus e não para o homem? No entanto o louvor que a outra pessoa recebeu sacode-lhe o coração e expõe a sujeira interior. Compreendamos que muitas das situações em que nos encontramos — especialmente as atitu­des dos que estão ao nosso redor — provam o nosso coração. Depois de matar Golias, Davi tornou-se o herói de Israel, e então foi persegui­do por Saul. Durante este longo período de provação ele submeteu-se à mão de Deus e não ousou fazer nada a fim de contornar a situação Assim evidenciam-se a pureza e a retidão do coração de Davi.

Depois de se tornar rei, Davi enfrentou sérias tribulações por causa de seu grande fracasso Seu próprio filho procurou tirar-lhe a vida e Simei amaldiçoando-o jogava-lhe pedras. Qual foi a reação de Davi para com Simei? Novamen­te, seu coração era claro como cristal. Disse Davi "pois se o SENHOR lhe disse: Amaldiçoa a Davi" (veja 2 Samuel 16:5-12). Ele esperava na misericórdia de Deus. Oh, que não pensemos que tudo o que acontece em nossa vida seja para nossa perda. Por um lado, é bem verdade que se nosso coração não estiver certo sofreremos perda; mas por outro lado, se nosso coração estiver certo, seremos grandemente beneficia­dos, pois todas estas circunstâncias têm o objeti­vo de revelar o que nos vai no coração. A verdadeira condição do coração de Davi é revela­da mediante as provações de uma vida vivida na cruz. 


Quarto

Os filhos de Deus, pois, devem não somente ter cuidado com seu falar e com sua atitude; mais ainda, devem ter cuidado com o pensamento e intenção de seus corações. Muitas vezes nossa expressão externa não necessariamente revela o estado interior. Na maioria das vezes é nosso sentimento interior que trai o verdadeiro estado de nosso coração. Quão fútil é simplesmente guardar os nossos lábios. Se nosso coração não estiver certo, mais cedo ou mais tarde, será expresso abertamente — e, muitas vezes, quan­do menos esperamos. Um exemplo disto seria as palavras ociosas que proferimos a respeito dos outros. Quanto mais nosso coração se estender para Deus e quanto mais puro ele for, tanto menos serão as palavras ociosas proferidas por nós. Todas as vezes que fuxicamos ou murmura­mos contra alguém traímos alguma irregularida­de em nosso coração. Se o coração da pessoa fosse devotado totalmente para Deus ela não diria palavras ociosas contra os outros.

Um irmão disse certa vez: "Se um irmãozinho peca contra mim a esse posso perdoar; mas se um irmão grande peca contra mim, a esse não posso perdoar." Outro irmão que o ouviu dizer isto olhou para o peito deste irmão e sacudiu a cabeça várias vezes. O que ele queria dizer com este gesto era: "Seu coração! Seu coração! Ao perdoar um irmãozinho mas não perdoar um irmão grande, você expõe o que lhe vai no coração. O fato de um irmãozinho pecar contra você e ser perdoado não mostra de modo ne­nhum o verdadeiro estado do seu coração; mas ao recusar-se a perdoar um irmão grande que peca contra você, isso realmente revela o que lhe vai no coração." Por meio deste incidente o coração não perdoador daquele irmão foi revela­do. Que possamos ver que algo pequeno pode não ser queimado por um único palito de fósforo mas será totalmente consumido numa fornalha de fogo. Isto mostra que tal coisa pode ser queimada. Usando a ilustração, um irmãozinho não podia testar o coração daquele irmão, mas um irmão grande foi usado para expor o seu verdadeiro estado interior.

Se nosso coração estiver correto, não seremos sacudidos por ninguém, pois olhamos somente para Deus. Davi provou ser um homem segundo o coração de Deus porque onde quer que o Senhor o colocava, seu coração se conservava em relacionamento direto com Deus e não com os homens. Davi aceitava tudo das mãos de Deus e tentava ver as coisas da perspectiva dele. Permita-me repetir, Deus usa as circunstâncias a fim de revelar nosso coração. Que possamos, portanto, orar: "Ó Senhor, que as palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença." 



Fonte: Watchman Nee
(Site Igreja em Uberaba)

O fim desta era é o Reino - Watchman Nee.


O fim desta era


Cremos firmemente que nossos dias são os que beiram o fim desta era. Além disso, estamos cônscios de que, após esta era da Igreja, haverá a era do reino. Os olhos de Deus já se voltaram para o reino, o qual está crescentemente ganhando Sua atenção, pois, se nossa compreensão está correta, cremos fortemente que o que Deus está ansioso para trazer, de acordo com Sua vontade eterna, é o reino. O chamamento de Deus para a Igreja é por causa do reino.

Quando um servo do Senhor ganha a visão sobre o lugar que o reino tem na predestinada vontade de Deus, o quanto, então, ele passa a ansiar que o reino venha logo. Como ele espera que todos os filhos de Deus cooperem com o Senhor em apressar a chegada do reino. O versículo da Bíblia que é especialmente comovente ao coração desse servo é, sem dúvida, Mateus 24.14, o qual diz: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”
Aqui podemos discernir a relação entre a pregação do evangelho do reino e a vinda do fim. Inquestionavelmente esse versículo é difícil de ser compreendido de maneira clara. Na verdade, no passado esse versículo se tornou um problema causando muita contenda entre os filhos de Deus. Nós não temos intenção de nos juntar à polêmica, pois não importa como uma pessoa possa interpretar essa passagem, isso não trará uma opinião unânime entre o povo de Deus. Desejamos simplesmente apresentar a luz que temos recebido nesse versículo.
“O fim do mundo (era, gr. lit.)” (v. 3) é uma frase que, naturalmente, aponta para o fim desta era. De acordo com uma interpretação rigorosa da profecia, essa frase refere-se à “hora da provação” (Ap 3.10 – VRA2), que também é compreendida como constituindo o curto período conhecido como “a grande tribulação”, o qual irá concluir a era na qual agora vivemos. A nossa era é denominada de várias maneiras: a era do Espírito Santo, a era da Igreja, a dispensação da graça ou a dispensação do evangelho. Esta era, a qual leva todos esses diferentes títulos, terminará com a vinda de “o fim” ou a grande tribulação.
Ora, precisamos compreender claramente que a Igreja é responsável por trabalhar com Deus para que o reino seja trazido, como Mateus 24.14 confirma. E, ao entender que o reino de Deus só pode aparecer publicamente após o final desta era, a Igreja não pode fazer outra coisa a não ser estar interessada no fim. Pois, embora o final dessa era não tenha nenhuma relação com a Igreja em si, ela tem muito a ver com a obra da Igreja.
Por essa razão, o Senhor Jesus nos diz em Mateus 24.14 que o evangelho do reino deve primeiro ser pregado e, então, o reino dos céus virá. Aqui nosso Senhor profetiza com respeito ao fenômeno que deve acontecer ao aproximar-se o fim dessa era e a chegada em breve do reino dos céus. Ele, além disso, estabelece a condição para o surgimento da conclusão desta era e a introdução do reino. Por conseguinte, a partir desse versículo em Mateus vemos que, para que esta era seja concluída, os filhos de Deus devem dar testemunho do evangelho do reino de maneira nova. Ao tempo do fim dessa era, nós verdadeiramente testemunharemos um reavivamento do evangelho do reino.
Durante as últimas décadas parece ter havido uma restauração gradual do ensinamento sobre o reino. Especialmente nos poucos anos passados, o Senhor tem voltado os olhos dos Seus filhos na China mais na direção desse assunto do reino de Deus. Isso é, de fato, um sinal muito saudável.


O que é o reino de Deus?

Mas o que é o reino de Deus? O que é o evangelho do reino dos céus? O que é normalmente entendido é que o reino é a era quando Cristo e a Igreja irão reinar. Na verdade, ele é muito mais que isso.
Muitos tentam diferençar entre o evangelho do reino e o evangelho da graça. Isso realmente não é necessário. Se há quem insista em distingui-los, podemos dizer que o evangelho da graça lida principalmente com bênção, enquanto o evangelho do reino é especialmente dirigido contra a opressão demoníaca de Satanás.
Hoje em dia, existem muitos conceitos acerca do reino, mas ouçamos o que o Senhor Jesus tem a dizer: “Se Eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus” (Mt 12.28). Sem dúvida o reino significa muitas coisas, mas o que o Senhor menciona aqui deve ser considerado do mais importante significado.
O reino está em direta oposição ao Hades. O Senhor Jesus declara que o reino é a expulsão de demônios – isso quer dizer que, pela energia do Espírito de Deus, se dá a expulsão de demônios. Essa é uma explicação acurada do reino. Existe uma lacuna básica encontrada nos comentários da Bíblia de hoje, pois neles os autores usualmente se esquecem do Hades. A Igreja em sua posição, obra, pensamento e falar têm geralmente esquecido seu inimigo, Satanás. Não sabemos que Deus escolheu a Igreja para resistir a Satanás e para introduzir o Seu reino? Portanto, prestemos atenção que exatamente na primeira vez que o Novo Testamento menciona a Igreja ele também menciona o Hades (veja Mt 16, onde Hades é traduzido para inferno).
Todos sabemos que a duração da era do reino é de mil anos. Mas qual é a relação entre esses mil anos e Satanás? Nos versículos de abertura de Apocalipse 20 é-nos dito que esse será o tempo em que Satanás será preso no abismo. Essa será a época mais vergonhosa para ele.
“Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (1Co 6.3). Ora, somente aqueles que têm pecado precisam ser julgados; portanto, vemos a partir desse versículo que o futuro para a Igreja incluirá o julgamento dos anjos pecaminosos. Esses anjos pecaminosos rebelaram-se juntamente com Satanás contra Deus. Eles são os principados e potestades de hoje (cf. Ef 6.12; Cl 2.15) e os príncipes mencionados em Daniel 10.13, 20). E Deus diz que nós os julgaremos. Mas quando? Na época em que Cristo vier novamente para estabelecer Seu reino.
Isto, então, é o reino: o tempo em que Satanás será lançado no abismo. Esse é o tempo em que todos os principados e potestades serão julgados. Oh, os poderes do Hades serão destruídos na era do reino! E a besta, como um filho para Satanás, e o espírito que está no falso profeta serão lançados para dentro do lago de fogo. Além disso, outros incontáveis espíritos maus serão expulsos do mundo e aprisionados. O próprio Satanás será exposto à vergonha abertamente e passará mil anos de vida nas trevas no abismo. Esse é o tempo quando ele e toda a sua família do mal serão completamente derrotados e destruídos. Durante esse mesmo período, os filhos de Deus se manifestarão e a batalha da cruz de Cristo alcançará completa vitória. Esse é o tempo no qual o propósito de Deus, proposto desde as eras contra Satanás, encontra seu completo cumprimento. E o que está profetizado em Isaias 14.12-20, que é uma referência velada a Satanás, será, então, totalmente realizado. Na era do reino Satanás não terá influência nenhuma.
Conseqüentemente, a pregação do evangelho do reino dos céus é nada menos do que declarar que Deus, que reina nos céus hoje, amanhã reinará sobre a terra expulsando completamente o príncipe do mundo atual com todos os seus seguidores e maus espíritos para que, então, o novo homem (Cristo e Sua Igreja) reine.


Desfazendo as obras do diabo

O Evangelho do reino dos céus é, por conseguinte, direcionado contra os poderes das trevas. Portanto, quando o Senhor Jesus primeiro proclamou este evangelho, todas as Suas obras trataram com os poderes das trevas: “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1Jo 3.8). Ele tanto curou o doente como expeliu demônios. Agora está inteiramente claro para nós que expulsar demônios é um trabalho que destrói o reino das trevas. Mas quanto à cura de enfermos? O apóstolo Pedro nos proveu uma explicação quando, ao descrever o ministério terreno de Jesus, ele observou que nosso Senhor andou por toda parte “curando a todos os oprimidos do diabo” (At 10.38b). Se lermos os Evangelhos cuidadosamente, observaremos que a vida terrena inteira do nosso Senhor Jesus foi dedicada a destruir a obra do diabo. Conseqüentemente, Sua obra na terra teve um efeito muito maior sobre os demônios do que nos homens.
Ora, o Senhor Jesus nos diz que no final desta era os Seus filhos se levantarão para dar um testemunho semelhante. Precisamos agradecer ao Senhor pelo fato de que, em anos bem recentes, não poucos dentre os filhos de Deus têm sido levantados para guerrearem contra Satanás. Guerras espirituais na vida de muitos crentes têm-se tornado uma realidade, não permanecendo meramente como uma questão de terminologia.
Para que o reino de Deus venha, para que a soberania de Deus se manifeste no mundo e para Satanás e seus poderes serem expulsos, devemos nos levantar e dar testemunho concernente ao evangelho do reino dos céus. Em outras palavras, nós devíamos testificar da vitória da cruz de Cristo. Nós devíamos declarar que Cristo já julgou o príncipe deste mundo, que Ele ganhou uma vitória total e que o reino, a glória e o poder agora são inteiramente Dele. Pois Satanás não tem lugar nessa era; ele está meramente usurpando este tempo. Todos os que receberam o Senhor Jesus foram libertados dos poderes das trevas e foram transferidos para o reino do Filho do amor de Deus. (Cl 1.13).


Expulsando Satanás

Nós devemos proclamar o evangelho do reino dos céus – o qual é o evangelho da expulsão de demônios, o evangelho do anúncio da derrota de satanás e da destruição do Hades. E esse testemunho trará o fim desta era.
Reconhecidamente, esta era é a era da Igreja, pois a Igreja teve começo nesta era. Ao mesmo tempo, entretanto, estejamos conscientes que a Bíblia igualmente chama esta era de “geração má e adúltera” (Mt 12.39), “geração incrédula e perversa” (17.17) e “geração corrompida e perversa” (Fp 2.15). O propósito de Deus é levar tal era e geração a um fim. Ele está contente ao ver que o fim dessa era logo chegará a fim de Seu reino seja introduzido. Mas os filhos de Deus têm seu dever a cumprir. Eles deviam trabalhar juntamente com Deus para trazer a essa era o fim. A oração é um dos caminhos, mas testemunho é também requerido. Levantemo-nos todos em prol da “majestade” do Senhor Jesus como nunca antes. Vamos testificar do Seu governo mais do que nunca. Embora o reino do anticristo deva preceder o reino de Cristo, não obstante devemos testificar do reino de Cristo antes da vinda do reino do anticristo. Nós precisamos trazer a esta era o seu fim.
Naturalmente isso não é um novo evangelho; é apenas aquele aspecto do único evangelho que tem sido, por tanto tempo, negligenciado pela igreja. Todos os apóstolos também proclamaram esse aspecto do evangelho. Tanto Atos 14.22 como 28.23 dão testemunho desse fato: “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus (...) E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde”. Além do mais, após a ressurreição, o Senhor Jesus mesmo falou aos Seus discípulos as coisas concernentes ao reino de Deus (1.3). Se quisermos continuar o trabalho dos apóstolos, precisamos testificar do que eles testificaram. Quão grandemente a Igreja tem esquecido a vitória, a autoridade e o trono de Cristo. Quem quer que ouse testificar que “somente Cristo é Rei, Satanás, não” está realmente pregando o evangelho do reino dos céus.
Não sejamos pessoas atrasadas no tempo. Hoje só há um evangelho que é relevante para o nosso tempo: o evangelho do reino de Cristo. Com isso não estamos sugerindo que não deveríamos pregar nada mais; apenas desejamos sublinhar o fato de que Deus deseja que nós prestemos atenção especial a esse aspecto do evangelho. Precisamos nos levantar e afirmar o que Deus determinou para esta era. No final desta era, Ele está interessado na vitória de Seu filho e no exílio de Satanás. Se não formos de uma mente com Deus nesse assunto, ou seja, se não prestarmos atenção no que Ele está interessado agora, não cumpriremos Sua eterna vontade, não importando que grande obra possamos realizar. Quão distantes nós estamos do melhor de Deus se esse for o caso.


Trazer o Reino de Deus

A necessidade de hoje é para os cristãos que conhecem o tempo. Deus está procurando por um povo que simpatize com Ele e trabalhe com Ele em concluir esta era e introduzir a próxima. Se os cristãos virem como sua maior responsabilidade na terra a salvação das pessoas, então, eles falharam em cumprir a mais alta vontade de Deus. Eles deviam reconhecer que têm uma responsabilidade ainda maior do que a salvação de almas: eles têm de levar esta era a um fim e trazer o reino de Deus. Sua mais alta responsabilidade é testemunhar a destruição do arquiinimigo de Deus, Satanás, e todos os seus poderes das trevas. Eles deviam ver isso como o principal objetivo de todas as suas obras. A oração não é apenas para orar, mas para ferir satanás. Salvar almas não é meramente salvar as pessoas, mas causar dano a Satanás nesse processo. Por favor, não me interprete mal aqui. Não rebaixamos a obra de evangelismo, pois a salvação de homens e mulheres é a mais gloriosa tarefa a qual nunca deveríamos dispensar; mas na obra de salvar almas não percamos o reino de vista. Nós nos tornaremos obreiros mais efetivos nas mãos do Senhor se sempre tivermos em vista o reino de Deus e as coisas concernentes ao determinado conselho de Deus e o destino estabelecido para o inimigo de Deus.
Por que será que após os filhos de Deus testificarem do reino dos céus o fim deve chegar? Aqui podemos perceber novamente o trabalhar de Deus junto com os homens. Deus deseja que o fim chegue. Mas se os Seus filhos falharem em trabalhar com Ele em oposição a esta era e em desejar que o Seu reino venha, Ele adiará a chegada do reino. Mas quando os filhos de Deus realmente abominarem os fenômenos repugnantes do desfecho desta era e orarem por sua morte rápida bem como orarem pelo reino, Ele se levantará e agirá. Quando quer que os filhos de Deus se levantem para sustentarem o testemunho do reino dos céus – o que significa que eles querem o que Ele quer e odeiam o que Ele odeia naquele momento –, a vontade deles é unida à vontade de Deus. E isso possibilita ao Senhor levantar-se e agir.
Nunca assumamos que o fim vem automaticamente. Não, se não desejarmos a vontade de Deus, Sua vontade será retardada. Portanto, Deus está esperando pacientemente hoje, buscando por aqueles que são de uma mente com Ele e estão dispostos a trabalhar com Ele para trazer o fim desta era. Quem entre nós está disposto a realizar esta grande obra? Quem entre nós está disposto a pagar o preço?


(Este texto é o sexto capítulo do livro "Espírito de Sabedoria e Revelação", de Watchman Nee, publicado pela Editora dos Clássicos, em julho de 2003)

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