Agora,
está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora?
Mas precisamente com este propósito vim para esta hora (Jo 12:27).
Se
fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto,
onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do
alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida
está oculta juntamente com Cristo, em Deus (Cl 3:1-3)
Mt 16:21-24; Jo 11:51-52; 12:24-25; Rm 6:6; 8:5; Hb 9:22
A
revelação em Mateus 16 é progressiva. Inicialmente, Pedro recebeu a
revelação do Pai de que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (v.
17). Depois, Jesus revelou-lhe a igreja (v. 18). A seguir, a fim de
revelar o que seria necessário para produzir o viver da igreja, Jesus
disse aos discípulos que era necessário Ele ir para Jerusalém, ser morto
e ressuscitado no terceiro dia. Nesse momento, Pedro tentou
dissuadi-Lo, dizendo que, de modo algum, isso deveria acontecer (vs.
21-22). O inimigo de Deus usou a parte boa da alma de Pedro, o qual
amava muito o Senhor, para tentar convencer Jesus de não ir a Jerusalém
para sofrer. O Senhor, entretanto, voltando-se a Pedro, disse: “Arreda,
Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas
de Deus, e sim das dos homens” (v. 23).
Logo a seguir, o
Senhor aproveitou a oportunidade para revelar como podemos viver a vida
da igreja, como podemos segui-Lo: “Se alguém quer vir após mim, a si
mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (v. 24). Negar a si mesmo
implica negar não só a parte má da vida da alma que está em nós, mas
também a parte boa. A parte má é facilmente identificada, mas a parte
boa não. Vemos isso na experiência de Pedro, pois foi a parte boa de sua
vida da alma que acabou sendo usada por Satanás para tentar impedir que
Jesus fosse para a cruz. O problema da vida da alma é que ela impede a
vontade de Deus de ser feita.
Que aconteceria
se Jesus tivesse dado ouvidos para a “boa” sugestão de Pedro? Todavia o
Senhor tinha clareza de que, indo para cruz, cumpriria a determinação de
Deus, crucificando o velho homem (Rm 6:6). Ele também sabia que
derramaria Seu sangue para resolver o problema do pecado (Jo 11:51-52;
Hb 9:22) e liberaria a vida divina (Jo 12:24-25). Graças a Deus, Ele
decidiu fazer a vontade de Deus, e não a dos homens.
Nós temos
dificuldades de rejeitar a parte boa da vida da alma, pois, aos nossos
olhos, não a vemos como uma coisa pecaminosa. Pelo contrário, até mesmo a
apreciamos e deixamos que ela se manifeste através de nossas opiniões e
atitudes. O ego é nossa vida da alma; ele é cheio de opiniões, por isso
cogitamos das coisas dos homens, e não das de Deus (Rm 8:5).
Assim como Pedro,
nós muitas vezes temos a vida da alma exposta em situações cotidianas.
Contudo ele não se justificava; ao contrário, arrependia-se, o que deu
oportunidade de O Espírito trabalhar em seu interior e remover as
impurezas de sua alma. Que todos nós também trilhemos esse caminho.
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