23 abril, 2012

REFLETINDO.

A Igreja em Filadélfia
Ap 3:7-13;Mt 23:8-11;Jo20:27; 1Co 12:13; Gl 2:28

Neste capítulo apresentaremos um diagrama sistemático que pode ajudar-nos a entender melhor o que temos falado. A primeira parte representa a igreja na era dos apóstolos. Embora Éfeso seja uma igreja que tenha enfraquecido, ela ainda está na mesma linha reta, uma vez que o Senhor reconheceu a igreja de Éfeso como continuação da igreja apostólica. Então veio Esmirna, que também continuou na mesma linha. Esmirna é realmente uma igreja sofrida. Não há louvor nem censura para ela. Depois de Esmirna, algo ocorreu quando apareceu Pérgamo. Ela não continuou a ortodoxia dos apóstolos, mas se uniu ao mundo e iniciou uma curva descendente. Ela sucedeu a igreja a igreja em Esmirna, mas ela não continuou na ortodoxia dos apóstolos. Uma vez que Pérgamo fez essa curva Tiatira seguiu os seus passos. Ela tomou a mesma linha de Pérgamo, mas não a mesma dos apóstolos. Sardes saiu de Tiatira, e ela também regrediu. Tiatira e Sardes continuarão até a volta do Senhor.

Filadélfia é a igreja que retorna à ortodoxia dos apóstolos. Filadélfia também fez uma curva, desta vez, de volta à posição inicial na bíblia. A virada de restauração começou com Sardes e foi completada com Filadélfia. Agora a igreja está de novo na mesma linha reta que a era dos apóstolos. Filadélfia saiu de Sardes. Ela nem é a Igreja católica romana nem as igrejas protestantes, mas continua a igreja dos apóstolos. Mais tarde veio Laodicéia, a qual veremos no próximo capítulo. Agora gastaremos algum tempo para ver o que Filadélfia é, a fim de termos clareza com relação ao seu significado.

Entre as sete igrejas, cinco são repreendidas e duas não. As duas não repreendidas são Esmirna e Filadélfia. O Senhor aprova somente essas duas. É realmente notório que as palavras faladas pelo Senhor a Filadélfia são muito parecidas com as que foram faladas a Esmirna. O problema de Esmirna era o judaísmo, e em Filadélfia também havia o judaísmo. À igreja em Esmirna o Senhor diz: “Para serdes posto à prova”, enquanto para a igreja em Filadélfia o Senhor diz: “Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”. O Senhor também fala às duas igrejas com relação à coroa. Para Esmirna Ele diz: “Dar-te-ei a coroa da
vida”, enquanto para Filadélfia Ele diz: “Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”. As duas igrejas têm estes dois pontos semelhantes para mostrar que elas estão na mesma linha, isto é, na linha da ortodoxia da igreja apostólica. A igreja em Sardes foi uma restauração, mas não completa – foi uma restauração que não foi bem feita. Mas Filadélfia restaurou até o ponto de satisfazer o desejo do Senhor. A igreja em Filadélfia não só não é censurada como também é louvada. A linha reta que desenhamos é a linha dos escolhidos. Sabemos, evidentemente, que aqueles que o Senhor escolheu foi Filadélfia. Filadélfia continua a ortodoxia dos apóstolos. Ela recuperou Esmirna. Portanto, as palavras do Senhor a ela são para guardar e obedecer. A virada de Pérgamo e Tiatira foi tão grande que quando Sardes apareceu, embora agisse extraordinariamente bem, não recobrou a perfeição. Embora se voltasse em direção à restauração, ela não conseguiu atingir o alvo. Filadélfia é uma restauração completa. Precisamos ver isso claramente.

Filadélfia, em grego, é composta de duas palavras. O significado de uma é amar um ao outro, e o significado da outra e irmão, assim, Filadélfia significa amor fraternal. Amor fraternal é a profecia do Senhor. Sacrifício é a característica principal de Tiatira e é cumprido na Igreja Católica Romana. Restauração é a característica de Sardes e é cumprida nas igrejas protestantes. Agora, o Senhor diz-nos que há uma que está completamente restaurada e é por Ele louvada. Os que lêem a Bíblia levantarão a
questão: “Quem é ela na atualidade? Onde podemos encontrá-la na história”? Não deixemos essa questão passar facilmente.

Já falamos do comportamento dos nicolaítas e do ensinamento dos nicolaítas nas igrejas em Éfeso e em Pérgamo. Além disso, já mostramos que eles representam uma casta de sacerdotes. Entre os israelitas, os levitas podem ser os sacerdotes e o restante não pode. Mas na igreja todos os filhos de Deus são sacerdotes. A primeira Epístola de Pedro 2 e Apocalipse 5 nos dizem claramente que tods os comprados com o sangue são sacerdotes(vs. 9, 10). Todavia, os nicolaítas criam o emprego de
sacerdote. O laicato (crente comum) deve ir ao mundo ter uma ocupação e executar negócios seculares. Os sacerdotes estão acima do laicato e encarregam-se dos negócios espirituais. Os judeus têm o judaísmo, e os nicolaítas desenvolveram o comportamento, tornando-o ensinamento. Veja a classe dos padres. Eles podem encarregar-se dos assuntos espirituais, enquanto os outros cuidam de assuntos seculares. A imposição de mãos é assunto deles; somente eles podem abençoar. Se tiver de indagar sobre certo assunto eu mesmo não posso perguntar a Deus, antes devo pedir-lhes que perguntem a Deus por mim. Na época de Sardes a situação melhorou. O sistema de padres foi abolido, mas o sistema clerical surgiu para tomar o seu lugar. Nas igrejas protestantes, há as rigorosíssimas igrejas estatais, e há também as igrejas privadas, a existência da classe mediadora é sempre vista. A primeira tem o sistema clerical, enquanto a ultima tem o sistema pastoral. Em relação a esse sistema de classe sacerdotal, quer sejam chamado de padres, de clérigos ou de pastores, é algo rejeitado pelo Senhor. As igrejas protestantes são uma mudança de forma na continuação do ensinamento nicolaíta de Pérgamo. Embora nas igrejas protestantes ninguém seja chamado de padre, todavia os clérigos e os pastores são exatamente iguais em principio. Mesmo se mudarmos o nome deles e chamá-los obreiros, enquanto permanecerem na mesma posição, eles têm o mesmo sabor.

Já expusemos bastante a escritura base para mostrar que todos somos sacerdotes. Mas agora há uma controvérsia entre Deus e os homens. Desde que Deus diga que cada um na igreja está qualificado para ser sacerdote, por que os homens dizem que a autoridade espiritual está unicamente nas mãos de uma classe mediadora, tal como a dos padres? Todos os redimidos com o sangue precioso são sacerdotes. Por que o Senhor não repreendeu Filadélfia, mas antes louvou-a? Lembre-se de que o inicio da classe mediadora foi em Pérgamo e a pratica foi em Roma. Eles têm o papa que exerce domínio sobre eles, têm os altos oficiais exercendo autoridade sobre eles, e têm altos oficiais do Vaticano (a igreja – palácio) etc. Mas o Senhor diz: “Vós todos sois irmãos”. Apeguem-se a Mateus 20:25, ; 23:8. É
verdade que não bíblia há pastores, mas a bíblia não tem o sistema de pastores. Além disso, a palavra pastor é uma tradução; no texto original significa guardador de gado. Você pode chamá-lo de guardador de ovelhas ou guardador de gado. O Senhor diz: “Vocês não devem ter mestres entre vocês, e não devem ter padres”. Mas vejam como a igreja Católica romana chama os padres de “padre”, e as igrejas protestantes chamam os pastores de “pastor”. No século dezenove realizou-se um grande avivamento que aboliu a classe mediadora. Após Sardes, uma grande restauração aconteceu: na igreja os irmãos amavam um ao outro e a classe mediadora foi abolida. Esta é Filadélfia.

Em 1825, Em Dublin, capital da Irlanda, houve muitos crentes cujo coração foi movido por Deus para amar todos os filhos do Senhor, não importando em qual denominação estivessem. Este tipo de amor não foi frustrado pelo muro da denominação. Eles começaram a ver que a Palavra de Deus diz que há apenas um Corpo de Cristo, não obstante em quantas seitas os homens possam dividi-lo. Eles continuaram lendo as Escrituras e viram que o sistema de um homem administrando a igreja e de um homem pregando não é bíblico. Então eles começaram a reunir-se cada domingo para partir o pão e orar. O ano de 1825 foi – após mais de mil anos de igreja católica romana e varias centenas de anos de igrejas protestantes – a primeira vez em que houve um retorno à adoração simples, livre e espiritual conforme as Escrituras. No início eram duas pessoas mais tarde, quatro ou cinco.

Esses crentes, aos olhos do mundo, eram inferiores e desconhecidos. Mas eles tinham o Senhor no meio deles e a consolação do Espírito Santo. Eles permaneceram sobre a base de duas claras verdades: primeiramente, que a igreja é o Corpo de Cristo e que este Corpo é apenas um; em segundo lugar, no Novo Testamento não havia sistema clerical. Portanto, todos os ministros da Palavra estabelecidos pelos homens não são bíblicos. Eles acreditavam que todos os verdadeiros crentes são
membros deste único Corpo. Recebiam calorosamente todos os que vinham para o seu meio, não importando a que denominação pertencessem. Não tinham preconceito contra qualquer seita. Eles criam que todos verdadeiros crentes têm a função de sacerdote; portanto todos podem entrar livremente no santo dos santos. Eles também acreditavam que o Senhor acenso concedera diversos dons à igreja para aperfeiçoamento dos santos, para a edificação do Corpo de Cristo. Portanto, eles foram capazes de renunciar aos dois pecados do sistema clerical – oferecer sacrifícios e pregar a Palavra. Estes princípios
capacitaram-nos a dar boas-vindas a todos os que estão em Cristo como seus irmãos e a estarem abertos a todos os ministros da Palavra ordenados pelo Espírito Santo para servir. Durante essa época, havia um clérigo na Igreja Anglicana, chamado John Nelson Darby, que estava muito insatisfeito com a posição de sua própria igreja, acreditando que ela não era bíblica. Ele também se reunia freqüentemente com os irmãos, embora nesta época ele ainda usasse as vestes do clero e fosse um clérigo da Igreja Anglicana. Era um homem de Deus, um homem de grande poder e um homem disposto a sofrer. Ele também era um homem espiritual que conhecia Deus e a Bíblia, e julgava a carne. Em 1827 ele, oficialmente, deixou a Igreja Anglicana, tirou o uniforme de clérigo e tornou-se um simples irmão, reunindo-se com os irmãos. Originalmente o que os irmãos viram foi um tanto limitado, mas quando Darby oficialmente juntou-se a eles, a luz do céu verteu como uma torrente. Em muitos aspectos a obra de Darby foi parecida com a de Wesley, mas suas atitudes em relação à Igreja Anglicana foram diferentes. No século anterior, Wesley sentiu que não poderia ter paz deixando a igreja estatal; um século mais tarde, Darby sentiu que não poderia ter paz continuando na Igreja Anglicana. Mas quanto ao zelo, à sinceridade e à fidelidade, eles foram muito parecidos em muitos aspectos. Foi neste mesmo ano que J. G. Bellet também compareceu às reuniões. Ele também era um homem extraordinariamente profundo e espiritual. Essas reuniões, que eram simples, contudo bíblicas, comoveram-no profundamente. A respeito da condição nessa época, ele disse: “Um irmão acabou de dizer-me que ficou óbvio nas escrituras que os crentes reunindo-se juntos, como discípulos de Cristo, eram livres para partir o pão juntos, como Seu Senhor os advertira; e que, até onde a prática dos apóstolos pode ser um guia, todo domingo deve ser separado para assim lembrar a morte do Senhor e obedecer o que Ele exigiu ao partir”. Em outra ocasião J.G. Bellet disse: “Caminhando certa ocasião com um irmão, enquanto descíamos a rua Lower Pmbroke, ele me disse: ‘Não tenho dúvidas de que este é o propósito de Deus com relação a nós – devemos estar juntos com toda simplicidade como discípulos, não servido em qualquer púlpito ou ministério, mas confiando que o Senhor nos edificará ministrando, uma vez que Ele se agradou de nós e nos viu com bons olhos.’ No momento em que ele falou estas palavras, fiquei certo de que minha alma recebeu o entendimento correto, e aquele momento eu lembro como se fosse ontem, e posso descrever-lhe o lugar. Foi o dia da grande revelação da minha vida, permitam-me falar assim, como um irmão.” Foi assim que os irmãos gradativamente prosseguiam, recebiam revelação e viam a luz. Depois de um ano, em 1828, Darby publicou um livrete chamado A Natureza e a Unidade da Igreja de Cristo. Este livrete foi o primeiro entre milhares de livros publicados pelos irmãos. Neste livro Darby declara claramente que os irmãos não tinham intenção de fundar uma nova denominação ou união de igrejas. Ele disse: “Em primeiro lugar, não é uma união formal dos grupos publicamente conhecido que é desejável; realmente é surpreendente que protestantes ponderados possam desejá-la: longe de estar fazendo o bem, creio que seria impossível que tal corpo fosse pelo menos reconhecido como a igreja de Deus. Seria uma cópia de unidade da Católica romana; perderíamos a vida da igreja e o poder da palavra, e a unidade da vida espiritual seria totalmente eliminada (...) A unidade verdadeira é a unidade do Espírito, e ela deve ser trabalhada pelo operar do Espírito (...) Nenhuma reunião, que não concebe incluir todo os filhos de Deus na base completa do reino do Filho, consegue encontrar a plenitude da benção, porque ela não a contempla - porque a sua fé não a inclui (...) Onde dois ou três estão reunidos em Seu nome, Seu nome é lembrado ali para benção (...)”. “Além do mais, unidade é a glória da igreja; mas a unidade para assegurar e promover nossos próprios interesses não é a unidade da igreja, mas uma confederação e negação da natureza e esperança da igreja. A unidade, que é da igreja, é a unidade do Espírito e somente pode estar nas coisas do Espírito; e, portanto, só pode ser aperfeiçoada nas pessoas espirituais” “Mas que deve fazer o povo do Senhor? Deixe-os esperar no Senhor, e esperar de acordo com o ensinamento do Seu espírito, e em conformidade à imagem, pela vida do Espírito, do Seu Filho. Deixeos seguir seu caminho pelas pegadas do rebanho, se quiserem saber aonde o bom pastor alimenta Seu rebanho ao meio-dia”. Em outro lugar Darby disse: “Porque a nossa mesa é a mesa do Senhor, não a nossa, recebemos todos os que Deus recebe, todos pobres pecadores fugindo para o Senhor como refúgio, não descansando em si mesmo, mas somente em Cristo”. Foi neste mesmo tempo que Deus operou simultaneamente na Guiana Inglesa e na Itália, levantando o mesmo tipo de reuniões. Em 1829 havia também reuniões na Arábia. Em 1830, em Londres, Plymouth e Bristol, na Grã-Bretanha também havia reuniões. Mais tarde, muitos lugares no Estados Unidos tinham reuniões, e no continente da Europa havia também muitas reuniões. Não muito depois, em quase todo lugar no mundo, todos os que amavam o Senhor estavam se reunindo desta maneira. Embora não houvesse união exterior, contudo todos foram levantados pelo Senhor. Uma característica que marcou o aparecimento desses irmãos foi que aqueles que tinham títulos e domínio abandonaram seus títulos e domínio, os com posição abandonaram a posição, aqueles que tinham diplomas rejeitaram seus diplomas, e todos abandonaram qualquer classe ou posição mundanas na igreja e tornaram – se simplesmente os discípulos de Cristo e irmãos uns dos outros. Exatamente como a palavra padre é largamente usada na igreja católica romana e reverendo nas igrejas protestante, assim a palavra irmão é comumente usada no meio deles.Eles foram atraídos pelo Senhor e então reuniam-se; por causa do amor deles pelo Senhor, eles espontaneamente amavam uns aos outros. Com o passar dos anos, entre estes irmãos Deus deu muitos dons para Sua igreja. Alem de J. N. Darby e J. G. Bellet, Deus também concedeu ministérios especiais para muitos irmãos para que Sua igreja pudesse ser suprida. George Muller, que estabeleceu um orfanato, restaurou a questão de orar com fé. Durante a sua vida ele recebeu 1.500.000 vezes respostas de orações. C. H. Mackintosh, que escreveu as notas sobre o Pentateuco, restaurou o conhecimento dos tipos, as prefigurações. D. L. Moody disse que se todos os livros do mundo inteiro fossem queimados, ele ficaria satisfeito em ter apenas uma cópia da bíblia e uma coleção das notas de C. H. Mackintosh sobre o Pentateuco. James G. Deck deu-nons muitos bons hinos. George Cutting restaurou a certeza da salvação. Seu livrete “segurança, certeza e desfrute” teve trinta milhões de cópias vendidas em 1930; além da bíblia este foi o livro mais vendido. William Kelly foi um expositor; ele foi descrito por G. H. Spurgeon como aquele que tinha a mente tão grande quanto o universo. F.W. Grant foi o mas entendido sobre a Bíblia nos séculos dezenove e vinte. Robert Anderson foi o homem que melhor conheceu o livro de Daniel recentemente. Charles Stanley foi quem melhor levou as pessoas à salvação pregando a justiça de Deus. S. P. Tregelles foi o famoso filologista do Novo Testamento. A história da igreja por Andrew Miller foi a mais bíblica entre as muitas histórias da igreja. R. C. Champman foi um homem grandemente usado pelo Senhor. Estes foram os irmãos daquela época. Além desses, se fôsemos contar minuciosamente outros entre os irmãos, o número de todos os que foram muito usados pelo Senhor ultrapassaria de mil. Agora veremos o que esses irmãos nos deram: eles nos mostraram quanto o sangue do Senhor satisfaz a justiça de Deus; a certeza da salvação; como o mais fraco crente pode ser aceito em Cristo, assim como Cristo foi aceito, e como crer na Palavra de Deus como a base da salvação. Desde que começou a história da igreja, nunca houve um período em que o evangelho tenha sido mais claro do que naquela época. Além disso, também foram eles que nos mostraram que a igreja não pode ganhar o mundo inteiro, que a igreja tem um chamamento celestial e que a igreja não tem esperança terrena. Foram eles também que abriram as profecias pela primeira vez, fazendo-nos ver que a volta do Senhor é a esperança da igreja. Foram eles que abriram o livro de Apocalipse e o livro de Daniel e mostraram-nos o reino, a tribulação, o arrebatamento e a noiva. Sem eles conheceríamos hoje uma pequena porcentagem das coisas futuras. Foram eles também que nos mostraram o que é a lei do pecado, o que é ser libertado, o que é ser crucificado com Cristo, o que é ser ressuscitado com Cristo, como ser identificado com o Senhor pela fé e como ser transformado diariamente por contemplar o Senhor. Eles nos mostraram o pecado das denominações, a unidade do Corpo de Cristo e a unidade o Espírito Santo. Foram eles que nos mostraram a diferença entre o judaísmo e a igreja. Na igreja católica romana e nas igrejas protestantes, esta diferença não é facilmente vista, mas eles fizeram-nos vê-la de maneira nova. Eles também nos mostraram o pecado da classe mediadora, mostraram que todos os filhos de Deus são sacerdotes e que todos podem servir a Deus. Foram eles que restauraram o princípio de reuniões de 1 Corintios 14, expondo-nos que profetizar não é tarefa de um homem, mas de dois ou três, e que profetizar não esta baseado em ordenação, mas no dom do Espírito Santo. Se fôssemos enumerar tudo o que eles restauraram, poderíamos muito bem dizer que nas genuínas igrejas protestantes de hoje não há sequer uma verdade que não tenha sido restaurada por eles ou que não tenham sido eles quem as restauraram ainda mais. Não é de admirar-se que D. M. Panton tenha dito: “O movimento dos irmaos e seu significado é muito maior que o da Reforma”l Thomas Griffith disse: “entre os filhos de Deus, eles foram os mais qualificado para corretamente dividir a palavra da verdade”. Henry Ironside disse: “Quer seja os que conheceram os irmaos , quer sejam os que não conheceram os irmãos, todos os que conhecem a Deus têm recebido ajuda deles direta ou indiretamente”. Esse movimento foi maior do que o movimento da reforma. Podemos também dizer que a obra de Filadélfia é maior que a obra da reforma. Filadélfia dá aquilo que a reforma não nos deu. Agradecemos ao Senhor que o problema da igreja foi solucionado pelo movimento dos irmãos. A posição dos filhos de Deus foi, por ele, praticamente restaurada. Portanto, tanto em quantidade como em qualidade ela é maior que a Reforma. Por outro lado, notamos que o movimento dos irmãos não é tão famoso quanto a Reforma. A reforma foi realizada com espada e lança, enquanto o movimento dos irmãos foi realizado pela pregação. Por causa da reforma muitos perderam a vida nas guerras da Europa. Outra razão pela qual a reforma é famosa foi seu relacionamento com a política. Muitas nações, por meio da reforma, livraram-se politicamente do poder de Roma. Qualquer coisa que não seja relacionada à política não é facilmente conhecida pelos homens. Além disso, os irmãos viram duas coisas: uma, é o que chamamos de mundo organizado, isto é, o muno psicológico, e a outra é o que os irmãos chamaram de mundo do cristianismo. Eles deixaram não apenas o mundo psicológico, mas também, ao mesmo tempo, o mundo do cristianismo, que é representado pelas igrejas protestantes. Essa a razão por que eles nem mesmo eram conhecidos nas igrejas protestantes, pois eles não apenas saíram do mundo do pecado, mas também do mundo do cristianismo. A partir da época deles os homens conheceram o que é a igreja, que a igreja é o Corpo de Cristo, que os filhos de Deus são uma igreja que não deveriam estar divididos. A ênfase dele era nos irmãos e no verdadeiro amor de uns pelos outros. O senhor Jesus diz que uma igreja aparecerá cujo nome é Filadélfia. Agora observamos Apocalipse: “Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve”. Filadélfia é amor fraternal. Por que o Senhor louva Filadélfia? Ele diz que ela é amor fraternal; assim, a posição mediadora foi completamente anulada. Em Cristo não há homem nem mulher, em Cristo não há irmãs. Somos irmãos, não irmãs. Então, as irmãs perguntarão: Quem somos nós? Somos todos irmãos. Por que somos irmãos? Porque todos temos a vida de Cristo. Hoje há muitos homens no mundo, mas eles não são nossos irmãos. Um homem é um irmão, não porque é um homem, mas porque há nele a vida de Cristo. Desde que eu também tenha a vida de Cristo em mim, somos irmãos. Quando ressuscitou e estava para ascender aos céus, o Senhor disse: “Subo ao meu Pai vosso Pai” (jô 22:17). Em João 1, Ele é o Filho unigênito de Deus; em João 20, Ele é Filho primogênito e todos nós somos irmãos. Pela morte e ressurreição o Filho unigênito de Deus tornou-se o Filho primogênito. Podemos ser irmãos porque recebemos Sua vida. Porque todos temos recebido a vida de Cristo, somos todos irmãos. Um homem é um irmão porque recebeu a vida de Cristo; uma mulher é um irmão porque também ela recebeu a vida de Cristo. Ambos, homens e mulheres, todos receberam a mesma vida; então, todos são irmãos. Todas as epístolas foram escritas aos irmãos, não ás irmãs. Individualmente falando, há ira, há irmãs, mas em Cristo há somente irmãos. Por causa desta vida todos nos tornamos filhos de Deus. Todos “filhos” e “filhas” no novo testamento deveria ser
traduzido como “filhos”. Além da menção em 2Corintios 6:18, Deus não tem “filhos” e “filhas”. Em Cristo todos estão na posição de irmãos. Em Xangai havia um irmão que era pedreiro. Certa vez eu esta lá, eu lhe disse: Vá e chame algum irmão para entrar”. Ele replicou: “Você quer que eu chame os irmãos masculinos ou os irmãos femininos”? Este foi um homem ensinado por Deus. Dirigimos-nos às irmãs, quando nos dirigimos a indivíduos, mas em Cristo não há distinção entre homem e mulher. Na igreja também não há escravo nem livre. Não é porque alguém é um mestre, que a vida que ele recebeu é maior, ou porque eu sou um escravo, portanto a vida que recebi é menor. No passado, lembro-me que certo irmão me disse: “Os locais de reuniões têm um aspecto pobre. É melhor prepararmos um lugar especialmente para a pregação aos oficiais do governo”. Repliquei: “Que você colocaria sobre a placa?” Esta não seria a igreja de Cristo, seria a igreja dos oficiais e da alta sociedade. Quando vimos para igreja, não há oficiais nem alta sociedades. Na igreja todos são irmãos. Quando nossos olhos forem abertos pelo Senhor, veremos que estar acima dos outros é uma glória no mundo, mas na igreja não há tal distinção. Paulo diz que em Cristo não há grego nem judeu, escravo ou livre, homem ou mulher. A igreja posiciona-se não na distinção, mas no amor fraternal. Esta passagem é igual a outra nas quais o Senhor mencionou Seu próprio nome; aqui Ele diz: “Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre e ninguém fechará, e que fecha e ninguém abrirá”. Santidade é sua vida Ele próprio é santidade. Ele é a verdade diante de Deus; Ele é a realidade de Deus, e a realidade de Deus é Cristo. Sua mão segura a chave. Aqui, devemos destacar um fato: Quando Sardes ¹ se levantou para testemunhar pelo Senhor, havia os dominadores deste mundo que a ajudaram a travar a batalha. A luta prosseguiu no continente da Europa por muitos anos e depois na Grã-Bretanha por muitos anos. Mas, e o movimento dos irmãos? Não havia poder por trás deles para sustentá-los. Então, que poderiam eles fazer? O Senhor diz que Ele segura a chave de Davi, que significa autoridade. (A bíblia chama Davi de rei.) Não se trata de força dos braços nem de propaganda, mas é uma questão de abrir a porta. Houve certo editor jornalístico na Grã-Bretanha que disse: “Eu nunca pensei que houvesse tantos irmãos e nunca entendi como este povo cresceu tão rápido”. Viajando por todo o mundo você descobrirá que em cada lugar há muitos irmãos.


¹ Referindo-se ao movimento de Reforma religiosa.

Embora entre eles alguns conheceram as doutrinas profundamente e alguns superficialmente, a posição dos irmãos ainda é a mesma. Ao vermos isso, precisamos agradecer o Senhor. O Senhor diz que Ele é Aquele que “abre e ninguém fechará, e que fecha e ninguém abrirá”. “Conheço as tuas obras (...) que tens pouca força”. Quando chegamos neste ponto, nossos pensamentos espontaneamente retornam ao tempo da volta de Zorababel ² , sobre quem certo profeta disse: “Pois quem despreza o dia dos humildes começos” (Zc 4:10). Não despreze o dia das pequenas coisas, isto é, o dia da edificação do templo. Nas escrituras há uma grande prefiguração da igreja –a o templo. Quando Davi reinava, o povo de Deus era unido. Mais tarde, eles se dividiram em reino de Judá e reino de Israel. Os filhos de Deus começaram a dividir-se e, ao mesmo tempo, começaram a idolatria e a prostituição. Como resultado, foram capturados e levados para a Babilônia. Todos reconhecem que o cativeiro na Babilônia tipifica Tiatira, a igreja católica romana. Desde que a bíblia faz da Babilônia um símbolo de Roma, então também a igreja tem um cativeiro babilônico. Que fez o povo de Deus quando retornou do seu cativeiro? Eles voltaram debilmente, grupo por grupo, e edificaram o templo. Parece que eles tipificaram o movimento dos irmãos. Havia muitos judeus, os mais velhos, que viram o templo antigo; agora eles viam com os próprios olhos o estabelecimento do fundamento do templo e choravam em alta voz, porque o templo era inferior em glória se comparado com aquele do tempo de Salomão. Contudo, Deus falou por intermédio do profeta menor, dizendo?”Não despreze o dia das pequenas coisas, porque este é o dia da restauração”. Aqui, o Senhor diz as mesmas palavras: “tens pouca força”. O testemunho da igreja hoje no mundo, comparado com os dias de Pentecoste, é realmente o dia das pequenas coisas. “Guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome”. O Senhor os reconhece por duas coisas: não negar o nome do Senhor e não negar a sua palavra. Na história da igreja, nunca houve uma era na qual os homens conheceram tanto a Palavra de Deus quanto os irmãos. A luz era como a chuva de uma grande enchente impetuosa. Uma noite, quando eu estava em Xangai, encontrei um irmão que me disse ser cozinheiro em uma embarcação. Falei com ele demoradamente. Receio que muito poucos missionários conheçam a Palavra de Deus tão bem quanto ele. Na verdade, esta é uma das suas características mais evidentes – eles conhecem a palavra de Deus. Mesmo se encontrarmos o mais simples entre eles, terá mais clareza que muitos missionários. O Senhor diz: “Não negaste o meu nome”. Desde 1825, os irmãos diziam que somente seriam chamados de cristãos. Se alguém lhes perguntasse quem eram eles, eles diriam: Eu sou cristão”. Mas se alguém perguntar a um membro da igreja metodista, ele dirá: eu sou um metodista; se encontrar alguém da igreja dos amigos, ele dirá: eu pertenço a igreja dos amigos; alguém da igreja luterana dirá: eu sou luterano; alguém da igreja batista dirá: eu sou batista. Além de Cristo, os homens ainda usam muitos nomes pelos quais se autodenominam a si mesmos. Mas os filhos de Deus têm um único nome pelo qual chamam a si mesmo. O Senhor Jesus diz:”Orai em Meu nome” e “Reunidos em Meu nome”. Temos somente o nome do Senhor. Whitefield disse: “Seja todos os outros nomes abandonados; seja somente o nome de Cristo exaltado”. Esses irmãos foram levantados para fazer exatamente isso. A profecia do Senhor diz a mesma coisa, que eles honraram o nome do Senhor. O nome de Cristo é o centro deles. Eles ouvem muitos freqüentemente entre eles esta palavra: “ O nome de Cristo não é suficiente para separar-nos do mundo? Não é suficiente simplesmente termos o nome do Senhor”? Certa vez encontrei um crente num trem, que me perguntou que tipo de cristão eu sou. Respondi-lhe que sou apenas um cristão. Ele disse: “Não há tal cristão no mundo. Dizer que você é um cristão não significa nada; você tem de dizer que tipo de cristão você é. Isso é que faz sentido”. Repliquei-lhe: “Eu sou simplesmente um homem que é cristão. Você diz que um homem ser cristão não significa nada? Que tipo de cristão você diria que faz sentido ser? Quanto a mim, só posso ser um cristão – nada mais”. Naquele dia tivemos uma conversa muito boa. Devemos observar uma coisa: o pensamento fundamental de muitas pessoas é que o nome do Senhor não é suficiente. Muitos pensam que precisam do nome de uma denominação; eles acham que devem ter outro nome além do nome do Senhor. Não considere que nossa atitude em relação a isso seja exagerada demais. Aqui o Senhor diz: “Não negaste o meu nome”. Se o meu sentimento está correto, todos os outros nomes são uma vergonha para Ele. Esta palavra “negaste” é a mesma palavra usada para referir-se à negação de Pedro ao Senhor. Que tipo de cristão sou eu? Eu sou um cristão. Não quero ser chamado por outro nome. Muitos não querem honrar o nome de Cristo e não estão dispostos a serem chamados apenas de cristãos. Mas, graças a Deus, a profecia de Filadélfia foi cumprida nos irmãos. Eles não mais têm qualquer outro nome característico. Eles são irmãos; eles não são “ A igreja dos irmãos”. “Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar”. O Senhor fala à igreja em Filadélfia sobre a porta aberta. Os homens freqüentemente dizem que se você andar de acordo com as escrituras, a porta será logo fechada. A mais difícil barreira a ultrapassar ao submeter-se ao Senhor é o fechamento da porta. Mas aqui, na verdade, há uma promessa: ”Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar”. No tocante aos irmãos, isto é um fato. No mundo todo, seja ao expor a bíblia ou ao pregar o evangelho, nenhum outro grupo de pessoas teve as oportunidades que eles tiveram. Fosse na Europa, América ou África, era sempre a mesma coisa. Não há necessidade de sustento humano, de anúncio, propaganda ou contribuições; eles sempre têm muitas oportunidades para trabalhar, e a porta para trabalhar ainda está aberta. “Eis que farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmo se declaram judeus, e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés, e conhecer que eu te amei”. Já vimos pelo menos quatro coisas as quais têm feito o cristianismo tornar-se judaísmo: os sacerdotes mediadores, a lei de letras, o templo material e as promessas terrenas. Que diz o Senhor? “Eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés”. O judaísmo é destruído nas mãos dos irmãos. Em todo lugar no mundo inteiro há tal movimento. Onde eles estão o judaísmo é derrotado. Entre o s que hoje realmente conhecem a Deus, a principal força do judaísmo tornou-se algo do passado. “Porque guardaste a palavra da minha perseverança”. Isso será relacionado com “companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus”, em Apocalipse 1. Perseverança aqui é usada como um substantivo. Hoje é tempo da perseverança, em Jesus”, em Apocalipse 1. Perseverança aqui é usada como um substantivo. Hoje é tempo da perseverança de Cristo. Hoje o Senhor encontra muitos que escarnecem Dele, mas Ele é perseverante. Um dia o julgamento virá, mas hoje Ele é perseverante. Sua palavra hoje é a palavra da perseverança. Aqui Ele não tem reputação, Ele é uma pessoa humilde, ainda um nazareno, ainda o filho de um carpinteiro. Quando seguimos o Senhor, Ele diz: “Guarda a palavra da minha perseverança”. “Também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”. Podemos usar Tchankim ³ como ilustração: Dizer que o guardarei do bombardeio significa que você estará em Tchankin, mas será guardado do bombardeio. Se digo o guardarei da hora, isto significa que antes daquela hora você acabou de partir para Chengtu³. Quando o mundo todo estiver sendo testado – se refere à grande tribulação – não enfrentaremos a tribulação. Antes que aquela hora chegue, já teremos sido arrebatados. Em toda a bíblia há somente duas passagens que fala da promessa do arrebatamento: Lucas 21:36 e Apocalipse 3:10. Hoje devemos seguir o Senhor, não viver frouxamente, aprender a viver no caminho de Filadélfia e pedir ao Senhor para livrar-nos de todas as provações que vêm. Cidades da China – W. Nee foi nasceu na China. “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”. O Senhor diz: “Venho sem demora”. Portanto, essa igreja deve continuar até a volta do Senhor. Tiatira não passou, Sardes não passou e Filadélfia ainda não passou também. “conserva o que tens, ou seja, a Minha Palavra” e o Meu nome”. Não devemos esquecer a palavra do Senhor e não devemos envergonhar o nome do Senhor. “Para que ninguém tome a tua coroa” : todos em Filadélfia já têm coroa. Nas outras igrejas há o problema de ganhar-se a coroa. Aqui o problema é perdê-la. O Senhor diz que já temos a coroa: Paulo (2Tm 4:8). Assim também entre as igrejas, somente Filadélfia sabe que tem a coroa. Não permita, agora, que nenhum homem tome sua coroa; não sai de Filadélfia, deixando sua posição. Aqui diz: Conserva o que tens para que nenhum homem a tome”. Isso nos diz claramente que Filadélfia também corre um perigo em particular; de outra maneira, o Senhor não lhe teria dado tal advertência. Além disso, esse perigo é bastante real; essa é a razão por que o Senhor lhe deu ordens de modo tão sério. Qual é o perigo que correm eles? O perigo está em perder o que já conseguiram. Assim, o Senhor pede a eles para conservarem o que têm. O perigo não está em não progredirem; antes, está no retrocesso. Eles estão agradando o Senhor porque amam uns aos outros e são fiéis à Palavra do Senhor e ao Seu nome. O perigo está em perder este amor e fidelidade. Que terrível! Mas de fato isso foi o que realmente aconteceu. Após vinte anos, os irmãos também dividiram-se em dois grupos: os “exclusivos” e os “abertos”, e dentro das duas divisões há muitas facções. Portanto, em Filadélfia também há o chamamento aos vencedores. Qual foi a razão desse problema? Devemos ser muito cuidadosos e humildes; do contrario, seremos envolvidos no mesmo erro. Cremos que qualquer tipo de divisão é resultado da perda do amor de um pelo outro; quando o amor não existe ou está faltando, as pessoas dão atenção ás leis, enfatizam comportamentos forçados e perdem-se em detalhes procurando falhas. Uma vez que o amor está em perigo, as pessoas ficarão orgulhosas de si mesmas e invejosas das outras, gerando, então, controvérsias e disputas. O Espírito Santo é a força da unidade, enquanto a carne é a força da divisão. A menos que a carne seja tratada, cedo ou tarde ocorrerá a divisão. Além do mais, creio que a carência dessa época foi que os irmãos Unidos* não viram a base e o limite da igreja. Eles viram claramente, do lado negativo, os pecados da igreja, mas do lado positivo, quanto a igreja deve amar um ao outro e ser unânime quanto a base e limite da cidade, eles não viram adequadamente. A igreja católica romana dá atenção à união de uma igreja nesta terra, enquanto os irmãos unidos deram atenção à união idealista de uma igreja espiritual nos céus. Eles não viram ou, pelo menos, não viram tão claramente que o amor de uns pelos outros nas epístolas é o amor de uns pelos outros na igreja em uma cidade; a unidade é a unidade da igreja em uma cidade; o ajuntamento é o ajuntamento da igreja em uma cidade; a edificação é a edificação da igreja em uma cidade; e até mesmo a excomunhão é a excomunhão da igreja em uma cidade. De qualquer forma, somente dois tipos de pessoas falam sobre a unidade da igreja: a igreja católica romana fala da unidade de todas as igrejas na terra, enquanto os irmãos unidos falam da unidade espiritual nos céus. Como resultado, a primeira não é senão a unidade em aparência exterior, enquanto a última é uma unidade idealista; na verdade, porém é divisiva. Ambas não atentaram para a unidade da igreja em cada e toda cidade como registrado na bíblia. Desde que os Irmãos Unidos não deram tanta atenção ao fato de que a igreja tem a cidade como seu limite, os “Irmãos Exclusivos” exigiram ação unificadora por todo lugar, resultando na quebra do limite da cidade e caindo no erro da igreja unida; enquanto os “Irmãos Abertos” exigiram administração independente de cada reunião, cujo resultado em muitos lugares foi muitas igrejas em uma cidade, caindo assim no erro da Igreja Congregacional, que torna cada congregação uma unidade independente. Os “Irmãos Exclusivos” excedem o limite da cidade, enquanto os “Irmãos Abertos” são menores que o limite da cidade. Eles esquecem que na bíblia há uma e apenas uma igreja em cada cidade. As palavras faladas na bíblia para igreja são dirigidas para esse tipo de igreja. É muito estranho que, a tendência de hoje seja mudar as palavras que, na bíblia , são ditas para a igreja em uma localidade, para palavras falada para a igreja espiritual. Além disso, alguns irmãos estabelecem uma igreja é menor que a cidade – a igreja “casa” é um exemplo. Mas na bíblia não há nenhuma “União de igrejas” das igrejas de todo lugar nem há igrejas de congregações e de reuniões em uma cidade como igrejas independentes. Uma igreja para várias cidades, ou várias igrejas em uma cidade – ambas não são ordenadas por Deus. A palavra de Deus claramente revela que uma cidade pode ter uma só igreja, e somente pode haver uma igreja em uma cidade. Ter uma igreja do tamanho de muitas cidades exigem uma unidade que a bíblia não exige, e ter várias igrejas em uma cidade divide a unidade que a bíblia exige. A dificuldade dos irmãos unidos naqueles dias foi que eles não tinham suficiente clareza a respeito do ensinamento da bíblia sobre cidade. O resultado é que desde que aqueles que tomaram o tipo de unidade “União das Igrejas” uniram-se a irmãos em outros lugares, eles não mais temeram estar divididos com os irmãos na mesma cidade. E os que tomavam reunião como uma unidade e não tinham problema com os irmãos da mesma reunião, não temeram estar divididos com os irmãos que estivessem em outras reuniões na mesma cidade. Porque eles não perceberam a importância dos ensinamentos da bíblia a respeito da cidade, resultaram divisões em cada caso. O Senhor não exigiu unidade impraticável de todos os lugares. O Senhor também não permitiu tomar-se uma reunião como limite da unidade – isso é livre demais; é licencioso, sem restrição ou instrução. Apenas uma palavra de desacordo e imediatamente outra reunião é estabelecida com três ou cinco como um grupo, e isso é considerado como unidade. Pode haver somente uma unidade em uma cidade. Que restrição para aqueles comlicenciosidade carnal! O movimento dos irmãos ainda continua. E a luz sobre a “cidade” está cada vez mais clara. Até que ponto o Senhor irá trabalhar, nós não sabemos. Podemos somente aguardar pela história; então teremos clareza. Se nossa consagração ao Senhor é absoluta e nós mesmo somos humildes, receberemos misericórdia para sermos guardados do erro. “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, e o meu novo nome”. Durante a época de Filadélfia tem havido muitos casos de excomunhão de irmãos. Mas aqui eles não podem mais ser excomungados; eles serão uma coluna no templo de Deus. Se a coluna é removida, o templo não permanece em pé. Filadélfia faz com que o templo de Deus permaneça em pé. Há três nomes gravados sobre o vencedor: o nome de Deus, o nome da Nova Jerusalém e o novo nome do Senhor. O plano eterno de Deus está cumprido. As pessoas em Filadélfia retornam ao Senhor e O satisfazem. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Lembre-se, Deus não manteve em segredo o desejo o seu coração; Ele tem indicado muito claramente o caminho diante de nós. *Irmãos Unidos – Nome dado ao movimento dos irmãos.
Capitulo 7 do Livro A Ortodoxia da Igreja - W.Nee - Ed. Árvore da Vida

Salvos pela morte de Cristo na cruz.


Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus (1 Pe 3:18a)

Is 53:12; Mt 16:13; Rm 1:1-3; Hb 4:15; 1 Jo 2:2

Pregar o evangelho é um dom que Deus nos concedeu. De acordo com o conceito mais comum, pregamos o evangelho para ajudar as pessoas a serem salvas mediante a fé, ou seja, a crer que o Senhor Jesus derramou Seu sangue para perdoar seus pecados diante de Deus. Essa é uma importante definição, mas ainda incompleta sob a perspectiva da intenção de Deus ao criar o homem. Por isso, para desempenharmos esse dom com maior eficácia, precisamos conhecer o evangelho de Deus à luz de Sua Palavra.
O livro de Romanos nos ajuda a conhecer melhor o conteúdo do evangelho de Deus. No primeiro capítulo, Paulo se refere ao evangelho que Deus prometeu nas Sagradas Escrituras por intermédio dos profetas, com respeito ao Seu Filho (vs. 1-2). Isso significa que o evangelho de Deus inclui muito mais que uma informação sobre como os homens obtêm a salvação. Ele é essencialmente uma Pessoa: o próprio Filho de Deus. Em outras palavras, o evangelho são as boas-novas de Deus com respeito a Seu Filho.
Antes de Jesus ser designado Filho de Deus, Ele é mostrado como Filho do Homem (Mt 16:13; 18:11). Isso porque o primeiro aspecto segundo o qual Deus nos apresenta Seu Filho é a encarnação.
Jesus proveio, segundo a carne, da descendência de Davi (Rm 1:3), sendo chamado Filho de Davi em várias passagens bíblicas (Mt 1:1; 21:15; Mc 10:47). Como sabemos, Davi cometeu vários pecados ao longo da vida. Dizer que Jesus veio, segundo a carne, da descendência de Davi, indica que Jesus era um homem normal, feito de carne e sangue, com a aparência e a semelhança de carne pecaminosa, mas com uma característica especial: sem pecado (Rm 8:3; Hb 2:14; 4:15). Logo, ao morrer na cruz como Filho de Davi, o Senhor o fez por nossa causa, que somos pecadores. Nós é que deveríamos ser julgados pelos nossos pecados, mas Ele nos substituiu.
Uma figura do Antigo Testamento, a serpente de bronze, ilustra o fato de que o Senhor apenas se revestiu da carne pecaminosa, tendo sua semelhança, mas sem pecado. O relato de Números 21:4-9 mostra que no deserto o povo de Israel falou contra Deus e Moisés, a tal ponto que o SENHOR enviou serpentes abrasadoras para puni-lo. Então os israelitas pediram o auxílio de Moisés que, orientado pelo SENHOR, fez uma serpente de bronze e a levantou em uma haste. Essa foi a salvação providenciada pelo SENHOR, pois todo aquele que fora envenenado pela picada das serpentes era curado ao olhar para a serpente de bronze.
De modo semelhante, o pecado e a morte entraram na humanidade (Rm 5:12), mas somos salvos ao crer no Filho do Homem. Ele, como uma serpente de bronze (Jo 3:14), só com a forma, mas sem o veneno, isso é, sem pecado, foi crucificado carregando sobre Si todos os nossos pecados (1 Jo 2:2; 3:5; Is 53:12). Jesus, o Filho de Davi, morreu em nosso lugar para nos livrar da condenação e nos reconciliar com Deus. Em sua morte, Ele recebeu o castigo em nosso lugar. Quanto amor e graça!

Jesus entra em Jerusalém de maneira humilde.

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade (Cl 3:12)

Mt 21:9-11

Para que Jesus entrasse em Jerusalém, Seus discípulos Lhe trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. A maior parte da multidão estendeu suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. As multidões, tanto as que O precediam como as que O seguiam, clamavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!” (Mt 21:9).

Quando Jesus entrou na cidade, toda a Jerusalém se alvoroçou, e perguntavam: “Quem é este? E alguns disseram: É o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia” (v. 11). Ele não veio numa procissão imponente, como fazem os reis; Ele entrou humilde e mansamente.

Nós que temos a vida de Deus também devemos ser mansos e humildes: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2:5-8).

O trabalhar do Senhor em cada um de nós fará com que sejamos transformados, deixando de lado nosso caráter forte, orgulhoso, para nos tornar humildes, mansos e úteis a Ele. Isso não ocorre por meio de repreensão nem por condenação, mas advém da abundância da vida divina que armazenamos em nosso espírito e que transborda para nossa alma. Dessa maneira, o Senhor poderá nos usar quando precisar de nós.

Quando Ele voltar para exercer Seu reinado, precisará de “jumentos” preparados e transformados para introduzi-Lo em Seu reino. Graças ao Senhor, pouco a pouco Ele está nos preparando para reinar na era vindoura. Sua maneira de fazer isso não é nos julgando nem nos açoitando. Ele nos atou a Si mesmo e nos colocou na igreja, onde recebemos suprimento abundante da vida e amor divinos. Louvado seja o Senhor!

Você está preparado?

Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta (Zc 9:9)

1 Rs 1:33; Mt 21:2-5; Jo 5:39; 2 Co 3:18

Para entrar em Jerusalém, o Senhor Jesus disse que precisava de um jumento e mandou buscar um que já estava preparado (Mt 21:2-3). Como vimos ontem, o jumento mencionado em Gênesis 49 foi transformado ao comer o fruto da vide. Sua dieta proporcionou transformação em seus dentes, que se tornaram brancos como leite, e seus olhos ficaram cintilantes.

A exemplo do jumento, que foi transformado pelo fato de comer somente uva, se quisermos ser transformados, precisaremos nos alimentar do fruto da árvore da vida, que é o próprio Senhor Jesus (Jo 15:1).

Hoje estamos num processo de transformação. À medida que buscamos o Senhor e ruminamos Sua Palavra, “somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co 3:18). Precisamos nos alimentar constantemente do Senhor, para que, quando Ele precisar de nós, estejamos preparados. Você está preparado? Se estiver, o Senhor vai dizer: “Eu preciso de você”. Alguns talvez ainda não estejam preparados, mas estão no processo de transformação. Louvado seja o Senhor!

Em Mateus 21, vemos que o fato de Jesus mandar buscar aquele jumento preparado “aconteceu para se cumprir o que foi dito por intermédio do profeta: Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de animal de carga” (vs. 4-5). Indo os discípulos e tendo feito como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou.

Quando Jesus entrou em Jerusalém, Ele não montou numa mula ou num cavalo, animais mais imponentes, como fizeram Davi e Salomão quando se tornaram reis (1 Rs 1:33). Quando entrou em Jerusalém, Jesus foi aclamado pela multidão. Por ser humilde e manso, escolheu um jumento, um animal desprezado pelos homens, mas que fora transformado para servi-Lo.

Transformados pela vida abundante.

Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido
(1 Tm 4:6)

Sl 45:13-14; Mt 16:6, 12; 22:11-12; Lc 12:1; Jo 10:10; Ef 5:18-20; Ap 19:8

Assim como o jumento amarrado à videira, descrito em Gênesis 49, não tinha outra saída a não ser comer “uva”, se estivermos desfrutando da Palavra na vida da igreja, não teremos outra opção, a não ser buscar vida, vida e mais vida. O Senhor Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10:10).



Por isso precisamos ruminar a Palavra, invocando o nome do Senhor para sermos guardados de qualquer outro tipo de alimento que não satisfaça nosso espírito. Se estivermos atados ao Senhor, bem amarrados, mesmo que queiramos sair e voltar para os velhos costumes e ensinamentos, será difícil, pois estaremos restringidos a comer apenas o que Ele nos der.

O que acontece com os que estão amarrados à videira é transformação. Por comerem somente “uva”, que representa a vida divina que há na Palavra, serão transformados.

“Lavará as suas vestes no vinho e a sua capa, em sangue de uvas” (Gn 49:11). Esse versículo diz que a videira produz tanta uva, a ponto de ter o sumo necessário para lavar as vestes e a capa. Isso representa quão abundante é a vida divina disponível aos santos na vida da igreja. As vestes dizem respeito à justiça. Por um lado Cristo se nos tornou justiça da parte de Deus. Por outro, há ainda outro tipo de veste, as vestes nupciais bordadas, que nos qualificam a participar das bodas do Rei; essas vestes referem-se à capa mencionada em Gênesis (cf. Sl 45:13-14; Mt 22:11-12; Ap 19:8) e representam os nossos atos justos.

Além de lavar as vestes, por ter comido o fruto da videira, os olhos do jumento tornaram-se cintilantes de vinho, e seus dentes, brancos de leite. Essa é a transformação ocorrida por comer somente uva.

Enquanto comer do fruto da videira produz transformação e brilho espiritual, em Mateus 16 o Senhor advertiu os discípulos acerca do perigo do fermento, que são os ensinamentos dos fariseus e dos saduceus, que produzem a hipocrisia (vs. 6, 12; Lc 12:1). O desejo do Senhor é que comamos o pão sem fermento (1 Co 5:7). Quando comemos desse pão, ou da videira verdadeira, ficamos devidamente satisfeitos.

O apóstolo Paulo também disse aos irmãos da igreja em Éfeso: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5:18-20). O resultado de estar cheio do Espírito é muita alegria. Aleluia! Precisamos comer muita “uva” a fim de sermos transformados e nos alegrarmos na presença do Senhor.

Esperamos que todos tenham a devida clareza quanto a esse assunto. Como já mencionamos, Judá atou seu jumento à vide a fim de que este comesse uvas em abundância, com o objetivo de prepará-lo e torná-lo útil. Devemos, portanto, evitar ensinamentos que não trazem saúde espiritual e nos alimentar do que realmente pode nos transformar e fazer úteis ao Senhor.

22 abril, 2012

REFLETINDO


Submissão, amor e brandura

O maior sonho de todos os pais é ter um lar feliz. Mesmo aqueles que já desistiram, por qualquer motivo, já anelaram isso um dia. Avaliando a condição da maioria das famílias, percebe-se que são poucos os pais que atingiram o alvo. Tal insucesso dar-se-ia porque um lar feliz não passa de uma utopia ou seria o resultado da falha dos pais em não atentar aos princípios que Deus estabeleceu?

A carta que o apóstolo Paulo escreveu aos colossenses estabelece princípios que a esposa, marido, pais e filhos devem viver no seio familiar (Colossenses 3:18-21).

O primeiro grande princípio é que, antes de ser uma boa mãe, a mãe precisa ser uma boa esposa. Dedicar-se primeiramente aos filhos antes de dedicar-se ao marido constitui erro grave. Há beleza no lar quando os filhos submetem-se à autoridade dos pais. Essa ordem é desejada por todas as famílias. De um fato todos nós devemos ter clareza: são as esposas as responsáveis por estabelecer o padrão de submissão no lar. Quando a esposa consegue submeter-se a seu próprio marido, torna-se desnecessário falar de autoridade e submissão para os filhos. O exemplo de submissão da esposa ao marido substituirá os gritos e as agressões físicas que os pais, às vezes, lançam mão para fazer os filhos enxergarem sua posição e dever. É uma lei: se a esposa grita, desobedece e faz pouco caso do marido, os filhos não somente aprenderão essa nociva lição, como também se voltarão mais tarde contra o pai, confrontando, assim, sua autoridade. Esposas submissas = filhos submissos.

O segundo grande princípio é que, antes de ser um bom pai, o pai precisa ser um bom marido. Pouco adianta o esforço do pai em dar presentes e fazer piqueniques com os filhos se a forma como ele trata a esposa é com amargura. Se o pai pudesse ter uma conversa sincera com os filhos e perguntasse-lhes o que mais alegraria seu pequeno coração, certamente a resposta seria que amasse profundamente a mãe deles. Os maridos geralmente desempenham errada-mente seu papel de autoridade em casa. Eles pensam que exercer autoridade é mandar, humilhar e esbravejar quando as esposas não respondem a contento as suas reclamações. A verdadeira autoridade é exercida sem força, sem peso. A verdadeira autoridade é exercida com amor. Quando o marido ama verdadeira-mente a esposa como ele ama o próprio corpo, a esposa submete-se ao esposo espontaneamente e os filhos entendem que o melhor caminho a trilhar com os pais e com os irmãos é amando-os.

O terceiro grande princípio está na correção branda dos pais ao corrigir os erros dos filhos. No passado erramos com nossos pais. Nossos avós e todos os outros filhos que vieram antes de nós também erraram bastante com seus pais; entretanto, achamos inadmissível que nossos filhos errem. Quando os filhos brigam uns com os outros, tiram notas baixas, mentem ou, por alguma razão, ficam introspectivos, a maioria dos pais reage de uma forma tão irritadiça que chegam a transparecer que desconhecem todos esses gestos e sentimentos e que jamais agiram de modo semelhante.

A irritação furta dos pais a possibilidade do diálogo, da sobriedade, do discernimento, do equilíbrio, da compreensão e da disciplina eficaz. Muitos pais, em vez de ajudarem os filhos que erraram, irritam os filhos, "jogando na cara" seus erros, deficiências e humilhando-os perante os outros. Por causa dessas atitudes, os filhos ficam bastante desanimados para prosseguir. A crítica amarga dificilmente produz bons resultados; pelo contrário, a crítica amarga elimina a esperança dos filhos, deixa-os na defensiva e gera no coração deles raiz de amargura. Não estamos incentivando a condescendência ou conivência com o erro cometido pelo filho. Entretanto, quando os filhos tiverem de ser corrigidos, devemos fazê-lo com brandura (Gálatas 6:1). Voltemos ao passado, lembremo-nos de que já cometemos o mesmo erro e nos perguntemos: "Como eu gostaria de, numa situação dessas, ser corrigido pelos meus pais?" Esse pequeno lapso de tempo pode desfazer a irritação e produzir caminhos mais criativos no trato do pai com o filho. Dessa forma fica mais fácil os filhos obedecerem.

Se aqueles que têm filhos desejam ser bons pais, precisam primeiramente ser boas esposas e bons maridos. Ambos precisam compartilhar submissão e amor um para com o outro. É somente dessa forma que bons pais surgem, é dessa forma que lares felizes surgem. 



Fonte: Jornal Árvore da Vida nº 146

19 abril, 2012

Alimentar-se das palavras saudáveis.

Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá (Jo 6:57). As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida  (v. 63b)
Nm 21:5; Jo 6:63; 15:1, 5; Hb 5:6; 7:1-2; Ap 5:5

Em Apocalipse nos é dito que João viu, na mão direita Daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Todavia não se achava ninguém digno de abrir o livro e desatar os selos, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra. Aquele quadro entristeceu João, que chorava muito. “Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos” (5:5). Tanto o leão quanto Davi estão relacionados à realeza (Mt 1:1).
O Senhor Jesus é o Leão da tribo de Judá e a Raiz do rei Davi. Somente Ele, como o descendente de Davi, foi achado digno de abrir o livro e desatar os selos, os mistérios do Novo Testamento. Esse Leão é o mesmo referido na profecia de Gênesis 49: “Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (vs. 8-10).

Como vimos em séries anteriores do Alimento Diário, o cetro e o bastão são símbolos de autoridade real e nobreza. O termo Siló, significa paz. O livro de Hebreus revela que o Senhor Jesus é sumo sacerdote da ordem de Melquisedeque, e este é o rei de Salém, que significa paz. Ele é também o rei de justiça (cf. Hb 5:6; 7:1-2).

Assim como ocorreu com Judá, que amarrou seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta à videira mais excelente (Gn 49:11), o Senhor Jesus, mesmo sendo rei, precisou de um jumentinho preparado, que estava “amarrado”, para ser introduzido em Jerusalém.

Amarrar o jumento à videira significa restringi-lo em sua dieta para que coma apenas uva. Sabemos que o jumento costuma se alimentar de qualquer coisa que encontra no caminho e muitas vezes come coisas não muito saudáveis, diferente dos cavalos e bois, que habitualmente procuram um tipo de pasto de melhor qualidade.

Isso pode ser aplicado a nós. Comer do fruto da videira ou comer uvas está relacionado com alimentar-nos de palavras saudáveis, que nos suprem vida. Antes de sermos salvos, nossa alimentação espiritual não era boa. Após sermos introduzidos na igreja, “fomos amarrados à videira mais excelente”, onde nos alimentamos de Cristo (Jo 6:57; 15:1). Quanto mais um cristão se alimenta das palavras do Senhor, que são espírito e vida, mais ele se dá conta de que esse fruto é muito melhor do que qualquer outro alimento.

Alguns, entretanto, depois de provar e ser supridos abundantemente pela vida do Senhor, se deixam levar pelos desejos da vida da alma. Esta facilmente se enfastia de comer a mesma coisa, assim como o povo de Israel se enfadou do maná durante a peregrinação no deserto (Nm 21:5).

Aqueles que vivem pela vida da alma, quando ouvem falar somente de “espírito e vida”, ficam aborrecidos. Porém o próprio Senhor disse que “o espírito é o que vivifica” e que “as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6:63).

Graças ao Senhor, por estarmos na igreja, atados à videira verdadeira. Essa é a salvação do Senhor para nós. Que sejamos fiéis em nossa dieta de comer apenas “uva”, ou seja, as palavras cheias de vida do Senhor. Aleluia!

18 abril, 2012

REFLETINDO.

O que você precisa saber sobre a Igreja - Parte 1

A POSIÇÃO CORRETA DA IGREJA
Nestes capítulos veremos que a restauração do Senhor importa-se com dois ítens principais: a experiência plena de Cristo em nosso espírito e a vida prática da igreja. Há mais de cinqüenta anos, desde 1922 , o inimigo não tem cessado de atacar a restauração do Senhor. Durante os últimos anos nos Estados Unidos, os ataques têm sido sempre focalizados em dois pontos; o Espírito e a base da igreja. O inimigo tem tentado ao máximo derrotar-nos em relação à nossa experiência do Espírito e à nossa prática da base da igreja. Aqui vemos a sutileza do inimigo. O que o inimigo ataca são os pontos cruciais. Se o inimigo for atacar algum ponto específico, esse tem de ser um ponto vital. Por isso, temos encargo de tratar essas duas questões.

UMA VISÃO GERAL DA IGREJA NO NOVO TESTAMENTO

Nesta mensagem, tenho encargo de tratar as questões da vida prática da igreja e sua base correta. Há muitos versículos que precisamos mencionar. Em Mateus 16:18, o Senhor Jesus disse: “Edificarei a minha igreja”. A igreja aqui, que é edificada sobre Cristo como a rocha, é a igreja universal. Entretanto, quando o Senhor Jesus disse em Mateus 18:17: “Dize-o à igreja”, Ele se referia não à igreja universal, mas à igreja local à qual podemos ir. Em 1 Coríntios 10:32 fala-se de “a igreja de Deus”, e em 1 Coríntios 11:16 fala-se de “as igrejas de Deus”. Aqui vemos a igreja, no singular; depois, as igrejas, no plural. Além disso, temos algumas ilustrações da igreja: a igreja em Jerusalém (At 8:1), a igreja em Antioquia (At 13:1 - VRC), a igreja em Cencréia (Rm 16:1 – VRC), a igreja em Corinto (1 Co 1:2). Galatas 1:22 fala de “as igrejas da Judéia” e 1 Tessalonicenses 2:14 fala de “as igrejas na Judéia”, isto é, as igrejas no território judeu da Judéia. Além disso, Romanos 16:4 menciona “as igrejas dos gentios”. Assim, primeiramente temos as igrejas na terra judia; e então, as igrejas no mundo gentio. Atos 15:41 refere-se às igrejas na Síria e Cilícia, duas províncias gentias do antigo Império Romano. Além da Síria e Cilícia, o Novo Testamento fala das igrejas em três outras províncias do antigo Império Romano: Asia, Galácia e Macedônia. Em 1 Coríntios 16:19 fala de “as igrejas da Ásia”; Gálatas 1:2 e 1 Coríntios 16:1 referem-se às “igrejas da Galácia” ; 2 Coríntios 8:1, às “igrejas da Macedônia”. Em 1 Coríntios 4:17, encontramos a frase: “Como por toda parte ensino em cada igreja”. De acordo com o original grego, Atos 14:23 diz que os apóstolos designavam presbíteros em cada igreja. Romanos 16:16 menciona “as igrejas de Cristo” e l Coríntios 14:33, “as igrejas dos santos”. Assim, temos as igrejas de Deus, as igrejas de Cristo e as igrejas dos santos.

Retirado do livro: "O que você precisa saber sobre a Igreja" de W. Lee

O caminho para ser útil ao Senhor.

Ele amarrará o seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta à videira mais excelente (Gn 49:11)
Gn 49:11; Zc 9:9; Mt 21:1-3; Jo 6:63; 15:

Jesus teve muitos impedimentos antes de chegar a Jerusalém. Ao aproximar-se da cidade, chegando a Betfagé, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: “Ide à aldeia que aí está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta e, com ela, um jumentinho. Desprendei-a e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei-lhe que o Senhor precisa deles. E logo os enviará” (Mt 21:1-3).
Esses versículos dizem respeito a uma profecia de Zacarias, que fala sobre como o Rei Jesus entraria em Jerusalém: montado num jumento, num jumentinho, cria de jumenta (9:9). Os discípulos encontraram o jumento, conforme o Senhor havia predito.

Normalmente a natureza do jumento é muito forte, teimosa e obstinada. A Bíblia relata a história da jumenta de Balaão: “Balaão levantou-se pela manhã, albardou a sua jumenta e partiu com os príncipes de Moabe; ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus servos, com ele”. Quando ela viu o Anjo do SENHOR, desviou-se, indo pelo campo; então, Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho. “Vendo, pois, a jumenta o Anjo do SENHOR, coseu-se contra o muro e comprimiu contra este o pé de Balaão; por isso, tornou a espancá-la. O Anjo do SENHOR passou mais adiante e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita, nem para a esquerda. Vendo isso, a jumenta deixou-se cair debaixo de Balaão que, irado, espancou a jumenta com a vara. Então, o SENHOR fez falar a jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste já três vezes? Respondeu Balaão: Porque zombaste de mim; tivera eu uma espada na mão e, agora, te mataria. Replicou a jumenta: Porventura, não sou a tua jumenta, em que toda a tua vida cavalgaste até hoje? Acaso, tem sido o meu costume fazer assim contigo? Ele respondeu: Não” (Nm 22:21-30).

A natureza do jumento é assim mesmo: quando ele não quer avançar, quanto mais você o açoitar, menos ele irá se mover. Se formos sinceros ao considerar nossa experiência, perceberemos que, por vezes, nosso caráter se parece muito com o de um jumento: forte e teimoso. Porém há esperança para nós.

Apesar de todo jumento ser teimoso, esse, porém, que o Senhor mandara buscar para entrar em Jerusalém, estava preparado. Podemos dizer que o caráter desse jumento já havia sido moldado. Como isso ocorreu? A Bíblia nos mostra a resposta: “Ele amarrará o seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta à videira mais excelente” (Gn 49:11).

Portanto, para sermos preparados e usados por Deus, o caminho é comer das palavras do Senhor, do fruto da videira mais excelente, pois Suas palavras são Espírito e vida (Jo 6:63). Ele é “a videira verdadeira” (15:1).

17 abril, 2012

Não temer o sofrimento.

Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora (Jo 12:27)
Mt 20:29-34; 26:39

No Evangelho de Mateus, no capítulo 17, quando Jesus estava na Galileia, também há um segundo registro de que Ele estava determinado a ir para Jerusalém: “Reunidos eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do Homem está para ser entregue nas mãos dos homens; e estes o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará” (vs. 22-23). O Senhor já os havia alertado sobre o que Lhe sucederia, no entanto eles ainda não compreendiam e se entristeceram com as afirmações que Ele lhes fez.
No capítulo 20, novamente o Senhor reafirma Seu propósito: “Estando Jesus para subir a Jerusalém, chamou à parte os doze e, em caminho, lhes disse: Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado; mas, ao terceiro dia, ressurgirá” (vs. 17-19). O Senhor tinha clareza de que em Jerusalém Lhe esperavam sofrimentos, mas Ele estava determinado. Que grande exemplo de determinação!

Quando recebemos revelações do Senhor, temos de nos dispor a praticá-las, a despeito das dificuldades e sofrimentos que nos esperam. Satanás sempre tentará impedir que pratiquemos as revelações vindas de Deus, fazendo com que, ao olhar para as adversidades, desistamos de prosseguir. O Senhor Jesus é o nosso grande exemplo; devemos ter perseverança e ser determinados a praticar o que Ele nos revelar.

Há uma palavra chinesa, que se pronuncia “í”, que significa alguém determinado. Não importa o que aconteça, ele prossegue para o alvo, para o seu propósito. Como já vimos, o Senhor Jesus foi um exemplo de determinação. Mesmo sabendo que em Jerusalém Lhe esperavam sofrimento, cruz e morte, Ele foi determinado, não se importando com o que Lhe aconteceria.

O Senhor seguiu resoluto; era como se Ele dissesse aos Seus discípulos: “Não importam as situações que me sobrevirão, Eu tenho de ir. Mesmo que, para cumprir a vontade do Pai, Eu tenha de ser condenado, escarnecido, açoitado e morto, ainda assim irei”. Portanto, quando temos clareza da direção de Deus para nós a respeito de qualquer coisa, não podemos ser influenciados pelas circunstâncias nem mesmo sofrer impedimentos de quem quer que seja. Devemos estar determinados a avançar para o alvo.

No caminho de Jerusalém, dois cegos, ao ouvir que Jesus passava, clamaram pedindo que Ele se compadecesse deles. Condoído, Jesus os atendeu e tocou-lhes os olhos. Imediatamente recuperaram a vista e O foram seguindo (Mt 20:29-34). Muitas vezes, nossa situação se assemelha à daqueles cegos: não enxergamos a direção que Deus está nos dando. Assim como aqueles cegos pediram ao Senhor que os curasse, precisamos pedir que Ele também cure os olhos do nosso coração e nos ilumine, revelando o caminho que devemos seguir.

No Getsêmani, um pouco antes de ser preso, o Senhor Jesus orou ao Pai, dizendo: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26:39). Ao dizer “se possível”, o Senhor demonstrou desejar que houvesse outro meio de cumprir a vontade do Pai, porque sabia que a crucificação Lhe traria muito sofrimento; mesmo assim, Ele se submeteu ao Seu desígnio. Que em nosso viver diário venhamos a nos submeter à vontade de Deus, ainda que isso nos custe dor e sofrimento. Olhemos para o Senhor, Ele é o nosso modelo!

16 abril, 2012

REFLETINDO.

Ansiedade
"NÃO ANDEIS ANSIOSOS DE COISA ALGUMA"(FILIPENSES 4:6,7).

Todos nós supomos que há muitas desculpas para ficarmos ansiosos, mas Deus
não admite nenhuma razão para a nossa ansiedade. Para Deus toda ansiedade é
sem motivo e por isso nos instrui: "Não andeis ansiosos de coisa alguma" (Fp
4:6). Nenhuma ansiedade é legítima e permitida por Deus.
"Em tudo porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela
oração e pela súplica, com ações de graça" (Fp 4:6). Seria bom colocarmos
nas mãos de Deus todo o que enfrentamos. ORAR É UM PRIVILÉGIO DE TODO
CRISTÃO. Podemos orar não só por grandes e pequenas coisas, mas podemos orar
por tudo.

Temos Aquele a quem podemos tornar conhecidas as nossas petições, Aquele em
que podemos confiar e que carregará o nosso fardo. Não precisamos nos
preocupar, porque podemos confiar tudo a Deus pela oração. A ORAÇÃO É A
NOSSA SAÍDA, DEUS É A NOSSA SAÍDA.
De acordo com Filipenses 4:6 além da oração e súplica, também temos as ações
de graça. Precisamos nos lembrar: tudo o que nos sobrevêm e é colocado em
nossas mãos são provenientes das mãos que foram transpassadas e, é ordenado
pelo Senhor que morreu por nós. Por isso, podemos de antemão agradecer a
Deus: "Ó Deus, Tu não podes errar".
Orar é ganhar algo de Deus, ao passo que dar graças é apresentar-lhe nossa
oferta de ações de graça.

1 Pedro 5:7 diz-nos: "Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele
tem cuidado de vós". Isaías 53:4: "Certamente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si".
Perceba que, exatamente agora, Deus quer que você lance sobre Ele tudo o que
te preocupa. Hoje, você não precisa preocupar-se mais! (Mateus 6:25-34;
Mateus 10:29-31).

"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos
corações e as vossas mentes em Cristo Jesus" (Filipenses 4:7).
Deus ordena que em tudo, pela oração, súplica e ações de graça, tornemos
conhecidas as nossas petições a Ele. Ele também promete que permitirá que a
Sua própria paz haja como soldados a nos guardar, excluindo assim, todos os
distúrbios, intolerâncias e inquietações exteriores. Realmente, a paz de
Deus é a paz que transcende o nosso entendimento, você jamais imaginou tal
coisa. Se confiarmos Nele em tudo, a paz que homem algum pode imaginar irá
guardar nosso coração, capacitando-nos assim a atravessar com segurança toda
tempestade no mar que é este mundo. "Guardará os vossos corações e as vossas
mentes", não quer dizer guardar o ambiente ao seu redor, nem eliminar as
perturbações à sua volta, antes, quer dizer trazer paz ao seu coração.

(Fonte: Doze Cestos Cheios, Editora Árvore da Vida, volume 1)

A determinação do Senhor em ir para Jerusalém

E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém (Lc 9:51).
Mt 16:21-23; Jo 12:24: Rm 7:13

Quando o Senhor Jesus expressou pela primeira vez o desejo de ir para Jerusalém, Pedro tentou impedi-Lo (Mt 16:21). A atitude de Pedro se devia ao fato de ele amar o Senhor como Seu mestre. Ele não queria que o Senhor sofresse nas mãos dos principais sacerdotes e escribas, fosse condenado e morto; por isso, chamando-O à parte, começou a reprová-Lo dizendo: “Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá” (v. 22).
Pedro tinha um bom coração, e, embora sua intenção fosse preservar a vida do Senhor, suas palavras eram provenientes do lado bom de sua vida da alma. Como sabemos, Satanás também se aproveita dessas “boas intenções” para tentar impedir Deus de cumprir Sua vontade. O Senhor, porém, discerniu a origem das palavras de Pedro e, voltando-se, disse-lhe: “Arreda, Satanás!” (v. 23).

Satanás, o inimigo de Deus, intentou fazer com que Jesus não fosse a Jerusalém porque sabia que aquela era a vontade de Deus. Ele sabia que, se Jesus morresse, produziria muitos filhos (Jo 12:24).

A exemplo do que ocorreu com Pedro, precisamos aprender a seguinte lição: quando vivemos pela vida da alma, damos chance para sermos usados por Satanás e, com isso, impedimos o cumprimento da vontade de Deus em nossa vida. Devemos atentar para o perigo que se esconde em nossas boas intenções, opiniões, costumes etc. (Rm 7:13).

Com a ida do Senhor Jesus para Jerusalém e Sua posterior morte, o problema dos pecados do homem, bem como seu velho homem, seriam solucionados na cruz. Além disso, a morte do Senhor traria vida ao homem (Ef 2:1). Todavia, se o Senhor não fosse até a cruz, o nosso velho homem ainda estaria totalmente vivo; se não derramasse Seu sangue na cruz por nós, os pecados ainda estariam em nós. Se Ele não fosse crucificado e traspassado, não liberaria a água que saiu de Seu lado, que representa a vida divina dispensada para nos gerar.

Por saber dos benefícios que a ida do Senhor Jesus a Jerusalém traria ao homem, Satanás, com sua astúcia, tentou impedi-Lo por meio do lado bom da alma de Pedro. O Senhor não repreendeu Pedro, como se pedisse licença para fazê-lo: “Pedro, retira-te daqui”. O Senhor sabia que as palavras de Pedro eram obra de Satanás, usando a boa parte do ser natural de Pedro, para tentar impedi-Lo de ir até a cruz.

O lado mau de nosso ser natural é facilmente percebido e rejeitado. No entanto o lado bom é quase imperceptível, e, por essa razão, Satanás, constantemente, faz uso dele. Por vezes, nossa atitude se assemelha muito à de Pedro quando expressou compaixão dizendo: “Ó Senhor, tem misericórdia de Ti mesmo. Você não vai ser crucificado porque não merece! Você é meu mestre, eu não vou permitir que isso aconteça”.

O Senhor Jesus, porém, estava determinado a ir para Jerusalém porque sabia que aquela era a vontade de Deus. Mesmo sabendo que Sua ida Lhe custaria muito sofrimento por parte dos anciãos, principais sacerdotes e escribas, Ele não recuou. Além disso, Ele sabia que seria crucificado e morto; mesmo assim, não desistiu, mas prosseguiu resoluto em cumprir a vontade do Pai. Louvado seja o Senhor por Sua determinação, pois ela resultou no perdão de nossos pecados, o fim do velho homem e o recebimento da vida de Deus por todos os que Nele creem. Que sejamos resolutos como o Senhor em cumprir a vontade de Deus.

15 abril, 2012

REFLETINDO

Nunca se defenda

Todos nós nascemos com o desejo de defender-nos. E, caso insista em defender a si mesmo, Deus permitirá que você o faça. Porém, se você entregar sua defesa a Deus, então, Ele o defenderá. Ele disse a Moisés certa vez: "Serei inimigo dos teus inimigos e adversários dos teus adversários" (Êx 23.22).

Muito tempo atrás, o Senhor e eu chegamos juntos ao capítulo 23 do livro de Êxodo, e Ele me mostrou essa passagem. Já faz trinta anos que ela tem sido uma fonte de bênçãos indizíveis para mim. Não tenho de lutar. O Senhor é Quem luta por mim. E Ele certamente fará o mesmo por você. Ele será o Inimigo dos seus inimigos e Adversário de seus adversários, e você nunca mais precisará defender a si mesmo.

O que defendemos? Bem, defendemos nosso serviço e, particularmente, defendemos nossa reputação. Sua reputação é o que os outros pensam que você é, e se surgir alguma história sobre você, a grande tentação é tentarmos correr para acabar com ela. Mas, como você bem sabe, tentar chegar até a fonte de uma história assim é uma tarefa inútil. Absolutamente inútil! É como tentar achar o passarinho, depois de ter encontrado uma pena no gramado. Não poderá fazer isso. Porém, se se voltar completamente ao Senhor, Ele o defenderá completamente e providenciará para que ninguém lhe cause dano. "Toda arma contra forjada contra ti, não prosperará", diz o Senhor, "toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás" (Is 54.17).

Henry Suso foi um grande crente em dias passados. Um dia, ele estava buscando o que alguns crentes têm-me dito que também estão buscando: conhecer melhor a Deus. Vamos colocar isso nestes termos: você está procurando ter um despertamento religioso no íntimo de seu espírito que o leve para as coisas profundas de Deus. Bem, quando Henry Suso estava buscando a Deus, pessoas começaram a contar histórias más sobre ele, e isso o entristeceu tanto que ele chorou lágrimas amargas e sentiu grande mágoa no coração.

Então, um dia, ele estava olhando pela janela e viu um cão brincando no terraço. O animal tinha um trapo que jogava por cima de si, e tornava a alcançá-lo apanhando-o com os dentes, e corria e jogava, e corria e jogava muitas vezes. Então, Deus disse a Henry Suso: "Aquele trapo é sua reputação, e estou deixando que os cães do pecado rasguem sua reputação em pedaços e a lancem por terra para seu próprio bem. Um dia desses, as coisas mudarão".

E as coisas mudaram. Não demorou muito tempo até que os indivíduos que estavam atacando a reputação de Suso ficassem confundidos, e ele foi elevado a um lugar que o transformou num poder em seus dias e numa grande bênção até hoje para aqueles que cantam seus hinos e lêem suas obras.


Fonte: Artigo extraído do livreto "Cinco Votos Para Obter Poder Espiritual", de A. W. Tozer, Editora dos Clássicos.

Desenvolver a salvação com temor e tremor

E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras (Ap 22:12)
Mt 16:22-23; Jo 12:27; Fp 2:12

A igreja é o ambiente onde a vida de Deus, em nós semeada, pode crescer e amadurecer. Como temos visto, a igreja não é um lugar para debatermos diferentes opiniões, mas para abrirmos mão do ego e seguirmos o Senhor. Isso significa que, mesmo aquilo que nos parece bom, pode se tornar um empecilho ao mover de Deus, nos impedindo de cumprir Sua vontade.
Vimos na semana anterior o exemplo de uma opinião aparentemente boa, mas com a capacidade de frustrar o plano de Deus, na ocasião em que Pedro começou a reprovar o Senhor Jesus, quando Ele falou acerca da necessidade de ir a Jerusalém para ser crucificado. Naquele caso, a opinião de Pedro, influenciada por sua vida da alma, possibilitou que Satanás encontrasse uma brecha para tentar o Senhor com o sentimento de autocompaixão a não fazer aquilo que o Pai determinara para Ele (Mt 16:22-23; Jo 12:27).

Diante disso, em nós deve haver o temor de Deus quando emitimos qualquer opinião na igreja, mesmo sendo boa. Quando estamos no espírito, nossa opinião pode ser útil a Deus, pois Ele é sua origem (cf. 1 Co 7:40). Porém, quando vivemos na alma, nossa opinião pode ser usada por Satanás para tentar criar uma barreira ao mover de Deus, à propagação do evangelho do reino.

Que o Senhor tenha misericórdia de nós, para desenvolvermos nossa salvação com temor e tremor (Fp 2:12). Não devemos jamais agir contra o mover do Espírito de Deus, tampouco influenciar outros irmãos com esse procedimento. Se impedirmos os outros de pregar o evangelho do reino, responderemos por isso diretamente ao Senhor. Esse é um grave pecado. Tenhamos em mente que prestaremos contas ao Senhor de todas as nossas obras, por ocasião do julgamento no tribunal de Cristo.

Sejamos aqueles que, no reino milenar, obtêm o galardão, não a disciplina (Ap 22:12). Para isso, hoje devemos perseverar em seguir o Senhor conforme Ele nos revelou em Sua Palavra (Mt 24:13).

14 abril, 2012

REFLETINDO

Na presença do Senhor

Deus não se move na terra se a igreja não orar. Orar é mover o braço de Deus. 0 Pai deu toda a autoridade ao Filho e este, à igreja. De modo que o que a igreja ligar aqui na terra, terá sido ligado nos céus e o que a igreja desligar na terra terá sido desligado nos céus (Mateus 16:19).

Além do aspecto de a oração mover o braço de Deus, há também o aspecto de propiciar oportunidade para Deus e o homem desfrutarem da presença um do outro. Você sabia que Deus quer nossa presença com Ele em todo o tempo? Sabemos que precisamos da Sua, mas Ele também precisa da nossa. Por isso, a Bíblia fala de orarmos sem cessar (1 Tessalonicenses 5:17). Por quê? Porque Ele deseja estar em comunhão conosco o tempo todo, e não só quando temos problemas. Esse é o significado da oração. 0 Salmista disse: “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delicia perpetuamente" (Salmo 16: 11).

Multas vezes só oramos quando nossa vida é acometida por problemas: enfermidades, perdas e frustrações; nessas horas nos curvamos diante de Deus e oramos desesperadamente; quando Deus ouve nossa oração e resolve nossos problemas, ficamos felizes, paramos de orar e vamos viver nossa vida até esquecermos de permanecer em Sua presença.

No Antigo Testamento, o povo de Israel também fazia isso. Só um exemplo: quando José, filho de Jacó, foi ao Egito, Faraó confiou-lhe tudo em suas mãos para que ele pudesse governar sobre todo o Egito, e Faraó também deu Gósen, a melhor terra do Egito, para Israel habitar (Gênesis 47:6,11,27). Israel permane-ceu nessa terra, e lá foram fecundos, multiplicaram e esqueceram-se de Deus por um período de 430 anos (Êxodo 12:40,41), até que Deus permitiu que surgisse outro Faraó que não conhecera José. Esse rei usou de astúcia e os afligiu com cargas, fazendo o povo de Israel sofrer muito com trabalho escravo, praticamente (Êxodo 1:7-10). Daí, Israel se lembrou de Deus e começou a clamar por Ele, e Deus ouviu seu clamor (Êxodo 2:23;3:7) e preparou um homem chamado Moisés para tirar o povo do Egito. Por que Deus fez isso? Deus queria que o povo de Israel se lembrasse novamente e voltasse a depender Dele em tudo.

Moral da história: é muito fácil esquecermos de Deus quando estamos bem e, infelizmente, acabamos afastando-nos de Sua presença. Mas Deus nunca se esquece de nós. Pelo contrário, está sempre desejoso de nossa presença. É Ele mesmo que muitas vezes permite surgirem necessidades em nossa vida, para fazer-nos voltar à Sua presença em oração, clamando por Seu nome, e, assim, somos trazidos de volta a Ele. Que o Senhor nos leve a lembrar sempre de invocar Seu precioso nome em cada instante de nossa vida!

Fonte: Jornal Árvore da Vida

Seguir Aquele que nos amou

O amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Co 5:14-15)
Gn 3:23-24; Mt 11:12; 20:18-19; Rm 4:25; 6:6; 1 Co 6:11; 2 Co 5:17

O Senhor Jesus foi à cruz voluntariamente. Em Mateus 20:18-19, Ele descreveu o que aconteceria, referindo-se à sua crucificação: “Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado; mas, ao terceiro dia, ressurgirá”.

Devemos nos lembrar de tudo o que o Senhor passou a fim de morrer em nosso lugar (Is 53:3-5). Por amor a nós, Ele Se entregou aos principais sacerdotes e aos escribas, que O condenaram à morte; além disso, ainda O entregaram aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado.

Graças ao Senhor por Sua morte na cruz. Semanalmente, a igreja se reúne para celebrar a mesa do Senhor em memória Dele. Assim, nos lembramos de como Sua obra redentora nos alcançou, mediante o amor e a misericórdia de Deus. Éramos pecadores, mas o Senhor nos iluminou e nos salvou pela fé, perdoando todos os nossos pecados. Por meio da morte do Senhor na cruz e do derramamento de Seu sangue, Ele não apenas nos resgatou da perdição e nos justificou (1 Co 6:11), como também eliminou a velha criação (Rm 6:6; 2 Co 5:17).

Louvamos e adoramos ao Senhor, pois em nosso lugar Ele cumpriu as justas exigências de Deus, restaurando-nos a glória, a justiça e a santidade divinas que haviam sido perdidas quando o homem e a mulher foram expulsos do jardim do Éden (Gn 3:23-24). Quando nos lembramos do Senhor dessa forma, somos constrangidos, por Seu amor, a segui-Lo e a consagrar-nos a Ele.

Além disso, Seu amor nos constrange a cumprir a incumbência que nos foi confiada por Ele: pregar o evangelho do reino em todo o mundo. A fim de cumprirmos essa incumbência, o Senhor nos revelou duas ferramentas importantes: uma delas é o bookafé e a outra são os colportores. Em ambas, o objetivo é tornar o evangelho do reino disponível e acessível, ao alcance de todos.

Essa maneira de pregar o evangelho requer um esforço para que deixemos de lado os velhos conceitos acerca dos locais de reuniões das igrejas, bem como da maneira tradicional de convidar as pessoas para estar em nosso meio a fim de ter a mesma revelação que tivemos. Para que o evangelho do reino se torne acessível, precisamos abrir mão daquilo que aprendemos no passado e que não mais serve para levar adiante o encargo do mover atual de Deus. Precisamos nos esforçar, negando a nós mesmos, pois os que se esforçam se apoderam do reino (Mt 11:12).

13 abril, 2012

O galardão dos que seguem o Senhor.

Todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe ou mulher, ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna (Mt 19:29)

Mt 6:33; 19:28; Rm 10:13; Ef 2:1; Fp 2:12

Louvado seja o Senhor! Ele nos deu vida, e nosso espírito foi salvo quando cremos Nele, invocando Seu nome (Rm 10:13; Ef 2:1). Após recebermos Sua vida, devemos prosseguir invocando o nome do Senhor para que ela alcance também a nossa alma. Não podemos nos considerar satisfeitos apenas com a salvação do espírito, pois a Palavra nos mostra a necessidade de desenvolvermos nossa salvação (Fp 2:12).
Para desenvolver a salvação, seguindo o Senhor, precisamos negar a nós mesmos. A vida da alma é o resultado do engano e da influência maligna da serpente sobre a mulher (2 Co 11:3). Por isso ela é uma barreira para nós mesmos, para o mover de Deus e para os irmãos avançarem em seu viver de igreja. Devemos estar dispostos a eliminá-la todas as vezes em que ela se manifestar. Isso é tomar a cruz.

Pode ser que no início de nossa consagração e serviço ao Senhor estivéssemos realmente dispostos a negar a nós mesmos e tomar a cruz, vivendo e andando no espírito. Porém, com o passar do tempo, a vida da alma possivelmente abafou o espírito, e, em razão disso, surgiram problemas com outros irmãos no serviço ao Senhor, na igreja. Por essa razão, precisamos sempre ser lembrados da necessidade de negar a nós mesmos para seguir o Senhor.

Além disso, conforme a determinação do Senhor, todos aqueles que O seguem receberão o galardão no mundo vindouro. Em Mateus 19:28 lemos que, na regeneração, o Filho do Homem premiará aqueles que O tiverem seguido. Esse tempo, chamado “regeneração”, se refere à época em que já teremos nossa alma permeada com a vida de Deus que está em nosso espírito. Essa é a nossa meta, nosso objetivo na prática da igreja.

O galardão mencionado no versículo 28 é assim descrito: “Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel”. Essa palavra foi dirigida aos judeus daquela época, por isso é uma tipologia do reino dos céus. No Novo Testamento, o reino dos céus se refere ao mundo que há de vir, cujo governo não será entregue pelo Senhor a anjos, mas a homens (Hb 2:5).

Se quisermos ser pessoas capacitadas a reinar com o Senhor, busquemos em primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça (Mt 6:33). Essa é a condição para ganhar o galardão: dar prioridade ao reino dos céus, fazendo a vontade de Deus na terra: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe ou mulher, ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna” (19:29).

12 abril, 2012

A principal eficácia da cruz

Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos (Rm 6:6)

Jo 14:26; 19: 25-26; 33-34; Rm 6:6

A eficácia da morte do Senhor na cruz não foi apenas nos perdoar os pecados, mas eliminar a vida da alma, também chamada de velho homem (Rm 6:6). Essa é a principal função da cruz: eliminar o nosso ego. Como temos visto, por um lado o ego é o nosso eu; por outro, são nossas próprias opiniões. Nenhum desses aspectos serve para fazer a vontade de Deus.
Após a morte do Senhor Jesus, o sangue foi derramado para propiciar o perdão dos pecados, e a água foi vertida, dispensando a vida de Deus para nos gerar. João percebeu esses dois aspectos da crucificação porque estava bem próximo da cruz (Jo 19:25-26). Ele também notou a ordem dos acontecimentos: no primeiro momento, o Senhor Jesus morreu; depois, o seu lado foi aberto, de onde fluiu sangue e água (vs. 33-34).

No passado tínhamos um conceito tradicional sobre isso: pensávamos que o Senhor Jesus derramara todo o Seu sangue antes de morrer. Porém, pela descrição atenta de João, que presenciou os fatos de perto, notamos que primeiro houve a morte do Senhor; depois, o derramamento de sangue e água. Na morte do Senhor, nosso velho homem foi crucificado, ou seja, a fonte dos nossos problemas, que é a vida da alma, foi crucificada para dar lugar ao novo homem (Rm 6:6). O problema dos pecados foi resolvido somente depois, pelo derramamento do sangue. O mesmo ocorreu com a geração da igreja, que veio do fluir da vida, ou seja, da água vertida do lado do Senhor.

Assim, vemos que, na crucificação e na morte do Senhor, a prioridade foi eliminar a vida da alma. Conforme o Evangelho de João, a primeira eficácia da crucificação é eliminar o nosso ego. Também é importante a solução dos problemas dos pecados, mas isso aconteceu depois. Pelos escritos de João, registrados muitos anos após os acontecimentos, o Espírito fez lembrar a intenção de Deus implícita na ordem desses fatos e nos revelou essa palavra (Jo 14:26). Logo, aos olhos de Deus, os problemas causados pela vida da alma são mais graves que os problemas oriundos dos pecados.

O apóstolo João foi útil à obra de Deus no final de sua vida, porque na juventude acompanhou o Senhor Jesus de perto, e, na maturidade, o Espírito lhe revelou muitas coisas acerca do plano de Deus. Durante os vinte anos do exílio de João, ele recebeu revelação por parte do Espírito Santo, sendo lembrado de todas as palavras que o Senhor Jesus havia dito. Depois de sua libertação, João foi enviado para a igreja em Éfeso, a quem prestou grande ajuda por ministrar aos irmãos Espírito e vida.

O Espírito Santo utilizou João de uma maneira nova, não só em seu serviço à igreja em Éfeso, mas também por meio de seu evangelho e epístolas. Devemos dar especial atenção às palavras registradas por João, pois, por meio delas, o Espírito também deseja nos falar.

11 abril, 2012

Servir à igreja em unanimidade.

Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4:3)

Rm 5:10; 6:6; 14:17; Gl 5:14; Ef 2:1-3; 4:17; Cl 2:14; 1 Pe 1:18-19

Quando decidimos seguir o Senhor, não podemos viver pela vida da alma nessa trajetória. A vida da alma é um empecilho ao propósito de Deus, porque, quando a preservamos, ficamos confusos quanto à Sua vontade revelada na Palavra. Quando, porém, vivemos e andamos no espírito, somos abençoados, e a igreja onde estamos também.

Aqueles que servem a igreja devem cuidar para sua vida da alma não se impor. Caso contrário, não somente alguns irmãos, mas toda a igreja poderá sofrer dano. Noutras palavras, nosso serviço a Deus não deve ser a expressão de nossa alma, mas sim o resultado de tomarmos a cruz.

Satanás, o príncipe deste mundo, espera que sejamos guiados pela vaidade dos nossos pensamentos (Ef 2:1-3; 4:17), para que, no serviço a Deus, percamos a unanimidade, tenhamos problemas, conflitos e discussões.

O Senhor Jesus já providenciou a solução para essas questões. Ele foi à cruz em nosso lugar, cancelando o registro de nossos pecados (Cl 2:14), crucificando a carne com suas paixões e concupiscências (Gl 5:14) e eliminando o velho homem (Rm 6:6). Pelo sangue precioso de Cristo, fomos resgatados do nosso fútil procedimento (1 Pe 1:18-19). Logo, ao servirmos a igreja, estamos aptos a abrir mão de nosso ego, inclusive da própria opinião, a fim de oferecer um serviço agradável a Deus, fruto da unanimidade entre os irmãos.

O Senhor conhece as nossas dificuldades, por isso exige que neguemos a nós mesmos para segui-Lo. Agora, nós é que precisamos perceber que as dificuldades em seguir o Senhor são causadas pela vida da alma. Já fomos purificados e resgatados pelo sangue precioso de Cristo. Também já nos reconciliamos com Deus e recebemos Sua vida (Rm 5:10). Assim, nos resta seguir o Senhor, negando a nós mesmos, para que a igreja seja ricamente abençoada, expressando um reino de justiça, alegria e paz (14:17).

10 abril, 2012

O significado de seguir o Senhor.

Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará (Jo 12:25-26)

Mt 16:24; Mc 9:7; Gl 2:19; 6:14; Ef 4:3; 2 Co 5:14-15


Graças ao Senhor, após sermos purificados pelo Seu sangue, ganhamos a presença de Deus e o direito de participar do viver da igreja. Agora, a vida divina em nós gerada pode crescer e amadurecer. O caminho para isso ocorrer é seguir o Senhor, o que implica negar a nós mesmos e tomar a cruz (Mt 16:24). Quando praticamos isso, temos a realidade da vida da igreja.

Como já vimos, a igreja não é um prédio físico nem uma organização para controlar a conduta das pessoas, mas um ambiente propício para que aqueles que desejam seguir o Senhor possam fazê-lo. Seguimos o Senhor porque reconhecemos que já morremos com Cristo, isto é, que fomos crucificados com Ele (2 Co 5:14-15; Gl 6:14).

O significado de seguir o Senhor é ouvir somente a Ele (Mc 9:7). O problema é que, do ponto de vista da vida da alma, temos diferentes opiniões, até mesmo a respeito da Palavra de Deus. Quando damos ouvidos a todo tipo de opinião e questionamento, não conseguimos seguir o Senhor. Por isso, se queremos segui-Lo, devemos fazer a nossa parte, dando ouvidos apenas ao Senhor. Principalmente quem serve a igreja deve ouvir apenas o Espírito e não ser dominado pela alma. Isso é a vida normal da igreja.

Se alguém deseja seguir o Senhor, precisa negar a si mesmo (Jo 12:25-26). Negar o ego possui dois aspectos: o primeiro é nossa própria pessoa; o segundo, nossas opiniões. Ao seguir o Senhor, muitas vezes abrimos mão de características próprias de nossa personalidade; outras vezes, deixamos de lado nossa opinião. É normal que isso ocorra, porque a disposição de nossa alma, ainda não transformada por Deus, bem como nossas opiniões, podem se tornar um estorvo à Sua vontade. Quando levamos em conta as dificuldades causadas pela nossa vida da alma, já temos motivos suficientes para odiá-la a fim de seguir o Senhor.

Tomar a cruz significa identificar-se com a crucificação do Senhor, reconhecendo que ela também foi nossa própria crucificação (Gl 2:19). Isso significa que, quando Ele foi crucificado, nossa vida da alma também o foi. Se admitirmos isso, nossa alma será colocada em seu devido lugar, ou seja, em submissão à vida divina que está em nosso espírito.

Na igreja, procuramos seguir o Senhor. Por isso o Espírito Santo está constantemente nos mostrando o perigo da vida da alma e a necessidade de rejeitá-la. Assim, quando notamos que ela se manifesta, temos a oportunidade de nos arrepender imediatamente. O arrependimento diz respeito não somente ao reconhecimento dos nossos erros, mas também da real condição de nossa alma diante de Deus. Aproveitemos, então, cada oportunidade de arrependimento, para negar a nós mesmos e tomar a cruz