01 setembro, 2012

Para Meditar...


Somente Cristo - Watchman Nee




Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então sabereis que Eu sou. (Jo 8:28)
Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então vós também sereis manifestados com Ele, em glória. (Cl 3:3-4)
Pois nele foram criadas todas as cousas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam trono, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as cousas. Nele tudo subsiste. Ele é o cabeça do corpo, da igreja. Ele é o principio, o primogênito entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia, porque aprouve a Deus que nele residisse toda a plenitude, e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as cousas, quer sobre a terra, quer nos céus. (Cl 1:16-20)

O conceito e a petição do homem

A dádiva que recebemos da mão de Deus é Seu Filho, Jesus Cristo. No entanto, bastante variada é a compreensão de muitos com respeito ao Senhor Jesus. Se você me permite dizer, dentre os filhos de Deus alguns consideram o Senhor Jesus como uma dádiva de Deus, enquanto que outros O apreciam como a única dádiva de Deus. Alguns recebem o Senhor Jesus como sua própria dádiva, pois crêem que há muitas dádivas além Dele - dádivas que podem passar por milhares ou dezenas de milhares de números; enquanto que outros confessam o Senhor Jesus como o dom de Deus, ou seja, Ele é o único dom de Deus.
Muitos recebem o Senhor Jesus e são, então, salvos. Mais tarde, porém, aprendem que ainda possuem muitas deficiências e necessidades. Alguns podem descobrir que seu temperamento irascível persiste mesmo após serem salvos; outros notam que seu orgulho os segue; enquanto outros percebem que sua covardia permanece com eles.
Na experiência dos filhos de Deus é freqüentemente observado que muitos, após terem sido salvos, perguntam, esperam, crêem e oram diante de Deus com respeito a muitas dádivas, as quais eles recebem no devido tempo. E eles numeram a Cristo entre as fileiras dessas muitas dádivas considerando-O como umas das dádivas de Deus apesar de admitirem que Ele é o primeiro e Aquele que vai à frente dos dons de Deus. É bastante surpreendente que notamos nossas necessidades quando começamos a seguir ao Senhor. No entanto, não somos nós já cristãos? Por que, então, deveríamos estar necessitados? No entanto é assim que nos sentimos de fato. Somos novos cristãos mas com deficiências, elas não são apropriadas, portanto nós lutamos para tratar com elas.
Nós oramos e esperamos, cremos e desejamos, e mais ainda, obtemos o que necessitamos. E certamente sentimos bem quando vencemos nossa deficiência especial. Nosso coração se regozija no fato de que obtivemos uma dádiva.
Ora, neste tipo de situação muitos filhos de Deus compreendem o dom e a graça de Deus, compreendem a graça de Deus como aquilo que reabastece a nossa necessidade. Na verdade, um certo número de pessoas provavelmente dirá: para o que mais é a graça de Deus, se não é para preencher a nossa falta? Eu tenho aqui uma Bíblia com mil páginas. Está faltando a página que pede a Deus para me reabastecer com Sua graça (se de fato existe tal página). Em outras palavras, o que me falta são apenas pedaços, mas serei completo quando este pedaço for preenchido. Algumas pessoas precisam de dez pedaços porque é disto que têm falta. Meu amor pessoal é provavelmente quase perfeito, apesar de que seria ainda melhor se um pouco de humildade e de paciência fossem adicionados. Eu posso ainda precisar desses bocados, mas serei perfeito após eles serem acrescentados. O conceito do homem é sempre uma questão de falta ou necessidade; em conseqüência, ele geralmente pede a Deus por esse suprimento especifico.
A situação é, portanto, como se segue. Todas as cousas nos faltam e por elas pedimos; objetos que podem ser contados em números. Declaramos que estamos em falta disto ou daquilo e que, se apenas Deus suprisse esta necessidade, tudo ficaria bem conosco. Suponha que necessitamos de paciência. Qual tipo de paciência exatamente nós esperamos ter? Nossos olhos raramente se elevam aos céus buscando o nosso padrão; ao contrário; geralmente olhamos ao nosso redor: "Que pena que não sou tão bom como fulano-de-tal! Ele é tão paciente, enquanto eu sou tão genioso. Ele é tão gentil, enquanto que eu sou tão orgulhoso. Gostaria que eu pudesse ser tão paciente e gentil como Ele é." Há algum tempo atrás, sendo a primeira vez que orei após a minha salvação, pedi a Deus que me desse uma Bíblia como a que certo irmão tinha. Freqüentemente nós só conseguimos orar pelo que vemos concernente a outros. Somos incapazes de pedir algo do céu que nunca vimos. Nós, portanto, oramos por paciência ou por humildade, assim como as que uma certa pessoa possui. Já retratamos em nossa mente o que é humildade ou paciência.
Posso te fazer uma pergunta conjectural? Você ficaria feliz se, logo após crer no Senhor, Deus tomasse a paciência de uma certa pessoa e a depositasse em você? Muito provavelmente você se consideraria perfeito e plenamente satisfeito com tal adição.
Você vê a paciência como uma coisa, aquilo que outros possuem. Uma vez que existe tal característica chamada paciência entre irmãos e irmãs, você também deseja ter tal característica. Freqüentemente você passa a se odiar porque foi mal compreendido por causa do mau gênio. Quão bom seria se você apenas tivesse aquilo que outra pessoa tem. Por esta razão, muitos filhos de Deus admiram a paciência como se ela fosse uma coisa; ou seja, eles anseiam por algo assim como um temperamento controlado. Para eles, paciência é algo que Deus tem, que algumas pessoas aqui na terra têm, mas eles não possuem. A sua necessidade urgente é de terem a paciência adicionada a eles, fazendo-os assim pessoas pacientes também. Aqui está a diferença básica entre um cristianismo defeituoso e um cristianismo real. Muitos do povo de Deus buscam algo que parece estar em todos os lugares, exceto em suas próprias vidas. Eles notam que uma pessoa aqui, outra ali, e outra em algum lugar o tem, mas eles não. Eles buscam, portanto, uma coisa, algo na terra. Tal é o conceito comum no cristianismo. As pessoas perseguem então possuem algum item. Elas se alegram e ficam gratas por aquela coisa que obtiveram.

Cristo Somente

O que muitos falham em reconhecer é que na esfera espiritual nada há além de Cristo. Não há paciência, nem humildade, nem luz no mundo espiritual; essas coisas não existem. É Cristo somente.
Em vista disso, precisamos ter mais operação de Deus em nossas vidas. Quando somos salvos nos foi mostrado que o que necessitávamos era de Cristo, não de obras. Fomos salvos através de Cristo, não de obras, Fomos salvos através de Cristo e não por nossos esforços. Semelhantemente deveríamos ter uma drástica e cabal revelação assim em nossas preocupações vigentes; ou seja, que precisamos de Cristo, não de coisas. Assim como várias questões foram eliminadas quando nós cremos, muito mais questões que devem ser totalmente naufragadas hoje. Sendo que a única diferença é que o que foi destruído no início eram pecados, enquanto que o que deve ser demolido posteriormente são coisas espirituais. No início, o nosso orgulho, ciúme, vangloria, mau-gênio, ou algum outro pecado foi destruído, hoje nossa paciência, humildade e auto estilo de santidade devem também ser destruídos para que possamos entender que Cristo é a nossa vida e o nosso tudo. Quão vastamente oposto é este cristianismo do cristianismo que as pessoas geralmente concebem.
Um certo número de irmãos e irmãs sempre vêm conversar comigo e me fazer várias perguntas. Você pode estar entre estes, os quais se consideram melhores do que muitas outras pessoas, mas eu temo que você permaneça o mesmo por toda a sua vida, porque o que você tem em si mesmo são apenas coisas. Com respeito a paciência, você é muito paciente; com respeito a humildade, você é, com certeza, bastante humilde; você é brilhante em realizar tarefas e muito bom em sua conduta. Você ama e tem desejado sempre perdoar. De acordo com o padrão do homem, em que outro lugar alguém pode encontrar um cristão bom assim? Mesmo assim eu tenho que lhe dizer de frente que o que você tem em si mesmo são meras coisas. Você tem que chegar a conclusão, diante de Deus, que o que é espiritual não é uma coisa, mas é o Senhor Jesus Cristo. Não é aquilo que você tem, nem o que você pode fazer, nem ainda o que você pode obter, mas somente o que Cristo é. A não ser que Ele se torne aquela coisa em sua vida, nada mais é de qualquer valor espiritual. No mundo espiritual, nada há senão Cristo, uma vez que Ele é o tudo de Deus.

Cristo é a Vida

Seguindo as palavras "Eu sou o caminho e a verdade", O Senhor continua com "e a vida". Estamos atentos ao fato de que a vida resulta espontaneamente em trabalho, mas que o trabalho não pode ser um substituto da vida. Temos que deixar bastante claro aqui que o trabalho não é vida - pois a vida não requer esforço, a vida é o próprio Cristo. Como as pessoas labutam para serem cristãs! Como ficamos esgotados por nos esforçarmos diariamente! Bastantes severas são essas doutrinas, pois elas nos demandam ser humildes, gentis, clementes e longânimos. Elas literalmente nos esgotam. Muitos admitem que ser um cristão é uma difícil tarefa. Isto é verdadeiro especialmente para com os novos crentes. Quanto mais eles tentam, mais difícil se torna. Havendo tentado por um período de tempo, eles não apresentam qualquer semelhança com um cristão. Irmãos, se Cristo não é vida, nós temos que fazer o trabalho; mas se Ele é vida, então não precisamos pelejar. Repetidamente dizemos que a vida é o próprio Cristo, e que o trabalho não pode substituir a própria vida.
Existe um grande erro difundido entre os filhos de Deus. Muitos consideram a vida como algo que eles precisam produzir em sua própria força, ou senão não há vida. O que todos nós deveríamos compreender é que se existe vida não haverá a menor necessidade de nossa própria realização, mas essa vida fluirá naturalmente. Considere por um momento como os nossos olhos vêm e nossos ouvidos ouvem. Nossos olhos vêem bastante naturalmente e nossos ouvidos ouvem espontaneamente porque existe vida neles. Temos que ter clareza neste ponto: a vida flui naturalmente em serviço, mas o serviço nunca é um substituto para a vida. Algumas vezes o serviço prova, ao contrário, ausência de vida ou fraqueza de vida. A vida resultará em boa moral, mas a boa moral não é páreo para a vida. Por exemplo, um irmão pode ser muito gentil, moderado e reservado. Alguém o louvaria dizendo: "A vida deste irmão não é má." Não, ele usou a terminologia errada. Pois o Senhor diz: "Eu sou a vida". Não importa o quão gentil, moderado e reservado este irmão possa ser, se essas coisas não vêem de Cristo, elas não são reconhecidas como sendo vida. É perfeitamente correto dizer que este homem possui um bom temperamento ou que ele raramente causa qualquer problema, ou que ele sempre trata as pessoas bondosamente e nunca briga; mas não pode ser dito que ele tem uma vida espiritual rica. Se estas coisas são naturais para ele, elas não são vida, pois elas não vêm de Cristo.
Outras pessoas abrigam outro pensamento. Elas concluem que a vida é o poder. Ter o Senhor como nossa vida significa receber poder Dele para fazer o bem. No entanto, Deus nos mostra que o nosso poder não é uma coisa, é simplesmente Cristo. Nosso poder não é a força para realizar coisas, mas em vez disso é uma Pessoa. Vida para nós não é apenas poder, mas também uma Pessoa. É Cristo que manifestou a Si mesmo em nós, em vez de nós utilizarmos a Cristo para exibir as nossas boas obras.
Certa vez um irmão que se reunia em determinado lugar foi abordado por um cristão mais velho que lhe perguntou: "Por que você se reúne lá?" "Porque lá há vida", ele respondeu. O mais velho disse: "É verdade, com respeito a entusiasmos as nossas reuniões não são comparáveis àquele lugar". "Você não entendeu", replicou este irmão. "Aquele lugar não tem uma atmosfera agitada de forma alguma". "O que você quer dizer?", perguntou o irmão mais velho "Como pode haver vida se não é fervorosa?" O irmão mais jovem respondeu: "não há nada de barulhento ali, e no entanto há vida. Pois a vida não tem que ser excitante emocionalmente, ou entusiasta ou ardorosa, ou barulhenta". Aquele homem mais velho então filosofou: "Talvez os jovens gostem de fervor, mas eu prefiro palavras profundas. Quando eu ouço palavras profundas, eu encontro vida. Eu acho que isto é realmente vida". Mas o irmão jovem retornou: "Muitas vezes eu tenho ouvido as palavras profundas às quais você se refere, mas não tenho encontrado vida alguma". Queridos, da conversa desses dois homens, podemos ver que a vida nem é uma agitação emocional, nem palavras profundas. Palavras de sabedoria, ditos inteligentes, argumentos lógicos e dissertações meditativas não são necessariamente vida.
Não é de se surpreender que alguém indague: "Quão estranho é que a vida não é fervor nem pensamento animador. Onde, então, podemos encontrar vida? O que é vida, afinal de contas?" Nós confessamos que não temos uma maneira melhor de expressar este assunto de discurso de vida. Tudo o que podemos dizer é que é algo mais profundo do que um pensamento. Uma vez que alguém a encontra, instantaneamente será vivificado interiormente. Isto é chamado vida.
O que é vida? Vida é mais profundo do que pensamento; o pensamento nunca supera a vida. Ela é também, mais profunda que a emoção; a emoção é superficial em comparação a vida. Tanto o pensamento quanto a emoção são algo relativamente externos. O que, então, é vida? O Senhor Jesus declarou: "Eu sou a vida". Não deveríamos concluir apressadamente que encontramos vida quando tudo o que encontramos foi um tipo de atmosfera fervorosa, tal como a chamada atmosfera espiritual fervorosa. Em vez disso, deveríamos perguntar qual a procedência de tal atmosfera. Bastante experiências confirmam para nós que muitos que são hábeis na criação de atmosferas fervorosas conhecem muito pouco do Senhor. Somente Cristo é vida, o resto não o é. Nós precisamos aprender a lição de conhecer a vida. Pois a vida não depende de quão numerosos são os nossos pensamentos; ela descansa exclusivamente no fato do Senhor manifestar a Si próprio. Portanto, nada há mais importante do que conhecer o Senhor. À medida em que O conhecemos, tocamos a vida. Nós temos que compreender diante de Deus o significado de Cristo ser a nossa vida. Aqueles que ficam facilmente entusiasmados ou que são excepcionalmente inteligentes, não são necessariamente pessoas que conhecem ao Senhor. Para conhecê-Lo é necessário visão espiritual. Tal visão é vida, e ela nos transforma. Se nós conhecemos o Senhor como nossa vida, compreendemos a absoluta futilidade de todos os nossos esforços naturais em questões espirituais. Portanto nós olhamos somente para Ele.
Quando cremos no Senhor, não compreendemos o que realmente significa olharmos para Ele. Mas gradualmente vamos aprendendo a olhar para Ele, havendo reconhecimento do que tudo depende de Cristo, e não de nós. No inicio de nosso caminhar cristão desejávamos possuir uma coisa após outra; não conseguíamos confiar Nele para todas as coisas. Após termos aprendido um pouquinho mais, entretanto, recebemos algum entendimento quanto à necessidade de confiarmos Nele; Não no sentido de crer que ele nos outorgará item após item, mas no sentido de confiar que Ele fará o que somos incapazes de fazer por nós mesmos. Quando nos convertemos, éramos inclinados a fazer tudo por nós mesmo, temendo que as coisas nunca seriam feitas ou que as questões partiriam em pedaços se nós não as resolvêssemos. Portanto, trabalhávamos o tempo todo. Mais tarde, ao vermos que o Senhor é a nossa vida, conhecemos que tudo é de Cristo, não de nós mesmos. Conseqüentemente aprendemos a descansar e olhar para Ele.
Vamos guardar em mente que em vez de nos dar um objeto após outro, Deus dá o Seu Filho para nós. Por causa disto, podemos sempre elevar nossos corações e olhar para o Senhor, dizendo, "Senhor, Tu és o meu caminho; Senhor, Tu és a minha verdade; Senhor, Tu és a minha vida. És Tu, Senhor, que estás relacionado comigo, não as Tuas coisas". Possamos pedir a Deus para nos dar graça para que possamos ver a Cristo em todas as coisas espirituais. Dia após dia somos convencidos de que à parte de Cristo não há qualquer caminho, nem verdade, nem vida. Quão facilmente nós fazemos das coisas como sendo o caminho, a verdade e a vida. Ou, chamamos uma atmosfera fervorosa de vida, rotulamos um pensamento lúcido como sendo vida. Consideramos uma emoção forte ou uma conduta exterior como vida. Na realidade, entretanto, estas coisas não são vida. Temos que compreender que somente o Senhor é a vida. Cristo é a nossa vida. E é o Senhor quem vive está vida em nós. Peçamos a Ele para nos livrar de muitos afazeres externos e fragmentados, para que possamos tocar apenas Nele. Que possamos ver o Senhor em todas as coisas - caminho, verdade e vida são todos encontrados em se conhecer a Ele. Que possamos realmente nos encontrarmos com o filho de Deus e deixá-Lo viver em nós. Amém.


Autor: Watchman Nee 
Extraído da Revista, À Maturidade número 25, Verão de 1994.

www.radioarvoredavida.net

A importância de preticar a revelação da Palavra.


Da qual me tornei ministro de acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à palavra de Deus (Cl 1:25). 
O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito, porque a letra mata, mas o espírito vivifica (2 Co 3:6)


At 21:23-26; Gl 2:16; 3:5, 13
Alimento Diário, Dong Yu Lan, Árvore da Vida

Ao refletirmos sobre a experiência de Pedro, precisamos enfatizar as palavras de João Batista que, inspirado pelo Espírito, disse: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3:11). Louvado seja o Senhor pela obra de transformação que hoje opera em nós, pois pelo Espírito recebemos Sua vida e por meio do fogo nossa natureza caída, a vida da alma, é eliminada.
A experiência de Pedro ilustra bem esse processo. Nos evangelhos vemos, em vários momentos, sua vida da alma sendo exposta e isso não foi algo fácil para ele. Esses sofrimentos interiores constrangeram-no a se arrepender, fazendo-o provar a eficácia do fogo purificador do Espírito.
Quanto à experiência de Paulo, sua terceira viagem revela que muito de sua vida da alma ainda precisava passar pelo fogo do Espírito. No decorrer dessa viagem, o Espírito o advertia, por meio da unção e por meio dos irmãos, que ele não deveria ir a Jerusalém. Entretanto, não se deixando persuadir pelos irmãos, partiu para lá.
Logo após ter tomado voto e se proposto a fazer ofertas segundo a tradição judaica (At 21:23-26), indo contra toda a revelação que havia recebido de Deus (Gl 2:16, 21; 3:5, 13), Paulo foi preso. Por Sua misericórdia, o Senhor impediu-o de consumar aquele voto, pois ele ainda precisava transmitir o restante das revelações que recebera de Deus. Estando na prisão, Paulo completou a revelação da economia de Deus, escrevendo as epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom.
Embora tivesse escrito sobre as revelações que obtivera do Senhor, os irmãos que receberam suas cartas não tinham realidade, pois não conseguiam praticá-las. Nem mesmo a permanência de Timóteo em Éfeso foi suficiente para ajudar os irmãos daquela igreja. Como vimos, somente com o passar de vários anos, por meio do ministério de Espírito e vida de João, os efésios puderam ser restaurados a uma condição desejável para Deus.
Essa experiência da igreja em Éfeso nos permite concluir que o mero conhecimento de todas as verdades e revelações bíblicas não é suficiente para que sejamos agradáveis a Deus. Somente por meio do Espírito e da vida podemos obter um coração segundo a vontade de Deus. Mais importante do que conhecer verdades bíblicas é fluirmos o amor, que é a expressão da vida Deus, por meio de Seu Espírito que habita em nós.

31 agosto, 2012

Refletindo...

Tomar o Caminho da Cruz
 
Muitos mestres cristãos viram a ligação entre Mateus 16:13-20 e 16:21-28, a ligação entre o trecho da Palavra com respeito a Cristo e a igreja e a concernente ao caminho da cruz. A fim de experimentar Cristo e ter a igreja edificada sobre Cristo, precisamos tomar o caminho da cruz. Cristo foi o pioneiro, o precursor, em tomar o caminho da cruz. Esse é o único modo de Cristo ser liberado e é também o único modo de a igreja ser edificada com Cristo e sobre Cristo.

O versículo 21 diz: “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto, e ressuscitado no terceiro dia.” Após a revelação do grande mistério com respeito a Cristo e à igreja, a crucificação e a ressurreição de Cristo foram desvendadas. Para Cristo edificar Sua igreja, Ele teve de ir até o centro religioso, passar pela crucificação e entrar em ressurreição. No versículo 21, o Senhor primeiro revelou a Seus discípulos Sua crucificação e ressurreição. Antes dessa hora, Ele não mencionara coisa alguma a respeito disso. Continuando a revelação de Cristo e a igreja, o Senhor Jesus revelou aos Seus iluminados discípulos, Sua crucificação e ressurreição. Isso é muito significativo. Após vermos Cristo e a igreja, precisamos estar preparados para tomar o caminho da cruz. Você deve estar querendo saber o que é o caminho da cruz. Tomar o caminho da cruz é não reservar coisa alguma de si mesmo. Não importa quão bom, certo ou proveitoso possa ser, você precisa ser crucificado. Para o desfrute de Cristo e a edificação da igreja, precisamos ser crucificados. Nada de nosso ser deve ser preservado.

No versículo 21, o Senhor Jesus falou sobre Sua crucificação e ressurreição. Os discípulos, no entanto, retiveram a questão da crucificação, mas negligenciaram a questão da ressurreição. Eles ouviram que o Senhor ia ser morto, mas parece que não ouviram que Ele iria ressuscitar. Contudo, o Senhor disse que seria ressuscitado ao terceiro dia. Eles não entenderam essa parte da palavra do Senhor, porque não tinham o conceito da ressurreição. No interior deles, havia o medo de que o Senhor Jesus pudesse ser morto. Assim, quando o Senhor falou sobre Sua ressurreição, os discípulos não a apreenderam. Ocorre o mesmo conosco hoje. Acatamos imediatamente o que corresponde ao nosso conceito, mas se determinada coisa não corresponde ao que já está em nós, não a admitimos. Algumas pessoas querem saber por que sou repetitivo ao falar. Embora possa repetir certas coisas, algumas pessoas ainda não a percebem. Novamente digo que, apesar de o Senhor Jesus falar de duas questões, crucificação e ressurreição, os discípulos aprenderam a primeira, mas não a segunda.


Fonte: Estudo-vida de Mateus, Vol. 2 - 2ª Edição - pág. 566 e 567 - W.Lee

Tornar-se semelhante a Deus em vida e natureza.

A piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser (1 Tm 4:8b).
Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é (1 Jo 3:2)
 
2 Pe 1:5-7; 3:15-16; 4:12-13

Alimento Diário, Dong Yu Lan, Árvore da Vida
 
De acordo com 2 Pedro 1:5-7, o estágio inicial de nosso crescimento de vida é a fé. Depois desenvolvemos nossas virtudes e gradualmente avançamos até alcançar o nível do amor fraternal. Todavia, precisamos progredir cada vez mais, até o nível do amor ágape, que é expressar plenamente o próprio Deus.

A Bíblia nos revela que a vontade de Deus é que sejamos semelhantes a Ele (Gn 1:26; 1 Jo 3:2). Uma vez que temos Sua imagem, a vida de Deus habitando e crescendo interiormente em nós, Sua semelhança se manifestará em nosso viver. Assim, ser semelhante a Ele significa expressá-Lo exteriormente em nossa humanidade, tornando-nos mais parecidos com Ele.

No entanto, mesmo que tenhamos avançado nesse crescimento, nossa vida da alma pode manifestar-se novamente. Quando isso acontecer, devemos nos arrepender e nos voltar para o espírito. Este é um ciclo constante, no qual somos renovados na medida em que as coisas velhas são eliminadas.

Isso também diz respeito ao exercício da piedade. Em 1 Timóteo 3:16 lemos: “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória”. Paulo também exorta Timóteo, dizendo: “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade” (4:7).

Portanto, o exercício da piedade é manifestar a vida de Deus na carne, tornando-nos como Ele em vida e natureza, porém sem Sua deidade. Esse é o processo no qual estamos envolvidos hoje, onde os atributos de Deus elevam nossas virtudes humanas. Por isso vivemos no espírito, exercitandonos na piedade, para resistir e vencer todas as coisas que se opõem a Deus, principalmente a vida da alma.

Paulo discorreu profundamente acerca dessas verdades na carta que escreveu aos efésios, porém não pôde ajudálos de modo mais prático. Quando Pedro escreveu sua epístola, comentou a complexidade dos escritos de Paulo (2 Pe 3:15-16). Louvamos ao Senhor pelas epístolas de Pedro, que nos mostram o modo mais prático de obtermos essa realidade: ter experiências com o fogo santificador do Espírito, para que o valor da nossa fé, uma vez confirmado, muito mais precioso do que o ouro perecível, mesmo apurado com fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1 Pe 1:7).

30 agosto, 2012

Refletindo...


Como está o seu coração?



"Deus usa as circunstâncias a fim de revelar nosso coração". 

As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e reden­tor meu! (Salmo 19:14).

E, tendo tirado a este, levantou-lhes o rei Davi, do qual também, dando testemunho, disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade. Da descendência deste, conforme a promessa, trouxe Deus a Israel o Salvador, que é Jesus (Atos 13:22, 23). 



Primeiro

Temos aqui duas passagens relacionadas com Davi. Salmo 19:14 é sua oração e Atos 13:22, 23 fala dele como homem. Em sua oração Davi menciona as palavras de sua boca e o meditar de seu coração. Procura fazer com que seus pensa­mentos íntimos e suas palavras externas sejam aceitáveis a Deus; pois as palavras da boca são a expressão do pensamento. Donde se depreende que o principal problema é o coração. A questão central não é se as palavras estejam corretas ou não, nem é também a correção da atitude externa. O problema verdadeiro jaz na intenção do coração. O pensamento e a intenção do coração é a questão que não deve ser negligenciada. Por este motivo Davi ora para que o meditar de seu coração seja aceitável a Deus assim como as palavras de sua boca. Sua oração é que Deus aceite seu desejo interior. Daí Paulo testificar ser Davi um homem segundo o coração de Deus (Atos 13).

Que tipo de pessoa é o homem segundo o coração de Deus? É aquele que permite que Deus lhe toque o coração. Se a pessoa não permitir que Deus lhe toque o coração, mui dificilmente será um homem segundo o coração de Deus. Muitos cristãos têm a tendência de perguntar: Não estou agindo corretamente ao fazer isto ou aquilo? Não é direito falar isto? Minha expressão não está correta? Entretanto a questão essencial não está no seu falar ou expressar a coisa certa ou não, mas na raiz do seu falar, expressar ou agir. Embora a pessoa externamente seja correta, ainda pode ter problemas com o coração. O interesse de Deus e seu toque estão relacionados com o coração do homem. É por este motivo que ele permite que muitas coisas aconteçam na vida de seus filhos. Ele usa estas coisas para tocar o seu coração e revelar o que aí se encontra.



Segundo

Observamos na Bíblia, que Davi viaja na vida pelo caminho da cruz, e a vida que ele vive é a vida da cruz. O Novo Testamento inicia com duas pessoas: uma é Abraão e a outra, Davi (veja Mateus 1:1, 3, 6). Isto é porque dois homens trouxeram o Senhor Jesus. Trouxeram Deus dos céus à terra. Deus precisa encontrar pessoas como estas antes de achar um meio de vir dos céus à terra.

Sabemos que Abraão é o pai da fé. Por toda a vida trilhou no caminho da fé. Somente este caminho pode trazer Deus à terra. Por outro lado, Davi andou na vida pelo caminho da cruz. Sua vida é uma vida de cruz. Ele não somente traz Deus aos homens, mas também faz com que Deus dirija os homens.

Se você vive pela fé, tem a maneira de trazer Deus ao meio dos homens; se você vive na cruz fará com que Deus reine sobre os homens. Se os filhos de Deus estivessem mais dispostos a seguir o caminho da cruz e a levar a cruz, Deus, sem dúvida, teria mais domínio sobre os ho­mens. A menos que você viva a vida de cruz, Deus não poderá reinar sobre você. A feição especial da vida de Davi pode ser vista em seu trilhar na estrada da cruz. 



Terceiro 

O que Davi encontrou na vida foi um pouco estranho, mas todos esses acontecimentos reve­laram o estado de seu coração. Primeiro, Davi era desprezado por sua própria família. Quando Deus enviou Samuel a ungir um dos filhos de Jessé rei sobre Israel, Jessé mandou chamar os seus filhos mas negligenciou em chamar Davi. Entretanto o coração deste jovem era correto, pois não perdeu o relacionamento adequado por causa de tal negligência. Deus disse a Samuel: "O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração" (1 Samuel 16:7b). O coração de Davi era aceitável a Deus, de modo que foi escolhido e usado por ele.

Depois de matar a Golias, Deus o colocou numa situação peculiar, pois as mulheres de Israel cantaram: "Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares" (18:7b). Com respeito a estas duas cláusulas, veremos que uma tinha o propósito de testar a Davi e a outra era para provar Saul. Diz-se em Provérbios 27 que "o homem é provado pelos louvores que recebe" (v. 21).

Quando as pessoas o elogiam demais, observe atentamente a fim de ver se você fica orgulhoso; ou quando os elogios são menos do que você merece, fica magoado? Que efeito teve as declarações das mulheres israelitas no coração de Davi e de Saul? Davi não deixou-se impressionar pela aclamação: "Davi feriu os seus dez milhares"; Saul, entretanto, indignou-se muito com a declaração de ter morto somente os seus milhares. É óbvio que o coração ciumen­to de Saul muito sofreu (1 Samuel 18:6-19).

Suponhamos que você e outro irmão façam alguma coisa juntos. Qual será sua reação se alguém lhe disser que o outro irmão fez um excelente trabalho e não mencionar o seu nome? Você, no mínimo, sentir-se-á magoado e um tanto triste. Esse incômodo e tristeza provam que você não está totalmente limpo.

Você não confessa a si mesmo repetidamente que fez tal coisa para Deus e não para o homem? No entanto o louvor que a outra pessoa recebeu sacode-lhe o coração e expõe a sujeira interior. Compreendamos que muitas das situações em que nos encontramos — especialmente as atitu­des dos que estão ao nosso redor — provam o nosso coração. Depois de matar Golias, Davi tornou-se o herói de Israel, e então foi persegui­do por Saul. Durante este longo período de provação ele submeteu-se à mão de Deus e não ousou fazer nada a fim de contornar a situação Assim evidenciam-se a pureza e a retidão do coração de Davi.

Depois de se tornar rei, Davi enfrentou sérias tribulações por causa de seu grande fracasso Seu próprio filho procurou tirar-lhe a vida e Simei amaldiçoando-o jogava-lhe pedras. Qual foi a reação de Davi para com Simei? Novamen­te, seu coração era claro como cristal. Disse Davi "pois se o SENHOR lhe disse: Amaldiçoa a Davi" (veja 2 Samuel 16:5-12). Ele esperava na misericórdia de Deus. Oh, que não pensemos que tudo o que acontece em nossa vida seja para nossa perda. Por um lado, é bem verdade que se nosso coração não estiver certo sofreremos perda; mas por outro lado, se nosso coração estiver certo, seremos grandemente beneficia­dos, pois todas estas circunstâncias têm o objeti­vo de revelar o que nos vai no coração. A verdadeira condição do coração de Davi é revela­da mediante as provações de uma vida vivida na cruz. 



Quarto 

Os filhos de Deus, pois, devem não somente ter cuidado com seu falar e com sua atitude; mais ainda, devem ter cuidado com o pensamento e intenção de seus corações. Muitas vezes nossa expressão externa não necessariamente revela o estado interior. Na maioria das vezes é nosso sentimento interior que trai o verdadeiro estado de nosso coração. Quão fútil é simplesmente guardar os nossos lábios. Se nosso coração não estiver certo, mais cedo ou mais tarde, será expresso abertamente — e, muitas vezes, quan­do menos esperamos. Um exemplo disto seria as palavras ociosas que proferimos a respeito dos outros. Quanto mais nosso coração se estender para Deus e quanto mais puro ele for, tanto menos serão as palavras ociosas proferidas por nós. Todas as vezes que fuxicamos ou murmura­mos contra alguém traímos alguma irregularida­de em nosso coração. Se o coração da pessoa fosse devotado totalmente para Deus ela não diria palavras ociosas contra os outros.

Um irmão disse certa vez: "Se um irmãozinho peca contra mim a esse posso perdoar; mas se um irmão grande peca contra mim, a esse não posso perdoar." Outro irmão que o ouviu dizer isto olhou para o peito deste irmão e sacudiu a cabeça várias vezes. O que ele queria dizer com este gesto era: "Seu coração! Seu coração! Ao perdoar um irmãozinho mas não perdoar um irmão grande, você expõe o que lhe vai no coração. O fato de um irmãozinho pecar contra você e ser perdoado não mostra de modo ne­nhum o verdadeiro estado do seu coração; mas ao recusar-se a perdoar um irmão grande que peca contra você, isso realmente revela o que lhe vai no coração." Por meio deste incidente o coração não perdoador daquele irmão foi revela­do. Que possamos ver que algo pequeno pode não ser queimado por um único palito de fósforo mas será totalmente consumido numa fornalha de fogo. Isto mostra que tal coisa pode ser queimada. Usando a ilustração, um irmãozinho não podia testar o coração daquele irmão, mas um irmão grande foi usado para expor o seu verdadeiro estado interior.

Se nosso coração estiver correto, não seremos sacudidos por ninguém, pois olhamos somente para Deus. Davi provou ser um homem segundo o coração de Deus porque onde quer que o Senhor o colocava, seu coração se conservava em relacionamento direto com Deus e não com os homens. Davi aceitava tudo das mãos de Deus e tentava ver as coisas da perspectiva dele. Permita-me repetir, Deus usa as circunstâncias a fim de revelar nosso coração. Que possamos, portanto, orar: "Ó Senhor, que as palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença." 



Fonte: Watchman Nee

Os requisitos básicos para nosso aperfeiçoamento.


Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo (1 Jo 4:17)


2 Pe 1:3-7
Alimento Diário Dong Yu Lan, Árvore da Vida

Todos nós precisamos ser aperfeiçoados para a obra do ministério, isto é, cooperar com a pregação do evangelho. Para sermos aperfeiçoados, a primeira condição é estar no espírito.
Em 1 Coríntios 12:3 lemos: “Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo”. Quando invocamos o nome do Senhor, nossa mente se inclina para o Espírito (Rm 8:5). Este é o primeiro requisito para nosso aperfeiçoamento.
O segundo é negar a nós mesmos, tomando a cruz. Mesmo que tenhamos progredido em relação a essas condições, sentimos que ainda precisamos avançar mais. Ainda que a vida de Deus tenha crescido em nós e estejamos alcançando a realidade do amor fraternal, não podemos nos contentar somente com isso, pois o Senhor deseja nos encher a ponto de expressarmos Seu amor, o amor ágape (2 Pe 1:7).
O Senhor tem tido misericórdia de nós, conduzindo-nos à prática das verdades que temos recebido. À medida que vivemos no espírito, negando a vida da alma, nos tornamos cada vez mais parecidos com o Senhor.
Em sua segunda epístola, Pedro nos fala acerca dessas verdades. Por haver experimentado diversas vezes o fogo do Espírito, queimando suas impurezas, ele recebeu muita revelação: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude” (2 Pe 1:3). Por intermédio da graça, Deus nos doou todas as coisas que nos conduzem à vida e à piedade, fazendo-nos compartilhar da glória e virtude do Filho. O versículo 4 prossegue: “Pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo”. Todas essas coisas hoje estão disponíveis na esfera do Espírito, por meio do qual nos tornamos aptos para vencer o pecado e nossa própria natureza humana caída.
Para negar a vida da alma, precisamos viver no espírito, pois somente assim a vida divina pode crescer mais em nós. Tudo de que precisamos para o nosso crescimento de vida o Espírito pode nos suprir.

29 agosto, 2012

Refletindo...

Deus fala através das circunstâncias

As Circunstâncias têm uma Palavra de Deus para Nós


Todos precisamos que as circunstâncias às vezes nos falem, a despeito do nível da estatura espiritual. Existem exemplos dessa natureza no Antigo e no Novo Testamento. Quando estudamos a História da Igreja e estudamos as experiências daqueles que seguiram o Senhor, não podemos encontrar uma pessoa sequer que nunca precisou ouvir uma palavra através das circunstâncias. Pelo contrario, podemos afirmar com certeza que não existe ninguém que não careça de ser algumas vezes lembrado pelas circunstâncias. Muitos incidentes nos dão a convicção de que quanto mais espiritual uma pessoa é diante do Senhor, mais ela permitirá que as circunstâncias lhe falem. Somente os que têm uma contenda com o Senhor serão facilmente afetados pelas circunstâncias e também falharão em ouvir a voz de Deus nelas. Eis uma coisa preciosa: se a comunhão entre um homem e Deus é normal, ele pode não ser influenciado pelas circunstâncias e ao mesmo tempo permitir que elas lhe falem. Mas se este homem ofendeu o Senhor e está fora da comunhão, ele pode ser afetado até mesmo pelo menor incidente e por outro lado não poderá ouvir qualquer palavra do maior acontecimento.

Eis um princípio agora colocado diante de nós, e podemos ser provados por ele. Se somos afetados pelas circunstâncias e falhamos em ouvir Sua voz, provamos ter perdido o contato com o Senhor e que estamos caídos. Não devemos ser influenciados por nenhuma circunstância; elas devem apenas nos falar. Não cremos que haja sequer uma única circunstância na qual somos colocados, na qual não haja alguma palavra para nós. Estamos plenamente convencidos de que todas as circunstâncias Deus têm algo para nos dizer. A palavra de Deus para nós está escondida nas circunstâncias. Naturalmente que o “nós” aqui indica cada um individualmente. Cremos sinceramente que cada acontecimento diário tem uma palavra para cada cristão. 



O Senhor Prepara as Circunstâncias

Se vivermos na luz de Deus, veremos que por causa do Seu caminho na terra e também, por causa do Seu desejo de nos possuir, Deus preparará todas as coisas que devem chegar a nós. Devemos ver não somente a aparência das coisas; devemos conhecer a ordenação do Senhor dentro do véu. Que sentimento doce haverá em nós, se pudermos reconhecer que o Senhor preparou as circunstâncias. Não podemos dizer que todas elas são iniciadas pelo Trono, mas podemos afirmar que todas elas são governadas por Ele. Cremos haver um Trono no céu e que nosso Senhor, depois de Sua ressurreição e ascensão, Se assentou neste Trono, tendo todas as coisas debaixo dos Seus pés.

De modo que Deus realmente usa as circunstâncias que preparou, para falar ao Seus filhos. Devemos portanto, receber palavras através das circunstâncias. 



Deus Falou com Jacó através das Circunstâncias

Vamos rever a história de Jacó. Todos concordam que a experiência mais profunda da sua vida aconteceu quando ele lutou com Deus em Peniel. Como resultado dessa luta seu nome foi mudado. Mesmo depois de ter tido uma experiência tão profunda, Deus ainda precisou levantar circunstâncias para falar com ele. Conforme o registro em Gênesis 34, a filha de Jacó foi abusada e seus filhos causaram muito dano. Ele foi colocado sob tal circunstância para que Deus lhe falasse, segundo Gênesis 35.

Alguns podem não concordar dizendo que em Gênesis 35 Deus lhe falou diretamente e não indiretamente através daquela circunstância. Não é verdade, pois se lermos o capítulo 34, veremos que Deus primeiro colocou Jacó na circunstância de Gênesis 34 antes de lhe falar as palavras encontradas em Gênesis 35. O que Deus lhe falou desta vez? “Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; e fale ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugias da face de Esaú, teu irmão”( Gn 35.1). O que Deus estava lembrando a Jacó? Era uma velha história, algo acontecido há muitos anos passados. Porque seu irmão queria matá-lo, Jacó fugiu para casa do seu tio por parte de mãe. A caminho ele chegou a Betel, onde passou a noite, porque o sol havia se posto. Jacó deitou sua cabeça sobre uma pedra e adormeceu; nisso Deus lhe apareceu num sonho. Quando despertou, ele fez um voto dizendo: “Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der pão para comer e vestes para vestir, de modo que eu volte em paz à casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus, então esta pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e tudo quanto me deres, certamente te darei o dizimo” (Gn 28:20-22). Ele fez um voto diante de Deus.

Não é verdade que você também, fez um voto quando foi salvo? Embora você tenha negociado com Deus ao fazer o voto, assim como Jacó, o seu coração era correto. Ao começar seu caminhar no caminho do Senhor, seu desejo para com Deus era bom. De modo que a condição de Jacó é realmente um retrato da nossa própria condição. Na manhã em que fez o seu voto, ele o lançou para trás. Enquanto viajava para o oriente, ele agiu desta forma a fim de se proteger. Embora tivesse pedido a Deus para guardá-lo em seu caminho, vesti-lo e alimentá-lo mesmo assim ele dependeu inteiramente de si mesmo. Quão perfeitamente ele nos representa! Ele buscou a Deus, mas usou sua própria natureza. Todavia, depois de passar todas as coisa, Jacó só podia curvar sua cabeça e confessar que tudo era misericórdia de Deus. Se dependesse só dele, ele não seria páreo para Labão. Jacó era esperto, mas Deus preparou para ele um Labão que era mias esperto ainda. Depois de ser tratado vinte anos, o Senhor o tirou das mãos de Labão e ele reconheceu o cuidado do Senhor por ele. Todavia, ele se esqueceu do voto que havia feito antes a Deus. Porque após retornar de Padam-Aram, ele se estabeleceu em Siquem. Agora poderíamos pensar, sem dúvida alguma, que depois de Jacó ter recebido tanto tratamento, sofrido tanto e acumulado uma grande soma de posse, ele poderia habitar em Siquem tranquilamente. Mas não, o Deus que ele servia não deixou que ele viesse tranquilamente. O coração de Jacó estava satisfeito, mas não o coração de Deus. O que ele queria, Deus lhe havia dado; mas o que Deus havia desejado, Jacó não lhe havia dado. Deus deve portanto, continuar a lhe falar e Ele fez isso novamente por meio das circunstâncias. Deus sabia que, se Jacó não recebesse um golpe através das circunstâncias, Ele não conseguiria fazê-lo ouvir Sua palavra. 



Todos Precisam das Circunstâncias

Irmãos e irmãs, nunca se considerem tão profundamente espirituais que só necessitem da voz interior. Não! Muitas vezes Deus ainda tem que falar com vocês através das circunstâncias. Não importa se são grandes ou pequenos, pesados ou leves os seus acontecimentos: Deus levantou estas circunstâncias para lhe falar. Não cremos que alguém possa se tornar tão espiritual a ponto de não necessitar das circunstâncias para lhe falar. Na vida de cada crente Deus deve criar uma certa circunstância para ele, a fim de que possa lhe dizer algo.

Você pode Ter notado que depois de Peniel Jacó se tornou bastante espiritual, visto que agora não era mais Jacó e sim Israel. Depois de passar tantas provas e tratos, ele foi tocado por Deus de forma irrecuperável naquela ocasião. Jacó havia se tornado bastante espiritual, mas o Senhor achou necessário levantar outra circunstância a fim de lhe falar. Jacó pensava em se estabelecer tranqüilamente em Siquem, mas Deus não aprovou. A Bíblia não registrou se Jacó conhecia isso interiormente. Ele podia ter notado de alguma forma, embora tal sentimento tivesse passado rapidamente. Ele não prestou atenção ao seu sentimento interior, se é que teve algum. Mas isto ele definitivamente conhecia: Deus havia levantado uma circunstância para que pudesse lhe falar mais uma vez. E quais eram as circunstâncias dessa nova situação? Sua Filha foi humilhada e seus filhos cometeram um crime grosseiro. 



Autor: Watchman Nee
Tradução: Delcio Meireles
Site Igreja em Uberaba.

Um testemunho de nossa prática.


Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele (Jo 14:21)


Lc 9:23-24; Rm 8:6; Ap 3:8
Alimento Diário, Dong Yu Lan, Árvore da Vida

Paulo, Pedro e João são os principais apóstolos do Novo Testamento. Considerando o ministério de cada um deles, vimos que somente o de João permanecerá até a volta do Senhor.
Quanto ao ministério de Paulo, ele mesmo afirma tê-lo concluído (2 Tm 4:7). Seu ministério, a princípio, consistia em pregar o evangelho e estabelecer igrejas. No final de sua carreira, contudo, estando preso, Paulo ainda teve a oportunidade de completar suas epístolas e enviálas às igrejas.
Contudo, ao destacarmos a igreja em Éfeso, vemos que Paulo não conseguiu ajudar aos efésios adequadamente. Eles mesmos abandonaram o apóstolo (2 Tm 1:15), bem como suas palavras. Vinte anos depois, eles foram duramente repreendidos pelo Senhor, por intermédio de João (Ap 2:4-5), pois estavam vivendo segundo a vida da alma, enfatizando conhecimento, doutrinas e capacidades naturais.
No entanto, quando João chegou à Éfeso, mostrou aos irmãos o que eles deveriam praticar. Cremos que ele os ajudou a invocar o nome do Senhor para ter vida, a praticar Sua palavra e a negar a si mesmos (Jo 12:25; 13:17; 20:30-31). Essas são as virtudes de uma igreja louvada por Deus (Ap 3:8). Essas práticas são essenciais para aqueles que almejam viver segundo o desejo de Deus.
Por esse motivo nunca deixemos de invocar o nome do Senhor. Muitos podem pensar que essa é uma mera prática do momento. Mas nós testificamos que invocar o nome do Senhor Jesus é o melhor modo de voltarmos nossa mente para o espírito (1 Co 12:3). Quando vivemos no espírito, recebemos vida e paz (Rm 8:6).
Por essa razão o Senhor tem abençoado as igrejas que temos visitado em nossas viagens ao longo dos anos, pois sempre encorajamos os irmãos a permanecer nesse caminho de invocar o nome do Senhor em todo tempo. Também temos aprendido a negar a nós mesmos, a viver no espírito e a praticar a Palavra que temos ouvido. Essas são as condições para seguirmos o Senhor (Jo 12:25-26). O resultado disso são os frutos que têm sido acrescentados nas igrejas no Brasil e nos demais países da América do Sul, América Central, América do Norte, Europa e África. Várias pessoas, nesses lugares, estão invocando o nome do Senhor, guardando Sua palavra e vivendo no espírito. Essa é a continuação do ministério ulterior do apóstolo João em nossos dias.
Que o Senhor nos conduza a preservar a prática de invocar Seu nome e nos mantenha sempre no fluir do Espírito. Quanto mais invocamos Seu nome, mais da vida de Deus cresce em nós e mais vivemos no espírito. Ó Senhor Jesus! Amém!

28 agosto, 2012

Refletindo...

A escolha que confrontou Adão


Deus plantou grande número de árvores no Jardim do Éden, mas "no meio do jardim", isto é, em um lugar de especial proeminência - plantou duas árvores: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Pense em um homem adulto, digamos, com 30 anos de idade, que não tenha senso do certo e do errado, nenhum poder para diferenciar os dois. Você não diria que o desenvolvimento desse homem estaria incompleto? Bem, Adão era exatamente assim. E Deus o colocou no jardim, dizendo: "Ora, o jardim está cheio de árvores, cheio de frutos, e podes comer livremente do fruto de todas as árvores. Mas, no meio do jardim, há uma árvore chamada a árvore do conhecimento do bem e do mal; não deves comer dela porque, no dia em que o fizeres, certamente morrerás. Mas, lembra-te, o nome da outra árvore, no meio do jardim, é árvore da Vida".

Qual é, pois, o significado dessas duas árvores? Adão, por assim dizer, foi criado moralmente neutro - nem pecador, nem santo, mas inocente - e Deus colocou essas duas árvores no jardim para que ele pudesse pôr em prática a faculdade do livre arbítrio de que era dotado. Podia escolher a árvore da vida ou escolher a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Ora, o conhecimento do bem e do mal, embora a Adão tivesse sido proibido, não é mau em si mesmo. Sem ele, Adão está limitado e não pode, por si mesmo, decidir em questões de ordem moral. O julgamento do que é certo e bom não lhe pertence, e sim a Deus; e, para Adão, a única maneira de agir diante de qualquer questão seria apresentá-la a Deus Jeová. Assim, há no jardim uma vida que depende totalmente de Deus. Essas duas árvores representam, portanto, dois princípios profundos. Simbolizam dois planos de vida: o divino e o humano. A árvore da vida é o próprio Deus, porque Deus é vida. Ele é a mais elevada expressão da vida, bem como a fonte e o alvo da vida. E o fruto, o que representa? É nosso Senhor, Jesus Cristo. Não podemos comer a árvore, mas podemos comer seu fruto. Ninguém é capaz de receber Deus como Deus, mas podemos receber o Senhor Jesus Cristo. O fruto é a parte comestível, a parte da árvore que se pode receber. Podemos assim dizer, com a devida reverência, que o Senhor Jesus Cristo é realmente Deus em forma receptível - Deus, em Cristo, pode ser recebido por nós.

Se Adão tomasse da árvore da vida, participaria da vida de Deus e, assim, se tornaria um "filho" de Deus, no sentido de ter em si mesmo a vida derivada de Deus. Teríamos, então, a vida de Deus em união com o homem - uma raça de homens tendo em si a vida de Deus e vivendo em constante dependência de Deus para a manifestação dessa vida. Se, por outro lado, Adão se voltasse na direção contrária e tomasse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, desenvolveria, então, sua própria humanidade de forma natural e separadamente de Deus. Como um ser auto-suficiente, ele possuiria em si mesmo o poder para formar julgamento independente, mas não teria nenhuma vida da parte de Deus.

Portanto, essas eram as alternativas que estavam diante dele. Escolhendo o caminho do Espírito, o caminho da obediência, poderia tornar-se um "filho" de Deus, dependendo de Deus para sua vida, mas, seguindo o curso natural, ele poderia, por assim dizer, dar o toque final em si mesmo, tornando-se um ser auto-dependente, julgando e agindo independentemente de Deus. A história da humanidade é o resultado da escolha feita por Adão. 



A Escolha de Adão, a Razão da Cruz 


Adão escolheu a árvore do conhecimento do bem e do mal, tomando assim uma posição de independência. Ficou sendo o que até hoje é o homem (aos seus próprios olhos): homem "plenamente desenvolvido" que pode comandar o conhecimento, decidir por si mesmo, prosseguir ou deter-se. Desde então, tinha "entendimento" (Gn 3:6). Mas a conseqüência para ele foi morte em vez de vida, porque a escolha que fez envolvia cumplicidade (pessoa que colabora) com Satanás e o colocou sob juízo de Deus. Foi por isso que, daí em diante, o acesso à árvore da vida teve de lhe ser proibido.

Dois planos de vida foram colocados perante Adão: o da vida divina, em dependência de Deus, e o da vida humana, com os seus recursos "independentes". Foi pecaminosa a escolha que Adão fez, porque assim tornou-se aliado de Satanás para frustrar o eterno propósito de Deus. Ele fez isso ao escolher desenvolver sua própria humanidade - tornar-se, talvez, um homem muito refinado e até mesmo, segundo o seu padrão, um homem "perfeito" - independente de Deus. No entanto, o resultado foi morte, porque ele não tinha em si mesmo a vida divina imprescindível para realizar em si o propósito de Deus. Mas Adão escolheu ser "independente", um agente do inimigo. Assim, em Adão, todos nos tornamos pecadores, dominados por Satanás, sujeitos à lei do pecado e da morte e merecendo a ira de Deus.

Vemos, assim, a razão divina da morte e da ressurreição do Senhor Jesus. Vemos, também, a razão divina da verdadeira consagração - para nos considerarmos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, e para nos apresentarmos a Deus como vivos dentre os mortos. Todos devemos ir à cruz, porque o que está em nós, por natureza, é a vida do eu, sujeita à lei do pecado. Adão escolheu uma vida própria em vez da vida divina; assim, Deus teve de juntar e eliminar tudo que estava em Adão. Nosso "velho homem" foi crucificado. Deus incluiu-nos todos em Cristo e crucificou-O, como último Adão, aniquilando assim tudo o que pertence a Adão. Depois, Cristo ressuscitou em uma nova forma, ainda com um corpo, mas "no Espírito" e não mais "na carne". O último Adão, porém, é espírito vivificante (1 Co 15:45). O Senhor Jesus agora tem um corpo ressurreto, espiritual, glorioso e, desde que não está mais na carne, pode agora ser recebido por todos. "Quem de mim se alimenta, por mim viverá" , disse Jesus (Jo 6:57). Os judeus sentiram repugnância diante da idéia de comer Sua carne e beber Seu sangue, mas evidentemente não O poderiam receber porque literalmente Ele ainda estava na carne. Agora que Ele está no Espírito, cada um de nós pode recebê-Lo, e é por meio de participarmos da Sua vida ressurreta que somos constituídos filhos de Deus. "A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus (...) os quais nasceram (...) de Deus" (Jo 1:12,13).

Deus não está empenhado em reformar nossa vida. Seu alvo não consiste em aperfeiçoar essa vida porque a nossa vida situa-se em um plano totalmente errado. Nesse plano, Ele não pode conduzir o homem à glória. Ele precisa ter um novo homem, nascido de Deus, nascido de novo. A regeneração e a justificação caminham juntas. 




Aquele que tem o Filho tem a vida


Há vários planos de vida. A vida humana situa-se entre a vida dos animais inferiores e a vida de Deus. Não podemos transpor o golfo que nos separa do plano superior ou do plano inferior, e a separação que há entre nossa vida e a de Deus é infinitamente superior à que existe entre a nossa vida e a dos animais. Certa vez, na China, visitei um líder Cristão que estava de cama, doente, e quem, por causa da sua história chamarei de sr. Wong, ainda que esse não seja seu verdadeiro nome. Ele é um homem muito culto, um PhD., e alguém que era estimado em toda a China por seus altos princípios morais, e por muito tempo esteve engajado no serviço cristão. Mas ele não cria na necessidade de regeneração. Ele apenas proclamava aos homens um evangelho social de amor e boas obras.

Quando visitei o Sr. Wong, seu cachorrinho estava ao lado de sua cama, e, após ter falado com ele das coisas de Deus e da natureza de Seu trabalho em nós, apontei para o cachorrinho e perguntei qual era o seu nome. Ele me disse que seu nome era Fido. "Fido é o seu primeiro nome ou o seu sobrenome"? Perguntei (utilizando os termos chineses para "primeiro nome" e "sobrenome"). "Oh, esse é apenas o seu nome", respondeu ele. "Você quer dizer que é apenas o seu primeiro nome? Posso chamá-lo Fido Wong"? Prossegui. "Certamente que não"! Veio a resposta enfática. "Mas ele vive com a sua família", retruquei. "Por que você não o chama de Fido Wong"? Então, apontando para suas duas filhas, perguntei: "Suas filhas não se chamam srta. Wong"? "Sim"! "Bem, então, por que não posso chamar seu cachorro de Mestre Wong"? O doutor riu e eu prossegui: "Você entende onde quero chegar? Suas filhas nasceram na sua família e têm seu nome porque você comunicou vida a elas. Seu cachorro pode ser bem inteligente, bem comportado e, no geral, um cachorro notável. Mas a questão não é: ele é um cachorro mau ou bom?, mas simplesmente: ele é um cachorro? Ele não precisa ser mau para ser desqualificado de ser um membro de sua família. Ele apenas precisa ser um cachorro.

O mesmo princípio aplica-se ao seu relacionamento com Deus. A questão não é se você é homem bom, mau ou mais ou menos, mas simplesmente: É você um homem? Se sua vida está em um plano inferior ao da vida de Deus, então você não pode pertencer à família divina. Durante toda a sua vida, seu objetivo ao pregar tem sido transformar homens maus em homens bons. Mas homens em si mesmos, quer sejam maus ou bons, não podem ter qualquer relacionamento vital com Deus. Nossa única esperança como homens é receber o Filho de Deus e, quando o fazemos, Sua vida em nós nos constituirá filhos de Deus. O doutor viu a verdade e, naquele dia, tornou-se um membro da família de Deus ao receber o Filho de Deus no coração. O que hoje possuímos em Cristo é mais do que Adão perdeu. Adão era apenas um homem desenvolvido. Permaneceu naquele plano e nunca possuiu a vida de Deus. Mas nós, que recebemos o Filho de Deus, recebemos não só o perdão dos pecados, mas também recebemos a vida divina que estava representada no Jardim pela árvore da vida. Pelo novo nascimento, possuímos o que Adão perdera, pois recebemos uma vida que ele nunca teve. 




Extraído do livro "A Vida Cristã Normal" de Watchman Nee das Edições Tesouro Aberto.

O ministério de João é permanente.


O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida (Jo 6:63)


Jo 21:22-23; 3 Jo 1-8; Ap 1:10
Alimento Diário, Dong Yu Lan, Árvore da Vida

Durante a perseguição do império romano aos cristãos, no primeiro século, os que estavam à frente das igrejas foram martirizados, assim como Pedro e Paulo. Naquela época, João não se destacava como os demais apóstolos, uma vez que, aparentemente, não exercia algum tipo de liderança. Cremos que por essa razão não foi executado com os demais. Foi apenas aprisionado e depois enviado para o exílio em Patmos.
O tempo de prisão e exílio de João durou cerca de vinte anos. Nesse período ele deve ter renunciado bastante à sua vida da alma e procurado viver no espírito (Ap 1:10; 4:2; 17:3; 21:20). Como resultado, o Senhor pôde trabalhar profundamente nele e dar-lhe grandes revelações.
Após seu exílio, estando já em Éfeso, João certamente teve a oportunidade de ler a epístola que Paulo escrevera àquela igreja. Tendo lido a carta, percebeu que era necessário ajudar os irmãos a praticarem as verdades nela contidas, a fim de restaurar a condição da igreja em Éfeso.
Sua experiência em Éfeso foi muito positiva. Em sua maturidade, ele se tornou mais sensível ao Espírito. Por meio de seu ministério, João ajudou os irmãos a deixarem sua animosidade e a desfrutarem do Espírito e da vida. Desse modo, a igreja em Éfeso foi totalmente restaurada, pois os irmãos aprenderam a viver no espírito, negando a si mesmos. Louvado seja o Senhor!
A partir de então, os irmãos em Éfeso se envolveram com a obra do ministério, pregando o evangelho por várias cidades e visitando as igrejas. Isto pode ser confirmado na Terceira Epístola de João (1-8).
Baseados nas palavras do Senhor Jesus a Pedro quando disse: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me” (Jo 21:22), podemos dizer que o ministério ulterior de João, além de ter a característica de “remendar as redes” por meio do Espírito e da vida, é um ministério permanente, ou seja, perdurará até a volta do Senhor.
Por meio desse ministério, João ajudou a igreja em Éfeso e, hoje, nós também podemos participar desse ministério suprindo Espírito e vida a outros. Aleluia!

27 agosto, 2012

Refletindo...

Orgulho

Ao ler a história de Saul, percebemos que seu início foi muito positivo, porque demonstrou humildade ao reconhecer que era indigno de receber tamanha responsabilidade. Quando foi confirmado rei diante de todo o povo, Saul não se exaltou, antes se ocultou entre as bagagens, após ser confirmado rei, não se aproveitou da situação para vingar-se dos que o menosprezavam. Portanto no início, Saul foi um exemplo pra todos nós. Infelizmente, sua disposição inicial durou pouco. Mais tarde, em virtude de suas vitórias, seu coração mudou e ele tornou-se orgulhoso. Diante disso vemos que nem sempre as vitórias e sucessos contribuem para o nosso bem. Tudo depende de como está o nosso coração e de como temos lidado com nossas intenções e motivações. Talvez essa fosse a situação de muitos de nós quando começamos a servir ao senhor na igreja. Sentíamo-nos indignos e incapazes de executar nossas responsabilidades, o que sempre nos leva a depender humildemente do nosso senhor Jesus. No entanto, a partir do momento em que começamos a obter algum êxito no que estávamos fazendo, o orgulho veio a tona. Isso é uma forte evidência de que ainda não temos lidado a fundo com nossa vida da alma, se não lidarmos com ela, cada sucesso somente nos trará dano e prejuízo. Se porém,sempre praticarmos o negar de nossa vida da alma, nós nos manteremos puros e humildes a despeito das proporções do sucesso obtido.

Reconheçamos que nada é fruto de nosso esforço e capacidade, mas tudo vem de Deus, a fonte de todas as coisas, não imputemos a glória a nós mesmos, mas a Deus somente. 



Livro: “Um homem segundo o coração de Deus”

Estudo Bíblico...


Deus se dispensa como vida ao homem


Fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente (1 Pe 1:23)


Jo 1:14; Ef 1:4, 7, 13; 1 Pe 1:23

Nós deixamos a maneira tradicional de pregar o evangelho para tentar alcançar as pessoas em um ambiente livre da influência de antigas tradições. É assim que funcionam os bookafés, para propiciar uma atmosfera em que as pessoas se sintam à vontade, sem receio de se aproximar da Palavra de Deus e, até mesmo, de pedir oração. O Senhor nos revelou essa maneira de evangelizar para nos libertar de todos os obstáculos que impediam a propagação da fé.
Deus deseja Se dispensar para dentro do homem desde o início, desde a criação. Deus, como o Pai, o Filho e o Espírito Santo, planejou alcançar o homem, conforme mostrado em Efésios 1. O Pai nos predestinou para a filiação, pois nos escolheu antes do nascimento (v. 4); o Filho realizou a redenção de nossos pecados na cruz (v. 7), restaurando nosso acesso à presença de Deus, ao nos justificar; o Espírito nos alcançou como vida e nos supre diariamente para o crescimento da vida divina (v. 13). Dessa forma, a fé objetiva, que é o plano eterno de Deus, é infundida em nossa pessoa, se tornando a nossa fé subjetiva, ou seja, a pessoa de Deus é dispensada para dentro de nós.
Para que isso acontecesse, Deus não permaneceu inacessível nos céus, mas Se encarnou na pessoa do Filho, Jesus, que foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria. No evangelho de João está descrito o processo da encarnação: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (Jo 1:14)
Além disso, o Senhor Jesus morreu na cruz, no tempo predeterminado por Deus, para perdoar os pecados do mundo inteiro. Quando cremos no Senhor, confessando os pecados, somos salvos e perdoados; além disso, nos tornamos filhos de Deus, pela regeneração. Isso significa que nascemos de Deus, ou seja, a semente divina e incorruptível foi plantada em nosso interior (1 Pe 1:23). Graças a Deus por Seu plano eterno que nos alcançou!

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O aspecto remendador do ministério de João.


Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados (1 Pe 4:8)


Mt 4:21-22; Mc 3:17; 10:35-37; Lc 9:54; Jo 13:23, 25; 20:2; 21:7, 20; At 3:1; 4:19; 8:14
Árvore da Vida, Dong Yu Lan, Alimento Diário

Nesta semana veremos sobre o ministério do apóstolo João. No passado vimos que João foi chamado pelo Senhor em sua juventude. Ele era pescador, assim como Tiago, seu irmão (Mt 4:21). No momento em que o Senhor os chamou, eles estavam consertando as redes de pesca. Porém, ao chamado do Senhor imediatamente deixaram as redes e o barco para segui-Lo (v. 22).
De acordo com os registros bíblicos, podemos perceber que em certos momentos João era um jovem impetuoso (Mc 3:17; 10:35-37; Lc 9:54), contudo o Senhor o amava muito, a ponto de ele mesmo descrever-se como o “discípulo a quem Jesus amava” (Jo13:23; 20:2; 21:7, 20). Ele também manifestou o amor intenso que tinha pelo Senhor, permanecendo ao Seu lado mesmo durante a crucificação, enquanto todos os outros discípulos se dispersaram. Em uma das passagens, vemo-lo aconchegado a Jesus, reclinando-se sobre o Seu peito (Jo 13:24-25). A sua proximidade do Senhor, portanto, foi uma das principais características de João.
Entretanto, durante o período relatado no livro de Atos, João não tinha destaque entre os demais apóstolos, aparecendo apenas ao lado de Pedro, acompanhando-o em suas viagens (At 3:1; 4:19; 8:14). Ademais, não há registros de mensagens, viagens ou pregações feitas por João, embora ele fosse descrito por Paulo como uma das “colunas” da igreja (Gl 2:9).
Não sabemos por qual motivo, naquele período, João não participava de forma mais ativa na obra do ministério, tal como os apóstolos Pedro e Paulo. Talvez fosse por pouca capacidade ou por ser muito humilde, deixando Pedro sempre tomar a liderança. Todavia, sabemos que todas essas coisas estavam de acordo com a vontade soberana de Deus, pois muitos anos após a morte de Pedro e Paulo, João foi usado pelo Senhor para dar continuidade ao Seu ministério.
Em sua maturidade, depois de permanecer exilado por vinte anos, João recebeu grandes visões, as quais ele narrou no livro de Apocalipse. Depois de ser libertado da prisão, segundo a história da igreja, dirigiu-se para Éfeso, com a finalidade de ajudar os irmãos da igreja ali. Assim como quando era pescador, em sua juventude, João consertava as redes de seu pai e, mais tarde, tornou-se muito útil a Deus para reparar falhas espirituais existentes na igreja. Seu ministério tinha esse aspecto remendador, cuja base sólida era o amor a Deus e aos irmãos.
Nos próximos dias desfrutaremos mais da experiência de João e de seu ministério ulterior de Espírito e vida, no qual cada um de nós pode ter parte.