10 agosto, 2012

Refletindo...

Manter a base e ministrar Cristo



Quando vamos a um lugar, desde que a igreja lá esteja na base correta, devemos ser um com ela. Ela pode ser fraca, e necessitar de muito aperfeiçoamento, contudo, ela ainda é a igreja na base correta. Se formos lá, precisamos nos reunir com ela. Não temos direito e nem posição para estabelecer outra coisa. Quer ela pratique a aspersão ou não, quer ela pratique falar em línguas ou não, quer tenha o cobrir a cabeça ou não, ainda precisamos caminhar com ela porque ela é a igreja na base correta.

Não devemos nos agarrar a nenhuma doutrina, mas somente aderir à abundância da vida de Cristo. Não importa o que a igreja em um certo lugar pratique, precisamos simplesmente ministrar Cristo a ela. Não devemos nos preocupar com as doutrinas, mas somente com o rico suprimento de Cristo a lhe ser ministrado.

Precisamos estar bem cheios de vida – isso é tudo.

Nada devemos levar aos diferentes lugares, e por nada mais devemos nos posicionar além de Cristo e da igreja na base correta. Se estamos plenos de Cristo e bem fortes no espírito, nada pode impedir-nos de inflamar outros. Por fim, toda a igreja naquele lugar será inflamada por nós.

Precisamos aprender a manter a base e não nos posicionarmos por qualquer outra coisa. Desde que não haja nada pecaminoso na igreja onde estamos, devemos caminhar com ela. Em seguida, deveríamos simplesmente ministrar Cristo às pessoas. Nunca deveríamos causar divisão, sempre ministrar Cristo.

Realmente precisamos ser libertos de todas nossas doutrinas. Por nada mais deveríamos ser além de Cristo e a igreja. Desde que ela esteja na base correta, não importa quão pobre e fraca seja, precisamos ser um com ela. Assim nunca seremos aqueles que causam divisão.

Sem dúvida, não podemos concordar com nenhuma divisão. Isso, porém, não pode impedir nossa comunhão. Não importa se outros estão ou não em divisões, precisamos reconhecer que eles são nossos irmãos. Isso não significa que concordamos com suas divisões, todavia, precisamos amar todos os santos, até mesmo aqueles na Igreja Católica Romana. Há alguns crentes genuínos na Igreja Católica Romana, e todos estes têm a mesma vida divina que nós. Eles podem vestir seus trajes clericais, contudo, em redenção e em vida somos todos iguais.

A nossa prática é uma coisa, mas tomarmos nossa prática como base para comunhão é outra coisa. A nossa prática pode ser de acordo com nossas necessidades. Todavia, não devemos tornar a nossa prática a base da comunhão.

Podemos praticar certas coisas porque elas nos ajudam, mas não devemos fazer de qualquer prática uma base para nossa comunhão. Realmente necessitamos de graça para isso. 

Fonte: A expressão prática da igreja – W.Lee
(Site Igreja em Uberaba)

Para Meditar...


Fogo purificador


Os nossos atos podem ser classificados em dois tipos: ouro, prata e pedras preciosas, o primeiro tipo; madeira, feno e palha, o segundo (cf. 1 Coríntios 3:12). Assim, ao passar pelo teste de fogo, apenas os materiais do primeiro tipo permanecerão: “Manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo” (1 Coríntios 3:13-15). À luz das Escrituras, percebemos que os materiais que subsistem ao fogo representam a Pessoa do Deus Triúno – o ouro representa a natureza de Deus; a prata, a obra redentora do Senhor Jesus; e as pedras preciosas, o resultado transformador do Espírito Santo.

Os materiais do segundo tipo podem ser considerados como uma vida de aparência, porém sem o selar de Deus. Tem a aparência mas não a essência. É o que vemos na parábola do joio (cf. Mateus 13:24-30). Ao fim da colheita, haverá a revelação de quem é o trigo e quem é o joio: “Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro” (13:30).
Hoje, o Senhor permite que incêndios passem por nossas vidas. Isso é o amor de Deus em fazer com que sejamos provados e aprovados na era da graça, pois temos o Espírito como consolador. “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos alegreis exultando” (1 Pedro 4:12-13). Que possamos aceitar as provas do Senhor para ser  purificados. “Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e aprovarei, como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei, direi: É meu povo, e ela dirá: O SENHOR é meu Deus” (Zacarias 13:9).


Texto extraído do Jornal Árvore da Vida, Número 180, publicado pela Editora Árvore da Vida.
www.radioarvoredavida.net

A obra de restauração e a causa das divisões.


Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti. O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos (Ap 3:3, 5)


Mt 13:44; Rm 8:17-19, 29-30; Cl 1:28; 2 Tm 3:17; Ap 3:1-6

Passados mais de mil anos do desvio ocorrido no século IV, diante da degradação da igreja, iniciou-se a reforma protestante no início do século XVI, liderada por Martinho Lutero, que era um sacerdote na Igreja Católica Romana.
Em 1517, ele publicou 95 teses, nas quais protestava contra as doutrinas e práticas da igreja católica e propunha uma reforma no catolicismo. Essa foi sua tentativa de promover uma restauração naquele meio, em virtude das revelações que recebera em seus estudos da Palavra, principalmente de que a justificação do homem é pela fé em Cristo. Alguns anos depois, Lutero também publicou a primeira tradução da Bíblia em alemão, antes exclusivamente em latim, tornando-a um livro acessível. Após isso, várias traduções da Bíblia foram feitas para diversas línguas. Graças ao Senhor!
De fato, Deus desejava tornar Sua Palavra acessível a todos os homens e restaurar Sua igreja. Contudo, à medida que tinham acesso às traduções, vários grupos cristãos foram surgindo e se dividindo segundo suas próprias conveniências e interpretações da Bíblia. Isso deu origem às igrejas estatais e às várias denominações cristãs.
Esse período histórico é profetizado em Apocalipse 3:1-6, referindo-se à igreja em Sardes, cujo nome significa restauração. Embora tivesse esse nome, Sardes não conseguiu completar a obra de restauração, pois em vez de promover a Fé e a unidade no nome e na Palavra do Senhor, os grandes mestres da Bíblia limitaram-se ao mero estudo das doutrinas e interpretações bíblicas.
Não é sem razão que ela foi assim advertida: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto [...] porque não tenho achado íntegras as tuas obras diante da presença do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te” (Ap 3:1b, 2b-3a).
Aqui vemos a ligação da igreja em Sardes com a parábola do tesouro escondido (Mt 13:44). Os cristãos daquela época descobriram o campo, mas em vez de distribuir as riquezas de seu tesouro, deixaram-no oculto. Em outras palavras, a Bíblia foi descoberta, mas não usaram suas riquezas de modo apropriado para completar a obra de restauração.
Por não terem guardado o nome do Senhor e praticado Sua palavra, um número cada vez maior de divisões ocorreu entre os filhos de Deus. Alguns se apegaram às doutrinas, aos detalhes da letra, mas sem muita preocupação com a prática das verdades. Outros, indo contra a situação morta que o mero estudo da letra produziu, buscaram o caminho das manifestações exteriores do Espírito Santo para serem mais avivados. O problema com estes foi que, ao enfatizar as manifestações exteriores do Espírito Santo, deixaram de ver a verdadeira obra que o Espírito quer fazer no homem: transformar sua alma e conformá-lo a imagem de Cristo, tornando-o um filho maduro para reinar com Ele (Rm 8:17-19, 29-30; Cl 1:28; 2 Tm 3:17). Muitos grupos livres surgiram a partir dessas divisões, sem, contudo, completar a obra que Deus determinou para Sua igreja.

09 agosto, 2012

Para Meditar...


Como está o seu apetite espiritual?


“O apetite do trabalhador o obriga a trabalhar; a sua fome o impulsiona” (Pv 16:26 NVI)

Como Pai, Deus sempre se preocupou com a alimentação dos seus filhos. No primeiro livro da Bíblia e também no último, o Senhor se apresenta como alimento. No livro de Gênesis, o Senhor se apresenta como a árvore da vida. “Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda a sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e domal”(Gn 2:9). Apocalipse, o último livro, mostra-nos que Deus dará como recompensa aos vencedores comer da árvore da vida. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”(Ap 2:7).

Se caminharmos por toda a revelação da palavra de Deus, perceberemos que sempre foi desejo do Senhor que o homem sentisse fome e desespero por se alimentar de sua palavra. No livro de Êxodo, encontramos a experiência de Israel com o maná. O maná era oferecido diariamente, demonstrando a preocupação do Pai celestial em dar alimento fresco para seus filhos. O maná guardado para o dia seguinte apodrecia (Ex 16:12-31) indicando que a comida de ontem não nos sustenta hoje.

Do que precisamos hoje? De fome espiritual. Conforme o provérbio acima, a nossa fome nos impulsiona a trabalhar a palavra de Deus no nosso interior.
Muitas vezes, encontramos cristãos com “anorexia espiritual” devido à falta de apetite pela palavra de Deus.
Ao nos examinar, o Senhor como médico dos médicos com certeza nos conduziria a um tratamento espiritual, que certamente surtiria um efeito curativo. Muita água (Espírito), muito descanso (não fazer nada por nós mesmos), e muito exercício na palavra, para que não achemos prazer em “frituras” e “guloseimas”, que apenas nos engordam, mas não são saudáveis para o nosso crescimento.
A coleta do maná era individual, o que leva a crer que havia uma responsabilidade pessoal em se alimentar. O Senhor reservou uma porção para cada um dos seus filhos. Ele nunca desejou que os israelitas se alimentassem da porção exclusiva que Ele deu a Moisés. Deus disponibiliza uma porção para cada um, esperando que experimentemos por nós mesmos o sabor, o frescor, a energia, que procedem de sua palavra diária.
Um faminto não fica esperando apenas pelas reuniões do final de semana. Ele deve coletar o maná diariamente mediante a leitura da palavra misturada com oração, na comunhão matinal e nas reuniões familiares.
Ao oferecer o maná aos seus filhos, o Senhor queria ensinar uma lição fascinante. Cabia ao povo apenas colhê-lo. Hoje, como colhemos o maná? Temos a nossa disposição a Bíblia cheia de suprimento. O maná fresco está contido nela. No primeiro momento, talvez tenhamos alguma dificuldade na coleta diária, mas  à medida em que nós perseveramos e sentimos os efeitos da palavra em nossas vidas, mais habituados nos tornaremos com essa fonte inesgotável de alimento e mais dependente dela nos tornaremos. A fome sempre será renovada, o desejo por Deus aumentará e o suprimento com certeza estará garantido. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mt 5:6).
Uma vez supridos, teremos com que suprir. Todos aqueles que experimentaram o alimento celestial inevitavelmente conduzirão outros a desejá-lo. Isso resultará na produção de mais coletores de maná, mais reuniões ricas da palavra, mais pessoas introduzidas na vida da igreja, mais famílias equilibradas e Deus também ficará satisfeito.

Purificados de toda impureza para reinar.


Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus (2 Co 7:1). Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações (Ap 2:26)


Êx 20:4-5; Mt 13:31-33; 2 Tm 2:22; Ap 2:12-14, 18-21

Após dois séculos de perseguição da igreja, o número de cristãos continuava aumentando. Por isso, no começo do século IV, o imperador romano Constantino passou a apoiar o cristianismo. O que aparentemente parecia ser bom, era na verdade uma mudança na estratégia do inimigo para introduzir o mundo na igreja.
O imperador concedeu vários benefícios aos que abraçassem a Fé cristã: liberação do serviço militar, roupa de graça, ajuda financeira etc. Benefícios como esses, tornaram o cristianismo atraente para muitos romanos, que aceitavam o batismo não porque criam no nome de Jesus, mas para obter os favores do Estado. Assim, pouco a pouco, esses cristãos nominais foram conquistando posições elevadas na sociedade, envolvendo-se com a política. Por isso, em vez de serem perseguidos, passaram a ser exaltados.
Esse contexto é ilustrado pela igreja em Pérgamo e está associado à parábola do grão de mostarda (Ap 2:12-17; Mt 13:31). Pérgamo significa torre alta e também matrimônio. Sem a realidade da fé no nome do Senhor Jesus, muitos se uniram ao cristianismo por conveniência; assim, a igreja se “casou” com a política e “cresceu” de maneira anormal, abrindo portas para o mundo e coisas malignas virem e “aninharemse” sobre seus ramos (Ap 2:14-15; cf. Mt 13:32). Isso alterou a natureza da igreja e foi o início de sua degradação.
Em seguida, Apocalipse 2:18-29 expõe a igreja em Tiatira, que representa os eventos seguintes na história da degradação da igreja. Com um imensurável número de cristãos nominais, os líderes da igreja superaram o domínio político do governo romano. Como resultado disso, no final do século IV, o Estado romano passou a ser oficialmente cristão e quem controlava o império já não era mais o poder político de Roma, e sim o poder do sistema religioso.
Esse sistema é representado pela mulher da parábola de Mateus 13:33, que misturou fermento às três medidas de farinha, levedando toda a massa. Em Apocalipse ela é chamada de Jezabel. O desejo de Deus era restaurar a igreja, mas esse sistema religioso produziu seus próprios ensinamentos, os quais vieram a substituir as verdades fundamentais da Palavra de Deus. O nome do Senhor Jesus também foi para segundo plano e não era mais evidenciado, tampouco invocado, pois o nome de Maria, mãe de Jesus, passou a ser cultuado e adorado (Êx 20:4-5).
Contudo, em Apocalipse 2:25-26, o Senhor encoraja os vencedores a guardarem Suas obras, a fim de receberem seu galardão: ter autoridade sobre as nações. Que o Senhor guarde nosso coração de toda mistura, fermento, idolatria e impureza, tornando-nos puros de coração para reinarmos com Ele.

08 agosto, 2012

Refletindo...

Como está o seu coração?


"Deus usa as circunstâncias a fim de revelar nosso coração". 

As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e reden­tor meu! (Salmo 19:14).

E, tendo tirado a este, levantou-lhes o rei Davi, do qual também, dando testemunho, disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade. Da descendência deste, conforme a promessa, trouxe Deus a Israel o Salvador, que é Jesus (Atos 13:22, 23). 

Primeiro 

Temos aqui duas passagens relacionadas com Davi. Salmo 19:14 é sua oração e Atos 13:22, 23 fala dele como homem. Em sua oração Davi menciona as palavras de sua boca e o meditar de seu coração. Procura fazer com que seus pensa­mentos íntimos e suas palavras externas sejam aceitáveis a Deus; pois as palavras da boca são a expressão do pensamento. Donde se depreende que o principal problema é o coração. A questão central não é se as palavras estejam corretas ou não, nem é também a correção da atitude externa. O problema verdadeiro jaz na intenção do coração. O pensamento e a intenção do coração é a questão que não deve ser negligenciada. Por este motivo Davi ora para que o meditar de seu coração seja aceitável a Deus assim como as palavras de sua boca. Sua oração é que Deus aceite seu desejo interior. Daí Paulo testificar ser Davi um homem segundo o coração de Deus (Atos 13).

Que tipo de pessoa é o homem segundo o coração de Deus? É aquele que permite que Deus lhe toque o coração. Se a pessoa não permitir que Deus lhe toque o coração, mui dificilmente será um homem segundo o coração de Deus. Muitos cristãos têm a tendência de perguntar: Não estou agindo corretamente ao fazer isto ou aquilo? Não é direito falar isto? Minha expressão não está correta? Entretanto a questão essencial não está no seu falar ou expressar a coisa certa ou não, mas na raiz do seu falar, expressar ou agir. Embora a pessoa externamente seja correta, ainda pode ter problemas com o coração. O interesse de Deus e seu toque estão relacionados com o coração do homem. É por este motivo que ele permite que muitas coisas aconteçam na vida de seus filhos. Ele usa estas coisas para tocar o seu coração e revelar o que aí se encontra. 


Segundo 

Observamos na Bíblia, que Davi viaja na vida pelo caminho da cruz, e a vida que ele vive é a vida da cruz. O Novo Testamento inicia com duas pessoas: uma é Abraão e a outra, Davi (veja Mateus 1:1, 3, 6). Isto é porque dois homens trouxeram o Senhor Jesus. Trouxeram Deus dos céus à terra. Deus precisa encontrar pessoas como estas antes de achar um meio de vir dos céus à terra.

Sabemos que Abraão é o pai da fé. Por toda a vida trilhou no caminho da fé. Somente este caminho pode trazer Deus à terra. Por outro lado, Davi andou na vida pelo caminho da cruz. Sua vida é uma vida de cruz. Ele não somente traz Deus aos homens, mas também faz com que Deus dirija os homens.

Se você vive pela fé, tem a maneira de trazer Deus ao meio dos homens; se você vive na cruz fará com que Deus reine sobre os homens. Se os filhos de Deus estivessem mais dispostos a seguir o caminho da cruz e a levar a cruz, Deus, sem dúvida, teria mais domínio sobre os ho­mens. A menos que você viva a vida de cruz, Deus não poderá reinar sobre você. A feição especial da vida de Davi pode ser vista em seu trilhar na estrada da cruz. 


Terceiro 

O que Davi encontrou na vida foi um pouco estranho, mas todos esses acontecimentos reve­laram o estado de seu coração. Primeiro, Davi era desprezado por sua própria família. Quando Deus enviou Samuel a ungir um dos filhos de Jessé rei sobre Israel, Jessé mandou chamar os seus filhos mas negligenciou em chamar Davi. Entretanto o coração deste jovem era correto, pois não perdeu o relacionamento adequado por causa de tal negligência. Deus disse a Samuel: "O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração" (1 Samuel 16:7b). O coração de Davi era aceitável a Deus, de modo que foi escolhido e usado por ele.

Depois de matar a Golias, Deus o colocou numa situação peculiar, pois as mulheres de Israel cantaram: "Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares" (18:7b). Com respeito a estas duas cláusulas, veremos que uma tinha o propósito de testar a Davi e a outra era para provar Saul. Diz-se em Provérbios 27 que "o homem é provado pelos louvores que recebe" (v. 21).

Quando as pessoas o elogiam demais, observe atentamente a fim de ver se você fica orgulhoso; ou quando os elogios são menos do que você merece, fica magoado? Que efeito teve as declarações das mulheres israelitas no coração de Davi e de Saul? Davi não deixou-se impressionar pela aclamação: "Davi feriu os seus dez milhares"; Saul, entretanto, indignou-se muito com a declaração de ter morto somente os seus milhares. É óbvio que o coração ciumen­to de Saul muito sofreu (1 Samuel 18:6-19).

Suponhamos que você e outro irmão façam alguma coisa juntos. Qual será sua reação se alguém lhe disser que o outro irmão fez um excelente trabalho e não mencionar o seu nome? Você, no mínimo, sentir-se-á magoado e um tanto triste. Esse incômodo e tristeza provam que você não está totalmente limpo.

Você não confessa a si mesmo repetidamente que fez tal coisa para Deus e não para o homem? No entanto o louvor que a outra pessoa recebeu sacode-lhe o coração e expõe a sujeira interior. Compreendamos que muitas das situações em que nos encontramos — especialmente as atitu­des dos que estão ao nosso redor — provam o nosso coração. Depois de matar Golias, Davi tornou-se o herói de Israel, e então foi persegui­do por Saul. Durante este longo período de provação ele submeteu-se à mão de Deus e não ousou fazer nada a fim de contornar a situação Assim evidenciam-se a pureza e a retidão do coração de Davi.

Depois de se tornar rei, Davi enfrentou sérias tribulações por causa de seu grande fracasso Seu próprio filho procurou tirar-lhe a vida e Simei amaldiçoando-o jogava-lhe pedras. Qual foi a reação de Davi para com Simei? Novamen­te, seu coração era claro como cristal. Disse Davi "pois se o SENHOR lhe disse: Amaldiçoa a Davi" (veja 2 Samuel 16:5-12). Ele esperava na misericórdia de Deus. Oh, que não pensemos que tudo o que acontece em nossa vida seja para nossa perda. Por um lado, é bem verdade que se nosso coração não estiver certo sofreremos perda; mas por outro lado, se nosso coração estiver certo, seremos grandemente beneficia­dos, pois todas estas circunstâncias têm o objeti­vo de revelar o que nos vai no coração. A verdadeira condição do coração de Davi é revela­da mediante as provações de uma vida vivida na cruz. 


Quarto

Os filhos de Deus, pois, devem não somente ter cuidado com seu falar e com sua atitude; mais ainda, devem ter cuidado com o pensamento e intenção de seus corações. Muitas vezes nossa expressão externa não necessariamente revela o estado interior. Na maioria das vezes é nosso sentimento interior que trai o verdadeiro estado de nosso coração. Quão fútil é simplesmente guardar os nossos lábios. Se nosso coração não estiver certo, mais cedo ou mais tarde, será expresso abertamente — e, muitas vezes, quan­do menos esperamos. Um exemplo disto seria as palavras ociosas que proferimos a respeito dos outros. Quanto mais nosso coração se estender para Deus e quanto mais puro ele for, tanto menos serão as palavras ociosas proferidas por nós. Todas as vezes que fuxicamos ou murmura­mos contra alguém traímos alguma irregularida­de em nosso coração. Se o coração da pessoa fosse devotado totalmente para Deus ela não diria palavras ociosas contra os outros.

Um irmão disse certa vez: "Se um irmãozinho peca contra mim a esse posso perdoar; mas se um irmão grande peca contra mim, a esse não posso perdoar." Outro irmão que o ouviu dizer isto olhou para o peito deste irmão e sacudiu a cabeça várias vezes. O que ele queria dizer com este gesto era: "Seu coração! Seu coração! Ao perdoar um irmãozinho mas não perdoar um irmão grande, você expõe o que lhe vai no coração. O fato de um irmãozinho pecar contra você e ser perdoado não mostra de modo ne­nhum o verdadeiro estado do seu coração; mas ao recusar-se a perdoar um irmão grande que peca contra você, isso realmente revela o que lhe vai no coração." Por meio deste incidente o coração não perdoador daquele irmão foi revela­do. Que possamos ver que algo pequeno pode não ser queimado por um único palito de fósforo mas será totalmente consumido numa fornalha de fogo. Isto mostra que tal coisa pode ser queimada. Usando a ilustração, um irmãozinho não podia testar o coração daquele irmão, mas um irmão grande foi usado para expor o seu verdadeiro estado interior.

Se nosso coração estiver correto, não seremos sacudidos por ninguém, pois olhamos somente para Deus. Davi provou ser um homem segundo o coração de Deus porque onde quer que o Senhor o colocava, seu coração se conservava em relacionamento direto com Deus e não com os homens. Davi aceitava tudo das mãos de Deus e tentava ver as coisas da perspectiva dele. Permita-me repetir, Deus usa as circunstâncias a fim de revelar nosso coração. Que possamos, portanto, orar: "Ó Senhor, que as palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença." 



Fonte: Watchman Nee
(Site Igreja em Uberaba)

O fim desta era é o Reino - Watchman Nee.


O fim desta era


Cremos firmemente que nossos dias são os que beiram o fim desta era. Além disso, estamos cônscios de que, após esta era da Igreja, haverá a era do reino. Os olhos de Deus já se voltaram para o reino, o qual está crescentemente ganhando Sua atenção, pois, se nossa compreensão está correta, cremos fortemente que o que Deus está ansioso para trazer, de acordo com Sua vontade eterna, é o reino. O chamamento de Deus para a Igreja é por causa do reino.

Quando um servo do Senhor ganha a visão sobre o lugar que o reino tem na predestinada vontade de Deus, o quanto, então, ele passa a ansiar que o reino venha logo. Como ele espera que todos os filhos de Deus cooperem com o Senhor em apressar a chegada do reino. O versículo da Bíblia que é especialmente comovente ao coração desse servo é, sem dúvida, Mateus 24.14, o qual diz: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”
Aqui podemos discernir a relação entre a pregação do evangelho do reino e a vinda do fim. Inquestionavelmente esse versículo é difícil de ser compreendido de maneira clara. Na verdade, no passado esse versículo se tornou um problema causando muita contenda entre os filhos de Deus. Nós não temos intenção de nos juntar à polêmica, pois não importa como uma pessoa possa interpretar essa passagem, isso não trará uma opinião unânime entre o povo de Deus. Desejamos simplesmente apresentar a luz que temos recebido nesse versículo.
“O fim do mundo (era, gr. lit.)” (v. 3) é uma frase que, naturalmente, aponta para o fim desta era. De acordo com uma interpretação rigorosa da profecia, essa frase refere-se à “hora da provação” (Ap 3.10 – VRA2), que também é compreendida como constituindo o curto período conhecido como “a grande tribulação”, o qual irá concluir a era na qual agora vivemos. A nossa era é denominada de várias maneiras: a era do Espírito Santo, a era da Igreja, a dispensação da graça ou a dispensação do evangelho. Esta era, a qual leva todos esses diferentes títulos, terminará com a vinda de “o fim” ou a grande tribulação.
Ora, precisamos compreender claramente que a Igreja é responsável por trabalhar com Deus para que o reino seja trazido, como Mateus 24.14 confirma. E, ao entender que o reino de Deus só pode aparecer publicamente após o final desta era, a Igreja não pode fazer outra coisa a não ser estar interessada no fim. Pois, embora o final dessa era não tenha nenhuma relação com a Igreja em si, ela tem muito a ver com a obra da Igreja.
Por essa razão, o Senhor Jesus nos diz em Mateus 24.14 que o evangelho do reino deve primeiro ser pregado e, então, o reino dos céus virá. Aqui nosso Senhor profetiza com respeito ao fenômeno que deve acontecer ao aproximar-se o fim dessa era e a chegada em breve do reino dos céus. Ele, além disso, estabelece a condição para o surgimento da conclusão desta era e a introdução do reino. Por conseguinte, a partir desse versículo em Mateus vemos que, para que esta era seja concluída, os filhos de Deus devem dar testemunho do evangelho do reino de maneira nova. Ao tempo do fim dessa era, nós verdadeiramente testemunharemos um reavivamento do evangelho do reino.
Durante as últimas décadas parece ter havido uma restauração gradual do ensinamento sobre o reino. Especialmente nos poucos anos passados, o Senhor tem voltado os olhos dos Seus filhos na China mais na direção desse assunto do reino de Deus. Isso é, de fato, um sinal muito saudável.


O que é o reino de Deus?

Mas o que é o reino de Deus? O que é o evangelho do reino dos céus? O que é normalmente entendido é que o reino é a era quando Cristo e a Igreja irão reinar. Na verdade, ele é muito mais que isso.
Muitos tentam diferençar entre o evangelho do reino e o evangelho da graça. Isso realmente não é necessário. Se há quem insista em distingui-los, podemos dizer que o evangelho da graça lida principalmente com bênção, enquanto o evangelho do reino é especialmente dirigido contra a opressão demoníaca de Satanás.
Hoje em dia, existem muitos conceitos acerca do reino, mas ouçamos o que o Senhor Jesus tem a dizer: “Se Eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus” (Mt 12.28). Sem dúvida o reino significa muitas coisas, mas o que o Senhor menciona aqui deve ser considerado do mais importante significado.
O reino está em direta oposição ao Hades. O Senhor Jesus declara que o reino é a expulsão de demônios – isso quer dizer que, pela energia do Espírito de Deus, se dá a expulsão de demônios. Essa é uma explicação acurada do reino. Existe uma lacuna básica encontrada nos comentários da Bíblia de hoje, pois neles os autores usualmente se esquecem do Hades. A Igreja em sua posição, obra, pensamento e falar têm geralmente esquecido seu inimigo, Satanás. Não sabemos que Deus escolheu a Igreja para resistir a Satanás e para introduzir o Seu reino? Portanto, prestemos atenção que exatamente na primeira vez que o Novo Testamento menciona a Igreja ele também menciona o Hades (veja Mt 16, onde Hades é traduzido para inferno).
Todos sabemos que a duração da era do reino é de mil anos. Mas qual é a relação entre esses mil anos e Satanás? Nos versículos de abertura de Apocalipse 20 é-nos dito que esse será o tempo em que Satanás será preso no abismo. Essa será a época mais vergonhosa para ele.
“Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (1Co 6.3). Ora, somente aqueles que têm pecado precisam ser julgados; portanto, vemos a partir desse versículo que o futuro para a Igreja incluirá o julgamento dos anjos pecaminosos. Esses anjos pecaminosos rebelaram-se juntamente com Satanás contra Deus. Eles são os principados e potestades de hoje (cf. Ef 6.12; Cl 2.15) e os príncipes mencionados em Daniel 10.13, 20). E Deus diz que nós os julgaremos. Mas quando? Na época em que Cristo vier novamente para estabelecer Seu reino.
Isto, então, é o reino: o tempo em que Satanás será lançado no abismo. Esse é o tempo em que todos os principados e potestades serão julgados. Oh, os poderes do Hades serão destruídos na era do reino! E a besta, como um filho para Satanás, e o espírito que está no falso profeta serão lançados para dentro do lago de fogo. Além disso, outros incontáveis espíritos maus serão expulsos do mundo e aprisionados. O próprio Satanás será exposto à vergonha abertamente e passará mil anos de vida nas trevas no abismo. Esse é o tempo quando ele e toda a sua família do mal serão completamente derrotados e destruídos. Durante esse mesmo período, os filhos de Deus se manifestarão e a batalha da cruz de Cristo alcançará completa vitória. Esse é o tempo no qual o propósito de Deus, proposto desde as eras contra Satanás, encontra seu completo cumprimento. E o que está profetizado em Isaias 14.12-20, que é uma referência velada a Satanás, será, então, totalmente realizado. Na era do reino Satanás não terá influência nenhuma.
Conseqüentemente, a pregação do evangelho do reino dos céus é nada menos do que declarar que Deus, que reina nos céus hoje, amanhã reinará sobre a terra expulsando completamente o príncipe do mundo atual com todos os seus seguidores e maus espíritos para que, então, o novo homem (Cristo e Sua Igreja) reine.


Desfazendo as obras do diabo

O Evangelho do reino dos céus é, por conseguinte, direcionado contra os poderes das trevas. Portanto, quando o Senhor Jesus primeiro proclamou este evangelho, todas as Suas obras trataram com os poderes das trevas: “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1Jo 3.8). Ele tanto curou o doente como expeliu demônios. Agora está inteiramente claro para nós que expulsar demônios é um trabalho que destrói o reino das trevas. Mas quanto à cura de enfermos? O apóstolo Pedro nos proveu uma explicação quando, ao descrever o ministério terreno de Jesus, ele observou que nosso Senhor andou por toda parte “curando a todos os oprimidos do diabo” (At 10.38b). Se lermos os Evangelhos cuidadosamente, observaremos que a vida terrena inteira do nosso Senhor Jesus foi dedicada a destruir a obra do diabo. Conseqüentemente, Sua obra na terra teve um efeito muito maior sobre os demônios do que nos homens.
Ora, o Senhor Jesus nos diz que no final desta era os Seus filhos se levantarão para dar um testemunho semelhante. Precisamos agradecer ao Senhor pelo fato de que, em anos bem recentes, não poucos dentre os filhos de Deus têm sido levantados para guerrearem contra Satanás. Guerras espirituais na vida de muitos crentes têm-se tornado uma realidade, não permanecendo meramente como uma questão de terminologia.
Para que o reino de Deus venha, para que a soberania de Deus se manifeste no mundo e para Satanás e seus poderes serem expulsos, devemos nos levantar e dar testemunho concernente ao evangelho do reino dos céus. Em outras palavras, nós devíamos testificar da vitória da cruz de Cristo. Nós devíamos declarar que Cristo já julgou o príncipe deste mundo, que Ele ganhou uma vitória total e que o reino, a glória e o poder agora são inteiramente Dele. Pois Satanás não tem lugar nessa era; ele está meramente usurpando este tempo. Todos os que receberam o Senhor Jesus foram libertados dos poderes das trevas e foram transferidos para o reino do Filho do amor de Deus. (Cl 1.13).


Expulsando Satanás

Nós devemos proclamar o evangelho do reino dos céus – o qual é o evangelho da expulsão de demônios, o evangelho do anúncio da derrota de satanás e da destruição do Hades. E esse testemunho trará o fim desta era.
Reconhecidamente, esta era é a era da Igreja, pois a Igreja teve começo nesta era. Ao mesmo tempo, entretanto, estejamos conscientes que a Bíblia igualmente chama esta era de “geração má e adúltera” (Mt 12.39), “geração incrédula e perversa” (17.17) e “geração corrompida e perversa” (Fp 2.15). O propósito de Deus é levar tal era e geração a um fim. Ele está contente ao ver que o fim dessa era logo chegará a fim de Seu reino seja introduzido. Mas os filhos de Deus têm seu dever a cumprir. Eles deviam trabalhar juntamente com Deus para trazer a essa era o fim. A oração é um dos caminhos, mas testemunho é também requerido. Levantemo-nos todos em prol da “majestade” do Senhor Jesus como nunca antes. Vamos testificar do Seu governo mais do que nunca. Embora o reino do anticristo deva preceder o reino de Cristo, não obstante devemos testificar do reino de Cristo antes da vinda do reino do anticristo. Nós precisamos trazer a esta era o seu fim.
Naturalmente isso não é um novo evangelho; é apenas aquele aspecto do único evangelho que tem sido, por tanto tempo, negligenciado pela igreja. Todos os apóstolos também proclamaram esse aspecto do evangelho. Tanto Atos 14.22 como 28.23 dão testemunho desse fato: “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus (...) E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde”. Além do mais, após a ressurreição, o Senhor Jesus mesmo falou aos Seus discípulos as coisas concernentes ao reino de Deus (1.3). Se quisermos continuar o trabalho dos apóstolos, precisamos testificar do que eles testificaram. Quão grandemente a Igreja tem esquecido a vitória, a autoridade e o trono de Cristo. Quem quer que ouse testificar que “somente Cristo é Rei, Satanás, não” está realmente pregando o evangelho do reino dos céus.
Não sejamos pessoas atrasadas no tempo. Hoje só há um evangelho que é relevante para o nosso tempo: o evangelho do reino de Cristo. Com isso não estamos sugerindo que não deveríamos pregar nada mais; apenas desejamos sublinhar o fato de que Deus deseja que nós prestemos atenção especial a esse aspecto do evangelho. Precisamos nos levantar e afirmar o que Deus determinou para esta era. No final desta era, Ele está interessado na vitória de Seu filho e no exílio de Satanás. Se não formos de uma mente com Deus nesse assunto, ou seja, se não prestarmos atenção no que Ele está interessado agora, não cumpriremos Sua eterna vontade, não importando que grande obra possamos realizar. Quão distantes nós estamos do melhor de Deus se esse for o caso.


Trazer o Reino de Deus

A necessidade de hoje é para os cristãos que conhecem o tempo. Deus está procurando por um povo que simpatize com Ele e trabalhe com Ele em concluir esta era e introduzir a próxima. Se os cristãos virem como sua maior responsabilidade na terra a salvação das pessoas, então, eles falharam em cumprir a mais alta vontade de Deus. Eles deviam reconhecer que têm uma responsabilidade ainda maior do que a salvação de almas: eles têm de levar esta era a um fim e trazer o reino de Deus. Sua mais alta responsabilidade é testemunhar a destruição do arquiinimigo de Deus, Satanás, e todos os seus poderes das trevas. Eles deviam ver isso como o principal objetivo de todas as suas obras. A oração não é apenas para orar, mas para ferir satanás. Salvar almas não é meramente salvar as pessoas, mas causar dano a Satanás nesse processo. Por favor, não me interprete mal aqui. Não rebaixamos a obra de evangelismo, pois a salvação de homens e mulheres é a mais gloriosa tarefa a qual nunca deveríamos dispensar; mas na obra de salvar almas não percamos o reino de vista. Nós nos tornaremos obreiros mais efetivos nas mãos do Senhor se sempre tivermos em vista o reino de Deus e as coisas concernentes ao determinado conselho de Deus e o destino estabelecido para o inimigo de Deus.
Por que será que após os filhos de Deus testificarem do reino dos céus o fim deve chegar? Aqui podemos perceber novamente o trabalhar de Deus junto com os homens. Deus deseja que o fim chegue. Mas se os Seus filhos falharem em trabalhar com Ele em oposição a esta era e em desejar que o Seu reino venha, Ele adiará a chegada do reino. Mas quando os filhos de Deus realmente abominarem os fenômenos repugnantes do desfecho desta era e orarem por sua morte rápida bem como orarem pelo reino, Ele se levantará e agirá. Quando quer que os filhos de Deus se levantem para sustentarem o testemunho do reino dos céus – o que significa que eles querem o que Ele quer e odeiam o que Ele odeia naquele momento –, a vontade deles é unida à vontade de Deus. E isso possibilita ao Senhor levantar-se e agir.
Nunca assumamos que o fim vem automaticamente. Não, se não desejarmos a vontade de Deus, Sua vontade será retardada. Portanto, Deus está esperando pacientemente hoje, buscando por aqueles que são de uma mente com Ele e estão dispostos a trabalhar com Ele para trazer o fim desta era. Quem entre nós está disposto a realizar esta grande obra? Quem entre nós está disposto a pagar o preço?


(Este texto é o sexto capítulo do livro "Espírito de Sabedoria e Revelação", de Watchman Nee, publicado pela Editora dos Clássicos, em julho de 2003)

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Os sofrimentos cooperam para nosso amadurecimento


Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que o valor da vossa fé, uma vez confirmado, muito mais precioso do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1 Pe 1:6-7)


Mt 3:11; 4:17; 13:24-30; Rm 8:5-6; Ap 2:5, 8-11

A experiência de João em Éfeso é um encorajamento para nós. Com muita paciência e amor, ele ajudou os irmãos a se libertarem das discussões sobre doutrinas, comuns aos que estão na esfera anímica, e a viverem no espírito. Quando estamos no espírito, podemos ser uma “boa terra”, uma igreja desejável que tem um coração adequado e frutífero para Deus.
Portanto, ao nos depararmos com algum irmão, ou alguma igreja, vivendo segundo a vida da alma, não vamos julgá-los e condená-los nem mesmo rejeitá-los. Vamos orar por eles, esperando que sejam iluminados pelo Senhor para que se arrependam e voltem a viver pelo Espírito.
Com efeito, o arrependimento é condição essencial para nos tornarmos vencedores. O significado de arrependimento é negar a vida da alma, é ter uma mudança na maneira de pensar. Em Apocalipse 2:5 o Senhor disse à igreja em Éfeso: “Arrepende-te e volta à prática das primeiras obras”. Quando nos arrependemos, isto é, negamos a nós mesmos e nossa maneira antiga de pensar e viver, ficamos livres para fazer a vontade de Deus.
Isso é tão importante que, antes mesmo de o Senhor iniciar Sua obra na terra, João Batista pregava o arrependimento. Depois Jesus também passou a pregar e a dizer as mesmas palavras: “Arrependei-vos porque está próximo e reino dos céus” (Mt 4:17).
A mente é a parte representante da alma. Em Romanos 8, vemos que não devemos inclinar a mente para a carne, pois o resultado é morte. Mas quando a mente se inclina para o espírito, o resultado é vida e paz (v. 6). Portanto, mudar de mente significa pender a mente para o Espírito, e, como resultado, ter a alma transformada pelo Espírito. Essa transformação decorre de recebermos o batismo de fogo do Espírito (Mt 3:11), cuja função é queimar as impurezas e purificar nossa alma. O queimar do Espírito produz um sofrimento interior, um genuíno arrependimento, que nos leva a mudar nossa maneira de pensar e agir.
Em Apocalipse 2:8, temos a segunda igreja, Esmirna. Esta representa a igreja que passou por uma intensa perseguição por parte do império romano. A partir do final do primeiro século, muitos cristãos foram perseguidos e martirizados. Surpreendentemente, quanto mais eles eram perseguidos e mortos, mais se multiplicavam. Mesmo diante da morte, eles invocavam o nome do Senhor, como aconteceu com Estêvão (At 7:59-60), e também guardavam a Palavra. Isso os fez não ter medo dos sofrimentos e ser fiéis até a morte, pois tinham a promessa da coroa da vida (Ap 2:10).
As perseguições e sofrimentos pelos quais a igreja em Esmirna passou nos mostram sua relação com a parábola do joio, que foi semeado pelo inimigo para impedir o trigo de crescer e amadurecer (Mt 13:24-30). Do mesmo modo, quando voltamos a mente para o espírito, vemos que os sofrimentos pelos quais passamos cooperam para nosso amadurecimento, pois passamos a buscar mais a vida divina e isso resulta em mais crescimento e transformação. Louvado seja o Senhor!

07 agosto, 2012

Refletindo...

Aprendendo a usar a consciência


Quando fazemos uma retrospectiva sobre a criação que recebemos de nossos pais, sempre surge o sentimento de que faltou alguma coisa. Um dos aspectos é o que abordaremos a seguir acerca do uso da consciência. Entretanto, dada a grandeza da matéria, teceremos um breve comentário para facilitar a definição básica de consciência ajudar os pais a aplicarem seus princípios na educação dos filhos.

Já que nossos filhos pequenos não têm maturidade suficiente para ter comunhão com Deus a fim de saber o que devem fazer e como usar a intuição para conhecer a vontade divina que provém, subitamente, dessa parte interna de seu ser, a consciência deles deve ser treinada pelos pais de tal modo que sintam, em seu interior, uma sensação como um alarme soando ininterruptamente sempre que ferirem a justiça, a honra, o decoro, o respeito e tudo aquilo que faz parte de uma vida humana normal.

Vivemos em uma sociedade onde os valores não são tão apreçados como o foram no passado. Tudo parece agora estar invertido, e nós, pais, não estamos muito cônscios disso. Por exemplo, os pais mais antigos ensinavam aos filhos que não podiam mentir em hipótese alguma. Hoje, dependendo da situação, uma "mentirinha" é aceitável e até encorajada pelos pais. Antigamente, também, os filhos eram orientados a não trazer para casa o que dela não tivessem levado. Hoje, muitos justificam o que as crianças trazem para dentro de suas casas, apoiados no dito popular: 'Achado não é roubado, quem perdeu é relaxado". O que a criança não pode perceber e os pais ignoram é que o objeto que ela achou não lhe pertence, não foi adquirido com o labor dela e, mais sério ainda, pertence, legalmente, à pessoa tida por relaxada.

São tantas as coisas que nossas crianças praticam com liberalidade em função de não terem suas consciências adequadamente treinadas, que chegamos a temer fazer uma projeção do que poderão praticar no futuro. Gritar com os pais, interferir, de forma grosseira, no diálogo dos adultos, bater no rosto de outras pessoas, desrespeitar os mais velhos e as autoridades são gestos, infelizmente comuns, praticadas por crianças em muitos lares. Porém o que é mais lamentável é a falta de uma consciência sensível que as reprove ou um rosto corado de vergonha pelos atrevimentos por elas cometidos. O resultado disso e unia geração de filhos desregrados, sem limites e sem a habilidade para reprimir as ações que partem violentamente da natureza humana caída.

Como ajudar os filhos? Seria possível passar vinte quatro horas do dia dizendo a eles o que fazer e o que não fazer? Certa vez, flagramos um pai fazendo a seguinte abordagem a um de seus filhos: "-Filho, você não percebeu que sua atitude estava errada?" A criança disse, inocentemente: "- Não, papai." O pai refletiu um pouco e formulou uma pergunta mais profunda: "-Você não ouviu uma pequena voz em seu interior dizendo para você não fazer aquilo?" A criança respondeu com surpresa: "- Sim, papai". Então, disse o pai: "- Filho, a pequena voz interior que você ouvia era sua consciência". A consciência é um recurso que Deus criou para substitui-Lo no interior do homem desde seus primeiros anos de vida. Quando o homem é regenerado, ou seja, quando é gerado espiritualmente, ele passa a agir baseado na unção interior (João 2:27). O pai, aproveitando-se, ainda, daquela situação para ajudar o filho, acrescentou: "- Filho, você não sentiu algum incômodo, um mal-estar ou uma coisa ruim em seu interior depois de fazer o que sua consciência lhe dizia que não fizesse?" A criança, agora, como um aprendiz sedento, disse: "- Sim, papai, eu senti". O pai, lançando luz sobre o inocente, concluiu: "-A sensação que você sentia era uma fiel testemunha de que seus atos estavam ferindo alguns princípios de Deus. Sabe, filho, se você quiser saber o que Deus aprova, o que seu pai e a maioria das pessoas acatam, por ser ético, basta dar atenção à sua consciência. Toda vez que, em seu interior, uma voz disser o que deve ou não ser feito, procure obedecer. Porém, se, porventura, você desconsiderar essa voz e um sentimento incômodo irromper em seu interior, é hora de voltar atrás para desculpar-se com Deus e com as pessoas e procurar reparar as consequências em sinal de arrependimento. Meu filho, se ao ouvir o que a consciência está sussurrando em seu interior, sem detença, praticar, você amadurecerá com rapidez e terá um viver cheio de paz".

Queridos pais, desenvolver a sensibilidade da consciência dos filhos é gerar um "segundo pai" dentro deles dizendo "sim" e "não" em todas as situações. Pense nisso!



"Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens" (Atos 24:16). "Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando4hes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se" (Romanos 2:15). 


Fonte: JAV número 133 - seção "Aos Pais"
(Site Igreja em Uberaba)

Mensagem aos Casais...


Amor do Espírito

Os escritos de João começam apresentando o amor de Deus para com o homem (João 3:16), passam pelo amor entre os homens (1 João 3:16) e culminam com o amor entre Deus e o homem, no casamento universal (Apocalipse 22:17). Assim, temos a fonte, o propósito e o resultado do dispensar do amor de Deus.
O amor é a base do viver conjugal vitorioso. E, dizem, quando o amor acaba, não há casamento que resista. Mas, pergunto, amor acaba? Ora, se Deus é amor (1 João 4:8), pode o amor acabar? Claro que não. Ele é absolutamente inesgotável! Então, por que alguns afirmam tal contradição?
Read More A resposta está na fonte do amor. Veja, ao ser criado, o homem passou a possuir uma alma, uma psiche, que se constitui em sua personalidade, sua pessoa. Essa alma tem três partes, ou funções, principais: mente, vontade e emoção. Nesta última parte, a emoção, estão os sentimentos como alegria, tristeza, ira, calma, ódio e, inclusive, o amor (Cântico 1:7).
Assim, o homem é capaz de amar por si mesmo. Sua alma tem essa função e é apta a isso. No entanto, todo amor é limitado à sua fonte, isto é, só permanece enquanto durar aquilo que o originou. E, como a alma humana é marcada pela efemeridade (algo passageiro), tudo o que se origina nela passa, inclusive esse tipo de amor.
Mas há outro amor cujo traço não é a efemeridade, mas a ETERNIDADE! Tal amor é Deus mesmo, que habita em nosso espírito (Romanos 8:9,11). Esse é o amor que não acaba! A questão, agora, é decidirmos em qual destas fontes irá se originar o amor que sustentará nossa vida matrimonial: a alma ou o espírito.
Se optarmos pela alma, estaremos fadados ao insucesso conjugal, porque o amor nascido aí tende a se esfriar, se acabar. Se, de outro lado, escolhermos amar tendo Deus em nosso espírito como a fonte, sem dúvida estabeleceremos uma base muito sólida para nosso casamento e um modelo muito positivo de vida conjugal para nossos filhos e irmãos em Cristo.
Por isso, amado leitor, exercite seu espírito juntamente com seu cônjuge. Ore com ele pela manhã, de mãos dadas, de preferência. Confesse diante dele que você não tem sido um bom marido ou esposa e que precisa do Senhor Jesus para isto. Pratique a leitura da Bíblia com ele ou ela. Invoquem, juntos, o nome do Senhor Jesus.
Essas experiências de tocarem juntos o Espírito, que habita no espírito de ambos, certamente irá fazer com que o amor de Deus flua mais facilmente entre o casal e, com isto, a efemeridade do amor de outrora dará lugar à perenidade do eterno amor em nós. Jesus é o Senhor!


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Restaurar o primeiro amor e ser ativo na pregação do evangelho.


Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas (Ap 2:4-5)


Jo 1:1, 12; 4:24; 5:39-40; 6:57, 63; 10:10; 20:31; 1 Jo 1:1-3; 2:27

O apóstolo Paulo, quando estava na prisão em Roma, escreveu sua primeira epístola dirigida aos efésios. Ele tinha um forte encargo por eles, pois havia vivido pelo menos dois anos no meio deles. Apesar disso, a igreja em Éfeso não praticou as palavras contidas na carta de Paulo. Infelizmente, eles apenas tomaram aquelas palavras para analisar e principalmente para discutir questões doutrinárias (1 Tm 1:3-4). Estavam totalmente na esfera da alma.
Por mais que sua epístola mostrasse a importância da prática daquelas palavras (Ef 4:1-3, 15-16, 25-32; 5:1-2, 8-10, 15-18), os efésios foram intensamente influenciados pelo modelo “acadêmico” deixado pelo próprio apóstolo Paulo, quando ensinava na escola de Tirano. Pessoas de toda a Ásia vieram ouvi-lo, mas no final de sua vida, quando estava sendo julgado em Roma, todos os da Ásia o abandonaram (At 19:9-10; 2 Tm 1:15).
Passados muitos anos após a morte de Paulo, o Senhor confiou ao apóstolo João as visões registradas no livro de Apocalipse. Naquela ocasião, a condição da igreja em Éfeso ainda não estava boa, pois o Senhor lhes enviou uma dura repreensão: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2:4-5). Embora fizessem boas obras e tivessem boas qualidades (vs. 2-3), o Senhor ainda não estava satisfeito, pois eles haviam perdido o mais importante: o primeiro amor, o amor do princípio, que é proveniente da vida de Deus.
João, porém, havia amadurecido espiritualmente e estava pleno de Espírito e vida. Quando foi libertado de seu exílio, ele foi para Éfeso e, com sabedoria, ajudou os irmãos a se arrependerem e praticarem as palavras contidas na epístola que haviam recebido de Paulo. Assim, a igreja em Éfeso foi restaurada e o resultado foi a mobilização dos irmãos na pregação do evangelho.
Podemos ver isso na terceira epístola de João quando, ao escrever para Gaio, que estava em Corinto (1 Co 1:14), menciona os relatos dos irmãos de Éfeso, hospedados por ele (3 Jo 5-6). Gaio também deve tê-los suprido de recursos financeiros, segundo a orientação de João, para prosseguirem na pregação do evangelho pelas cidades. Aleluia!
Por fim, a igreja em Éfeso tornou-se verdadeiramente desejável, fazendo jus ao seu nome. Quando o primeiro amor foi restaurado, eles se tornaram ativos em realizar a obra de Deus. Isso ocorreu porque João os ajudou a voltar ao princípio (Jo 1:1), a exercitar o espírito (4:24), a crer no nome de Jesus (1:12; 20:31), a tomar a Palavra como alimento e não como conhecimento (5:39-40; 6:57, 63), a obedecer a unção (1 Jo 2:27), a receber vida (Jo 10:10; 1 Jo 1:1-3) a frutificar para glória de Deus (Jo 15:16) e muito mais. Graças ao Senhor porque no Espírito temos vida e essa vida nos leva a amar e a frutificar.

Para Meditar...


Simão ou Pedro? Quem você quer ser?


“E o levou a Jesus. Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)”. Jo 1:42

Simão tinha o seu próprio mundo. Uma rede, um barco e um mar limitado de Tiberíades. Um certo dia, foi apresentado a alguém que já o conhecia. O Senhor nos conhece. Ele sabe o tamanho dos nossos planos. Simão usava uma rede para sobreviver. As nossas redes da sobrevivência sem a dependência do Senhor nos emaranham. Muitos vivem enredados nas malhas da falta de tempo, da ansiedade, de uma vida de urgências, às vezes em busca das futilidades dessa vida. O Senhor sabia para onde Simão estava indo. O barco de Simão não buscava as águas profundas da intimidade com
Deus. Muitas vezes, a distância do Criador nos torna suscetíveis às tempestades da vida. Ficamos sem rumo. Navegamos sem destino. Sentimo-nos como se estivéssemos à deriva. Descobrimos que o nosso barco está furado. Naufragamos na fé. O Senhor está ciente do tamanho do território de Simão e o seu mar tinha limites. A tradição nos limita. Vivemos entre as margens da euforia e da depressão. Às vezes nos alegramos em falsas conquistas e nos afundamos no nosso vazio existencial.

O Senhor tem um plano. O Senhor tem um olhar, uma visão. Ele tem uma perspectiva mais ampla: “Tu serás chamado Pedro”. Na visão do Senhor, aquele pequeno pescador um dia pescaria homens para encher o Seu barco, um tipo de Sua igreja que flutua acima de um mundo perdido. Pedro atravessaria o mar de Tiberíades para oceanos maiores. O mundo necessitaria dele. Hoje, o Senhor tem chamado cada um de nós. Quando nos apresentamos, Ele primeiro nos atravessa com seu olhar, muda o nosso nome, implicando que nos dá uma nova vida, toma posse de cada um nós e nos apresenta Seu plano de estabelecer o Seu reino nessa terra. Deus ama os pecadores e quer transformá-los em Seus filhos. Ele precisa de cooperadores, de Pedros que pesquem e pastoreiem, que atraiam, com redes de cordas humanas e laços de amor, aqueles que se extraviaram no mar do pecado (Os 11:4a). Esses cooperadores é que cuidarão não só dos cordeirinhos, que são como crianças recém nascidas e precisam desejar ardentemente o leite da palavra, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, seja-lhes dado o crescimento para a salvação (1Pe 2:2) como também das ovelhas que necessitam de alimento sólido, próprio “para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hb 5:14).

Ao cumprirmos o ministério que o Senhor nos deu, estamos demonstrando nosso amor a Ele, conforme a orientação que o próprio Senhor Jesus deu a Pedro:“Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas” (Jo 21:15-16).

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