08 agosto, 2012

O fim desta era é o Reino - Watchman Nee.


O fim desta era


Cremos firmemente que nossos dias são os que beiram o fim desta era. Além disso, estamos cônscios de que, após esta era da Igreja, haverá a era do reino. Os olhos de Deus já se voltaram para o reino, o qual está crescentemente ganhando Sua atenção, pois, se nossa compreensão está correta, cremos fortemente que o que Deus está ansioso para trazer, de acordo com Sua vontade eterna, é o reino. O chamamento de Deus para a Igreja é por causa do reino.

Quando um servo do Senhor ganha a visão sobre o lugar que o reino tem na predestinada vontade de Deus, o quanto, então, ele passa a ansiar que o reino venha logo. Como ele espera que todos os filhos de Deus cooperem com o Senhor em apressar a chegada do reino. O versículo da Bíblia que é especialmente comovente ao coração desse servo é, sem dúvida, Mateus 24.14, o qual diz: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”
Aqui podemos discernir a relação entre a pregação do evangelho do reino e a vinda do fim. Inquestionavelmente esse versículo é difícil de ser compreendido de maneira clara. Na verdade, no passado esse versículo se tornou um problema causando muita contenda entre os filhos de Deus. Nós não temos intenção de nos juntar à polêmica, pois não importa como uma pessoa possa interpretar essa passagem, isso não trará uma opinião unânime entre o povo de Deus. Desejamos simplesmente apresentar a luz que temos recebido nesse versículo.
“O fim do mundo (era, gr. lit.)” (v. 3) é uma frase que, naturalmente, aponta para o fim desta era. De acordo com uma interpretação rigorosa da profecia, essa frase refere-se à “hora da provação” (Ap 3.10 – VRA2), que também é compreendida como constituindo o curto período conhecido como “a grande tribulação”, o qual irá concluir a era na qual agora vivemos. A nossa era é denominada de várias maneiras: a era do Espírito Santo, a era da Igreja, a dispensação da graça ou a dispensação do evangelho. Esta era, a qual leva todos esses diferentes títulos, terminará com a vinda de “o fim” ou a grande tribulação.
Ora, precisamos compreender claramente que a Igreja é responsável por trabalhar com Deus para que o reino seja trazido, como Mateus 24.14 confirma. E, ao entender que o reino de Deus só pode aparecer publicamente após o final desta era, a Igreja não pode fazer outra coisa a não ser estar interessada no fim. Pois, embora o final dessa era não tenha nenhuma relação com a Igreja em si, ela tem muito a ver com a obra da Igreja.
Por essa razão, o Senhor Jesus nos diz em Mateus 24.14 que o evangelho do reino deve primeiro ser pregado e, então, o reino dos céus virá. Aqui nosso Senhor profetiza com respeito ao fenômeno que deve acontecer ao aproximar-se o fim dessa era e a chegada em breve do reino dos céus. Ele, além disso, estabelece a condição para o surgimento da conclusão desta era e a introdução do reino. Por conseguinte, a partir desse versículo em Mateus vemos que, para que esta era seja concluída, os filhos de Deus devem dar testemunho do evangelho do reino de maneira nova. Ao tempo do fim dessa era, nós verdadeiramente testemunharemos um reavivamento do evangelho do reino.
Durante as últimas décadas parece ter havido uma restauração gradual do ensinamento sobre o reino. Especialmente nos poucos anos passados, o Senhor tem voltado os olhos dos Seus filhos na China mais na direção desse assunto do reino de Deus. Isso é, de fato, um sinal muito saudável.


O que é o reino de Deus?

Mas o que é o reino de Deus? O que é o evangelho do reino dos céus? O que é normalmente entendido é que o reino é a era quando Cristo e a Igreja irão reinar. Na verdade, ele é muito mais que isso.
Muitos tentam diferençar entre o evangelho do reino e o evangelho da graça. Isso realmente não é necessário. Se há quem insista em distingui-los, podemos dizer que o evangelho da graça lida principalmente com bênção, enquanto o evangelho do reino é especialmente dirigido contra a opressão demoníaca de Satanás.
Hoje em dia, existem muitos conceitos acerca do reino, mas ouçamos o que o Senhor Jesus tem a dizer: “Se Eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus” (Mt 12.28). Sem dúvida o reino significa muitas coisas, mas o que o Senhor menciona aqui deve ser considerado do mais importante significado.
O reino está em direta oposição ao Hades. O Senhor Jesus declara que o reino é a expulsão de demônios – isso quer dizer que, pela energia do Espírito de Deus, se dá a expulsão de demônios. Essa é uma explicação acurada do reino. Existe uma lacuna básica encontrada nos comentários da Bíblia de hoje, pois neles os autores usualmente se esquecem do Hades. A Igreja em sua posição, obra, pensamento e falar têm geralmente esquecido seu inimigo, Satanás. Não sabemos que Deus escolheu a Igreja para resistir a Satanás e para introduzir o Seu reino? Portanto, prestemos atenção que exatamente na primeira vez que o Novo Testamento menciona a Igreja ele também menciona o Hades (veja Mt 16, onde Hades é traduzido para inferno).
Todos sabemos que a duração da era do reino é de mil anos. Mas qual é a relação entre esses mil anos e Satanás? Nos versículos de abertura de Apocalipse 20 é-nos dito que esse será o tempo em que Satanás será preso no abismo. Essa será a época mais vergonhosa para ele.
“Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (1Co 6.3). Ora, somente aqueles que têm pecado precisam ser julgados; portanto, vemos a partir desse versículo que o futuro para a Igreja incluirá o julgamento dos anjos pecaminosos. Esses anjos pecaminosos rebelaram-se juntamente com Satanás contra Deus. Eles são os principados e potestades de hoje (cf. Ef 6.12; Cl 2.15) e os príncipes mencionados em Daniel 10.13, 20). E Deus diz que nós os julgaremos. Mas quando? Na época em que Cristo vier novamente para estabelecer Seu reino.
Isto, então, é o reino: o tempo em que Satanás será lançado no abismo. Esse é o tempo em que todos os principados e potestades serão julgados. Oh, os poderes do Hades serão destruídos na era do reino! E a besta, como um filho para Satanás, e o espírito que está no falso profeta serão lançados para dentro do lago de fogo. Além disso, outros incontáveis espíritos maus serão expulsos do mundo e aprisionados. O próprio Satanás será exposto à vergonha abertamente e passará mil anos de vida nas trevas no abismo. Esse é o tempo quando ele e toda a sua família do mal serão completamente derrotados e destruídos. Durante esse mesmo período, os filhos de Deus se manifestarão e a batalha da cruz de Cristo alcançará completa vitória. Esse é o tempo no qual o propósito de Deus, proposto desde as eras contra Satanás, encontra seu completo cumprimento. E o que está profetizado em Isaias 14.12-20, que é uma referência velada a Satanás, será, então, totalmente realizado. Na era do reino Satanás não terá influência nenhuma.
Conseqüentemente, a pregação do evangelho do reino dos céus é nada menos do que declarar que Deus, que reina nos céus hoje, amanhã reinará sobre a terra expulsando completamente o príncipe do mundo atual com todos os seus seguidores e maus espíritos para que, então, o novo homem (Cristo e Sua Igreja) reine.


Desfazendo as obras do diabo

O Evangelho do reino dos céus é, por conseguinte, direcionado contra os poderes das trevas. Portanto, quando o Senhor Jesus primeiro proclamou este evangelho, todas as Suas obras trataram com os poderes das trevas: “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1Jo 3.8). Ele tanto curou o doente como expeliu demônios. Agora está inteiramente claro para nós que expulsar demônios é um trabalho que destrói o reino das trevas. Mas quanto à cura de enfermos? O apóstolo Pedro nos proveu uma explicação quando, ao descrever o ministério terreno de Jesus, ele observou que nosso Senhor andou por toda parte “curando a todos os oprimidos do diabo” (At 10.38b). Se lermos os Evangelhos cuidadosamente, observaremos que a vida terrena inteira do nosso Senhor Jesus foi dedicada a destruir a obra do diabo. Conseqüentemente, Sua obra na terra teve um efeito muito maior sobre os demônios do que nos homens.
Ora, o Senhor Jesus nos diz que no final desta era os Seus filhos se levantarão para dar um testemunho semelhante. Precisamos agradecer ao Senhor pelo fato de que, em anos bem recentes, não poucos dentre os filhos de Deus têm sido levantados para guerrearem contra Satanás. Guerras espirituais na vida de muitos crentes têm-se tornado uma realidade, não permanecendo meramente como uma questão de terminologia.
Para que o reino de Deus venha, para que a soberania de Deus se manifeste no mundo e para Satanás e seus poderes serem expulsos, devemos nos levantar e dar testemunho concernente ao evangelho do reino dos céus. Em outras palavras, nós devíamos testificar da vitória da cruz de Cristo. Nós devíamos declarar que Cristo já julgou o príncipe deste mundo, que Ele ganhou uma vitória total e que o reino, a glória e o poder agora são inteiramente Dele. Pois Satanás não tem lugar nessa era; ele está meramente usurpando este tempo. Todos os que receberam o Senhor Jesus foram libertados dos poderes das trevas e foram transferidos para o reino do Filho do amor de Deus. (Cl 1.13).


Expulsando Satanás

Nós devemos proclamar o evangelho do reino dos céus – o qual é o evangelho da expulsão de demônios, o evangelho do anúncio da derrota de satanás e da destruição do Hades. E esse testemunho trará o fim desta era.
Reconhecidamente, esta era é a era da Igreja, pois a Igreja teve começo nesta era. Ao mesmo tempo, entretanto, estejamos conscientes que a Bíblia igualmente chama esta era de “geração má e adúltera” (Mt 12.39), “geração incrédula e perversa” (17.17) e “geração corrompida e perversa” (Fp 2.15). O propósito de Deus é levar tal era e geração a um fim. Ele está contente ao ver que o fim dessa era logo chegará a fim de Seu reino seja introduzido. Mas os filhos de Deus têm seu dever a cumprir. Eles deviam trabalhar juntamente com Deus para trazer a essa era o fim. A oração é um dos caminhos, mas testemunho é também requerido. Levantemo-nos todos em prol da “majestade” do Senhor Jesus como nunca antes. Vamos testificar do Seu governo mais do que nunca. Embora o reino do anticristo deva preceder o reino de Cristo, não obstante devemos testificar do reino de Cristo antes da vinda do reino do anticristo. Nós precisamos trazer a esta era o seu fim.
Naturalmente isso não é um novo evangelho; é apenas aquele aspecto do único evangelho que tem sido, por tanto tempo, negligenciado pela igreja. Todos os apóstolos também proclamaram esse aspecto do evangelho. Tanto Atos 14.22 como 28.23 dão testemunho desse fato: “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus (...) E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde”. Além do mais, após a ressurreição, o Senhor Jesus mesmo falou aos Seus discípulos as coisas concernentes ao reino de Deus (1.3). Se quisermos continuar o trabalho dos apóstolos, precisamos testificar do que eles testificaram. Quão grandemente a Igreja tem esquecido a vitória, a autoridade e o trono de Cristo. Quem quer que ouse testificar que “somente Cristo é Rei, Satanás, não” está realmente pregando o evangelho do reino dos céus.
Não sejamos pessoas atrasadas no tempo. Hoje só há um evangelho que é relevante para o nosso tempo: o evangelho do reino de Cristo. Com isso não estamos sugerindo que não deveríamos pregar nada mais; apenas desejamos sublinhar o fato de que Deus deseja que nós prestemos atenção especial a esse aspecto do evangelho. Precisamos nos levantar e afirmar o que Deus determinou para esta era. No final desta era, Ele está interessado na vitória de Seu filho e no exílio de Satanás. Se não formos de uma mente com Deus nesse assunto, ou seja, se não prestarmos atenção no que Ele está interessado agora, não cumpriremos Sua eterna vontade, não importando que grande obra possamos realizar. Quão distantes nós estamos do melhor de Deus se esse for o caso.


Trazer o Reino de Deus

A necessidade de hoje é para os cristãos que conhecem o tempo. Deus está procurando por um povo que simpatize com Ele e trabalhe com Ele em concluir esta era e introduzir a próxima. Se os cristãos virem como sua maior responsabilidade na terra a salvação das pessoas, então, eles falharam em cumprir a mais alta vontade de Deus. Eles deviam reconhecer que têm uma responsabilidade ainda maior do que a salvação de almas: eles têm de levar esta era a um fim e trazer o reino de Deus. Sua mais alta responsabilidade é testemunhar a destruição do arquiinimigo de Deus, Satanás, e todos os seus poderes das trevas. Eles deviam ver isso como o principal objetivo de todas as suas obras. A oração não é apenas para orar, mas para ferir satanás. Salvar almas não é meramente salvar as pessoas, mas causar dano a Satanás nesse processo. Por favor, não me interprete mal aqui. Não rebaixamos a obra de evangelismo, pois a salvação de homens e mulheres é a mais gloriosa tarefa a qual nunca deveríamos dispensar; mas na obra de salvar almas não percamos o reino de vista. Nós nos tornaremos obreiros mais efetivos nas mãos do Senhor se sempre tivermos em vista o reino de Deus e as coisas concernentes ao determinado conselho de Deus e o destino estabelecido para o inimigo de Deus.
Por que será que após os filhos de Deus testificarem do reino dos céus o fim deve chegar? Aqui podemos perceber novamente o trabalhar de Deus junto com os homens. Deus deseja que o fim chegue. Mas se os Seus filhos falharem em trabalhar com Ele em oposição a esta era e em desejar que o Seu reino venha, Ele adiará a chegada do reino. Mas quando os filhos de Deus realmente abominarem os fenômenos repugnantes do desfecho desta era e orarem por sua morte rápida bem como orarem pelo reino, Ele se levantará e agirá. Quando quer que os filhos de Deus se levantem para sustentarem o testemunho do reino dos céus – o que significa que eles querem o que Ele quer e odeiam o que Ele odeia naquele momento –, a vontade deles é unida à vontade de Deus. E isso possibilita ao Senhor levantar-se e agir.
Nunca assumamos que o fim vem automaticamente. Não, se não desejarmos a vontade de Deus, Sua vontade será retardada. Portanto, Deus está esperando pacientemente hoje, buscando por aqueles que são de uma mente com Ele e estão dispostos a trabalhar com Ele para trazer o fim desta era. Quem entre nós está disposto a realizar esta grande obra? Quem entre nós está disposto a pagar o preço?


(Este texto é o sexto capítulo do livro "Espírito de Sabedoria e Revelação", de Watchman Nee, publicado pela Editora dos Clássicos, em julho de 2003)

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Os sofrimentos cooperam para nosso amadurecimento


Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que o valor da vossa fé, uma vez confirmado, muito mais precioso do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1 Pe 1:6-7)


Mt 3:11; 4:17; 13:24-30; Rm 8:5-6; Ap 2:5, 8-11

A experiência de João em Éfeso é um encorajamento para nós. Com muita paciência e amor, ele ajudou os irmãos a se libertarem das discussões sobre doutrinas, comuns aos que estão na esfera anímica, e a viverem no espírito. Quando estamos no espírito, podemos ser uma “boa terra”, uma igreja desejável que tem um coração adequado e frutífero para Deus.
Portanto, ao nos depararmos com algum irmão, ou alguma igreja, vivendo segundo a vida da alma, não vamos julgá-los e condená-los nem mesmo rejeitá-los. Vamos orar por eles, esperando que sejam iluminados pelo Senhor para que se arrependam e voltem a viver pelo Espírito.
Com efeito, o arrependimento é condição essencial para nos tornarmos vencedores. O significado de arrependimento é negar a vida da alma, é ter uma mudança na maneira de pensar. Em Apocalipse 2:5 o Senhor disse à igreja em Éfeso: “Arrepende-te e volta à prática das primeiras obras”. Quando nos arrependemos, isto é, negamos a nós mesmos e nossa maneira antiga de pensar e viver, ficamos livres para fazer a vontade de Deus.
Isso é tão importante que, antes mesmo de o Senhor iniciar Sua obra na terra, João Batista pregava o arrependimento. Depois Jesus também passou a pregar e a dizer as mesmas palavras: “Arrependei-vos porque está próximo e reino dos céus” (Mt 4:17).
A mente é a parte representante da alma. Em Romanos 8, vemos que não devemos inclinar a mente para a carne, pois o resultado é morte. Mas quando a mente se inclina para o espírito, o resultado é vida e paz (v. 6). Portanto, mudar de mente significa pender a mente para o Espírito, e, como resultado, ter a alma transformada pelo Espírito. Essa transformação decorre de recebermos o batismo de fogo do Espírito (Mt 3:11), cuja função é queimar as impurezas e purificar nossa alma. O queimar do Espírito produz um sofrimento interior, um genuíno arrependimento, que nos leva a mudar nossa maneira de pensar e agir.
Em Apocalipse 2:8, temos a segunda igreja, Esmirna. Esta representa a igreja que passou por uma intensa perseguição por parte do império romano. A partir do final do primeiro século, muitos cristãos foram perseguidos e martirizados. Surpreendentemente, quanto mais eles eram perseguidos e mortos, mais se multiplicavam. Mesmo diante da morte, eles invocavam o nome do Senhor, como aconteceu com Estêvão (At 7:59-60), e também guardavam a Palavra. Isso os fez não ter medo dos sofrimentos e ser fiéis até a morte, pois tinham a promessa da coroa da vida (Ap 2:10).
As perseguições e sofrimentos pelos quais a igreja em Esmirna passou nos mostram sua relação com a parábola do joio, que foi semeado pelo inimigo para impedir o trigo de crescer e amadurecer (Mt 13:24-30). Do mesmo modo, quando voltamos a mente para o espírito, vemos que os sofrimentos pelos quais passamos cooperam para nosso amadurecimento, pois passamos a buscar mais a vida divina e isso resulta em mais crescimento e transformação. Louvado seja o Senhor!

07 agosto, 2012

Refletindo...

Aprendendo a usar a consciência


Quando fazemos uma retrospectiva sobre a criação que recebemos de nossos pais, sempre surge o sentimento de que faltou alguma coisa. Um dos aspectos é o que abordaremos a seguir acerca do uso da consciência. Entretanto, dada a grandeza da matéria, teceremos um breve comentário para facilitar a definição básica de consciência ajudar os pais a aplicarem seus princípios na educação dos filhos.

Já que nossos filhos pequenos não têm maturidade suficiente para ter comunhão com Deus a fim de saber o que devem fazer e como usar a intuição para conhecer a vontade divina que provém, subitamente, dessa parte interna de seu ser, a consciência deles deve ser treinada pelos pais de tal modo que sintam, em seu interior, uma sensação como um alarme soando ininterruptamente sempre que ferirem a justiça, a honra, o decoro, o respeito e tudo aquilo que faz parte de uma vida humana normal.

Vivemos em uma sociedade onde os valores não são tão apreçados como o foram no passado. Tudo parece agora estar invertido, e nós, pais, não estamos muito cônscios disso. Por exemplo, os pais mais antigos ensinavam aos filhos que não podiam mentir em hipótese alguma. Hoje, dependendo da situação, uma "mentirinha" é aceitável e até encorajada pelos pais. Antigamente, também, os filhos eram orientados a não trazer para casa o que dela não tivessem levado. Hoje, muitos justificam o que as crianças trazem para dentro de suas casas, apoiados no dito popular: 'Achado não é roubado, quem perdeu é relaxado". O que a criança não pode perceber e os pais ignoram é que o objeto que ela achou não lhe pertence, não foi adquirido com o labor dela e, mais sério ainda, pertence, legalmente, à pessoa tida por relaxada.

São tantas as coisas que nossas crianças praticam com liberalidade em função de não terem suas consciências adequadamente treinadas, que chegamos a temer fazer uma projeção do que poderão praticar no futuro. Gritar com os pais, interferir, de forma grosseira, no diálogo dos adultos, bater no rosto de outras pessoas, desrespeitar os mais velhos e as autoridades são gestos, infelizmente comuns, praticadas por crianças em muitos lares. Porém o que é mais lamentável é a falta de uma consciência sensível que as reprove ou um rosto corado de vergonha pelos atrevimentos por elas cometidos. O resultado disso e unia geração de filhos desregrados, sem limites e sem a habilidade para reprimir as ações que partem violentamente da natureza humana caída.

Como ajudar os filhos? Seria possível passar vinte quatro horas do dia dizendo a eles o que fazer e o que não fazer? Certa vez, flagramos um pai fazendo a seguinte abordagem a um de seus filhos: "-Filho, você não percebeu que sua atitude estava errada?" A criança disse, inocentemente: "- Não, papai." O pai refletiu um pouco e formulou uma pergunta mais profunda: "-Você não ouviu uma pequena voz em seu interior dizendo para você não fazer aquilo?" A criança respondeu com surpresa: "- Sim, papai". Então, disse o pai: "- Filho, a pequena voz interior que você ouvia era sua consciência". A consciência é um recurso que Deus criou para substitui-Lo no interior do homem desde seus primeiros anos de vida. Quando o homem é regenerado, ou seja, quando é gerado espiritualmente, ele passa a agir baseado na unção interior (João 2:27). O pai, aproveitando-se, ainda, daquela situação para ajudar o filho, acrescentou: "- Filho, você não sentiu algum incômodo, um mal-estar ou uma coisa ruim em seu interior depois de fazer o que sua consciência lhe dizia que não fizesse?" A criança, agora, como um aprendiz sedento, disse: "- Sim, papai, eu senti". O pai, lançando luz sobre o inocente, concluiu: "-A sensação que você sentia era uma fiel testemunha de que seus atos estavam ferindo alguns princípios de Deus. Sabe, filho, se você quiser saber o que Deus aprova, o que seu pai e a maioria das pessoas acatam, por ser ético, basta dar atenção à sua consciência. Toda vez que, em seu interior, uma voz disser o que deve ou não ser feito, procure obedecer. Porém, se, porventura, você desconsiderar essa voz e um sentimento incômodo irromper em seu interior, é hora de voltar atrás para desculpar-se com Deus e com as pessoas e procurar reparar as consequências em sinal de arrependimento. Meu filho, se ao ouvir o que a consciência está sussurrando em seu interior, sem detença, praticar, você amadurecerá com rapidez e terá um viver cheio de paz".

Queridos pais, desenvolver a sensibilidade da consciência dos filhos é gerar um "segundo pai" dentro deles dizendo "sim" e "não" em todas as situações. Pense nisso!



"Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens" (Atos 24:16). "Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando4hes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se" (Romanos 2:15). 


Fonte: JAV número 133 - seção "Aos Pais"
(Site Igreja em Uberaba)

Mensagem aos Casais...


Amor do Espírito

Os escritos de João começam apresentando o amor de Deus para com o homem (João 3:16), passam pelo amor entre os homens (1 João 3:16) e culminam com o amor entre Deus e o homem, no casamento universal (Apocalipse 22:17). Assim, temos a fonte, o propósito e o resultado do dispensar do amor de Deus.
O amor é a base do viver conjugal vitorioso. E, dizem, quando o amor acaba, não há casamento que resista. Mas, pergunto, amor acaba? Ora, se Deus é amor (1 João 4:8), pode o amor acabar? Claro que não. Ele é absolutamente inesgotável! Então, por que alguns afirmam tal contradição?
Read More A resposta está na fonte do amor. Veja, ao ser criado, o homem passou a possuir uma alma, uma psiche, que se constitui em sua personalidade, sua pessoa. Essa alma tem três partes, ou funções, principais: mente, vontade e emoção. Nesta última parte, a emoção, estão os sentimentos como alegria, tristeza, ira, calma, ódio e, inclusive, o amor (Cântico 1:7).
Assim, o homem é capaz de amar por si mesmo. Sua alma tem essa função e é apta a isso. No entanto, todo amor é limitado à sua fonte, isto é, só permanece enquanto durar aquilo que o originou. E, como a alma humana é marcada pela efemeridade (algo passageiro), tudo o que se origina nela passa, inclusive esse tipo de amor.
Mas há outro amor cujo traço não é a efemeridade, mas a ETERNIDADE! Tal amor é Deus mesmo, que habita em nosso espírito (Romanos 8:9,11). Esse é o amor que não acaba! A questão, agora, é decidirmos em qual destas fontes irá se originar o amor que sustentará nossa vida matrimonial: a alma ou o espírito.
Se optarmos pela alma, estaremos fadados ao insucesso conjugal, porque o amor nascido aí tende a se esfriar, se acabar. Se, de outro lado, escolhermos amar tendo Deus em nosso espírito como a fonte, sem dúvida estabeleceremos uma base muito sólida para nosso casamento e um modelo muito positivo de vida conjugal para nossos filhos e irmãos em Cristo.
Por isso, amado leitor, exercite seu espírito juntamente com seu cônjuge. Ore com ele pela manhã, de mãos dadas, de preferência. Confesse diante dele que você não tem sido um bom marido ou esposa e que precisa do Senhor Jesus para isto. Pratique a leitura da Bíblia com ele ou ela. Invoquem, juntos, o nome do Senhor Jesus.
Essas experiências de tocarem juntos o Espírito, que habita no espírito de ambos, certamente irá fazer com que o amor de Deus flua mais facilmente entre o casal e, com isto, a efemeridade do amor de outrora dará lugar à perenidade do eterno amor em nós. Jesus é o Senhor!


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Restaurar o primeiro amor e ser ativo na pregação do evangelho.


Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas (Ap 2:4-5)


Jo 1:1, 12; 4:24; 5:39-40; 6:57, 63; 10:10; 20:31; 1 Jo 1:1-3; 2:27

O apóstolo Paulo, quando estava na prisão em Roma, escreveu sua primeira epístola dirigida aos efésios. Ele tinha um forte encargo por eles, pois havia vivido pelo menos dois anos no meio deles. Apesar disso, a igreja em Éfeso não praticou as palavras contidas na carta de Paulo. Infelizmente, eles apenas tomaram aquelas palavras para analisar e principalmente para discutir questões doutrinárias (1 Tm 1:3-4). Estavam totalmente na esfera da alma.
Por mais que sua epístola mostrasse a importância da prática daquelas palavras (Ef 4:1-3, 15-16, 25-32; 5:1-2, 8-10, 15-18), os efésios foram intensamente influenciados pelo modelo “acadêmico” deixado pelo próprio apóstolo Paulo, quando ensinava na escola de Tirano. Pessoas de toda a Ásia vieram ouvi-lo, mas no final de sua vida, quando estava sendo julgado em Roma, todos os da Ásia o abandonaram (At 19:9-10; 2 Tm 1:15).
Passados muitos anos após a morte de Paulo, o Senhor confiou ao apóstolo João as visões registradas no livro de Apocalipse. Naquela ocasião, a condição da igreja em Éfeso ainda não estava boa, pois o Senhor lhes enviou uma dura repreensão: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2:4-5). Embora fizessem boas obras e tivessem boas qualidades (vs. 2-3), o Senhor ainda não estava satisfeito, pois eles haviam perdido o mais importante: o primeiro amor, o amor do princípio, que é proveniente da vida de Deus.
João, porém, havia amadurecido espiritualmente e estava pleno de Espírito e vida. Quando foi libertado de seu exílio, ele foi para Éfeso e, com sabedoria, ajudou os irmãos a se arrependerem e praticarem as palavras contidas na epístola que haviam recebido de Paulo. Assim, a igreja em Éfeso foi restaurada e o resultado foi a mobilização dos irmãos na pregação do evangelho.
Podemos ver isso na terceira epístola de João quando, ao escrever para Gaio, que estava em Corinto (1 Co 1:14), menciona os relatos dos irmãos de Éfeso, hospedados por ele (3 Jo 5-6). Gaio também deve tê-los suprido de recursos financeiros, segundo a orientação de João, para prosseguirem na pregação do evangelho pelas cidades. Aleluia!
Por fim, a igreja em Éfeso tornou-se verdadeiramente desejável, fazendo jus ao seu nome. Quando o primeiro amor foi restaurado, eles se tornaram ativos em realizar a obra de Deus. Isso ocorreu porque João os ajudou a voltar ao princípio (Jo 1:1), a exercitar o espírito (4:24), a crer no nome de Jesus (1:12; 20:31), a tomar a Palavra como alimento e não como conhecimento (5:39-40; 6:57, 63), a obedecer a unção (1 Jo 2:27), a receber vida (Jo 10:10; 1 Jo 1:1-3) a frutificar para glória de Deus (Jo 15:16) e muito mais. Graças ao Senhor porque no Espírito temos vida e essa vida nos leva a amar e a frutificar.

Para Meditar...


Simão ou Pedro? Quem você quer ser?


“E o levou a Jesus. Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)”. Jo 1:42

Simão tinha o seu próprio mundo. Uma rede, um barco e um mar limitado de Tiberíades. Um certo dia, foi apresentado a alguém que já o conhecia. O Senhor nos conhece. Ele sabe o tamanho dos nossos planos. Simão usava uma rede para sobreviver. As nossas redes da sobrevivência sem a dependência do Senhor nos emaranham. Muitos vivem enredados nas malhas da falta de tempo, da ansiedade, de uma vida de urgências, às vezes em busca das futilidades dessa vida. O Senhor sabia para onde Simão estava indo. O barco de Simão não buscava as águas profundas da intimidade com
Deus. Muitas vezes, a distância do Criador nos torna suscetíveis às tempestades da vida. Ficamos sem rumo. Navegamos sem destino. Sentimo-nos como se estivéssemos à deriva. Descobrimos que o nosso barco está furado. Naufragamos na fé. O Senhor está ciente do tamanho do território de Simão e o seu mar tinha limites. A tradição nos limita. Vivemos entre as margens da euforia e da depressão. Às vezes nos alegramos em falsas conquistas e nos afundamos no nosso vazio existencial.

O Senhor tem um plano. O Senhor tem um olhar, uma visão. Ele tem uma perspectiva mais ampla: “Tu serás chamado Pedro”. Na visão do Senhor, aquele pequeno pescador um dia pescaria homens para encher o Seu barco, um tipo de Sua igreja que flutua acima de um mundo perdido. Pedro atravessaria o mar de Tiberíades para oceanos maiores. O mundo necessitaria dele. Hoje, o Senhor tem chamado cada um de nós. Quando nos apresentamos, Ele primeiro nos atravessa com seu olhar, muda o nosso nome, implicando que nos dá uma nova vida, toma posse de cada um nós e nos apresenta Seu plano de estabelecer o Seu reino nessa terra. Deus ama os pecadores e quer transformá-los em Seus filhos. Ele precisa de cooperadores, de Pedros que pesquem e pastoreiem, que atraiam, com redes de cordas humanas e laços de amor, aqueles que se extraviaram no mar do pecado (Os 11:4a). Esses cooperadores é que cuidarão não só dos cordeirinhos, que são como crianças recém nascidas e precisam desejar ardentemente o leite da palavra, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, seja-lhes dado o crescimento para a salvação (1Pe 2:2) como também das ovelhas que necessitam de alimento sólido, próprio “para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hb 5:14).

Ao cumprirmos o ministério que o Senhor nos deu, estamos demonstrando nosso amor a Ele, conforme a orientação que o próprio Senhor Jesus deu a Pedro:“Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas” (Jo 21:15-16).

Autorizamos o uso do artigo, desde que citada a fonte www.radioarvoredavida.net

06 agosto, 2012

Mensagem aos Jovens...

Filho de quem?
Jovem, como você é conhecido? Os jovens da década de 1980 gostavam de ser identificados como a “geração coca-cola”, os de 1990, como geração “cara-pintada”. É difícil dar um nome à geração atual: você é da “geração da informação”? Da “geração internet”? Nosso Pai celeste espera que não haja dúvida, antes, sejamos conhecidos como Filhos de Deus. Foi por isso que Ele, segundo a Sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança (1 Pedro 1:3). Antes, éramos filhos da desobediência, seguindo o curso do mundo, e, por andar segundo as inclinações da carne, éramos naturalmente filhos da ira (Efésios 2:2-3). Agora, porém, devemos andar de outra maneira, “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Efésios 5:8).
No seu dia a dia, talvez você sinta que será conhecido apenas como Tiago, Davi, Fernanda, ou algo assim. Mas, na volta do Senhor, você perceberá que foi “historicamente consagrado” como ‘filho de alguém’. Leonardo Pisano, o famoso Fibonacci, morava na África e aprendeu matemática em idioma Árabe, mas escrevia em Latim e assinava com o nome da cidade de seu pai. E quanto a você, Jovem? Que língua você fala? Qual é a sua pátria? Qual é a sua origem e natureza? Quem é seu pai?

A vida e a natureza de Deus

Temos na Bíblia alguns exemplos de pessoas que eram conhecidas pelo nome de seus pais. Como é o caso de Simão Barjonas – que quer dizer ’filho de Jonas’, posteriormente chamado Pedro (Mateus 16:17-18). Ele não se envergonhava de ser chamado assim, nem precisava esforçar-se para que isso ocorresse, pois tinha uma relação de vida com seu pai. Pedro, posteriormente, percebeu que nós também temos uma relação de vida com o Senhor. Por isso, mostrou-nos que O Senhor Jesus é a Pedra que vive, e nós, igualmente, como pedras vivas, podemos achegar-nos a Ele, e assim, sermos edificados, isto é, transformados, a fim de nos parecermos com Ele e manifestarmos Suas virtudes (1 Pedro 2:4-5, 9).
No início de sua carreira cristã, Pedro era inconstante, ora lutando bravamente pelo Senhor, ora envergonhando-se de ser identificado com Ele (Mateus 26:33-35, 51-52, 73-74). Todavia, depois de alguns anos, Pedro havia experimentado o Senhor, e podia dizer: “Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar” (1 Pedro 5:10). Jovem, a vida de Deus entrou em nós como uma semente, mediante a Palavra (1 Pedro 1:23). Agora, para que sejamos aperfeiçoados, firmados, fortificados e fundamentados, essa vida deve crescer em nós. Quando a vida de Deus cresce em nós, Seus atributos se tornam manifestos e assim, não haverá dúvidas, nem da nossa parte, nem da parte daqueles que nos rodeiam, de que, de fato, somos filhos de Deus.

Filhos refinados como ouro

Precisamos, ainda, dar atenção à expressão “depois de terdes sofrido por um pouco” em 1 Pedro 5:10. Pedro disse isso por que sabia que as várias provações por que passara contribuíram para que a vida de Deus tivesse crescido nele. Durante as provações, as impurezas em nossa alma, o velho procedimento, o curso do mundo, as inclinações da carne e todas as coisas negativas são manifestas. Foi por isso que Pedro comparou o crescimento de vida com o processo de refino do ouro. Para ser refinado, o ouro é colocado no crisol, ou cadinho, e submetido a temperaturas superiores a 1.100° Celsius. O ouro tem peso específico muito alto, pois é um dos elementos de maior densidade da tabela periódica. Portanto, ao fundir-se, decanta rapidamente para o fundo do crisol, expondo elementos de outra natureza à superfície.  O ourives então, usa uma espátula para remover aquelas impurezas.
O mesmo ocorre conosco. Durante as situações de pressão, quando sofremos injustiças ou quando somos aborrecidos de alguma maneira, o nosso temperamento vem à tona. As provações em si não nos ajudam a mudar, mas, se, em meio aos problemas, percebemos as impurezas em nosso coração, nos arrependemos e nos voltamos ao Senhor, Ele fará o trabalho de ourives, e nos purificará (Malaquias 3:3). É assim que pouco a pouco somos depurados e a fé é confirmada em nós. Por fim, esse processo redundará em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1 Pedro 1:6-7). Isto significa que o Senhor nos depura, ou nos julga, hoje para que, em Sua vinda, sejamos aprovados. É por isso que Pedro afirmou que “a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada” (1 Pedro 4:17).

O amor é o teste do DNA

Finalmente, Jovem, para ser conhecido como filho de Deus, você precisa de alguns indícios de que passou pelo fogo. Você precisa ser como carvão em brasa e como uma tocha de fogo (Ezequiel 1: 4, 13). Esses dois aspectos podem ser vistos nas epístolas de Pedro. Em 1 Pedro 2:2, vemos o primeiro deles: desejar ardentemente o genuíno leite espiritual. Desejar ardentemente indica um coração aquecido, como um carvão em brasa. Não podemos deixar nossa comunhão com Deus esfriar-se, nem apagar-se. Pelo contrário, devemos buscá-Lo e amá-Lo cada dia mais. Esse coração ardente é algo interior, e não pode ser realmente percebido apenas em atitudes exteriores. O outro sinal do fogo, que não pode ser imitado, nem criado artificialmente, é o amor. Em 1 Pedro 1:22 lemos: “Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente”. Quando amamos ardentemente, somos como tochas de fogo, e tal condição é visível.
O verdadeiro amor é intenso, não fingido, não se cansa, nem se exaspera. Não se ressente do mal, tudo suporta, tudo crê, tudo espera. O amor jamais acaba. E todo aquele que ama, é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama, não conhece a Deus, pois Deus é amor (1 João 4:7-8). E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele (1 João 4:16). Jovem, o amor não é teórico. Ele tem de se manifestar na maneira com que tratamos as pessoas, na maneira com que acatamos e respeitamos nossos pais e o os irmãos que cuidam de nós. O amor se manifesta em servirmos, em sermos voluntários, em sairmos para pregar o evangelho. Ele se manifesta ao mantermos um bom testemunho, que leve as pessoas que nos rodeiam a perceber uma vida diferente em nós.
Não se desanime caso não perceba um amor tão forte em você. Segundo a experiência relatada em 2 Pedro 1:5-7, o amor é o último estágio, a manifestação mais elevada, do crescimento da vida de Deus em nós. Procure desfrutar, experimentar, o Senhor em cada situação, e nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo Ele é, também nós somos neste mundo (1 Jo 4:17). Jovem, seja conhecido como filho de Deus, expressando o amor de Deus e “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus” (1 João 3:1).

Crescer em vida, praticar a palavra e manifestar o amor.


O saber ensoberbece, mas o amor edifica (1 Co 8:1). 
Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganandovos a vós mesmos (Tg 1:22)


Mt 13:1-9, 14-22; At 19:9-10; 2 Tm 2:24

Somos gratos ao Senhor por toda a revelação que temos recebido. Quando cremos em Seu nome, recebemos pela fé a salvação de nosso espírito. Hoje nossa meta e esperança é estar preparados para a vinda do Senhor. Enquanto aguardamos e apressamos esse glorioso dia, devemos viver a vida da igreja em amor, pregando o evangelho do reino e ajudando outros a crescer na vida de Deus. Assim, receberemos nosso galardão no reino milenar.
Nas últimas semanas, nos foi mostrado acerca das sete parábolas registradas em Mateus 13. Nelas estão revelados os mistérios do reino dos céus. Como já vimos no passado, estas parábolas possuem estreita ligação com as sete igrejas descritas nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. Toda essa revelação tem como fim nos preparar adequadamente para ser vencedores e ganhar o galardão.
A igreja em Éfeso é a primeira descrita em Apocalipse 2 e relaciona-se com a parábola do semeador (Mt 13:1-9). Éfeso significa desejável, e embora tivesse este nome, por algum tempo a igreja em Éfeso não praticou os ensinamentos do apóstolo, tomando-os apenas como doutrinas para estudar e discutir. Naquela época, os irmãos de Éfeso viviam na esfera da alma, tendo o coração endurecido pelo conhecimento doutrinário. Por essa razão, a palavra era infrutífera no meio deles, conforme a descrição da parábola do semeador (Mt 13:14-22).
Paulo descreveu sua preocupação pela igreja em Éfeso ao escrever para Timóteo: “Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina, nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do que o serviço de Deus, na Fé” (1 Tm 1:3-4). Por darem atenção excessiva à discussão de doutrinas, esqueceram-se de atentar para o crescimento de vida, que resulta na manifestação do amor.
O próprio apóstolo Paulo, no período em que permaneceu em Éfeso, em sua terceira viagem ministerial, deu muita ênfase ao ensinamento das verdades, tanto na sinagoga como na escola de Tirano, onde, por três meses e dois anos, respectivamente, discorria acerca do reino de Deus, e muitos vinham de toda a Ásia para ouvi-lo (At 19:8-10). Desde o início de Seu chamamento, Paulo gostava de discutir sobre as verdades que conhecia, mas depois, em sua velhice, aprendeu que o servo de Deus não vive a contender (2 Tm 2:24).
Infelizmente, esse modelo de ensinar doutrinas, no qual uma pessoa prega e um grupo apenas ouve, influenciou muitos grupos cristãos da atualidade. Esse modelo acaba se tornando um impedimento para o crescimento espiritual da maioria dos filhos de Deus. Se apenas somos meros ouvintes da Palavra de Deus, e não praticantes, envelhecemos em vez de crescer e perdemos a oportunidade de ser úteis ao Senhor nesta era.
Que o Espírito opere em nós, levando-nos à prática das verdades recebidas, a fim de manifestar o amor de Deus às pessoas.

05 agosto, 2012

Refletindo...

Não desista dos seus sonhos

Os problemas nos aproximam de Deus. É no vale que olhamos com mais intensidade para as alturas. É na crise que recorremos com mais pressa a Deus. Quando os nossos sonhos não se realizam, temos necessidade de buscar a Deus. É nessas horas que aprendemos a profunda lição que Deus adia os nossos sonhos para que o coloquemos em primeiro lugar em nossa vida. O Deus das bênçãos é melhor do que as bênçãos de Deus. A intimidade de Deus é a maior necessidade da nossa vida. Estar com Deus é a maior prioridade da nossa agenda. Os problemas não vêm para nos afastar de Deus, mas para nos levar à presença divina. Eles não são permitidos ou mandados por Deus para nos destruir, mas para gerar em nós dependência do Altíssimo. Deus adia a realização dos nossos sonhos para nos manter perto Dele e nos ensinar que tudo, sem Ele, é nada.

Quando Samuel nasceu, Ana o viu como milagre de Deus. Ela sabia que a sua gravidez não havia sido normal. Samuel era fruto de uma intervenção sobrenatural e extraordinária de Deus em sua vida. Ana sabia que Samuel era fruto da resposta de suas orações (1 Sm 1:27). Precisamos ter claro em nossa mente que tanto o ordinário quanto o extraordinário são bênçãos procedentes do Senhor. O simples fato de estarmos vivos é um milagre de Deus. O alimento que temos sobre a mesa é um prodígio da providência divina. Geralmente as pessoas só enxergam como milagre de Deus os fatos sobrenaturais. Por exemplo, quando um doente é curado de câncer. Mas não vêem como ação maravilhosa do Senhor o fato de sermos protegidos diariamente dos aleivosos perigos das doenças contagiosas, dos vírus e bactérias que nos cercam. Às vezes, só interpretamos como milagres o fato de uma pessoa sofrer um acidente grave e sair ilesa, mas não paramos para agradecer a Deus o fato de sairmos de casa todos os dias e voltarmos em segurança.

Ana devolveu para Deus o filho que recebeu de Deus. Ela fez o voto e o cumpriu. Ela levou Samuel à Casa de Deus e o dedicou ao Senhor por todos os dias da sua vida. Não fosse o entendimento de que tudo é de Deus, vem de Deus e deve ser consagrado de volta a Deus, e Samuel teria sido o centro da vida de Ana. Não fosse essa visão de Ana, Samuel teria sido o seu deus, a razão da sua vida. Muitas pessoas transformam as bênçãos de Deus em ídolos. Prosperam, e colocam o seu coração na riqueza, deixando Deus de lado. Casam-se e fazem do cônjuge um ídolo, abandonando o Senhor. Têm filhos, vivem em função deles, em vez de consagrá-los a Deus e criá-los para o Senhor. Muitas pessoas agarram-se tanto às bênçãos de Deus que se esquecem do Deus das bênçãos. Fazem do dinheiro um ídolo. Vivem como escravos de Mamom. Vivem para ele. Morrem por ele.

O que você tem oferecido a Deus? É o seu melhor? Você tem colocado as primícias no altar de Deus? Ou tem comparecido diante do Senhor de mãos vazias? Na época de Malaquias, o povo de Israel oferecia a Deus os animais cegos e aleijados. Entregavam o resto para Deus. O que você tem apresentado ao Senhor? Tudo o que você tem é de Deus. A casa que você mora, o carro em que você anda, o salário que você recebe, a família que você tem, a sua própria vida, tudo é de Deus. O que você tem devolvido ao Senhor? O que você tem consagrado de volta para Deus? Você tem colocado o seu melhor, como Abraão, no altar do Senhor? Você tem dado o seu melhor para Deus como Ana?

O sonho (vontade) de Ana era muito pequeno. Suas aspirações não eram suficientemente ousadas. Ela queria apenas ver o seu ventre transformando-se num cenário de vida. Ela só aspirava gerar uma criança, carregar no colo um filho e amamentar um rebento. Mas, Deus não realizou o sonho (vontade) de Ana no seu tempo, porque tinha algo maior para fazer em sua vida. Os pensamentos de Deus são mais elevados do que os nossos pensamentos. Os sonhos (vontade) de Deus são maiores do que os nossos sonhos (vontade). O sonho (vontade) de Deus para Ana não era apenas que ela fosse mãe, mas mãe do maior profeta daquela geração. Samuel não seria um homem comum, mas aquele que traria o povo de Israel de volta para Deus, o último e o maior juiz de Israel. Samuel seria o homem que restauraria a credibilidade do sacerdócio tão desgastado com o ministério repreensível de Hofni e Finéias. Samuel seria o grande instrumento que Deus usaria para ungir Saul como o primeiro rei de Israel e Davi como o seu sucessor. Ana chorava porque queria ver os seus sonhos (vontade) realizados, mas Deus os adiou porque almejava algo melhor e mais elevado para ela. Quando pensamos que Deus está distante ou indiferente aos anseios mais profundos da nossa alma, quando achamos que ele não se importa com a realização dos nossos sonhos, Ele está trabalhando em nós e por nós, fazendo maravilhas maiores do que poderíamos imaginar.
Livro: “Não desista dos seus sonhos”
(Site Igreja em Uberaba).

Salmos 23: 1-6

(Sl 23:1) O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.

(Sl 23:2) Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas.

(Sl 23:3) Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.

(Sl 23:4) Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

(Sl 23:5) Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.

(Sl 23:6) Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.

Mensagem aos Jovens...

Uma palavra de esperança aos jovens "Pedros" de hoje



Um falar digno de nota

O falar de Pedro, depois que ele passou por todo o processo de transformação, tornou-se um falar digno de nota. Ele escreveu duas epístolas, as quais passaram a fazer parte dos escritos do Novo Testamento. Seu falar tornou-se positivo e cheio de valor. Você sabia que o Evangelho de Marcos surgiu das palavras que ele compartilhava com Marcos? Enquanto Pedro falava, Marcos registrava. O falar de Pedro era um falar digno de nota. Tudo que ele falava tinha valor para o Senhor e as pessoas. Seu falar serviu para compor a própria Bíblia.
Se começarmos a registrar nosso falar desde o momento em que amanhecemos até o anoitecer, nosso falar será digno de nota, vai ser registrado, será útil ao Senhor? O falar de Pedro era tão nobre que gerou duas epístolas e seu compartilhar tão distinto gerou um evangelho. No total de um dia inteiro do falar de um jovem, o que será aproveitado? Seu falar servirá para escrever pelo menos uma nota de rodapé, um pequeno comentário no final de uma página? Nosso falar descreve muito bem se somos ou não transformados. Você, jovem, deseja ser usado pelo Senhor, deseja ver suas palavras servindo de ajuda para suprir e edificar as pessoas que estão a sua volta?

A salvação completa de Deus

Para alguém ser usado pelo Senhor, ele precisa permitir que sua alma seja transformada. Muitos filhos de Deus nem desconfiam que precisam passar por esse processo e aqueles que sabem não gostam muito de se submeter a essa transformação. Muitos sabem, e a Bíblia confirma, que temos três partes: espírito, alma e corpo (1 Tessalonicenses 5:23). Após a queda do homem, essas três partes ficaram comprometidas, contaminadas. O espírito perdeu sua importante função de ter comunhão com Deus, a alma ficou danificada e o corpo tornou-se carne. Sabemos que, quando cremos e recebemos o Senhor como nosso Salvador, o espírito humano é regenerado. Um milagre acontece quando o espírito recebe a vida divina, a vida do próprio Deus. Quando o espírito é regenerado, ele resgata novamente sua função de contatar Deus, que é Espírito. Não foi preciso fazer nada além de crer. O corpo do homem, que tem uma propensão para pecar, também precisa ser salvo. E isso vai acontecer na segunda vinda de Cristo. Essa é a esperança que temos e que foi registrada em 1 Coríntios 15. No que diz respeito ao tempo, nossa salvação completa fica assim: no passado, aqueles que creram no Senhor têm seu espírito salvo; no futuro, pelo poder de Deus, terão também seu corpo salvo.
Mas, quanto ao presente, o que o Senhor está fazendo, o que está acontecendo conosco? estaríamos apenas louvando o Senhor pela salvação de nosso espírito e aguardando com expectativa a glorificação do corpo? Não apenas isso. Hoje o Senhor está trabalhando em nossa alma, que corresponde a nosso eu, ego, velho homem, que tem aprendido, desde sua queda, a pensar por si mesmo, a amar outras coisas que não são o próprio Deus e a usar a vontade obstinada para decidir por seus próprios interesses. Nossa mente, emoção e vontade, que fazem parte da alma, constituem nossa pessoa e, por meio delas, nos guiamos, vivemos e resolvemos as coisas. Isso é nossa alma, a qual precisa ser negada e transformada.

O contrato de transformação

Pedro passou por um processo completo de transformação. Foi o próprio Cristo que deu início a esse processo. No Evangelho de João, capítulo 1:40-42, lemos: “Era André, o irmão de Simão Pedro, um dos dois que tinham ouvido o testemunho de João e seguido Jesus. Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo), e o levou Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).” O nome Simão aqui não é positivo. Esse nome, no contexto espiritual do Novo Testamento, representa nosso homem natural, nosso ego e nossa pessoa, que vive independente de Deus e que, quando não está expressando a si mesmo, expressa Satanás. E é exatamente essa pessoa que precisa ser transformada em uma pedra. O Senhor identificou de imediato quem Pedro era. Talvez ele nunca tivesse tido a sensação de que precisava ser transformado. Mas quando o Senhor lançou os olhos nele, parecia dizer: “Você é Simão, sei quem você é.” Provavelmente Pedro nunca tenha passado por uma situação dessas – ser radiografado, diagnosticado por outra pessoa de forma tão contundente e profunda. Embora tenha tido seus pais e convivesse com amigos, é provável que ninguém o tenha alertado do fato de que precisava ser transformado.
Jovem, precisamos admitir que nem todas as pessoas o conhecem, nem mesmo seus pais sabem exatamente quem você é, o que está dentro de você; mas o Senhor sabe. Todas as vezes que o Senhor olha para você, Ele sabe com precisão os pontos que precisam ser transformados. Não adianta se esconder ou usar algum tipo de máscara, Ele ainda sabe o que nós somos. Em vez de tentar se esconder do Senhor, seria melhor abrir-se logo a Ele e dizer: “Senhor, estou aqui, sou um Simão, me transforme em Pedro”.
A declaração do Senhor de que transformaria Simão em um Pedro tem o significado de um contrato – o contrato de transformação. Quando algumas pessoas olham para nossos erros, falhas, elas chegam até a imaginar que não há solução para nós. Alguém já lhe disse, jovem, que você não tem jeito, que não há saída e esperança para você? Quantas vezes você já olhou para suas falhas diárias e começou a ponderar que de fato você é um caso perdido e que com certeza morrerá desse jeito e que ninguém poderá fazer nada a respeito? Quantas pessoas deixam a estrada cristã por não apostar mais em si mesmas? Outras até já pensaram no extremo de atentar contra a própria vida por não verem solução além de milhares de falhas e erros, mesmo depois de terem feito juramentos de que não errariam mais?! Como se não bastassem as pessoas e nossa própria consciência nos acusando, há ainda Satanás que passa uma espécie de marcador de texto, isto é, marcador de pecados, para realçá-los ainda mais nos fazendo ficar cada vez mais desanimados. A declaração do Senhor: “Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).” contém palavras de boas-novas, que são como água para o sedento, como uma sentença de liberdade para o condenado – são o ungüento de Deus para o homem miserável.
Não gaste muito tempo olhando para o tipo de pessoa que você é, para seus erros, falhas e pecados, mas gaste todo o tempo de sua trajetória cristã olhando para Aquele que disse que nos transformaria; olhe para Aquele que fez um contrato com você e que hoje o tem em Suas mãos – olhe para Jesus; é Ele quem se interessa por você e irá terminar a obra que já começou. Nós estamos nas mãos do Senhor!


Texto extraído do Jornal Árvore da Vida número 190 - Publicado pela Editora Árvore da Vida

O Senhor está chamando vencedores.

O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho (Ap 21:7)

Mt 13:4-8, 19, 24-32; Ap 2:7, 11, 17, 26-27; 3:5, 12, 21


O falar do Senhor aos vencedores das sete igrejas da Ásia, mencionadas em Apocalipse 2 e 3, está relacionado às parábolas de Mateus 13. A primeira parábola é a do semeador: “Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho e, vindo as aves, a comeram. Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo porém o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. Outra caiu entre os espinhos e os espinhos cresceram e a sufocaram. Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um” (vs. 3-8).

A condição inicial da igreja em Éfeso pode ser comparada à semente lançada à beira do caminho e que é arrebatada pelas aves. No princípio, a igreja apresentava uma situação anormal por causa do predomínio das discussões sobre doutrinas, gerando ensinamentos diferentes, uma vez que se ocupavam com fábulas e genealogias sem fim (1 Tm 1:3-4). Isso levou o coração dos irmãos a endurecer, como era a terra à beira do caminho, e consequentemente abandonaram o primeiro amor. Depois de receber ajuda do apóstolo João, a igreja foi restaurada à condição de boa terra, de modo que os irmãos se tornaram frutíferos e estavam prontos a sofrer por causa do evangelho.

Foi nessa condição que surgiu a igreja em Esmirna. Ela passou por um período de perseguição e sofrimento que pode ser comparado ao que o trigo sofre por causa do joio na segunda parábola: “O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo; mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se. E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. [...] Deixai-os crescer juntos até à colheita e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro” (Mt 13:24-26, 30). Como nós já vimos, o joio concorre com o trigo para receber a luz do sol e os nutrientes da terra a fim de crescer. Isso ilustra o quanto a igreja sofreu debaixo das perseguições no período da igreja em Esmirna. Todo esse sofrimento, contudo, produziu muitos vencedores.

A terceira parábola é a do grão de mostarda: “O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo; o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos” (vs. 31-32). A mostarda é uma hortaliça que serve de alimento para o homem, mas nessa parábola apresenta uma situação anormal, pois cresceu e se tornou uma grande árvore. Isso não está de acordo com o princípio da criação de Deus quando, no terceiro dia, a terra produziu relva, ervas e árvores, cada uma segundo a sua espécie (Gn 1:11-12).

Essa parábola está relacionada com a igreja em Pérgamo. A igreja como grão de mostarda deveria alimentar as pessoas com a revelação da Palavra de Deus e supri-las de vida, mas no período de Pérgamo ela se desenvolveu de maneira anormal a ponto de se tornar habitação de Satanás (Ap 2:13). De acordo com o princípio adotado pelo Senhor na parábola do semeador, as aves são o maligno (Mt 13:4, 19, 32); então, quanto mais ramos, mais espaço há para o maligno. Mesmo nessa condição, Deus chama vencedores. Todavia não devemos buscar um crescimento anormal, abrindo portas para o maligno vir “aninhar-se”. Nossa função é tão somente alimentar, suprir as pessoas com Espírito e vida.

Louvado seja o Senhor! Hoje, em cada igreja, Deus está chamando vencedores. Aleluia!