16 julho, 2012

Refletindo...

O Reino e a Igreja - Parte 2

O REINO É MAIOR DO QUE A IGREJA

“Por esta razão eu, Paulo, o prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vós gentios... Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como pela revelação me foi manifestado o mistério, conforme acima em poucas palavras vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como se revelou agora no [poder do] Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, a saber, que [aqueles que são] os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da [sua] promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho”.(Ef 3:1-6).

“E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; pois ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem nem entendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e de maneira alguma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira alguma percebereis. Porque o coração deste povo se endureceu, e com os ouvidos ouviram tardiamente, e fecharam os olhos, para que não vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure. Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois, em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram” (Mt 13:10-17).


Vamos orar:

Querido Pai celestial, quando nos reunimos esta manhã em Tua presença, como Ti adoramos e agradecemos porque grande é a Tua fidelidade porque estamos aqui esta manhã e é por causa da Tua fidelidade que cremos que Tu tens uma palavra para nós. Senhor, encomendamos este tempo em Tuas mãos e buscamos a Ti para as bênçãos para que Tu sejas glorificado. No precioso nome de nosso Senhor Jesus. Amém.

Minha parte neste tema: Venha o Teu Reino, é sobre o reino e a igreja. Olharemos para isso de quatro ângulos diferentes. Com a finalidade de termos uma continuidade e apenas para relembrar vocês, nós compartilhamos brevemente que o reino é um com a igreja. É uma e a mesma coisa. A igreja fala da vida, e o reino fala da autoridade. Vocês não podem ter vida sem autoridade, nem podem ter autoridade sem vida. Estas coisas caminham juntas. Na realidade, elas são uma.

Quando pensamos na igreja, pensamos em crescimento porque é o corpo de Cristo. O corpo de Cristo tem que crescer continuamente até que alcance a maturidade, na plenitude da estatura de Cristo. Quando pensamos no reino, pensamos no governo. Deus reina sobre tudo. Então quando pensamos na igreja, pensamos no amor porque é a casa de Deus. Na casa de Deus, o governo da casa é o amor. Quando pensamos no reino, pensamos em disciplina. Você precisa disciplinar através do amor. Se há um amor verdadeiro deve haver disciplina, de outra forma não há amor. Você não pode separar estas duas coisas.

Quando pensamos na igreja, provavelmente o símbolo que vem a nossa mente é a mesa. Nos reunimos em torno da mesa do Senhor, e certamente, isso fala de comunhão. Temos comunhão não somente com o Senhor, mas temos comunhão uns com os outros. Isso é o que é a igreja. Quando pensamos no reino, provavelmente a figura que se ergue em nossa mente é o trono. Deus sentado no trono e o Cordeiro sentado no trono. Esta é a figura que temos, assim nos curvamos e adoramos.

Um outro símbolo na Escritura no qual pensamos quando falamos da igreja é um candeeiro. O candeeiro é aquilo que sustenta a luz, e isso é o que a igreja realmente é. É um candeeiro, um instrumento para a luz, e sabemos que a luz não é outra senão o nosso Senhor Jesus. É a responsabilidade, o ministério e o testemunho da igreja engrandecer nosso Senhor Jesus para que Ele possa ser visto e ouvido. Quando pensamos no reino, a figura na Escritura é uma cidade, a cidade de Deus, a nova Jerusalém onde a glória de Deus é manifesta. E em Apocalipse 21 e 22, encontramos que esta cidade santa é na realidade um candeeiro gigante. Os fundamentos são a base do candeeiro e a luz é o Senhor. Assim encontramos que o reino é um com a igreja. Em outras palavras, quando você entra na realidade espiritual não há diferença entre o reino e a igreja.

Agora gostaríamos de considerar juntos o segundo aspecto: O Reino é Maior do que a Igreja. Nós já dissemos que o reino é um com a igreja, agora porque dizemos que o reino é maior do que a igreja? Quando falamos do reino como sendo um com a igreja, pensamos na realidade espiritual. A realidade espiritual é aquela que transcende o tempo e o espaço. É eterna, ela nunca muda, e por causa disso, quando entramos na realidade espiritual, encontramos que o reino e a igreja verdadeiramente são um, um e a mesma coisa. Mas quando vamos para o tempo e espaço, quando vamos para a história, encontramos que há uma diferença. O reino é maior do que a igreja.



O MISTÉRIO DE CRISTO

O apóstolo Paulo disse que Deus, por revelação, deu a ele o conhecimento e entendimento do mistério (ver Efésios 3). Este é chamado de o mistério de Cristo. Este mistério esteve escondido através das eras até que foi revelado pelo Espírito de Deus aos apóstolos e os profetas. Certamente sabemos que quando ele menciona o mistério de Cristo, se refere à igreja. Assim como Cristo é o mistério de Deus, a igreja é o mistério de Cristo.

O que é um mistério? Um mistério é nada mais que algo misterioso, desconhecido, ou completamente secreto. Um mistério é um segredo, isso é verdade, mas o mistério de Deus é um segredo que está escondido na mente, no coração de Deus e está relacionado com o propósito. Deus tem um propósito em Seu coração. Na eternidade passada, era um segredo escondido Nele, mas era um segredo glorioso, isto é, era algo sobre o qual colocou Seu coração. É algo que deseja consumar. Está dentro Dele mesmo, mas é um mistério. Este segredo de Deus tem estado escondido na mente de Deus através das eras.

Nosso Deus é alguém que pode guardar um segredo. Nós não podemos guardar segredo. Dizemos: “Isso é segredo”, e o dizemos, mas nosso Deus é alguém que pode realmente guardar um segrego. Há algo tão glorioso, algo tão precioso, algo que Ele deseja tanto, e ainda assim, Ele pode escondê-lo em Si mesmo através das eras, não apenas um dia, não apenas um ano, não apenas um século, mas através das eras. Está escondido dentro Dele.

Pergunto o que acontece quando tentamos guardar um segredo? Tentamos muito duramente não dizê-lo, mas compreendemos que é tão precioso, é tão importante que temos que negar a nós mesmos e realmente fazer violência a nós mesmos para guardar um segredo. Pergunto o que acontece com Deus? Há algo que Deus propôs na eternidade passada, algo que Ele deseja ter. Em um sentido, sabemos que com Deus não há passado, nem futuro, não há amanhã, nem ontem. É sempre agora. Em outras palavras, quando Deus o propôs, Ele já o possuía, mas de alguma forma está dentro Dele mesmo, e nunca o revelou ao homem através das eras. Ele sabe que a hora não é chegada. Ele precisa esperar até o tempo certo então começa a revelar aquele segredo. Isso é chamado de mistério. Porque é um mistério, é a profundeza de Deus. Não é algo na periferia. É algo bem no centro de Seu coração, bem no centro de Sua mente. Portanto não há forma de conhecer este mistério a não ser pela revelação. Em outras palavras, Deus tem que revelá-las a nós pelo Seu Espírito. O Espírito de sabedoria e revelação tem que ser dado, e graças a Deus, tem sido dado.

Este mistério é algo que os profetas do passado buscavam e desejavam conhecer, mas Deus as revelou, não o revelou a eles. É um mistério, um segredo, que mesmo os anjos gostariam de conhecer, mas Deus não o revelou a eles. Deus esperou até o momento certo e o revelou pelo Seu Espírito aos apóstolos e aos profetas do tempo do Novo Testamento. Depois de ser revelado, agora se tornou um segredo aberto. Em outras palavras, hoje, este mistério foi revelado, e se ainda é um mistério para você, a responsabilidade é sua. Encontramos que depois do mistério ter sido revelado, ter sido aberto, então todos nós que somos do Senhor devemos saber qual é o mistério de Cristo. O mistério de Cristo é a igreja, e precisamos saber o que é a igreja.


A IGREJA UNIVERSAL

Deus guardou este segredo até a plenitude dos tempos. Ele enviou Seu Filho a este mundo, nascido de uma mulher, nascido sob a lei, e encontramos que nosso Senhor Jesus, quando tinha trinta anos, começou a pregar as boas novas do reino de Deus. Mas estranhamente, nos registros dos quatro evangelhos, a palavra igreja é usada pelo nosso Senhor somente duas vezes. Ele pregou as boas novas do reino, o evangelho do reino, por algum tempo. Ele tinha reunido em torno de Si mesmo algumas pessoas, mas esperou até um dia quando perguntou aos Seus discípulos: “Quem os homens dizem que sou?”.

Certamente, os discípulos deram a Ele todas as boas notícias. Eles não iriam dar a Ele as más notícias. “Tu és Elias. Tu és João o batista que ressuscitou. Tua és o Profeta, aquele de quem profetizou Moisés, que Deus haveria de levantar entre os irmãos a quem vocês devem prestar a atenção”.

Mas o Senhor não estava satisfeito, por isso disse: “Quem vocês pensam que sou? Vocês são Meus discípulos, vocês Me seguem, vocês têm Me conhecido, quem vocês pensam que Sou?”.

E todos nós nos lembramos como Simão Pedro, sendo o interlocutor dos discípulos, disse: “Tu és o Cristo, o ungido de Deus, Tu és o Filho do Deus vivo”.

Depois de Pedro confessar nosso Senhor Jesus de tal forma, então nosso Senhor Jesus disse: “Simão Barjonas, tu és bem-aventurado porque isto não é algo revelado a ti pelo homem, é revelado a ti pelo Meu Pai que está no céu. Tu és uma pedra. Sobre está rocha edificarei a minha igreja e as portas do hades não prevalecerão contra ela” (ver Mt 16:13-19).

Esta é a primeira vez que nosso Senhor mesmo revelou esta palavra igreja aos Seus discípulos. “Sobre esta rocha edificarei a minha igreja”. O que é esta rocha? Creio que todos nós sabemos que esta rocha não é Pedro. Pedro é apenas uma pedra, não uma rocha imensa, maciça. Pedro é apenas uma lasca daquela Pedra viva, por isso se tornou uma pedra viva. Esta rocha é nosso Senhor Jesus. A rocha é a confissão de nosso Senhor Jesus. É a confissão de Pedro. É a confissão de todo aquele que confessa nosso Senhor Jesus como o Cristo. Isso se refere a Sua obra como o Filho do Deus vivo; se refere a Sua Pessoa. Assim nós que cremos no Senhor Jesus e que confessamos a Ele como tal, seremos edificados juntos por Ele para sermos Sua igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra ela.


A IGREJA LOCAL

A outra menção desta palavra igreja pelo nosso Senhor Jesus está em Mateus 18. Aqui nosso Senhor Jesus disse que se seu irmão pecar contra você, vá a ele em amor. Tente ajudar seu irmão e faça-o lembrar que ele pode ser restaurado e recuperado. Você não vai por uma revanche, ou para tentar provar que você está certo, mas você vai por amor. Você já o perdoou, por isso você tenta restaurá-lo na comunhão com você. Se ele não ouvir a você, pegue outro irmão ou irmã que o conheçam e respeitem, e então vá novamente e dê a ele uma segunda oportunidade. Agora se ele não ouvir, então você vai e diz à igreja.

Certamente que quando nosso Senhor menciona a palavra igreja aqui, há uma leve diferença no contexto. Em Mateus 16, quando disse: “Eu edificarei a minha igreja”, se referiu à igreja universal. Ela é edificada sobre o princípio da confissão. Então quando Ele disse: “Vá e diga à igreja”, certamente, você não pode dizer à igreja universal porque ela é muito grande para você. Você tem que dizer à igreja local onde você se reúne. Aqui é mostrada a igreja local que coloca todos os princípios espirituais em prática.


A IGREJA QUE É O SEU CORPO

Nosso Senhor Jesus mencionou a palavra igreja apenas duas vezes. Mas me pergunto, quando Ele usou esta palavra igreja, os discípulos realmente entenderam o que é a igreja? Duvido que eles entenderam até que nosso Senhor Jesus foi para a cruz do Calvário. Para que pudesse ter a Sua igreja, ter este mistério consumado, nosso Senhor Jesus teve que ir ao Calvário e ali ser crucificado sobre a cruz. Quando Ele foi crucificado, sofreu não apenas nas mãos dos homens, isso foi a menor parcela; Ele sofreu nas mãos do inimigo. Quanto o inimigo O cercou e tentou atacá-Lo ferozmente. Mas Seu maior sofrimento foi nas mãos de Seu Pai amado. Ali Ele se tornou pecado por nós para que pudéssemos nos tornar justos para Deus.

Ao final das seis horas, Ele disse: “Está consumado”. A obra estava feita, mas Ele ainda estava na cruz. O dia seguinte seria um grande dia, um grande sábado e de acordo com a tradição judaica, ninguém poderia estar pendurado na cruz porque isso é uma maldição. Assim todos os que eram crucificados tinham que ser tirados e sepultados. Quando os soldados vieram, descobriram que nosso Senhor já tinha morrido. Os dois ladrões ainda estavam vivos por isso suas pernas tinham que ser quebradas para acelerar a morte deles. Mas quando chegaram a nosso Senhor Jesus, Ele já tinha morrido. Para terem certeza que Ele realmente estava morto, um soldado enfiou sua lança no lado de nosso Senhor. Creio que ela atingiu Seu próprio coração. E quando aquela lança foi retirada, saiu sangue e água. O apóstolo João estava lá e disse: “Eu o vi. Vi sangue e água sair, e o testemunhei e meu testemunho é verdadeiro”.

Porque é que o apóstolo João enfatizou tanto este ponto? Há uma razão. Algo saiu do lado de nosso Senhor Jesus e este é o material para a edificação da igreja. Mencionamos que nosso Deus colocou Adão para dormir, e do lado de Adão tomou uma costela (literalmente “algo”) e com este algo edificou Eva. Portanto, Eva é osso de seu osso e carne de sua carne, e eles se tornaram um. Isso é apenas um tipo, mas aqui encontramos a realidade. Nosso Senhor Jesus tinha que morrer. Foi uma morte violenta, não como Adão, que foi apenas um sono muito doce. Adão foi apenas adormecido porque não havia pecado no mundo ainda. Mas nosso Senhor morreu uma morte violenta porque o pecado já estava no mundo, e Ele se tornou a oferta de pecado por nós. De Seu lado saiu sangue para a remissão de nossos pecados e água para nos dar vida. Sua própria vida liberada através da cruz. Irmãos e irmãs, é pelo sangue, pela água e pela vida de nosso Senhor que Ele edifica Sua própria igreja. Esta é a base para a igreja.

Então, depois de três dias Ele ressuscitou da morte. Ele ascendeu e se sentou à direita de Seu Pai, e no dia de Pentecostes o Espírito Santo veio. O significado do Pentecostes é muito significante porque marca o início da história da igreja sobre a terra. Sobre a base da morte de nosso Senhor Jesus e Sua ressurreição, na base do sangue e da água que fluíram Dele, o Espírito Santo veio, e em um Espírito os cento e vinte foram batizados em um corpo. Eles não eram mais cento e vinte crentes individuais. Eles não eram mais uma congregação de cento e vinte membros. Eles se tornaram um corpo de cento e vinte membros – uma grande diferença.

Este corpo, esta igreja começou a crescer, e desde o dia de Pentecostes, a igreja tem estado crescendo. Primeiro, ela foi estabelecida em Jerusalém, então em toda a Judéia, então Samaria, e até os confins do mundo. Deus ainda está edificando Sua igreja. Ele não apenas está chamando pessoas de todas as nações, todas as tribos, todas as línguas e povos, mas Ele as está congregando. Ele as está edificando juntas organicamente, e esta é a obra que tem continuado por estes milhares de anos, até um dia que cheguemos à medida da estatura da plenitude de Cristo. Então nosso Senhor Jesus virá e receberá aquele corpo crescido para ser Sua noiva. Depois disso, eles reinarão com Ele por mil anos, e na eternidade a igreja será fundida ao reino eterno de Deus. Agora isso é a igreja.


O REINO

Agora, e quanto ao reino? Já mencionamos que de eternidade a eternidade Ele é Deus. Nosso Deus é o grande Jeová, o grande EU SOU, Aquele que existe por Si mesmo. Na eternidade passada, antes de haver o tempo, havia Deus, supremo, tudo por Si mesmo. Também mencionamos que Deus é Rei, Rei do universo. Onde Deus está, há o Seu reino, mas para ser mais exato, quando Seu reino começa?

“O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura por todas as gerações” (Sl 145:13).

“O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio de geração em geração” (Dn 4:3b).

Quando você pensa nas eras, quando você pensa nas gerações, o que você tem? Você tem o tempo. Quando você pensa na eternidade, ela é além das eras e além das gerações. Assim em um sentido estrito, na eternidade passada Deus, Aquele que É, tudo é por Ele mesmo. Ele é supremo. Ele é Rei, mas no momento em que Ele começou a criar o universo, Ele teve Seu reino. No princípio Deus criou ou céus e a terra, e Deus, sendo o Criador, tinha todo o direito sobre o que criou. Ele tinha domínio sobre aquilo que governava, por isso Seu reino é um reino de todas as eras. Desde então, era após era, geração após geração, você encontra que Deus reina supremo sobre tudo o que criou.

No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, não havia ainda criado o homem. O homem veio mais tarde. Na primeira criação, os anjos eram a criação mais elevada de Deus. Não sei se estou teologicamente correto, estou aberto para correções. Provavelmente quando Deus criou primeiro os céus e a terra, criou primeiro os anjos.

Se vocês lerem Jó 38, encontrarão que quando Deus lançou o fundamento da terra, as estrelas da manhã se reuniram e os filhos de Deus cantaram de alegria. Sabemos que a “estrela da manhã” se refere à primeira estrela, os “filhos de Deus” se referem aos anjos. Quando Deus lançou o fundamento da terra, os anjos já estavam ali, e cantaram de alegria. Eles estavam muito contentes porque Deus criou a terra.

Provavelmente, o primeiro ser criado, o primeiro anjo criado, foi Lúcifer, e por isso ele tinha uma posição elevada entre os anjos. Ele era um anjo, um querubim, um querubim ungido que estava servindo como o guarda do trono de Deus. Foi dada a ele beleza, talento, autoridade, domínio. No princípio quando Deus criou os céus e a terra, os anjos conduziam a adoração a Deus. Provavelmente, Lúcifer era o chefe da música, conduzindo todo o universo nas canções de louvor a Deus. “Ele é digno, o Criador, o Todo Poderoso, Aquele que é exaltado, Aquele que é incomparável”. Havia harmonia no universo. Havia paz ali. Todas as coisas falavam da glória de Deus e a glória de Deus enchia o universo. Você não via as coisas criadas, você via a Deus.

Infelizmente, o orgulho entrou no coração deste arcanjo. Ele se rebelou contra Deus. Por causa dessa rebelião, a harmonia no universo foi quebrada. Deus lançou este arcanjo para fora do céu, e muito provavelmente, ele desceu para a terra. Esta é a razão pela qual você encontra em Gênesis 1:2, que havia trevas cercando a terra; a terra estava em ruínas, completamente arruinada. Evidentemente, o planeta terra ou pode ser nosso sistema solar foi dado a ele para governar. Em outras palavras, quando Deus puniu a rebelião do arcanjo, aquilo que estava sob seu domínio entrou em ruína, desolação, vacuidade e despropósito.

Não sabemos por quanto tempo isso continuou, mas graças a Deus, o que propôs em Seu coração nunca mudou. Ele começou a recuperar, a reparar esta terra. Muito embora a terra estivesse em ruína, muito embora as trevas estivessem sobre ela, ela ainda pertencia ao nosso Deus. Ele não tinha abandonado Seu reinado, Seu senhorio. O “pequeno livro” ainda está em Sua mão, por isso tem todo direito de reparar a terra e a restaurar para se tornar habitável.


O PLANO DE DEUS

Deus tinha um plano glorioso em mente para restaurar esta terra para que fosse habitável para o homem que iria criar. Deus tinha um plano maravilhoso para restaurar Seu reino sobre está terra. Deus tinha um plano maravilhoso para remover o inimigo e substituí-lo por outro ser – o homem. Irmãos e irmãs, você precisam se lembrar disso. A Escritura diz: “O que é o homem?” O homem foi feito um pouco mais baixo que os anjos. Quanto ao que concerne à ordem divina, os anjos são uma ordem mais elevada do que o homem. O homem é mais baixo que os anjos. Os anjos são espíritos, eles não estão limitados por um corpo físico. Nós temos um espírito, mas nosso espírito está confinado em um pequeno corpo, e este corpo na realidade nos limita em grande medida. A inteligência deles é mais elevada e maior do que a do homem.

Deus fez o homem um pouco mais baixo do que os anjos, e ainda assim, quando fez o homem, Ele o criou a Sua própria imagem. Isso é algo que Deus nunca havia feito antes. Quando criou os anjos, Ele não os criou de acordo com Sua própria imagem. Ele os criou de acordo à Sua idéia. Quando Ele criou todas as outras coisas vivas, criou de acordo com Seus pensamentos, mas apenas o homem foi criado em Sua imagem. Por quê? É porque Deus tem um propósito para o homem. Ele quer dar ao homem Sua vida e, através do homem, arrancar esta terra da mão do inimigo e estabelecer Seu reino bem aqui na terra.

Ele deu ao homem que criou o domínio sobre todas as coisas que Ele tinha criado. E disse: “Subjugue todas as coisas”. A missão do homem era de trazer todas as coisas de volta aos pés de Deus. O homem deveria ser o instrumento na mão de Deus para trazer Seu reino de volta a está terra. Que tarefa tremenda é essa e, certamente, sabemos que esta tarefa só pode ser feita com Sua vida dada e recebida no homem. Em outras palavras, Ele o faria no homem e através do homem.

Mas mais uma vez veio a tragédia. Satanás compreendeu que Deus usaria o homem para trazer Seu reino, para remover o reino das trevas, por isso tentou o homem e o homem caiu. Mais uma vez você encontra que houve maldição sobre esta terra, mas Deus começou a trabalhar mais uma vez. Ele começou mesmo no jardim do Éden. Depois do homem pecar, Deus não apenas vestiu o homem com pele para cobrir sua nudez, mas deu ao homem uma promessa: “A semente da mulher esmagará a cabeça da serpente” (Gn 3:15).


A OBRA DE DEUS PARA A RESTAURAÇÃO

Deus começou Sua obra de restauração para recuperar o homem com o objetivo de recuperar Seu reino na terra já no jardim do Éden, imediatamente depois da queda do homem. Mas na era dos Patriarcas tudo o que Deus pode ter entre os homens foram apenas uns poucos aqui e ali. Deus teve Abel que representou o reino de Deus na terra em sua geração. Deus tomou um homem chamado Enoque, e ele representou Seu reino na terra em sua geração. Deus tomou a Noé, e ele representou o reino de Deus na terra. Deus também tomou Abraão. E assim você encontra que na era dos Patriarcas tudo o que Deus foi capaz de recuperar de Seu reino na terra foram apenas umas poucas pessoas aqui e ali.

Mais tarde na dispensação da lei, Deus foi capaz de redimir um povo, uma nação, a nação de Israel que representava o reino de Deus na terra no tempo deles. Todas as demais nações adoravam ídolos. Elas eram o reino das trevas, mas havia luz no reino de Israel. Deus era a luz deles. Eles adoravam a um Deus e representavam o reino de Deus no tempo deles. Mas, temos de reconhecer que seja nos indivíduos da era dos Patriarcas, ou seja, sob a lei na nação de Israel, a representação era muito, muito incompleta. Encontramos que não era apenas incompleta era muito fraca. Muito embora estes homens, muito embora este povo fosse redimido e caminhasse com Deus, ainda assim havia muita fragilidade humana. Não era uma representação perfeita do reino de Deus. Em outras palavras, não havia esta obediência perfeita, submissão perfeita. Deus não era capaz de colocar todo Seu caráter neles. Eles podiam ter um pouco do caráter aqui e ali, mas não todo ele. Assim em um sentido, Deus ainda não tinha Seu reino sobre esta terra, não até a vinda de nosso Senhor Jesus.


O REINO DOS CÉUS

Quando nosso Senhor Jesus veio a este mundo, a Palavra se fez carne e tabernaculou entre os homens, cheio de graça e verdade. Ele é a realidade do reino de Deus sobre esta terra. Ele representa completamente a Deus. A plenitude do caráter de Deus era Seu caráter. Ele era o Rei, Ele era o reino. E então vocês encontram que um novo termo é introduzido – o reino dos céus. O reino dos céus é um termo que nunca foi usado antes. A única pista que temos no Velho Testamento está em Daniel 4 onde é dito: “Os céus governam”. Os céus governam sobre os acontecimentos dos homens. Há uma pista aqui. No Novo Testamento há uma outra pista. Em 1 Timóteo 4, Paulo disse: “O Senhor me guardará para o Seu reino celestial” (verso 18). Estas são as duas únicas ocasiões em que você encontra em toda a Bíblia, afora do evangelho segundo Mateus, onde é feita referência ao reino dos céus.

Assim, vocês encontram um aspecto novo que parece ser introduzido no reino de Deus. Ele é chamado de reino dos céus porque os céus vieram sobre a terra. Nosso Senhor Jesus veio do céu. Ele é o homem celestial e quando estava na terra, ainda estava no céu. Ele é o representante daquilo que o céu é. Ele carregava com Ele mesmo uma atmosfera celestial. Ele tinha um toque celestial sobre todas as coisas. Ele é muito diferente de qualquer coisa que é da terra e terrena.

O reino de Deus é completamente diferente do reino desta terra, deste mundo. Ele é celestial, não terreno; ele é espiritual, não material; ele é vida, não apenas forma, e aqui você encontra o homem celestial. Nosso Senhor Jesus é um homem que veio do céu, e trouxe o céu para esta terra. Assim o reino dos céus é chegado.

Quando João o batista começou a pregar disse: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus é chegado”. Aquilo que é real veio. No tempo do Velho Testamento, o que você tem é apenas sombra, mas agora a realidade veio em Cristo Jesus. E porque Ele veio, João o batista disse: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus é chegado”.

Vocês sabem, sempre pregamos o arrependimento, porque pecamos, portanto precisamos nos arrepender. Certamente, precisamos nos arrepender de nossos pecados, mas aqui vocês encontram um novo significado para o arrependimento. Arrepender porque o reino dos céus esta vindo e vocês não estão preparados para o reino dos céus. Vocês não apenas não estão preparados, mas quando ele vier julgará a vocês, portanto vocês precisam se arrepender. Vocês precisam mudar completamente. Vocês precisam se arrepender não somente de seus pecados, mas mesmo de suas boas obras, suas obras mortas. Vocês precisam se arrepender de vocês mesmos, de sua religião; vocês precisam se arrepender de sua piedade. Vocês precisam se arrepender de tudo para receber o reino dos céus que está vindo. Esta é a mensagem. O Rei está vindo. Esteja preparado para ele. Se vocês estão indo encontrar o Rei, vocês precisam estar preparados. Se vocês não estiverem preparados, quando Ele vier vocês serão lançados fora.


DISCÍPULO DO REINO

Quando nosso Senhor Jesus tinha trinta anos, começou a pregar e continuou a dizer: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus está próximo”. Por quê? Porque o Rei está aqui, mas onde está Seu povo? Ele não tem um domínio sobre o qual possa reinar, mas logo você descobre que Ele começou a ajuntar discípulos ao Seu redor (ver Mateus 4). Ele chamou a Pedro e a André. Ele chamou a dois filhos de Zebedeu, Tiago e João. Ele chamou a outros para serem Seus discípulos, aqueles que se reuniriam em torno Dele e aprenderiam Dele, aqueles que colocariam a si mesmos sob Seu reinado, aqueles que seriam discipulados por Ele, estariam sob Sua disciplina, aprendendo obediência, e sendo sujeitos a Ele em todas as coisas. Aqui você encontra que Ele começou a ter Seu reino.

Em Mateus 5-7, havia uma multidão ali. Eles amavam ouvir, mas o Senhor deixou a multidão e foi ao monte. Seus discípulos O seguiram e Ele sentou-se e falou aos Seus discípulos. O interesse do Senhor não é pela multidão, uma multidão heterogênea. O interesse do Senhor está em Seu reino, naqueles que são Seus discípulos, e começou a dizer a eles o que chamamos de sermão do monte. O sermão do monte é na realidade o Senhor descrevendo a eles o reino dos céus. Quem são os filhos do reino dos céus? O que os caracteriza? Que tipo de pessoa está no reino dos céus? “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o reino dos céus”. Em outras palavras, para estar realmente vivendo no reino, você precisa ser pobre de espírito. O reino dos céus não é para o orgulhoso. O reino dos céus é para aqueles que são humildes, aqueles que são quebrados. O reino dos céus é para aqueles que são falidos em si mesmos. Você descobre que você está totalmente arruinado, você não é nada. Não há nada bom em sua carne e você se humilha diante de Deus, o reino é seu. O reinado de Cristo vem sobre você. Este é o tipo de povo no reino dos céus, e eles são a luz do mundo. Eles são o sal desta terra.

“A menos que vossa justiça exceda a justiça dos escribas e fariseus não podeis entrar no reino dos céus”. O que é a justiça dos escribas e fariseus? Em comparação com o mundo, eles parecem ter uma justiça porque guardam a letra da lei. Eles são muito cuidadosos e estritos com relação a ela. Eles até mesmo carregam neles mesmos a lei escrita sobre suas frontes e as amarram em seus braços. Eles têm uma justiça de acordo com a letra da lei. Esta é uma aparência exterior de piedade. Esta é a justiça dos escribas e fariseus. Mas nosso Senhor Jesus disse que se isso é tudo o que você tem, você não pode entrar em Seu reino. Você tem que ter uma justiça que excede, ultrapassa, sobressaia muito acima da justiça dos escribas e fariseus. Ela tem que ser uma justiça interior, uma justiça interna, algo do coração. Você precisa ter uma justiça de acordo com o Espírito da lei. Temos este tipo de justiça?

“Sejais perfeitos como seu Pai celestial é perfeito”. Você diz: “Como pode ser isso?” é impossível para o homem, mas é possível para Deus. É apenas pela graça. Não é por você mesmo. É pela Sua vida em você que você está capacitado a ter esta justiça. É uma justiça interior, uma justiça saída da vida. Cristo nossa justiça. Você precisa ser simples. Se seus olhos são maus, se você tem visão dupla, você não pode ver o que é o reino dos céus. Você precisa ser simples, ter seu coração colocado Nele como o tesouro no céu, então você pode servi-Lo como seu Mestre. É uma porta estreita, um caminho apertado. Poucos o encontram e menos pessoas entram nele e andam nele, mas este caminho conduz à vida.

Este é o reino dos céus que nosso Senhor está estabelecendo sobre esta terra entre Seus discípulos. Ele é assim. Ele é o Rei. Isso é o que Ele é, e Ele quer que nós sejamos como Ele, não através de uma imitação exterior Dele, mas tendo recebido Sua vida, permitindo que a Sua vida assuma a direção para que possamos viver como Ele viveu. Este é o reino dos céus sobre a terra.

Nosso Senhor disse: “O reino dos céus é tomado com violência e os violentos se apoderam dele” (ver Mt 11). Você precisa negar a si mesmo fazer violência a você mesmo, de outra forma nunca se apoderará dele. Ele está além de você.

Nosso Senhor Jesus continuou a pregar o reino de Deus, o reino dos céus, e continuou a expulsar demônios e curar enfermos – o poder do reino de Deus. Mas então no capítulo 12 quando curou alguém que era cego e mudo, fez algo que nunca tinha sido feito na história de Israel. Era um sinal de que Ele era o Messias. Os escribas e fariseus, com muito ódio e oposição a Ele, disseram que expulsava demônios por Belzebu, isto é, expulsava demônios pelo príncipe dos demônios. Por causa disso, o Senhor disse que todo pecado cometido contra o Filho de Deus pode ser perdoado, mas aquele que peca contra o Espírito de Deus não pode ser perdoado, nem nesta era nem na era vindoura (ver Mt 12:31-32). Depois disso Ele não pode mais falar livremente com as pessoas. Ele só falava com elas por parábolas.


AS PARÁBOLAS DO REINO

Mateus 13 nos dá as parábolas que são os mistérios do reino dos céus. O Senhor usou parábolas porque não queria que as pessoas o entendessem. Ele queria que apenas Seus discípulos o entendessem. Àqueles que têm mais será dado. Aqueles que não têm, mesmo o que tem será tirado deles, e aqueles que têm terão em abundância. O Senhor quer que tenhamos em abundância por isso falou com Seus discípulos e explicou estas parábolas a eles. Existem mistérios, algo escondido nas parábolas. As pessoas não entendem, elas ouvem apenas uma história. Mas o Senhor explicou e abriu estes mistérios aos Seus discípulos e pudemos entendê-los.

Quando o evangelho do reino é pregado no mundo e as pessoas ouvem o evangelho, o que acontece? Esta é a parábola do semeador. O semeador aqui, primeiramente, é nosso Senhor mesmo. Ele estava semeando a semente, e a semente é a palavra, e a palavra é a palavra do reino. Isso é o que Ele pregou. Ele semeou a palavra do reino sobre este mundo, e quando as pessoas ouviram a palavra do reino, as reações delas, as respostas foram diferentes. A palavra do reino cai em alguns corações que são como as rodovias, as estradas, duramente pisadas por isso a palavra do reino não pode cair nela. Ela fica ao lado, e os pássaros vêm e as arrebatam. Em outras palavras, Satanás virá e tomará a palavra para que você não a ouça.

Um outro tipo de pessoas que ouve a palavra do reino e são emocionalmente agitadas e parecem recebê-la muito rapidamente e alegremente, mas é temporário. Quando as perseguições vêm elas desfalecem. Ela se vai, não há raiz. E então quando a palavra do reino cai em alguns corações, forma raiz, ela começa a brotar, contudo os espinhos e cardos a sufocam e assim não podem produzir fruto. Os cuidados desta vida, os enganos das riquezas, este mundo, nos sufocam tanto que muito embora tenhamos o evangelho do reino em nosso coração ele não pode produzir nenhum fruto para Deus. Graças a Deus, existem pessoas cujo coração tem sido arado e virado, que são pobres de espírito. Quando a palavra do reino cai em seu coração, ela forma raiz. Pacientemente (isso leva tempo), pacientemente, elas produzem fruto, um a cem vezes, sessenta vezes, trinta vezes, para a glória de Deus. Isso é o que acontece quando a palavra do reino é pregada, e hoje não é diferente do que era no tempo de nosso Senhor Jesus.

Mas vocês sabem, Satanás não estava satisfeito com isso. Muito embora estivesse apto para arrebatar um quarto imediatamente e estivesse apto para sufocar os outros dois, ele soube que ainda havia alguns crescendo. O reino dos céus estava sendo estabelecido sobre esta terra e ele não estava contente com isso. Assim em Mateus 13 vocês encontram a segunda parábola. Os homens dormiram, e notem que são os homens no plural e não no singular. O semeador é singular, é o nosso Senhor. Ele nunca dorme nem cochila, mas aqui vocês encontram “homens” em número plural. Estes são aqueles que servem a Deus, como os apóstolos, como outras pessoas posteriormente, elas dormiram. Em outras palavras, não puderam vigiar e orar por isso o inimigo estava apto para vir e semear sua semente entre as boas sementes.

Nesta segunda parábola, a semente não é mais a palavra do reino. As boas sementes são os filhos do reino. Em outras palavras, a semente foi semeada em seus corações, e eles nasceram de novo, e se tornaram filhos do reino. Irmãos e irmãs, vocês sabem que são filhos do reino e Deus plantou vocês no mundo? O campo aqui não é o coração. O campo aqui é o mundo. Assim Deus nos plantou aqui e ali como filhos do reino. Mas o inimigo veio e plantou seus filhos, filhos do maligno, as pragas, o joio entre os filhos do reino no mesmo mundo. Quando eles cresceram, começaram a se mostrar por isso os homens vieram e disseram ao Senhor: “Encontramos praga aqui. Tu não a plantaste. Como isso aconteceu?”.

O mestre sabia. Ele disse: “O inimigo o fez”. Ele o sabia.

Assim eles disseram: “Queres que os arranquemos?”.

“Não, vocês não podem porque as raízes deles estão entrelaçadas agora. Se vocês tentarem arrancar o joio, arrancarão também o trigo. Deixe-os crescerem juntos até o tempo da colheita”. E não é para o homem fazer alguma coisa. Deus disse que Ele enviará Seus anjos para os separar.

Agora, vocês podem aplicar esta parábola para a igreja? Infelizmente, no cristianismo de hoje, as parábolas do reino dos céus são interpretadas como parábolas da igreja. Em outras palavras, a igreja está no mundo, e na igreja vocês têm filhos de Deus e vocês têm filhos do maligno. Eles têm que estar juntos, vocês não podem separá-los. Se vocês os separam, vocês matam tudo. Assim este é o argumento, dizendo que na igreja vocês têm que ter os não salvos e os salvos juntos, aqueles que são de Deus e aqueles que não são de Deus. Vocês têm que deixá-los crescerem juntos. Isso é o que é a igreja? Não! O que é a igreja? A igreja é o corpo de Cristo. Neste corpo vocês não podem ter nenhum elemento estranho. Cada um na igreja é um chamado para fora. Todos são crentes verdadeiros, filhos de Deus. Isso é o que é a igreja. Assim vocês encontrarão aqui a diferença entre o reino e a igreja.

Quando o evangelho do reino é pregado no mundo, você encontra diferentes respostas. E em qualquer lugar onde o evangelho é difundido e as pessoas vêm pelo som do evangelho, algo acontece, o que conhecemos hoje como cristandade. Dizemos que esta é uma nação cristã, que aquela é uma nação cristã. Dizemos que esta é uma escola cristã, que aquele é um hospital cristão. Dizemos que esta é uma instituição cristã. É uma igreja, uma organização cristã. Sempre que o evangelho do reino é pregado e a influência se propaga pelo mundo, a cristandade ou, se vocês preferem, o cristianismo começa ali. No cristianismo vocês encontram uma grande mistura de trigo e joio. Isso é permitido, mas isso não é permitido na igreja.

Mateus 13 nos mostra a aparência exterior do reino dos céus. Quando o reino dos céus é pregado, isso é o que você encontrará nesta terra. Ele será uma grande mistura. Por um lado, ele é como a semente de mostarda. Há vida nela, mas ela cresceu de maneira anormal e os pássaros dos ares se enraizaram nela. Exteriormente, o cristianismo cresceu.

O Senhor nos diz: “Não temais, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o reino” (Lc 12:32). E, contudo vocês encontram que hoje, a cristandade se tornou um grande poder, uma influência sobre esta terra. Ela se tornou o abrigo de todo tipo de coisas más. E interiormente, a cristandade é corrupta como uma mulher que coloca fermento em três medidas de trigo. Ela começa a fermentar, a inchar – doutrinas corruptas, condutas corruptas. Isso é o que vocês encontram na cristandade hoje.

Por outro lado, na cristandade de hoje, isto é, a aparência do reino dos céus, algo está escondido ali. Há um tesouro escondido na terra. Nosso Senhor o descobriu e vendeu tudo e comprou o campo por causa daquele tesouro nele. O Senhor o descobriu e o escondeu novamente para que as pessoas não pudessem vê-lo, e comprou a terra.

E há outro aspecto como o de uma pérola de grande valor. O Senhor é o negociante buscando uma grande pérola. Ele encontrou esta grande perola e pagou tudo por ela. Ele deu-se a Si mesmo por ela. Este é o Seu amor pela Sua igreja.

Assim vocês encontram que é uma mistura, e isso será resolvido com a última parábola. A rede será lançada. Todas as coisas más serão lançadas fora e as coisas boas serão levadas para dentro da casa.

Aqui vocês encontram a diferença entre a igreja e o reino dos céus. O reino dos céus tem uma aparência exterior que não pode ser aplicada à igreja porque a igreja, quando tem uma aparência exterior ela é a igreja local. E a igreja local tem que ser pura como a igreja universal. Isso é a igreja. E quando vocês vêm a Mateus 24 e 25, descobrem que finalmente o reino dos céus virá para esta terra.

Esta é a história do reino dos céus, o reino de Deus. O reino de Deus é de eternidade a eternidade, mas o reino dos céus é uma porção no reino de Deus. Ele começa com a primeira vinda de nosso Senhor Jesus, e termina com Sua segunda vinda quando estabelecerá Seu reino sobre esta terra. Finalmente, na eternidade os dois se mesclarão em um. Pior isso, o reino é maior do que a igreja.


Vamos orar:

Querido Pai celestial, oramos para que estas palavras possam não ser apenas conhecimento para nós, mas que estas palavras possam ser vida para nós, para que possamos ver que há algo especial hoje porque o reino 28dos céus está aqui. Oramos para que possamos ser um povo que vive sob o governo do céu, para que possamos ser Teu reino nesta terra, representando a Ti no meio dos reinos desta terra. Oramos em Teu precioso nome. Amém.


Stephen kaung - Editora Restauração
 (Site Igreja em Sorriso)

Refletindo...

Cristo tem Preeminência na Vida do Cristão.


Referência bíblica:
Convém que Ele cresça e que eu diminua   (João 3:30)

As experiências dos cristãos são de dois tipos: as doces e as amargas. Deus nos faz pas-sar por ambas, as experiências doces e amargas da vida, para nos capacitar a deixar que Cristo tenha preeminência em todas as coisas.

EXPERIÊNCIAS DOCES:

1) Oração respondida – A oração será atendida se o seu alvo for o de deixar que Cristo tenha o primeiro lugar em todas as coisas. Busquemos primeiro o reino de Deus e a sua justiça e Deus acrescentará tudo mais que precisamos. (Acrescentar não é dar. O primei-ro significa adicionar ao que já temos; o segundo significa conceder o que não temos.) pedir em nome do Senhor é pedir em nome do Pai para o Senhor a fim de que o Senhor possa recebê-lo. De acordo com este princípio aqueles que dão valor à carne não terão nada para pedir em oração. Como precisamos deixar que a cruz acabe com a nossa carne para podermos ser intercessores do Senhor, pedindo aquilo que é a vontade do senhor! Não deveríamos orar pelos nossos propósitos egoístas. Só aqueles que permitem que Cristo tenha preeminência em todas as coisas podem entrar no Santo dos Santos. Vamos transformar os momentos de oração pelas nossas necessidades em um momento de ora-ção pelos negócios de Deus. Então Deus ouvirá a oração que proferimos – isto é, oração pelas coisas de Deus; mas ele também ouvirá a oração que não proferirmos – isto é, a oração pelos nossos próprios negócios. Se primeiro pedirmos que o Senhor receba o que é Dele, ele fará que nós também recebamos o que é nosso. Umas das experiências doces da vida do cristão é ter orações continuamente atendidas. Lembre-se, entretanto, que o motivo de Deus responder nossas orações é permitir que Cristo ocupe o primeiro lugar em todas as coisas.

2) Crescimento – O crescimento também é uma doce experiência do cristão. Devemos ser como crianças, mas não permanecer crianças. Aumento de conhecimento das Escri-turas Sagradas não é crescimento; crescimento é aumento de Cristo em nós. Menos ego, ausência total do ego, isso é crescimento. Pensar pouco em si mesmo – mais ainda, não pensar em nada – isso é crescimento. Por exemplo, a verdadeira humildade é ignorar-se completamente. Quando nos vemos, a humildade é relativa, mas quando não nos vemos mais, a humildade é absoluta; e isso é crescimento. Crescimento é deixar que Cristo tenha preeminência em minha vida: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” – mas Ele não cresce em mim de acordo com a porção de conhecimento bíblico que tenho, mas de acordo com a minha consagração. Na medida em que eu me colocar na mão de Deus, Cristo terá preeminência em todas as coisas. O verdadeiro crescimento está no engrandecimento de Cristo.

3) Iluminação – Outra experiência doce da vida cristã é receber a luz de Deus, isto é, visão espiritual. Revelação é o que Deus dá – uma dádiva objetiva. Quando Deus nos ilumina para percebermos o que há na revelação – isto é percepção subjetiva. Visão é o que vemos quando a luz de Deus brilha sobre nós: inclui luz e revelação. Primeiro a iluminação, depois a fé. Se quisermos ser continuamente iluminados, temos de permitir sempre que Cristo tenha preeminência em todas as coisas. “Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso” (Mateus 6:22). Não temos capacidade de entender, não porque nossos olhos não são bons. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8). O coração tem de ser puro. “Se alguém quiser fazer a von-tade dele, conhecerá...” (João 7:17). Só aqueles que permitem que Cristo tenha preemi-nência em todas as coisas receberão luz.

4) Poder – Ter poder também é uma das doces experiências na vida do cristão. Para ter poder, é preciso que deixemos que Cristo se assente no trono da nossa vida. Conforme ele cresce, a pessoa tem poder. Sem separação não pode haver poder. A separação não é apenas sair, é também entrar – isto é, entrar em Cristo. O que distingue o cristão do mundo é o fato de pertencer a Cristo e estar revestido de Cristo: Cristo é o seu poder.


EXPERIÊNCIAS AMARGAS:

1) Perdas materiais – Generalizando, os crentes parecem ter dificuldades financeiras. Isto se deve ou à sua falta de habilidade de prosseguir em quaisquer ocupações impró-prias que assumiram antes, ou a motivos espirituais que Deus está resolvendo neles es-pecificamente. Deus às vezes nos priva de nossa riqueza para nos induzir a buscar a Cristo para que Ele tenha preeminência em todas as coisas. Não é impossível ao rico entrar no reino de Deus, é simplesmente difícil. Não que eles não possam servir ao Se-nhor, só que acham difícil servir ao Senhor. “[Se] deitares ao pó o teu ouro... então o Todo poderoso será o teu ouro” (Jó 22:24,25). Deus lidou com os filhos de Israel no deserto, privando-os do suprimento terreno de alimento e vestimentas, para que pudes-sem perceber a abundância de Deus. Quando os suprimentos da terra acabam, descem os suprimentos celestes. Dificuldades materiais levam-nos a buscar o Senhor, a aprender a lição da fé e a conhecer Cristo como o primeiro em todas as coisas. Seja qual for a dificuldade que enfrentamos, vamos crer que vem de Deus, e vamos regozijar-nos. Mas não aguarde as dificuldades, porque Satanás é bem capaz de no-las acrescentar.

2) Angústia emocional – Na perda de pais, marido, esposa, filhos, parentes e amigos, Deus está nos levando a encontrar em Cristo a nossa satisfação. Deus nos priva desses relacionamentos para que possamos aceitar a Cristo como Senhor e deixá-lo ter preemi-nência em nossa vida. Não é que Deus deseje nos maltratar, mas ele quer que Cristo seja nosso Senhor. É mais precioso derramar lágrimas diante do Senhor do que alegrar-se diante dos homens. O que encontramos no Senhor é o que não poderíamos encontrar nos pais, esposa e filhos. No reino da criação Deus só tem um objetivo para os crentes: dar a seu Filho preeminência em todas as coisas. Oferecendo Isaque, ganhamos Isaque. Deus não permitirá que tenhamos qualquer coisa fora do seu Filho.

3) Sofrimento físico – Deus permite que fiquemos doentes e fracos fisicamente para aprendermos: 1) a orar a noite, 2) a vigiar como o pardal sobre o telhado, 3) a tomar conhecimento de como o Senhor prepara a nossa cama, 4) a resolver os pecados, 5) a esperar na quietude, 6) a tocar a bainha das vestes do Senhor, 7) a perceber como Deus envia Sua Palavra para nos curar, 8) a discernir como Deus usa a enfermidade para nos tornar vasos úteis, 9) a compreender que a santidade cura, e 10) a experimentar o poder da ressurreição do Senhor para vencer nossa fraqueza, enfermidade e morte. Deus nos faz aprender através da enfermidade a crer, confiar e obedecer para que Cristo possa ter preeminência em nossa vida.

4) A agonia das perdas das virtudes naturais – Como as pessoas ainda dependem de suas próprias virtudes naturais, mesmo depois que são salvas! Mas, com o passar dos dias, talvez depois de alguns anos, o Senhor retira as virtudes naturais, causando-lhes assim profunda agonia. Ele nos priva de nossas virtudes adâmicas e nos mostra nossa depra-vação. A razão dessa privação é encher-nos de Cristo.



Concluindo, então, seja o que for que Deus nos dê – seja algo doce ou amargo – é para nos induzir a deixar que Cristo tenha preeminência em nossa vida.
Fonte: O Plano de Deus e os Vencedores - Watchman Nee

Bem-aventurados os que veem, ouvem e entendem os mistérios do reino.

Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque veem; e os vossos ouvidos, porque ouvem  (Mt 13:16)

Mt 13:1-8, 15, 24-33, 44-48; Rm 8:9, 11, 16; 1 Co 2:14; 12:3; Ef 1:13


Nesta semana iremos falar dos mistérios do reino dos céus. No capítulo 13 do Evangelho de Mateus, o Senhor Jesus narra aos discípulos sete parábolas relacionadas a esse assunto. Cada parábola retrata um aspecto do reino dos céus, sendo elas: a parábola do semeador (vs. 3-8), a do joio (vs. 24-30), a do grão de mostarda (vs. 31-32), a do fermento (v. 33), a do tesouro (v. 44), a da pérola (vs. 45-46) e a da rede (vs. 47-48).

Sobre a primeira parábola, a do semeador, vemos que, após narrá-la aos discípulos, o Senhor explicou-lhes porque o povo não compreendia os mistérios do reino dos céus: “O coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados” (v. 15). Vemos, portanto, que o Senhor não falou de maneira muito clara ao povo, porque o seu coração estava endurecido, insensível, coberto de gordura. Por causa disso, eles ouviam de mau grado e fechavam os olhos para não ver; em outras palavras, apesar de ouvir Suas palavras, não estavam dispostos a receber o que Jesus queria falar com eles.

Para nós que pregamos o evangelho do reino nos tempos finais é muito importante conhecer esse assunto. Se aplicarmos essas palavras aos dias de hoje, esses que têm o coração endurecido são aqueles que vivem cogitando nas coisas dos homens e não nas de Deus.

Muitos cristãos que começam a ler o Novo Testamento logo que se convertem, têm dificuldades de compreender as palavras da Bíblia. O que dificulta o entendimento da Palavra de Deus é um coração endurecido, e isso acontece quando se vive segundo o homem natural, de acordo com a vaidade dos pensamentos, segundo a vida da alma (1 Co 2:14). Entretanto, quando estamos no espírito, o Senhor pode falar conosco de uma maneira muito especial, revelando-nos Sua vontade, e isso nos torna pessoas bem-aventuradas, felizes.

Portanto devemos sempre atentar para a importância de invocar o nome do Senhor para estarmos no espírito. Quando cremos no Senhor Jesus, o Espírito de Deus entrou em nosso espírito (Ef 1:13; Rm 8:9, 11, 16). A partir de então, todas as vezes que invocamos o Seu nome, estamos no espírito e, por continuar a invocar, permanecemos no espírito (1 Co 12:3). O Espírito que está em nós também nos dá revelação da Palavra de Deus, pois nos permite ver e ouvir com olhos e ouvidos espirituais e compreender o falar do Senhor. Aleluia!

Purificados pelo fogo do Espírito.

Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando  (1 Pe 4:12-13)

Sl 36:9; Rm 8:6


Conforme vimos em mensagens anteriores, precisamos temer viver segundo a vida da alma. O coração é composto pelas três partes da alma (mente, vontade e emoção) e uma parte do espírito (a consciência). Por meio da consciência o homem pode receber a luz da Palavra, que o conduz ao arrependimento.

À medida que estamos na luz do Senhor, recebemos mais luz (Sl 36:9). Assim, ao considerarmos nosso coração, percebemos quão endurecido e rochoso ele é. Algumas rochas são muito grandes e extremamente difíceis de serem removidas. Para removê-las, há necessidade de um labor que leva toda nossa vida. Mesmo uma terra frutífera precisa sempre de cuidado: ser arada, regada, e também que se retirem e queimem os espinhos e ervas daninhas.

A vida de Pedro tem nos ajudado muito. Após ter alcançado a maturidade, ele escreveu sobre a necessidade de sermos purificados pelo fogo. Ele mesmo possuía uma vida anímica muito forte. Frequentemente o Senhor Jesus expunha as “rochas”, as opiniões que havia em seu interior. Mas, graças ao Senhor, Pedro, mesmo sendo tão complicado, perseverou em segui-Lo; por fim, no final de sua vida, vemos Pedro tornando-se uma boa terra e um grande semeador da Palavra.

No final de sua vida ele mesmo havia experimentado do trabalhar desse fogo, que purificou sua alma (1 Pe 1:22). Pedro comparou esse processo à purificação do ouro, que é submetido a temperaturas extremas para esse fim. Quanto a cada um de nós, o Senhor sabe quanto precisamos ser aperfeiçoados e purificados, por isso Ele permite que sejamos contristados por várias provações (v. 6). Todavia, ao final, teremos a confirmação do valor de nossa fé, mais valiosa que o ouro perecível (v. 7). Por isso ele nos encorajou a não estranhar o fogo ardente que surge no meio de nós, destinado a provar-nos (1 Pe 4:12).

Temos visto que, quando nos arrependemos, quando vemos as falhas de nossa alma e colocamos nossa mente no Espírito (Rm 8:6), permitimos que o Senhor trabalhe em nosso coração, queimando nossas impurezas. Por um lado, o próprio Deus trabalha em nosso coração para torná-lo uma boa terra. Por outro lado, nós mesmos nos dispomos a ser
purificados, colocando nossa alma no Espírito para ser purificada por ele. Agora que ganhamos essa revelação, precisamos praticá-la e ajudar outros a receber a semente de vida e se tornar uma boa terra. Aleluia!

14 julho, 2012

Semeadores e lavradores.

Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas (Tg 5:7)

Mt 13:4-8; Jo 15:16


Ao sairmos para semear a Palavra de Deus, muitas vezes nos deparamos com esses tipos de solo. Podemos achar que não devemos desperdiçar tempo com alguém com o coração endurecido. Mas devemos então lembrar que a misericórdia do Senhor um dia nos alcançou e, como Ele, devemos semear a Palavra em todas as pessoas, independentemente de como sejam. Quando a pessoa recebe a semente da vida e permite que o Senhor trabalhe nela, o seu coração pode se tornar uma boa terra.

Nesse ponto vemos que o Senhor deseja nos revelar mais acerca dessas Palavras. Seu objetivo não é apenas fazer de nós uma boa terra, mas também nos fazer frutíferos, sendo Seus semeadores. Isso significa que não somos apenas como uma planta que aguarda seu amadurecimento no devido tempo. Somos também semeadores, lavradores, com a comissão de lavrar e cultivar o coração das pessoas que Deus nos confiou (2 Tm 2:6; Tg 5:7). Para esse labor usamos a vida e a capacidade que Deus nos dá. Assim, somos os que semeiam e lavram o solo, laborando por meio da Palavra o coração das pessoas, bem como os que regam as plantas ministrando Espírito e vida (1 Co 3:9).

O Senhor está nos enviando para semear a semente do reino. Cada um de nós deve ser um semeador, pois é para isso que o Senhor nos aperfeiçoa hoje na igreja. Contudo importa que estejamos preparados para lidar com as dificuldades daqueles que o Senhor nos confiou para cuidar. Laborando com amor ajudamos os irmãos a se tornarem uma boa terra. Há, porém, pessoas que não creem em nossa pregação; outras recebem a palavra no primeiro momento, mas, por causa das angústias ou perseguições, preocupações com seu sustento ou mesmo o amor ao dinheiro, não se tornam frutíferas.

Isso acontece com muita frequência. Ao semearmos a Palavra, encontramos corações com diversos tipos de problemas. Mas não devemos desanimar; antes, precisamos encorajar nossos irmãos a perseverar diante das provações ou das dificuldades pessoais. Precisamos orar com eles, apascentando-os por meio da comunhão da vida, ajudando-os para que o coração deles se torne uma boa terra onde o Espírito e a semente do reino podem entrar e frutificar.

Que o Senhor nos encha com Seu amor e graça, a fim de nos capacitar a lidar com nosso próprio coração, assim como também ajudar nossos amados irmãos a ser uma boa terra, isto é, a viver no espírito, invocando o Senhor e negando a vida da alma.

Um coração adequado produz muito fruto.

Porque a terra que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da parte de Deus (Hb 6:7)

Jo 4:14; 15:1


Somos gratos ao Senhor por Sua palavra. Mediante a revelação da parábola do semeador, podemos discernir o tipo de solo que há no coração das pessoas e, principalmente, no nosso. Segundo essa revelação, precisamos buscar o tratamento adequado para sermos curados.

Vejamos o solo compactado. Nesse solo nem mesmo a água da chuva consegue penetrar, fica somente na superfície. Nesse caso, é necessário arar a terra, descompactando-a. Quando a terra é arada, o ar e a chuva penetram no solo, tornando-o um solo frutífero. Uma vez arado, fica fácil localizar as rochas ocultas em seu interior.

Para o segundo tipo de solo, precisamos remover as pedras. Quando elas são removidas, a terra fica mais arejada, com mais capacidade de absorver água e apta para produzir fruto (Hb 6:7). Como sabemos, a água que sacia o homem representa o Espírito (Jo 7:37-39). Como uma boa terra nós precisamos de muita água. Por isso sempre invocamos o nome do Senhor, para bebermos das fontes da salvação: Cristo, a fonte da vida (4:14; Is 12:3-4). Aleluia! Quando nos voltamos a Ele, somos lavrados, as pedras são removidas, e nosso coração consegue absorver as palavras do Espírito que produzem vida.

O labor não terminou. Ainda, por vezes, precisamos lidar com os espinhos. Para frutificar, a planta precisa da luz solar. Embora a terra seja boa, os espinhos tornam a planta infrutífera, pois seu crescimento a sufoca e impede de receber a luz do sol. Nessa situação, não basta que arranquemos os espinhos, que representam as preocupações do dia a dia e a fascinação das riquezas. É preciso queimá-los para que não voltem a crescer. Para isso usamos o fogo santificador que há em nosso espírito, onde eliminamos nossas ansiedades, ambições e preocupações.

O Senhor veio para nos batizar com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3:11). Glória a Deus! Agora podemos eliminar definitivamente as coisas que nos impedem de ser frutíferos, usando o fogo purificador do Espírito. Todos nós podemos ser uma boa terra, desde que nos deixemos ser trabalhados por Ele, e frutificar a cem, a sessenta e a trinta por um.

12 julho, 2012

Refletindo...

O Reino e a Igreja - Parte 1
O REINO É UM COM A IGREJA

“Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16:17-19).

Vamos orar:
Querido Pai celestial, estamos reunidos aqui no nome do Teu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo. Como Ti adoramos e agradecemos, sabemos que Tua presença está aqui conosco. Apenas pedimos, Senhor, que Tu removas todo véu que possa estar sobre nossa cabeça. Oramos para que todos nós possamos ver a glória do Senhor na face de Jesus Cristo. Oramos, Senhor, para que Tu abras Tua palavra a nós, faças Tua Palavra viva e operativa em cada um de nós. Desejamos, Senhor, que Tu sejas elevado e seja glorificado no meio de Teu próprio povo. Pedimos no nome de nosso Senhor Jesus. Amém.
O tema para este nosso tempo juntos é: Venha o Teu Reino e a parte designada a mim neste tema é: O Reino e a Igreja. Nos versos que acabamos de ler, nosso Senhor disse: “Eu edificarei minha igreja sobre esta rocha”. Aqui em Mateus 16 é a primeira vez que nosso Senhor Jesus mencionou a palavra igreja. Então Ele disse a Pedro: “Eu ti darei as chaves do reino dos céus” (verso 19). Aqui encontramos a palavra reino. Ele edificará Sua igreja e Ele tem um reino.

Gostaríamos de considerar este assunto de três diferentes ângulos. Primeiro, o reino é um com a igreja. O reino e a igreja são o mesmo. Segundo, o reino é maior do que a igreja. Terceiro, o reino edifica a igreja, e finalmente, a igreja traz o reino. Primeiro, gostaríamos de considerar juntos diante do Senhor: O Reino é Um Com a Igreja. Para considerarmos isso, penso que é importante para nós definir o que é a igreja e o que é o reino. Ora, todos nós sabemos que a igreja e o reino estão além de definições. Não há forma de definir a igreja porque quando você tenta defini-la, você realmente a confina. A mesma coisa é verdadeira para o reino. No entanto, a favor de uma maior clareza, precisamos ter algumas idéias básicas da igreja e do reino conforme encontramos na Palavra de Deus, por isso tentaremos definir a igreja e o reino de uma forma bem simples.


DEFINIÇÃO DE IGREJA

Quando nosso Senhor Jesus mencionou esta palavra igreja, (“sobre esta pedra edificarei minha igreja”), Ele quis dizer algo muito, muito diferente daquilo que geralmente pensamos. Na verdade, é exatamente o oposto do nosso conceito comum quando mencionamos a palavra igreja, ou até mesmo, quando mencionamos a edificação da igreja. Dizemos que estamos construindo um edifício com pedras, ou tijolos, ou madeira, ou barro. É uma construção física separada para os serviços religiosos ou cristãos. Algumas pessoas podem ter uma idéia melhor da igreja, e dizem que ela não é física, material de construção, mas é uma organização religiosa, uma instituição cristã que leva o nome do Senhor mas é tocada por homem. Ela tem um lugar definido de adoração onde as pessoas podem ir ao domingo, ou pode ser que em outros dias. Ela tem um credo, uma definição uma declaração de fé. Ela tem um livro de regras ou disciplina. Ela tem uma série de rituais, cerimônias e tem uma forma definida de adoração. Adicionado a isso, há uma classe especial de pessoas chamadas de clero em contraste com os leigos, as pessoas comuns. Ora, isso é o que conhecemos como igreja na terra. Ela é histórica em natureza e tradição.

Quando nosso Senhor Jesus mencionou a palavra igreja, Ele tinha um conceito muito diferente. Para Ele a igreja não é uma organização, é um organismo. Não é uma instituição humana, é um edifício divino. O próprio Senhor é o edificador. Ele disse: “Eu edificarei a minha igreja”. A igreja é tão importante para Ele que Ele não deixará que ninguém mais faça o trabalho. Ele disse: “Eu edificarei a minha igreja”. Ele próprio é a Pedra sobre a qual a igreja é edificada, e Ele está edificando a igreja com pedras vivas, pessoas que confessam a Ele como o Cristo, o Filho do Deus vivo. Ele edificará estas pedras vivas sobre Ele mesmo para serem Sua igreja.
Esta igreja também é chamada de corpo de Cristo. Ele é o Cabeça. Quando Ele esteve na terra por uns trinta e três anos, tomou sobre Si um corpo físico dado a Ele pela virgem Maria. Depois de Sua morte, ressurreição e ascensão, Ele tomou sobre Si um outro corpo, um corpo espiritual, um corpo corporativo, e este corpo é Sua igreja. Ele é o Cabeça do corpo, a plenitude Daquele que cumpre tudo em todos. Colocando de outra forma, esta igreja que Ele menciona não é outra senão Ele mesmo. Porque?

“Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo” (1 Co 12:12).

Em outras palavras, a igreja é uma extensão Dele mesmo, é o Cristo corporativo. Este corpo deve crescer em maturidade, e quando finalmente estiver maduro, então Ele virá para receber de volta este corpo para Ele mesmo como Sua noiva, para compartilhar com Ele em glória, para reinar com Ele em poder. Ela tem sua manifestação local, e ainda assim há uma só igreja. Isto é o que o Senhor quis dizer por igreja.


DEFINIÇÃO DE REINO

Agora, o que é o reino? O irmão Sparks disse que a palavra reino conforme encontramos na Bíblia em inglês não é uma boa tradução. Ela deveria ser traduzida como governo soberano. Deus é o Soberano. Ele é Deus, o Soberano do universo, e governa sobre tudo aquilo que criou. Pensamos no reino em termos geográficos. Pensamos em território, em impérios, extensões, esferas, domínios. Pensamos no reino em termos de geografia. Ele não tem um significado geográfico, mas conforme nosso irmão Sparks mencionou, quando você pensa no reino, você não pode pensar primeiramente em geografia, você deve pensar na pessoa. Em outras palavras, o reino é o soberano; o soberano é o reino. Ele é o reino, Sua personalidade. É Ele quem governa sobre aquele reino. Por isso, antes de tudo, devemos pensar no reino em termos de uma pessoa. Deus é o Rei. Ele é o reino.

Então em segundo lugar, porque Ele é soberano e governa sobre todo o universo que criou, Ele coloca Seu caráter neste universo. Esta é a razão porque você encontra que o reino está onde Ele governa, e onde Ele governa ali Seu caráter está sendo manifestado. Sempre que as pessoas se colocam sob o governo de Deus e permitem o Espírito Santo as caracterizar com o caráter de Cristo, há o reino de Deus. Por isso quando pensamos no reino, primeiro, devemos pensar no Rei, e então no domínio. Agora, se pensarmos nele nestes termos, não estaremos muito longe.


DESCRIÇÃO DA IGREJA

Com esta definição simples da igreja e do reino, gostaríamos de os descrever um pouco mais para entender o que realmente são. Sabemos que a palavra igreja no original grego é eklesia, que significa “aqueles que foram chamados para se reunir”. Se quisermos usar uma tradução mais apurada, na realidade, eklesia é melhor traduzida como “assembléia; aqueles que foram chamados, congregados juntos”. Podemos ver isso em tipologia. Quando os filhos de Israel estavam no deserto, depois do monte Sinai, eram chamados “a igreja no deserto”, ou “a congregação no deserto” (At 7:38). Quando estavam no Egito não eram chamados de congregação, não eram chamados de igreja porque eles eram um povo sob o governo do faraó. Eles eram escravos, eram desordenados, desorganizados, espalhados, sob opressão. Eles não eram realmente uma nação, um reino, um povo. Assim Deus os libertou do Egito e os trouxe a Ele mesmo no monte Sinai, e ali deu a eles a Lei. Ele fez concerto entre Ele mesmo e Seu povo e depois de ter feito o concerto com Seu povo, se tornaram a congregação no deserto. Porque? Porque eles estavam reunidos em torno de um centro que era o tabernáculo, e no tabernáculo estava a arca que representava o próprio Deus. Deus os havia chamado para fora do Egito e os reunido para Si mesmo. Esta é a razão pela qual eram chamados de “a congregação no deserto”.

Sabemos que esta palavra eklesia é uma palavra grega e ela também tem um fundo grego. Os gregos tinham cidades e praticavam o que chamamos de democracia, com grupos de assembléia em cada cidade. Em outras palavras, o povo livre daquela cidade se congregava para discutir e decidir as coisas concernentes a todos eles. Os escravos não estavam habilitados para participar de tais assembléias. Estas assembléias eram apenas para as pessoas livres, cidadãos da cidade.

No Novo Testamento, quando Paulo estava em Éfeso, houve um tumulto porque Demetrio, o artesão de prata, estava perdendo negócios porque as pessoas estavam abandonando os ídolos para adorarem o Deus vivo. Ele agitou a multidão e as pessoas correram para o teatro. Por duas horas eles não sabiam porque estavam ali. Alguns gritavam isso outros gritavam aquilo. Depois de duas horas o oficial da cidade finalmente os acalmou e disse: “Todavia, se Demétrio e os artífices que estão com ele têm alguma queixa contra alguém, os tribunais estão abertos e há procônsules: que se acusem uns aos outros. E se demandais alguma outra coisa, averiguar-se-á em legítima assembléia”. Aqui encontramos mais uma vez a palavra assembléia (ver At 19:24:40). Agora quando juntamos todas estas coisas, chegamos a uma descrição muito simples da igreja, da assembléia.


Chamados Para Fora Deste Mundo


Primeiro de tudo, é um povo chamado para fora deste mundo. Para fora de toda nação, toda tribo, toda língua, todo povo, Deus chamou um povo, e eles se congregam juntos no nome do Senhor Jesus.

Congregados Juntos

Em Mateus 18 nosso Senhor Jesus disse que onde dois ou três estiverem reunidos, ou congregados juntos, em Seu nome, isto é, no nome do Senhor Jesus, Ele está no meio deles. Assim, eles seriam chamados para fora primeiro, e então se congregariam juntos. Eles se congregariam em tono de um centro, um nome, o nome de nosso Senhor Jesus.

Ocupados com os Negócios de Deus

Em terceiro lugar, eles se congregam para se ocuparem dos negócios de Deus, de nosso Senhor Jesus. Agora, isso é o que é igreja.


DESCRIÇÃO DO REINO

Como descrevemos o reino? sabemos que nosso Deus é de eternidade a eternidade. Portanto, encontramos que Seu reino é um reino eterno. Deus é o soberano. Ele criou o universo para Ele mesmo, e governa sobre tudo que criou. Assim o salmista disse: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento mostra as obras de Suas mãos”. Em outras palavras, depois de Deus ter criado o universo, Ele colocou Seu caráter nele, Ele reina sobre ele. Antes de haver rebelião no tempo pré-histórico, (quando Lúcifer, o arcângelo, se rebelou). Depois de Deus criar os céus e a terra e as hostes angelicais e todas as coisas nesta terra, no princípio, este era o reino de Deus. Ele era o soberano, incontestado. Ele tinha suprema autoridade sobre tudo o que governava e colocou Seu caráter em tudo. Não havia nada que fosse contra Ele, assim aqui você vê o reino de Deus.

Sabemos que não houve apenas uma rebelião no tempo pré-histórico entre as hostes angelicais, mas mais tarde, houve uma rebelião humana contra Deus por parte de Adão e Eva. Depois de ter acontecido essa rebelião, você encontra que o reino de Deus mudou. Agora, preciso ser muito cuidadoso ao dizê-lo porque, por um lado, não há mudança. Em outras palavras, de eternidade a eternidade, Deus é Deus. Muito embora tenha havido rebelião no tempo pré-histórico e no tempo histórico, o trono de Deus não mudou nem um pouco. Sua autoridade ainda é suprema, Sua autoridade ainda está sobre tudo o que Ele criou. Nada, nem mesmo Lúcifer, nem mesmo os homens rebeldes, estão fora da Sua autoridade. Ele reina e governa sobre tudo. Isso não mudou.

Há uma mudança no entanto. Muito embora Ele ainda reine sobre tudo, e nada esteja fora de Sua autoridade, ainda há algo que está errado com a submissão. Em outras palavras, no princípio Sua autoridade era absoluta e perfeita, e a submissão que o universo dava a Ele era também absoluta e perfeita. Agora, você descobre que Sua autoridade ainda é perfeita e absoluta, mas a submissão não é mais absoluta. Um terço dos anjos seguiram a Lúcifer em rebelião contra Deus. E entre os seres humanos, desde a queda de nossos pais, mesmo quando chegamos em nossos dias, a vasta maioria não se submete voluntariamente ao governo de Deus. Por causa disso, você encontra que o caráter que Ele colocou no universo mudou.
No princípio, Lúcifer era uma brilhante estrela da manhã. Supostamente era o líder de outras estrelas da manhã para cantar louvores a Deus, e mesmo assim se rebelou contra Deus. Ele se tornou em um adversário de Deus, Satanás. O caráter mudou. O caráter de Deus não estava mais sobre ele. Em outras palavras, ele jogou fora o caráter que Deus colocou sobre ele e começou a tomar para si seu próprio caráter – um assassino – um mentiroso – a origem do pecado. Esse é o caráter de Satanás, o poder das trevas.

A mesma coisa é verdade com os seres humanos. Por causa da rebelião, muito embora tenhamos sido criados na imagem de Deus, como essa imagem mudou. Hoje, nós que somos nascidos de Adão, tomamos a imagem de Adão ao invés da imagem de Deus. O caráter do homem caído caracterizou os seres humanos, e por causa disso houve uma mudança.

Assim, em um sentido estrito, o reino de Deus está onde Deus reina absoluto, incontestável; onde aqueles sob Seu reinado dão a Ele voluntariamente, desejosamente, absoluta submissão para que Ele seja capaz de colocar Seu caráter sobre eles para que estejam capacitados a tomarem Seu caráter e expressarem a Deus e Sua glória. Quando o caráter de Deus não pode ser construído e expressado, então, em um sentido estrito, isso está fora do reino de Deus.

Por isso, irmãos e irmãs, você descobre que houve uma mudança. Por um lado, Deus ainda é Deus. Seu trono ainda está posto, firme. Sua autoridade ainda é suprema e perfeita, mas, por outro lado, na criação houve uma mudança. Portanto, quer sejam anjos, anjos caídos, ou homens, humanidade caída, podemos estar fora do reino de Deus, mas não pense que tanto os anjos como os homens podem estar fora da autoridade de Deus.

A Obra de Restauração

Por causa dessa mudança, encontramos que Deus está fazendo a obra de restauração. Em outras palavras, Ele está restaurando a terra. Ele está restaurando o homem que criou. Ele está restaurando as coisas de volta para o Seu propósito original, quer dizer, para que toda a terra, e todos os seres criados, especialmente o homem, dê a Ele uma submissão pronta e voluntária, e Ele seja capaz de colocar Seu caráter em todos. Esta é a obra de Deus, a natureza da obra de Deus. Ele está fazendo este trabalho de restauração, para restaurar Seu reino nesta terra.

Em um sentido, não há problema no céu porque Satanás foi lançado fora. No céu não há problema. O reino de Deus no céu é perfeito. Ele continua a ser perfeito, mas o reino de Deus na terra padece. O problema está na terra, não no céu, por isso encontramos que Deus está fazendo a obra de restauração de Seu reino nesta terra.

Depois da queda do homem, parece que Deus perdeu Seu reino na terra, por isso Ele começou a operar. Ele chamou um povo vindo da semente de Abraão, os filhos de Israel. Ele os redimiu para Si mesmo. Ele os guiou através do deserto. Ele os guiou para a terra prometida. O que Ele tinha em mente? Ele tinha em mente possuir um reino para Si mesmo nesta terra. Quando os filhos de Israel saíram do Egito, depois de cruzarem o Mar Vermelho e o exército egípcio ser sepultado nas águas, os filhos de Israel cantaram uma canção de vitória, em Êxodos 15, você encontra que o Senhor estava no meio deles. O Senhor era o Rei deles, Ele reuniu o povo para Si mesmo para que Ele pudesse ser o Rei deles. No Monte Sinai Ele disse que se eles obedecessem e guardassem Seu concerto, Ele os faria um reino de sacerdotes (ver Ex 19:5-6). Assim, o que Deus tinha em mente era um reino. Ele queria um reino na terra para que pudesse representa-Lo. Todos estes filhos de Israel deveriam ser um reino sobre o qual Deus reinasse, e todos eles deveriam ser sacerdotes para servirem no propósito de Deus. Infelizmente, depois de serem capacitados para serem um reino de sacerdotes, o inimigo entrou e os seduziu. Eles caíram em tentação e adoraram o bezerro de ouro. Ainda assim, Deus em Sua paciência continuou com eles. Mas eles tentaram a Deus dez vezes no deserto e, finalmente, Deus disse que esta geração de incrédulos não poderia entrar na Terra Prometida. Ele levantou uma nova geração e, pela Sua misericórdia, entraram na Terra Prometida.

O propósito de trazer este povo para a Terra Prometida era de estabelecer Seu reino no meio deles para que pudessem ser o Seu reino no meio dos reinos da terra. Eles representariam a Deus nesta terra. Deus mesmo seria o Rei deles, mas ao invés de esperarem que Deus desse a eles um rei que pudesse representar a Ele mesmo, porque não podiam vê-Lo, pediram por um rei como as nações. Deus respondeu ás orações deles e deu a eles um rei como as nações, o rei Saul. Por quarenta anos tiveram que sofrer sob Saul para aprenderem o que era um rei da terra. Penso que neste tempo eles estiveram aborrecidos com Saul e estavam prontos para ter um rei da escolha de Deus.

A tempo, Deus levantou Davi, um homem segundo Seu próprio coração que faria Sua vontade. Ora, Davi era uma pessoa que conhecia a autoridade de Deus, portanto ele foi colocado por Deus para representar a autoridade de Deus. Na realidade, Deus era o Rei na nação de Israel, Davi estava apenas representando a Deus. Ainda assim, Deus não tinha Seu reino nesta terra. A nação de Israel sob Davi e Salomão era, em um sentido, o reino de Deus nesta terra, mas, em outro sentido, estava longe daquilo que Deus realmente tinha em mente. Era apenas um tipo, uma sombra do que está vindo, do que ainda virá.


A Realidade do Reino

Na verdade, o reino real de Deus nesta terra não veio até que Cristo nasceu. Quando nosso Senhor Jesus veio a esta terra, Ele nasceu Rei. Ele era o Rei e era a pessoa em quem o reinado soberano de Deus era absoluto. Ele é um homem que deu a Deus obediência absoluta, perfeita submissão e encontramos que o caráter de Deus é plenamente manifesto Nele. Nunca na história humana você encontrará uma pessoa ou um povo sobre quem o caráter de Deus pode estar em tal glória plena. Agora, encontramos que no tempo do Velho Testamento alguns indivíduos tiveram alguma porção minúscula do caráter de Deus manifesto em suas vidas. Podemos encontrar um povo que, de forma pequena, representou ou manifestou algum caráter de Deus, mas nunca na história humana houve um homem em quem o caráter pleno de Deus fosse manifesto. Quando nosso Senhor Jesus estava na terra disse: “Se vês a Mim, vês o Pai. É suficiente. Vós não precisais pedir para ver o Pai porque já vistes a Mim. Eu e o Pai somos um”.

Irmãos e irmãs, a realidade do reino de Deus nesta terra veio na Pessoa de nosso Senhor Jesus, mas Ele veio a este mundo para estabelecer o reino de Deus sobre a terra com um povo, não apenas Ele mesmo. Ele veio como o propósito de chamar um povo para fora deste mundo. Ele veio para libertar um povo do poder deste mundo. Ele veio para libertar um povo do poder das trevas e os transportar, os transferir para o Seu próprio reino. Esta é a razão para a qual Ele veio a este mundo. Não é apenas para salvar umas poucas almas para não fossem para o inferno; não apenas para salvar umas poucas almas para que o céu pudesse ser herdado. Ele veio a este mundo como um Rei trazendo o céu para esta terra, para reunir um povo para Si mesmo para ser como Ele, para que Deus pudesse ter Seu reino no homem nesta terra. Esta é a razão porque Ele veio a este mundo e, certamente, para consumar isso, teve que ir para cruz. Ele morreu, ressuscitou e ascendeu.

Quando nosso Senhor Jesus estava na terra disse: “É chegado o reino de Deus, arrependam-se”. E então disse: “O reino de Deus é tomado por violência e os violentos se apoderam dele”. Depois de Sua ressurreição, falou com os Seus durante estes quarenta dias a respeito do reino de Deus, e no dia de Pentecostes, quando os cento e vinte foram batizados em um corpo, qual era a mensagem deles? “Deus fez este Jesus, a quem crucificaste, Senhor e Cristo”. E quando você vai ao final do livro de atos, você encontra Paulo em sua casa alugada pregando o reino de Deus e ensinando as coisas concernentes a nosso Senhor Jesus. Este é o reino de Deus sobre a terra.

Agora, tendo definido e descrito a igreja e o reino um pouco, penso que podemos ir ao ponto: o reino e a igreja são um. O reino é um com a igreja. Agora podemos olhar para isso de um ponto de vista diferente.


ENTRANDO PARA A IGREJA

Primeiro de tudo, com entramos para a igreja? Se nosso conceito de igreja é que ela é uma organização, ou uma instituição, ou um clube religioso, então a forma de entrar para esta organização chamada igreja é se juntar a ela. Você precisa se submeter e ser iniciado, e se tornar um membro daquela instituição. Isso não é o que a igreja é. A igreja é um organismo e sendo um organismo não há forma pela qual você possa se juntar a ela. A única forma de se estar em um organismo é sendo nascido nele. Esta é a razão pela qual você encontra em João 1:12 que a todo aquele que O recebe, isto é, recebe o Senhor Jesus é dado o poder de ser filho de Deus. Aqueles que crêem em Seu nome não são nascidos do sangue, nem da vontade do homem, nem da vontade da carne, mas de Deus. Em outras palavras, entramos para a igreja por sermos nascidos nela. Não há outra forma. Você não pode se juntar a ela; você não pode pagar uma taxa para se tornar membro dela. A única forma é ser nascido nela porque ela é o corpo de Cristo. Todos que crêem no Senhor Jesus são filhos de Deus, não apenas filhos por adoção no sentido moderno, mas filhos por nascimento. Somos nascidos de Deus. Esta é a forma de entrar para a igreja.

ENTRANDO PARA O REINO

Como você entra para o reino? você se lembra em João 3, uma noite Nicodemos veio ver nosso Senhor Jesus. Mais provavelmente, Nicodemos era um homem velho, muito instruído. Ele era chamado de o Rabi de Israel e era um uma pessoa muito pia e temente a Deus. Ele realmente tinha tentado o seu melhor para entrar no reino de Deus, mas de alguma forma, sabia que em seu interior havia algo errado. Isso era tão urgente que estava disposto a vir ver o nosso Senhor Jesus de noite. Não era conveniente vir durante o dia porque os rabis estavam disponíveis para as pessoas para visitá-las para aprenderem com elas. Eles eram pessoas instruídas, e para irem até alguém que nunca tinha estado em uma escola levítica para aprender seria uma humilhação. Assim Nicodemos veio de noite porque era urgente para ele. Ele realmente queria entrar no reino de Deus.

Ele era um homem que queria tanto entrar no reino de Deus que estava disposto a vir e perguntar ao Senhor. Ele tentou ser polido e disse umas poucas palavras cordiais: “Sabemos que tu vens do céu porque ensinas aquilo que o homem não pode ensinar”. Agora, o Senhor conhecia seu coração, por isso imediatamente o Senhor disse: “Em verdade, em verdade te digo, a menos que o homem nasça de novo (ser nascido do alto) ele não pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3).

Nicodemos pensou que certamente já tinha visto o reino de Deus. Ele pensou que estava a apenas um passo dele, mas sabia que ainda não estava nele. Mas o Senhor Jesus disse: “Não, você não o viu. Todo seu conceito do reino de Deus está errado. Se você quer ver o reino de Deus, você precisa de uma vida espiritual”.

Sem uma vida espiritual, você não somente não pode entrar nele, você não pode vê-lo porque o que você vê não é o mesmo. Assim o Senhor Jesus disse: “A menos que você seja nascido da água e do Espírito, você não pode entrar no reino de Deus”. certamente, há diferentes interpretações disso. Meu próprio entendimento é que quando nosso Senhor Jesus estava falando com Nicodemos, João o batista estava ali batizando as pessoas com água para o arrependimento. Por isso quando nosso Senhor Jesus disse que você precisa nascer da água, Ele se referia muito provavelmente ao batismo de João para o arrependimento. Você precisa se arrepender. Em outras palavras, não pense que porque você é o rabi em Israel; não pense que porque você é muito instruído, entendido, temente a Deus, ou porque você tem uma porção de feitos que você pode entrar no reino de Deus. Não, você precisa se arrepender, não apenas se arrepender de seus pecados, mas até mesmo se arrepender de sua boas obras. Você precisa se arrepender, mudar completamente de atitude, e ser nascido do Espírito de Deus. “Aquele que é nascido do Espírito é espírito”.

Aqui você vê claramente que a forma de entrar no reino de Deus é pelo nascimento, não pelos feitos, não pela evolução, mas pelo nascimento. Você entra para a igreja pelo nascimento; você entra para o reino pelo nascimento. Assim, aqui você encontra que o reino e a igreja são um.


SENDO EDIFICADOS JUNTOS

Em segundo lugar, somos iniciados na igreja pelo nascimento nela e somos iniciados no reino pelo nascimento no Espírito, mas isso é apenas o começo. Precisamos pensar no progresso. Em outras palavras, Deus nos salvou, Ele nos deu uma nova vida. Somos membros do corpo de Cristo. Ele fez isso por nós. Não fazemos nada; não há nada que possamos fazer. É completamente pela graça que Ele nos salvou. Ele nos deu
uma nova vida para que possamos estar na igreja, mas irmãos e irmãs, o que é a igreja? A igreja é os chamados para fora, para se reunirem. Em outras palavras, somos salvos pela graça através da fé. Fomos salvos para fora de toda nação, toda tribo, todo povo, toda língua. Deus nos chamou para fora, mas depois de estarmos fora isso não é o fim. Se estivermos apenas fora e não estivermos reunidos, então ainda não há a igreja. Colocando de outra forma, nosso Senhor Jesus disse: “Eu edificarei a minha igreja”. A igreja tem que ser edificada. Sem a edificação não há igreja.

Se você quiser voltar à tipologia, você encontra que Adão é um tipo de Cristo e Eva é um tipo da igreja. Mas como nasceu Eva? Ela foi edificada. Deus colocou Adão para dormir e abriu seu lado. Ele tirou algo dali, pode ser uma costela, e usou aquilo que foi tirado de Adão para edificar uma mulher. A mesma coisa é verdade com a igreja. A igreja tem que ser edificada, e depois de edificada, então, você tem a igreja.

Assim a questão aqui é: Estamos na igreja? Bem, dizemos que somos nascidos na igreja, no corpo de Cristo, mas estamos sendo edificados juntos? Edificar não é apenas jogar coisas juntas. Quando você vai à obra de um edifício, a princípio encontra todos os materiais sendo transportados para aquele lugar, mas eles são apenas depositados por ali. Bem, isso não é um edifício. Todos os materiais estão prontos, mas precisam ser colocados juntos de forma organizada. Em um sentido, um edifício é muito orgânico. Não é apenas uma pilha, não é apenas um amontoado. Estas pedras vivas têm que ser edificadas juntas. Se reunir não é apenas se juntar fisicamente sem um inter-relacionamento. Não, esta reunião significa ser edificado junto organicamente para que nos tornemos um edifício, um corpo. Há coordenação, há unidade, há um funcionamento em conjunto.

Estamos na igreja porque é pela graça. Ele o fez. Mas a questão é: Somos da igreja? Tentei tirar esta frase das Escrituras. O Senhor Jesus disse: “Vós estais no mundo, mas não sois do mundo”. Irmãos e irmãs, estamos na igreja. Todos os que nasceram de novo estão na igreja, mas somos da igreja? Isto é, estamos vivendo a igreja? Estamos apenas espalhados por ai? Individualmente, existe uma porção de crentes, crentes verdadeiros que se isolam, individualistas. O clamor deles é: “Meu Senhor e eu. Não preciso de nenhum irmão ou irmã porque eles são problemas”. Todas estas pedras, estes materiais estão enterrados. Isso não é igreja. Isso não é organicamente edificado.

Então encontramos outras pessoas, aqui uma pilha, ali um amontoado. Você apenas põe estas pedras desemparelhadas juntas e as empilha juntas. Ora, isso é fácil de fazer. Você pode deixar todas estas pedras como são com todos os buracos e arestas. Você não precisa cortar nenhum canto. Apenas as empilha juntas em um grande monte aqui, um grande monte ali. Isso é a igreja? Não há nenhum relacionamento ali. Todas estas pedras vivas têm que ser apropriadamente relacionadas de acordo com Cristo, Ele sendo o fundamento, a pedra de esquina e a pedra do topo. Sendo nós ajustados juntos, unidos, edificados juntos, relacionados, organicamente colocados juntos. Então não haverá forma de prosseguirmos por nós mesmos.

Irmãos e irmãs, estamos na igreja, mas somos da igreja? Penso que isso é algo que precisamos perguntar a nós mesmos. Temos vida de igreja? Sabemos como vivermos juntos como igreja de Deus? Leia os primeiros capítulos do livro de Atos. Aqueles primeiros crentes, cento e vinte, oraram unânimes juntos por dez dias até que o Espírito de Deus viesse sobre eles e fossem batizados em um Espírito em um corpo. E que corpo eles eram! Havia unidade ali. Quando Pedro se levantou, os onze se levantaram com ele, e três mil foram juntados a eles naquele mesmo dia. Imediatamente, estes três mil, com os cento e vinte, continuaram se firmar e perseverar nos ensinamentos dos apóstolos na comunhão, no partir do pão e nas orações. Eles estavam juntos, não apenas fisicamente juntos, (eles estavam fisicamente juntos), mas espiritualmente juntos. Eles eram um, eram edificados juntos. Eles estavam vivendo a igreja. A igreja não era apenas um termo para eles, uma teologia para eles; a igreja era a vida deles. Você pode estar na igreja pela graça de Deus, mas você pode viver fora dela, não vivendo como igreja.

É por isso que sentimos que é tão importante que vejamos o que é a igreja e que perguntemos a nós mesmos: “Sou da igreja? E vivo como um membro vivo no corpo de Cristo? Estou sendo edificado junto com meus irmãos e irmãs?”


ASSUMINDO O CARÁTER DO REINO

Olhe para o reino. Somos nascidos no reino de Deus. O Senhor já nos transportou para o reino do Seu amor. Estamos no reino, mas o que é o reino? o reino é onde o Rei é aceito, onde Sua autoridade é incontestável, onde Seu governo é prontamente aceito, onde damos ao Senhor nosso Rei a absoluta obediência para que Ele
possa colocar Seu caráter em nós. Vamos nos perguntar se isso é verdade conosco.Pela graça de Deus estamos no reino, mas assumimos o caráter do reino? Sabemos que nosso Senhor Jesus é nosso Salvador, mas nós realmente O reconhecemos como nosso Senhor? O reino de Deus deve ser tomado por violência e os violentos se apoderam dele. O Senhor está dizendo estas coisas aos Seus discípulos. Por um lado, estes discípulos são Seu reino, por outro Ele disse: “Se vocês querem realmente tomar o reino, vocês precisam toma-lo por violência”. E violência aqui simplesmente significa que você tem que fazer violência a você mesmo, não a outras pessoas. Você precisa ser violento com você mesmo.

O que significa fazer violência a você mesmo? Não é nada mais do que negar a si mesmo. Isso é fazer violência a você mesmo. Quem quer negar a si mesmo? Queremos reconhecer a nós mesmos. Queremos que os outros nos reconheçam, mas o Senhor disse que você tem que fazer violência a você mesmo. Não seja muito amável com você mesmo. Não seja muito gentil com você mesmo. Vocês sabem, somos estritos com outras pessoas, mas somos muito brandos conosco mesmo. Esta é a natureza humana. Mas o Senhor disse que se você realmente quer estar no reino, ser do reino, você tem que fazer violência a si mesmo porque somente os violentos tomam o reino. A menos que você seja convertido e se torne como uma pequena criança, você não pode entrar no reino de Deus. Aquele que é humilde como uma pequena criança é o maior no reino de Deus.

Irmãos e irmãs, estamos vivendo sob o reinado de Cristo? Estamos assumindo o caráter do Rei, não apenas em uma forma pessoal, mas em uma forma corporativa? Estamos realmente assumindo o caráter do Rei em nossa assembléia? “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome”, significa que nos colocamos sob Seu nome. Confessamos que o Seu nome está acima de todo nome, acima do meu nome, acima do seu nome, acima de todos os nomes. Nos colocamos sob Sua autoridade, e Ele disse: “Estarei no meio de vós”. Isso é a igreja. Ele é manifestado, e quando as pessoas chegam em nosso meio, imediatamente dirão: “O Senhor está no meio de vocês”, e se curvarão e adorarão a Deus. isso é igreja. Isso é o reino de Deus sobre a terra. Assim, podemos estar nele e contudo não sermos dele. Isso é algo que realmente precisamos considerar muito cuidadosamente diante do Senhor
.
Deixe-me concluir dizendo apenas que a igreja e o reino são um. Eles são os dois aspectos de uma mesma coisa. Quando você pensa na igreja, você pensa na vida, a vida de Cristo. Quando você pensa no reino, você pensa na autoridade, a autoridade de Cristo. Quando você pensa na igreja, você pensa em crescimento, como precisamos crescer juntos. Quando você pensa no reino, você pensa no governo. O governo está sobre Seus ombros e nós estamos todos sob Seu governo. Quando você pensa na igreja, você pensa em amor. Vida é amor, edificado em amor. Quando você pensa no reino, você pensa em disciplina.

Assim, irmãos e irmãs, realmente o reino e a igreja são um. São apenas os dois lados de uma mesma coisa. Precisamos conhecer a plenitude de Sua vida e precisamos conhecer a plenitude de Sua autoridade. Que o Senhor possa nos ajudar.



Vamos orar:

Querido Pai celestial, confiamos estas palavras, fracas, espalhadas em Tuas mãos. Pedimos a Ti que vivifique Tua palavra em nosso coração. Oramos para que possamos não apenas ter o conhecimento da igreja e do reino, mas que possamos realmente viver a igreja e viver o reino. Possa isso ser real para nós. Pedimos no nome de nosso Senhor Jesus. Amém.




Stephen Kaung - Editora Restauração
(Site Igreja em uberaba)

Os empecilhos para o crescimento da vida.

O que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um (Mt 13:23)

Mt 13:19-23


Em Mateus 13:4 o Senhor abordou o primeiro tipo de solo onde as sementes foram lançadas: à beira do caminho. Esse solo é muito compactado, uma vez que pessoas trafegam sobre ele, por isso a semente não consegue penetrar na terra. Essa é a descrição de um coração endurecido pelos muitos pensamentos e conceitos já sedimentados na mente. Então as aves, que nesse contexto tipificam o maligno, vêm e arrebatam a semente (Ef 4:17-19).

Em Mateus 13:5 é descrito o segundo tipo de solo, que é o solo rochoso, onde há pouca terra. Para o desenvolvimento de uma planta é preciso haver certa quantidade de terra. Todavia esse solo não permite que a planta aprofunde as raízes, tampouco é capaz de reter água suficiente para supri-la, visto que as rochas não absorvem a água. Logo, ainda que a semente germine, a planta não poderá se desenvolver, e o sol a queimará (v. 6).

As referidas rochas desse tipo de solo representam tudo o que nos impede de nos aprofundarmos na Palavra. Assim, por causa de perseguições ou angústias, logo nos escandalizamos e deixamos de seguir o Senhor com alegria (vs. 20-21). Precisamos clamar ao Senhor que ilumine nosso coração, a fim de identificarmos quais são essas pedras, pois podem ser os traços de nosso ego ou as fortalezas da nossa mente que impedem nosso crescimento de vida, fazendo-nos tropeçar e desfalecer diante das dificuldades e perseguições por causa da Palavra.

Quanto ao terceiro tipo de solo, a terra é fértil e permite o crescimento da planta. Porém espinhos crescem ao seu redor e a sufocam, impedindo que frutifique (v. 7). Nesse solo a vida da semente consegue se desenvolver até certo ponto, mas não consegue produzir frutos e se multiplicar. Isso acontece com alguns irmãos que possuem certo crescimento de vida, contudo permanecem infrutíferos. Eles são sufocados pelos cuidados do mundo e pela fascinação das riquezas (v. 22), que são os espinhos, bloqueando a luz divina, essencial para a produção dos frutos.

O último tipo de solo é a boa terra (v. 23). Este representa um coração adequado, que foi trabalhado pelo Senhor. Nesse solo a semente consegue penetrar. Além disso, por ser arejada e sem rochas, a água pode ser absorvida, fornecendo suprimento adequado para a planta. Também os espinhos são retirados e queimados, permitindo que a luz solar a alcance. Amanhã veremos que todos podemos nos tornar uma boa terra, mas para isso precisamos lidar com cada um desses problemas.

Um coração adequado para o crescimento da semente.

Fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente (1 Pe 2:23).
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2:14)

Mt 13:16; 16:24; 1 Tm 4:6; Jo 6:63


Como já enfatizamos, para seguirmos o Senhor precisamos negar a nós mesmos e tomar a cruz (Mt 16:24). Ante a infinidade das riquezas de Sua Palavra, precisamos sempre buscar mais revelações, a fim de sermos renovados em nossa visão, jamais supondo que sabemos tudo. Ao fazermos isso, nos tornamos capazes de compreender os mistérios do reino dos céus e de receber mais da vida de Deus. À medida que seguimos o Senhor, também somos, pouco a pouco, aperfeiçoados. Dessa maneira podemos ser enviados para realizar a obra do ministério, pregando o evangelho do reino por toda terra habitada.

Ontem vimos o que impede as pessoas de compreender a Palavra de Deus: o coração insensível. Isso está relacionado com nossa vida da alma. Um coração insensível é um coração anímico, cheio de si mesmo, que, apesar de ouvir as palavras do Senhor, não as aceita, tampouco as compreende (1 Co 2:14).

Todavia Mateus 13:16 diz: “Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque veem; e os vossos ouvidos, porque ouvem”. Era como se o Senhor dissesse: “Vocês são bemaventurados, pois, por estarem na minha presença, por Me seguirem, podem ouvir as Minhas palavras e compreendê-las”. Hoje o Senhor também nos tem revelado essas coisas
por intermédio do Espírito (1 Co 2:10). Aleluia! Louvado seja o Senhor, pois nossos olhos e ouvidos foram abertos.

A seguir o Senhor passou a explicar, revelar, os mistérios do reino dos céus. A Palavra do Senhor é a semente do reino, incorruptível, santa e cheia de vida. Nosso coração, porém, que é o solo onde essa Palavra é semeada, precisa ser trabalhado para se tornar uma terra adequada.

Na parábola do semeador o Senhor Jesus descreve três tipos de solo, ilustrando os diferentes problemas que são impedimentos para o crescimento e frutificação da palavra de Deus no coração do homem. Nessa parábola, Ele também apresenta o solo apropriado para que a semente cresça e frutifique. Amanhã abordaremos esses tipos de solo.

Louvamos o Senhor, pois independentemente dos problemas existentes em nosso coração, Ele escolheu “semear” a Si mesmo dentro de nós através da Sua Palavra. Além disso, hoje temos a vida de Deus, que pode operar interiormente em nosso coração, transformando-o em uma boa terra.


radioarvoredavida.net

10 julho, 2012

Refletindo...


O obreiro e a Fé



Essa questão de finanças tem resultados importantíssimos, portanto iremos devotar algum tempo a ela. Em graça, Deus é o mais grandioso poder, mas, no mundo, Mamom é o maior. Se os servos de Deus não resolverem a questão das finanças claramente, acabarão por deixar inúmeras outras questões não resolvidas também. Uma vez que o problema financeiro é resolvido, é espantoso como tantos outros automaticamente o são. A atitude dos obreiros cristãos para com as questões financeiras será boa indicação de eles terem ou não sido comissionados por Deus. Se a obra é de Deus, será espiritual; e se é espiritual, o modo de supri-la é espiritual. Se a provisão não está no plano espiritual, a obra em si rapidamente cairá no plano do negócio secular. Se a espiritualidade não caracterizar o lado financeiro da obra, a espiritualidade dos demais departamentos da obra não passa de teoria. Não há nenhum aspecto da obra que toque os assuntos práticos tão verdadeiramente quanto o financeiro. Você pode ser teórico em qualquer outro departamento, mas nesse não.

Os apóstolos de hoje, assim como os dos primórdios, não devem considerar nenhum homem como seu empregador, mas devem confiar que quem os enviou irá arcar com tudo o que envolve a execução da Sua vontade, em questões temporais bem como espirituais.
Se um homem pode confiar em Deus, que saia e trabalhe para Ele; se não, que fique em casa, pois falta-lhe a primeira qualificação para obra. Há uma ideia prevalecente de que se um obreiro tem renda fixa ele pode ter mais horas vagas para a obra, e consequentemente fazê-la melhor. Contudo, de fato, na obra espiritual há a necessidade de renda não-fixa, pois isso necessita de comunhão íntima com Deus, clara revelação constante da Sua vontade e sustento divino direto.

Total dependência de Deus é necessária se a obra for de acordo com a Sua vontade; portanto, Deus deseja que seus obreiros recorram somente a Ele para obter provisão financeira e assim não façam outra coisa a não ser andar em íntima comunhão com Ele e aprender a confiar Nele continuamente. Renda fixa não estimula a confiança em Deus e a comunhão com Ele; mas a total dependência Dele para satisfazer as necessidades, sim. Quanto mais incerto for o viver de um obreiro, mais ele recorrerá a Deus; e quanto mais for cultivada uma atitude de dependência de Deus, mais espiritual será a obra. Portanto, está claro que a natureza da obra e a fonte da sua provisão estão intimamente relacionadas. Se um obreiro recebe salário definido do homem, a obra produzida jamais pode ser puramente divina.

A primeira questão que deve enfrentar todo o que crê ser de fato chamado por Deus é a questão financeira. Se não pode depender apenas do Senhor para prover todas as necessidades diárias, ele não é qualificado a engajar-se na Sua obra, pois se o obreiro não é financeiramente independente dos homens, a obra tampouco pode ser independente dos homens. Se ele não pode confiar em Deus para obter provisão dos fundos necessários, será que pode confiar Nele em todos os problemas e dificuldades da obra?

Permita-me aconselhar todos os que não estão preparados para andar pela fé que continuem seus deveres seculares e não se engajem no serviço espiritual. Todo obreiro de Deus deve ser capaz de confiar Nele. 



Fonte: A vida cristã normal da igreja – Watcham Nee

Refletindo...


Andando sem tropeçar



Ele não permitirá que os teus pés vacilem. Salmos 121.3 

Se o Senhor não permitirá isto, nem homens, nem demônios podem fazê-lo acontecer. Quão intensamente eles se regozijariam, se pudessem nos causar uma queda desastrosa, mover-nos de nossa posição e enterrar-nos sem deixarmos recordação! Eles seriam capazes de fazer tais coisas, para contentar seu próprio coração, se não houvesse apenas um obstáculo: o Senhor não permitirá. E, se Ele não o permitirá, nós não tropeçaremos. 

O caminho da vida é semelhante a viajar pelos Alpes. Caminhando pelas veredas das montanhas, uma pessoa está constantemente exposta aos deslizes de seus pés. Onde o caminho é mais elevado, a cabeça mostra-se propensa a sentir tonturas, e, deste modo, os pés logo escorregam. Existem lugares lisos como o vidro, e outros que são bastante ásperos, com muitas pedras soltas. Em qualquer desses lugares, uma queda é difícil de ser evitada. Aquele que, durante toda a sua vida, é capacitado a preservar-se de pé e a andar sem tropeços tem muitas razões para ser grato a Deus. Nenhum filho de Deus permaneceria de pé, por um momento sequer, diante de abismos, armadilhas, fraquezas físicas e inimigos sutis, se não fosse por causa do fiel amor de Deus, que não permitirá que os pés de seus filhos vacilem. 


Estou em pé, rodeado de armadilhas,

Por tua mão sustentado e guardado.

Tua mão invisível ainda me susterá

E ao teu monte santo me levará. 




C.H.Spurgeon

Os requisitos para compreensão da Palavra.


Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque veem; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram (Mt 13:16-17)


Mt 5:3, 8; 2 Co 3:6

Uma vez que fomos comissionados por Deus para ser Seus semeadores, precisamos atentar para as palavras do Senhor em Mateus 13. O Senhor Jesus apresenta a parábola do semeador, a fim de ilustrar os diversos tipos de corações que ouviam as palavras do reino.
Naquela ocasião havia muitas pessoas presentes, e o Senhor Jesus passou a falar-lhes por parábolas. Embora as pessoas O ouvissem, não conseguiam compreender Suas palavras. Até mesmo Seus discípulos não conseguiam compreendê-Lo, mas a estes o Senhor explicava o sentido das parábolas.
Mateus 13:10-11 descreve: “Então, se aproximaram os discípulos e lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas? Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido”. Somente os discípulos puderam compreender as parábolas, pois o próprio Senhor lhes revelava o significado daquelas palavras. Logo adiante acrescentou: “Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem” (v. 13).
Não basta apenas ouvirmos a palavra do Senhor, precisamos da revelação contida em tais palavras. Muitos ouviam as parábolas, mas somente os discípulos recebiam a revelação. Isso nos mostra que somente aqueles que verdadeiramente seguem o Senhor, que estão no espírito, são capazes de compreender Suas palavras. Quando voltamos nosso coração ao Senhor, Ele mesmo remove o véu que nos impede de compreender Sua vontade (2 Co 3:16).
No versículo 15 o Senhor explica por qual motivo a grande multidão que O seguia não compreendia o Seu modo de falar: “Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados”. A palavra endurecido significa insensível.
Um coração insensível é incapaz de entender a palavra do Senhor. Consequentemente, não consegue se converter ao Senhor e receber Sua cura. Quando, porém, nos esvaziamos de nossos conceitos em nosso espírito, somos bem-aventurados (Mt 5:3) e permitimos que Ele purifique nosso coração para vermos a Deus (v. 8).
Que o Senhor nos dê um coração simples, tirando dele toda insensibilidade. Que possamos permitir Seu trabalhar em nós para que nosso coração seja como uma boa terra, a fim de produzir muitos frutos.